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História Internato San Vielion - Diferenças e Vingança


Escrita por: ClaraMarques04

Notas do Autor


OLÁ GALERINHAAAAAAAAAAAAAAA! Tudo bem? Espero que sim ^^

Mais um capítulo e enfim encerramos o primeiro dia de aula em SV!!!

Este capítulo está cheio e espero que gostem ;D

PS: Pediram pra eu fazer as fotos dos personagens, peguei as fotos das fichas e fiz uma colagem, espero que tenham gostado.

Boa Leitura!

Capítulo 5 - Diferenças e Vingança


Fanfic / Fanfiction Internato San Vielion - Diferenças e Vingança

POV Max:

Eu mastigava minha lasanha sentada perto do Joe. E tipo... Me veio uma crise existencial. O que as pessoas pensam de mim? Sou feia? Elas gostam de mim? Nesse meio de perguntas, eu percebi que não sou popular e nem tenho muitos amigos. Só colegas de estudo e olhe lá.

- Mor... – Murmurei. Joe levantou a cabeça. – Você gosta de mim?

Joe largou a pizza.

- Sério mesmo que me fez essa pergunta, Max? É óbvio que gosto. Se for por causa dessa coisa com a Eliza...

- Não é nada disso! – Pigarreei. – É que... Sei lá. Eu não tenho amigos e não sou popular... E acho que nem me conhecem.

Tipo... Eu não me joguei nos braços de alguém no portão ou contei como foram minhas férias na Argentina. Mal cheguei e beijei o Joe que logo tinha ido mostrar o caminho pros novatos. Estudo aqui há três anos e só conquistei colegas temporários. Digo que eles ficavam perto de mim até acharem o Best Friend e me esquecer.

- Max, você é uma garota incrível. Tem o seu carisma. Não mude por causa de alguém, se tiver que mudar, que seja por sua concepção. Se não, não vale a pena.

Tem certos momentos que penso que Joe foi idiota em me ter como namorada. Sou tão... Diferente e tudo e mais um pouco de defeitos. Nem sei o que deu na cabeça dele de me namorar, mas sei que perto dele, me sinto leve, longe de tudo.

Levanto do banco com um braço apoio á mesa e com o outro seguro o rosto, tocando meus lábios nos dele. Pouco me importando com as pessoas ao redor.

Uma troca de olhares que valeram mais que “Eu te amo”.

E de longe avistei uma garota ruiva de jaqueta de couro, jogando lasanha nos cabelos de uma pequena garotinha. Foi uma cena terrível, nada hilária. Idiotas riram e os que tem bom-senso do ridículo acharam... Ridículo!

Joe não perdeu tempo e foi para lá. Eu fui junto. Lilian e a Elizabeth... Acalme-se Max... Deixa o ciumes e vá resolver o problema!

- Qual o seu problema, garota? – Elizabeth já levantou o tom de voz, querendo partir pra cima.

- Cala a sua boca que não foi com você. – A ruiva falou intrépida.

- Max. – Joe murmurou. – Chama a diretora.

Saí correndo para a ala central e depois segui as escadarias da enfermaria. Apressei o passo na diretoria e bati a porta diversas vezes. A diretora apareceu preocupada. No resumo do ocorrido, ela veio me acompanhando. Bufando.

***

POV Amora:

- Oi Amor. – Meu irmão me cumprimentou no almoço se servindo com lasanha. – O que tá achando?

- Um saco. Sério mesmo que você convenceu o pai e a mãe para me colocar nesse porre?

- Ei, se acalme. É só o primeiro dia. – Disse convencido que tudo seria as mil purpurinas nessa droga.

- Ah, se o primeiro dia já é isso, detesto imaginar os dias seguintes... – Falei em tom de tédio.

- Mas e aí? Já conheceu alguém? Algum cretino no rolo? – Arthur me encheu de perguntas. Odeio quando ele faz isso.

- Dá pra parar? Coisa chata, véi. E não, não tem nenhum cretino na minha cola, por enquanto... – Falei. Arthur sempre teve ciumes  dos meus namorados, tanto que tem gente que acha que ele é meu namorado. E têm argumentos. Primeiro, ele me chama de Amor e tem ciumes dos primeiros garotos que ousam respirar perto de mim. Mal sabe eles que é só meu irmão mais velho e mais chato. – E tem uma garotinha, uma japonesa bem estranha que é minha colega de quarto. Imagina numa garota chata e multiplique por mil. É ela! Tem até o nome estranho, Miojo.

- Miojo? Isso é nome que se dê pra uma pessoa? – Arthur se engasgou com o refrigerante de tanto rir.

- Todo mundo sabe que os japoneses são esquisitos. Por que seria diferente? – Falei a verdade. São os mais estranhos do mundo, apesar de que graças a eles, tenho meu notebook. Mas isto não tira a fama de esquisitice.

Avistei a Miojo saindo de bandeja da fila e procurando um lugar. Mostrei pra Arthur que concordou comigo, a garota é esquisita. Não parávamos de rir por causa da roupa dela. Parecia roupa de criança.

Arthur lançou o desafio, de eu jogar as sobras de sua lasanha na garota. Eu achei maldade, mas não sou de amarelar. E a Miojo merecia as boas-vindas aos Estados Unidos da América. Já tava na hora de ter o papel de bad girl nessa bagaça.

- Vai logo! – Arthur exclamou ansioso.

- Quieto! Vou quando eu quero! – Falei cerrando os dentes.

A mesa que a Miojo estava usando ficou quieta e foi a hora perfeita. O cabelo loiro da Miojo ficou sujo de molho e carne moída, derramando também na roupinha branca dela.

- Bem-Vinda Miojo! – Exclamei. O refeitório caiu nas graças, menos alguns idiotas que não tem senso de humor que ficaram olhando de boca aberta.

Duas fileiras atrás, Arthur dobrava a barriga aos risos estendendo o polegar.

- Qual o seu problema garota?! – Uma garota se levantou.

Sabia que teria uma estraga prazer.

- Cala a boca que não foi com você! – Exclamei encarando a garota.

- Não importa. O fato é que você sujou uma menina com comida. Não tem senso de desperdício? Ou melhor... Não tem bom senso? O que ela te fez?

Por que as pessoas tem que atrapalhar a graça dos outros.

- Só fui dar ás boas-vindas pra Miojo. E você tem que admitir... Foi engraçado. – Falei com um sorriso sarcástico nos lábios.

- Admito nada. Isso que fez é maldade. Deveria saber a diferença entre o que é engraçado e o que é ridículo. – Retrucou a garota já bem na minha frente.

Duas garotas levaram a Miojo embora pro refeitório. As risadas dos outros alargavam meu prazer e meu sorriso.

- Então você é a Madre das Dores para vir e proteger as japonesinhas chatas e indefesas. Ai mil perdões. – Falei com deboche.

A garota ficou trêmula de raiva. Nada melhor do que ver o efeito que seu ato faz sobre uma pessoa.

- Olha só. Palmas pra você. Sabe pedir perdão. Pensei que fosse tão burra que não tivesse coração. Ah... Mas peraí... De que adianta ter um coração e não ter cérebro?

- Tá me chamando de burra? – Falei cerrando os pulsos.

- Se a carapuça servir... – Falou em deboche. Logo, os risos foram dedicados a mim. Arthur se levantou e veio até mim. Só que os dois garotos o impediram de se aproximar.

- Não me toca, seus bostas!

- Não tocamos. Apenas se afaste.

- Ou o que?

Os dois empurraram o Arthur.

- Olha aqui guria... Estou me segurando para não lhe arrebentar. – Murmurei de raiva.

- Sério? Era pra eu ter medo? Pode vir. Quem vai ganhar a boa fama vai ser você e não eu. Ainda por cima novata... Uma vez que ganha uma fama, é difícil tira-la. – Rebateu. – Vamos ver se vai usar a força ou a cabeça.

Eu não tava nem aí para o que iam pensar, só queria esfregar a cara dessa idiota na parede. Se for pegar a dor dos outros, que pegue com juros.  Fechei o punho direito prestes a soca-la quando uma voz ecoou no refeitório, fazendo todo mundo parar de rir ou urrar por briga.

A diretora veio até a gente. O sinal bateu e ela mandou os outros saírem do refeitório. Pela respiração pesada, posso dizer que ela tá louca da vida?

- As duas. Pra minha sala. Agora. – Falou pausadamente.

Arthur tentou rebater, mas um único olhar furioso da diretora fez ele fechar a boca.

A diretora saiu pra ala central, onde um monte de curiosos paravam para assistir ao show. Subindo várias escadarias, chegamos na sala da diretora. Ali não era muito diferente da decoração do Internato, tudo de madeira brilhosa, paredes vermelhas-vinho e piso verde-musgo.

***

POV Lily

Pobre Kaguya, foi o caminho inteiro soluçando. Realmente, aquela menina não tem nadinha de amor. Por que faria isso com a menina? Ela tava de boa, rindo e comendo com o pessoal. Não fez nada contra ela. Safi, Nate e eu a levamos pro quarto dela. E o quarto era boa impressão do que era meigo e do que era o pesado. Nada contra as bandas de rock,mas já tenho algo contra com a garota que colou este pôsteres.

Pedi para Kaguya ir tomar banho para tirar a lasanha da cabeça. Ela pegou uma toalha na gaveta e entrou no banheiro. Nate e eu fomos vasculhar as gavetas dela para pegar uma roupa limpa pra pequenina. Era cada peça fofa  japonesa que eu chegava a babar. Pegamos o conjunto que provavelmente iria gostar.

- Está pronta, Kaguya? – Perguntei batendo na porta do banheiro. Kaguya respondeu que sim e veio pegar a roupa limpa e entregando a suja. Nate se ofereceu a levar pra lavanderia.

Dois minutos depois, Kaguya apareceu de roupa limpa e cabelos úmidos. Mas sua feição ainda demonstrava pranto. A acolhi nos braços, onde soluçou a vontade.

- Eles vão rir de mim... – Murmurou soluçando.

- Não liga pra esses idiotas. – Foi o único conselho que dei, o único disponível.

- Como? Novata, Japonesa e agora a cabeça de molho do refeitório.

- Kaguya... A Lily tem razão, se der corda pra essas coisas, é aí que irão te zuar. – Disse Safi tentando ajudar. Mas a ajuda dela não teve tanto efeito como desejava.

Ouvimos a porta bater quatro vezes. Safi foi atender enquanto eu tentava animar aquela japonesinha linda. Jace e Lucky entraram querendo ver Kaguya.

- Ei... Não precisa chorar. Aquela menina é idiota! – Disse Lucky querendo anima-la.

- Kaguya, ela não merece suas lágrimas. E nem seu tempo merece a Amora-Nada-Amorosa. – Jace se sentou de pernas cruzadas no pé da cama. Soltei Kaguya para que olhasse para o garoto. – Se ela fez isso porque é diferente, mal sabe ela que você é a menina mais fofa do mundo inteirinho!

Kaguya abre um sorriso fraco. Jace continuou incentivando ela...

- Você é diferente, eu sou diferente, a Lily é diferente, Oscar é diferente, Liz é. Já parou pra pensar no quão seria tedioso se todos fossémos iguais? Que graça teria conhecer alguém? Qual seria o significado de É um prazer conhecê-lo? – Heath, tenho que me acostumar com isso, era um bom conselheiro.

- É, tem razão Jace-San. – Disse Kaguya enxugando as lágrimas.- Seria terrível se todo mundo fosse igual a Amora.

Rimos da piada e por causa de ver ela sorrindo. Nate apareceu no quarto.

- Tá melhor bolinho de arroz? – Perguntou. Kaguya assentiu, sorrindo de leve. – Que bom. Pode contar comigo pra tudo, okay?

- Okay.

Foi bonito da parte do Nate. Ele não é de confiar em quem conhece no primeiro dia, muito menos oferecer o braço. Só espero que seja de coração e não de pena.

Liz entrou no quarto com o passo pesado. Não demorou muito para perguntarmos o que rolou na sala da diretoria.

- A diretora já falou que briga não é coisa de menina, e que não esperava uma treta logo no primeiro dia de aula. Mas me defendi dizendo que  o quê ela fez com a Kaguya foi infantil e idiota, ela compreendeu e repreendeu a Amora. A trouxa rebateu e se ferrou. A diretora disse assim: Continue assim e será a novata mais execrada de San Vielion. Tanto que ela tem razão. Daí ela me dispensou e pediu para eu ficar na minha e sempre chama-la ou algum funcionário que irão resolver tudinho.  – Contou. O sorriso de vitória de Liz preenchia a boca. Parecia o Coringa do Batman. – E você lindinha... Não fica assim. Aquela menina é uma otária. E caso ela tente alguma coisa contra ti, é só avisar que vamos chegar voando pra te socorrer.

Kaguya alargou o sorriso. Nos deixando bastante felizes. Para melhorar o humor e a auto-estima, a abraçamos em conjunto. E foi um abraço confortante, tinha amigos novos, e o doce aroma de novidade no ar.

- Os americanos são estranhos, mas são gente boa. – Comentou Kaguya nos fazendo rir.  – Obrigada gente.

Ficamos ali conversando, sobre o que a diretora iria fazer contra a Amora, mas Kaguya quis mudar de assunto... Então ficamos falando de Lucky dar algumas aulas de inglês pra ela aprimorar o sotaque.

Foram gargalhadas garantidas até a diretora chegar acompanhada da Amora. Fomos obrigados a se retirar. Não pude disfarçar a minha revolta contra aquela cretina. Liz e eu fomos andando pro nosso quarto.

***

POV Tony:

- Nossa velho, se eu fosse a garotinha, não perdoava nem ferrando. – Comentou Titi enquanto caminharmos pela ala central.

- Nem eu. Na verdade, ela merecia expulsão. Mas não houve agressão física, então...

- Mesmo assim, Tony! A menina passou vergonha na frente de todo mundo no primeiro dia!

- Mais um motivo para cortar a suposta ideia de expulsão. É o primeiro dia, no registro daquela ruiva doida vai está constando a prática de Bullying e se repetir mais vezes, aí sim,  será expulsa. – Falei tentando acalmar a mini fera.

- Por que ta defendendo ela, Tony? – Rapha tentou botar mais fogo na fogueira, mas joguei um grande balde de água fria.

- Velho... Tô tentando ser justo! Toda história tem dois lados.

Titi bufou e revirou os olhos. Avistei o Natanhiel indo pra ala Norte, me despedi de Titi e fui falar com ele. Rapha me seguiu por ser um mera de um curioso. Já cheguei perguntando o que realmente aconteceu na hora do almoço, ele me contou tudo e disse que não sabe o que deve estar havendo agora no quarto daquela garotinha.

- Bora descobrir. – Disse Rapha.

- Descobrir como? – Natanhiel pergunta confuso. É... ele não conhece o Rapha.

- Espiando, oras.

E lá fomos nós, na porta do quarto 77 prestes a escutar tudinho...

- Me perdoe, Kaguya. Por ter sido infantil em jogar a lasanha no seu cabelo...

- Xii... Isso soou forçado demais. – Comentou Rapha.

- Claro que é. Acho que ela não cederia. – Falei.

A diretora dirigiu a palavra a Kaguya.

- Perdoo sim... E diretora, não acho que será necessário me mudar ou ela de quarto. Vou continuar aqui. – Ouvimos a voz aguda da garotinha. Fiquei inconformado, elas eram colegas de quarto? – Mas já vou dizendo: Amora, eu não gosto nem um pouco de você. E se pretende ser assim, eu não ligo, diferente de você, tenho amigos que vou contar sempre.

Nossa! Essa doeu até em mim. Foi tipo, bem no rim. Rapha segurava o riso e Natanhiel arregalou os olhos surpresos.

- Tem certeza, Kaguya? Isto que está fazendo é uma ação um tanto quanto... Modesta? – A diretora perguntou.

- Diretora... Se não fosse as diferenças, jamais existiria sociedade. Então o que nos resta é saber conviver com elas.

A menina podia ser pequena, mas tinha a cabeça maior que muita gente solta no mundo. Assim que a porta se abriu, saímos correndo.

***

POV Safi

Fiquei com muito sono depois de tudo isso, nem dormi direito noite passada. Cheguei atrasada no primeiro dia. E me estressei com a tal Amora. Pelo menos ganhei novos amigos, o que é super difícil pra mim.

Entrei no quarto bocejando, porém, me espantei quando vi uma garota de jeans rasgado e regata branca deitada na cama da minha colega... A minha colega! É ela! Fiquei ansiosa e tentei chama-la, mas estava de fones de ouvidos cantarolando alguma música que nem conheço.

Com um cutuque ela me notou, sorriu e tirou os fones de ouvido. Se levantou e me encarou. Tinha longos cabelos morenos, lábios grandes e um belo sorriso. Ela me abraçou como se tivéssemos intimidade de séculos.

- Olá, sou Isis Anansie. – Ela afrouxou os braços e me olhou com a serenidade que seu balançar transmitia.

- Ah, sou Safira Wood. – Retornei a educação. – Bem, não te vi a manhã inteira...

- Estive em vários lugares e ao mesmo tempo em lugar nenhum. – Falou voltando a se sentar. – Isso é confuso?

Poderia dizer que ela é drogada, mas não posso julgar.

- Um pouquinho... – Respondi. Isis sorriu e deitou colocando os fones. – Olha, se importa se eu tirar um cochilo. É que dormi nada ontem...

- Querida, o quarto é seu. Se quiser botar fogo nele, fique á vontade.

Ela parecia ser o tipo de garota zen... E isto me fez pegar no sono rapidinho.

Acordei e a Isis continuava deitada presa aos fones de ouvido, consultei o relógio e já era seis e meia da tarde, faltava meia hora para o jantar. Tomei o banho e na volta, Isis fumava um cigarro na beira da janela. A chamo e ela recusa sorridente. Será que ela é demente? O alarme soou.

Encontrei Lucky e Heath junto com Kaguya fomos pro refeitório. E lá, na hora de nos servirmos, demos de cara com vários Sushis de todos os tipos e tamanhos.

- Meu Deus... – Suspirou Kaguya.

Numa faixa próxima das máquinas de refri, palavras em vermelho e amarelo destacaram a frase Viva ás culturas! Viva ás diferenças! Escolhi algumas coisas e fomos nos sentar perto de Lily e Liz. Kaguya ria da gente tentando comer com aqueles palitinhos estranhos. Heath se levantou com o copo de suco na mão.

- Um brinde pra Kaguya! E que sua diferença nos inspire todos os dias!

Brindamos á nossa japonesa favorita.

***

POV Ruki

Comida japonesa! Que saudade! Mas depois do jantar, tinha que ficar pronto pro ataque. A noite caiu sobre o Internato, mostrando a verdadeira face que tinha na noite. O jardim iluminado por grandes e enferrujados postes, os corredores entregavam o quarto dos outros. A ala central também tinha sua bela iluminação, mas nenhuma energia chegava perto das estrelas. Ficava lindas no céu limpo, sem poluição ou algo do tipo.

Faltava menos de vinte minutos pro toque de recolher, então tinha pouco tempo. Fui voando pro quarto, acendi e tranquei o banheiro e depois tranquei o quarto. Ele ia se lascar, só tinha que ser bem impaciente...

Me joguei na cama olhando pro teto, pensando na vida... De como vim parar aqui, como tudo não é em vão e como nossas atitudes do presente afetam drasticamente o futuro. Suspirei de saudade do Japão, mas foi preciso sair de lá. Eu tinha que tomar um rumo por mim mesmo, o dinheiro não me traria a total felicidade, eu preciso de conhecimento, do estudo.

Num movimento involuntário, alisei a parede branca. E sinto uma parte solta do papel de parede, o estranho é que parecia mais pintura. Por mania, fiquei puxando, se descobrissem, pagaria pra pintar de novo. O pequeno pedacinho se tornou numa proporção maior e horrenda. Por debaixo do branco, havia quatro marcas grossas presas na parede. Como garras de algum animal selvagem, forte e grande. Não era unhas humanas, com toda certeza. Parecia que foi criada com muita raiva.

Antes de me afundar em grandes pensamentos, a porta era violentada por fortes batidas. O cara tava irritado. Sorri maravilhado. Me levantei da cama e o trinco cedeu após investidas bruscas do cara. O estardalhaço se formou no corredor.

Fui ameaçado e revidei prestes a socar, mas levei um soco de cair no chão. Fiquei furioso, antes da minha resposta, o professor de Educação Física chegou pegando nossa gola. Teria resolvido tudo ali na conversa e dispensando os alunos curiosos, mas se deparou com o estrago da porta e nos levou pra diretoria.

Quando ela ouviu o relato do professor, suas orelhas ficaram vermelhas.

- Senhora, já tava na hora do toque de recolher, então fui pro quarto. Vi o banheiro aceso e trancado, pensei que fosse ele no banho, por isso já tinha trancado a porta. Para logo irmos dormir pro dia seguinte.

- Mentiroso! Ele sabia que eu tava fora!

- Chega! Senhor Takanori, acho que devia ter deixado a porta aberta e quando ele voltasse trancaria, bater na porta também não lhe custaria as mãos. – Falou severa. Apenas assenti fingindo incompreensão. – E senhor Harrison Gonçalves, não havia necessidade de arrombar a porta! Poderia ter convocado qualquer funcionário daqui para lhe dar a chave e abrir o quarto. E vamos resolver esse lance de chaves na outra semana. Até lá, pagará pelo seu dano!

- O que?! – Harrison deixou o queixo cair. Ah que vontade enorme de gargalhar. – Não é justo...

- Trezentos e setenta doláres na porta e no trinco. – Disse a diretora sem mais e nem menos. Harrison retrucou, mas a diretora falou. – Já tivemos uma ação de Bullying, quase briga e agora uma ação de vandalismo! Eu esperava que isso fosse acontecer, mas não logo no primeiro dia.

Harrison bufou.

- Aqui se faz, aqui se paga. Sem discussão sr. Gonçalves. E você sr. Amayato, está dispensado.

Sai cantarolando vitória. Harri saiu pisando duro.

- Cê tá muito ferrado, moleque! – Me ameaçou.

- É mesmo? Pode vir com cinco pedras que estarei com dez! Não tenho medo de babacas como você!

Harri foi na frente e eu logo atrás, livre para esbanjar nas estrelas e ao luar a minha doce e deliciosa vingança.


Notas Finais


Gostaram? Odiaram? Comentem e me digam o que acharam!

Muitaaaaas tretas, né não?

Ah, a Isis é na verdade uma personagem original que minha amiga criou para ser coadjuvante da fic.

Beijocas pra todos!


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