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História Internato San Vielion - Me Ame do Jeito Que Sou


Escrita por: ClaraMarques04

Notas do Autor


OIEE GALERINHA! Tudo certo? Espero que sim! Desculpe a demora, desta vez foi a internet que não colaborou, o bom é que o próximo capitulo tá na metade ;D
Bem, estou chateada que os números caíram. Mas é a vida, então não vou desistir de postar.
Fiquem com este capítulo que dei minha alma pra escrever

Boa Leitura!

Capítulo 18 - Me Ame do Jeito Que Sou


Fanfic / Fanfiction Internato San Vielion - Me Ame do Jeito Que Sou

Música: I Need Your Love - Calvin Harris

POV Oscar

Fiquei encarando o papel verde cheio de nomes. Eu queria mesmo isso? Não é pelo Jace e nem por ninguém... É uma pergunta retórica. Pegar a caneta, escrever ou não escrever. Simples e fácil, por que o torno difícil? Oportunidades devem ser aproveitadas, eu sei. Mas é a sua vontade?

Que custa arriscar?

Continuo encarando a lista, fechei os olhos me imaginando na quadra realizando grandes arremessos. A euforia da galera, os pontos sendo marcados, o time adversário desesperado para ganhar. O treinador pegando firme. As líderes de torcida soletrando o nome do time. Gostinho doce da vitória salivando com o suor.

Abro os olhos e meu nome se encontrava entre os últimos. Foi impulso. A intenção de escrever tinha de vir depois de pensar. Minha nuca se arrepiou e as mãos suando. Uma voz grave veio detrás, exigiu que eu saísse da frente, gostaria de retrucar porque era o meu momento de glória. Saí dali em silêncio.

Encontrei uma pessoa perdida como eu, perante ás listas de inscrições. Mordia a ponta da caneta selecionando franzindo a testa. Chego na cautela e a pessoa sorriu.

- Indecisa? – Foi só para puxar conversa. É claro que a Lily está perdida. – Ah qualé, pode escolher duas.

- Não posso não. – Lily mordeu a ponta da caneta novamente. Os cabelos loiros jogados no ombro, os olhos azuis. Ela é sexy. Os lábios entre os dentes. Que vontade de pega-la ali mesmo, desta vez, sóbrio. – A louca da professora de artes inscreveu Liz e eu no Teatro, me resta só outra.

- Já notou as expressões dela durante ás explicações? Hilário. – Sorrio. Lily permanece concentrada. A tatuagem no pulso direito sempre me chama a atenção. A indecisão fez ela franzir a testa. – Quando estamos num ultimato, fechamos os olhos e nos imaginamos na situação e ver se é a sensata decisão. Sempre pensando na sua felicidade, é claro.

A loirinha soltou um longo suspiro. Não sei se ela absorveu o que eu disse, o que sei é que a caneta fez letras curvas na folha amarela do Jornal SV. Pareceu ser o alívio, deu um fraco sorriso e se virou pra mim. Que sorriso lindo de se ver. Se dando por satisfeita, saiu andando. Me senti na obrigação de segui-la, e aproveitar que estávamos sozinhos.

Num impasse, Lily deu meia volta. Fiquei copiando seus passos, impedindo-a de ir. O azul de seu olhar e a brancura de seu sorriso me fazia sentir bobo. Que doce sensação engraçada é essa da paixão. Já senti isso diversas vezes, a diferença é que pode ser recíproco desta vez. Ou pode ser passageiro.

Uma consequência é dedicada a uma ação tomada.

A caneta fez outro nome na lista do Jornal e tinha o nome da... Elizabeth?! Estranhei, mas com toda certeza a Lily poupou a Liz do trabalho. Enfim, foi-se de novo. Quis me despistar e eu ali sempre presente.

- Podemos conversar um negócio? – Perguntei educadamente.

Lily deu um sorriso maroto.

- É sobre o que rolou na festa, acertei?

- Na mosca. Como?

- Porque você não tocou no assunto desde então... – Ela disse como se fosse o óbvio.

Desta vez quem abriu um sorriso maroto foi eu.

- Então você tava esperando eu falar sobre isso?

- Érr... Foi tudo difícil por conta do lance lá da Kaguya. – Justifica. – Mas... Droga, não sei por onde começar.

- Digamos que seu beijo é ótimo. A sintonia que jamais encontrei nas músicas atuais ou nas antigas. Momento que eu desejaria continuar. Razão foi a que disse para pararmos, não a culpo pois é por ela e pela sua personalidade incrível que suplico por mais e mais.

As bochechas de Lily ruborizaram e seu riso abafado convém o sarcasmo. Na moral, essa menina deveria ser presa por ser tão sexy. Ela não é um troféu, mas me dá a sensação de vitória. Pode não ser uma música, mas acompanha a batida do meu coração. Se estou apaixonado, irei lutar.

- Disse isso pra outras na festa? – Lily cruza os braços.

- Você me embriagou por ciumes. – Mordo o lábio inferior.

- Sabe bem que não foi por ciumes. – Se defendeu. – Maior parte das garotas deste internato é piranha, tirando a Liz e a Kaguya. – Disse com o sarcasmo na voz.

- Eu quis dizer que garota nenhuma zuou minha bebida. Lily... Eu não precisaria ficar bêbado pra te beijar.

- Se garante mesmo? – Lily debochou.

Já viajou num olhar? Pense no frio na barriga e no quanto as pernas bambeiam de encontrar o fundo de seu ser. A vontade contida de querer a pessoa só para si. O máximo que pude executar foi pegar na mão, eu não contive o sorriso.

- Eu nem olhei direito nos olhos delas, porque eu tava preso a você. Seus olhos... Meu Deus, tem como ter piedade de mim? Eles são os claros motivos pro meu coração acelerar. Sei que faz quase um mês desde que entrei aqui, mas, ter a sua amizade já vale por anos. E ter te beijado vale todas as estrelas que encaro todas as noites. – Digo. Não sou o melhor poeta da América, mas isso tudo é o que eu sinto por Lily. Espero que tenha sido coerente.

A mão da loirinha soltou-se da minha, já previ tal rejeição, ela veio no meu rosto acompanhada da outra. Num pequeno impulso, senti os lábios dela aos meus. De mãos nuas, as envolvi na cintura. Os braços de Lily se envolveram no meu pescoço. Momentos que eu quis bater na pessoa que criou o tempo. Foi por conta dele que fomos indo depressa pro almoço.

E na cabeça eu comemorava aos pulos por tê-la nos braços de novo.

***

POV Tony

- Pelo menos estão amigos de novo. – Digo feliz por ver Titi e Rapha de boas novamente. O motivo é deveras idiota e o insuficiente para acabar com uma amizade tão foda quanto a nossa. Pensar na possibilidade de ficar dividido entre os dois não foi opção. Ou faziam as pazes por eles ou por mim. E olha que sou delicado nesses assuntos.

Almoçamos a macarronada e o presunto, e em seguida fomos para o mural de informações na ala Central. Vários marmanjos saíam empolgados depois de escreverem o nome da lista do basquete. Coitados, acham que já são do time. Ah, mas o professor Paulo vai é arrancar o couro de um por um.

Luke foi logo se inscrevendo na lista de basquete, apesar de ser amigo dele, tenho o certo receio dele ser frouxo na frente do professor. Em seguida, Safi foi se inscrever no Teatro e na Música.

- Uau! Temos uma artista no grupo. – Brinquei. Safi mostrou o dedo do meio e eu o retribui rindo.

Devido ao meu maravilhoso histórico esportivo nos últimos dois anos, posso me assegurar que irei pro time. Ainda me pergunto como não virei capitão, tudo bem que antes eu era magrela e estranho. Mas as coisas mudaram e pra melhor! Este ano o Wolf Vielion terá o mais forte e veloz de seus jogadores.

- Ah, que novidade. – Rapha soltou sarcástico. O espertalhão deixou o nome na lista de gamers.

- Vai virar nerd? – Luke debocha.

- Nerd sempre fui, só nunca fui de demonstrar. – Respondeu Rapha, dando de ombros.

Valentina pegou a caneta e seu nome foi parar na lista que ninguém esperaria estar: Na lista de líderes de torcida. Espanto garantido.

- Peraí... Não foi você que saiu das líderes de torcida por serem metidas e vacas? – Rapha foi o primeiro a comentar.

- E que só ficam exibindo as estrias? – Safi também estranhou.

- Ou que transam com os jogadores? – Luke comenta. Ah, este fato é o divino de todo o basquete: As delicinhas das líderes de torcida. Temos a chave de ouro de ficar com qualquer uma delas.

Larguei os seios de lado e pensei no paradoxo característico da Titi

- E que eu saiba, prometeu a si mesma que...

- Jamais voltaria lá por serem vulgares e escrotas. Têm razão caros amigos... – Titi colocou as mãos na cintura. – Está na hora de revolucionar! Quebrar a droga dos esterótipos, e além disso, é um desafio para mim mesma. É nosso último ano aqui, tentar de novo é sempre bom.

Inesperado pra caralho. Quem diria que a menina que odeia frescura está jogando-se contra a maré da frescura.

- Poxa, é verdade. – Rapha coçou a cabeça. – Nosso ultimo ano... Passou rápido. – Disse sentido.

Dois anos que conheço Titi e ele, e mais um pouquinho do povo. Na verdade, conheço a Valentina desde o fundamental, só não esperava reencontra-la em San Vielion. E Rapha... Fomos sorteados no SD no primeiro ano e fomos colegas de quarto, Titi se apegou a ele mais que eu. Foi meio que impossível não fazer amizade om eles. Por causa do basquete, ganhei popularidade e conheci várias pessoas. Nenhum deles ganhou a minha verdadeira amizade como a Titi e o Rapha.

Eles são muito mais que meus amigos: São meus irmãos. E quero leva-los pra vida inteira.

Amizade é o laço que todo ser humano tem que carregar consigo.

Prestes a sair da frente do mural, uma garota morena de cabelos estilo californiana passou desfilando. Nariz em pé, as mãos na cintura, sempre na mesma pose carregando um perfume suave. Eu a conhecia desde que entrei no time, líder do time, o topo da pirâmide humana: Katie Borvalock.

Jogou os cabelos acima do ombro e enclinou-se com a caneta na mão. A comissão de trás era bem linda, devo admitir. Não só chamou minha atenção, como a atenção de todos ao redor. Borvalock adora ter atenção, se a atração for o seu corpo, é aí que ela fica realizada.

- McKinley! – Ela fingiu surpresa. Forcei o sorriso. – Fará o Wolf ganhar este ano?

- E eu decepciono, Katie? – Digo com sarcasmo. Titi revirou os olhos, Rapha olhava com certo nojo, Safi e Luke ficavam olhando dos pés a cabeça. Katie deu uma risada esguiçada e foi embora.

- Piranha. – Titi disse entre dentes.

- Vai ter que engolir essa, queridinha – Soltou Rapha.

- Limpa a baba. – Safi brincou, pensei que fosse pra mim. Viro-me e vejo que  Luke é quem está hipnotizado.

Katie é linda, demos uns amassos atrás do ginásio e ficou por isso mesmo. Não sei se era meu pensamento na época, mas, Borvalock não é alguém que se deva namorar.

- Francamente, é o mais velho de nós, se impressiona numa facilidade... – Rapha revirou os olhos.

Rimos da cara de bobo dele. Luke saiu do transe e socou o braço de Raphael.

- Tenho hormônios, cara! – Justificou.

Fomos andando e debochando do cara. Mas bastou Alan e a japonesinha passar por perto que a gozação cessou. O modo bobo que fica perto da japonesa é o mesmo que acabou de ficar perto da Borvalock. Deduzindo: Luke é afim da garotinha. Porém, é meio estranho, porque ela parece uma criança entregue do japão pelo correio e ele é tipo um marmanjo que já devia estar numa faculdade. Pensando bem... Luke poderia ser considerado pedófilo? Cruzes, não Antony! Luke é legal demais para coisas tão doentias. Dias atrás, ele comentou que era afim de uma garota mais nova. E se a garotinha (que pela conversa particular demonstra interesse recíproco) corresponder, será amor. Se é amor não deve ser julgado.

Como minha fome era maior que a paciência de esperar todo mundo, fui andando. Rapha veio comigo e o resto permaneceu lá.

- Aff... Esse Alex. – Bufou Rapha.

- Que foi cara?

- Não confio muito nele...

- E por que razão?

- Sei lá, esse garoto é um mistério. – Disse abocanhando o presunto. – Odeio mistério. Se bato o olho e vejo que não presta é aí que a coisa fica interessante.

Ri da paranoia do meu amigo. Se der um enigma pro Rapha, ele resolve em dois tempos. Tão curioso que seu gato já gastou suas sete vidas.

- Está sendo injusto. Converse e vai descobrir que Alan é maneiro. – Digo defendendo Alan.

- O cara se chama Alexander e é apelidado de Alan. Suspeito. – Disse Rapha ignorando o que eu disse. – Segredos todos têm, só que certas pessoas são indiscretas.

Quando fomos olhar pro lado da ala Central, Titi mostrava o sorriso para Alan que retribuía com outro sorriso. E assim como o Luke, ela parecia bem a vontade perto dele. Vê-la assim é algo tão empolgante e ao mesmo tempo me dava medo. Porque é um estranho que está roubando seu sorriso.

- Você ainda gosta dela, Antony?

Demorei um pouco a responder, porque minha mente foi invadida por lembranças.

- Não sei...

***

POV Alan

Valentina está mais linda desde que me lembro. Posso vê-la todos os dias nas aulas, junto com os garotos. Mas quando quero pensar no seu rosto, a vejo na pouca luz da festa ou encostada na árvore seca da Colina. Toda escuridão nos aflige na curiosidade e no desejo importuno de desvendar seus mistérios, nele as coisas e as pessoas se tornam atraentes e interessantes.

Agradeço a luz do dia por me dar a oportunidade de ver o sorriso de Titi. Num ato bastante repentino, Valentina se inscreveu para fazer Jornal.

- Ué, acabou de dizer que o jornal é o ninho dos fofoqueiros. – Estranhei.

- Preciso garantir que você permaneça desse jeito. – Respondeu, dando um meio sorriso. Céus ela é encantadora! – Falando sério, eu sou a melhor nas redações. O professor de Literatura e de Filosofia sempre me elogiam. Melhor usar o meu dom para algo útil. Certo que é um jornalzinho medíocre, mas já é alguma coisa.

Gabava-se por escrever bem e o caramba, resolvi tentar uma coisa. Não sei se ela iria cair, mas eu tinha que tentar...

- Seu A- não bate meu A+, Valentina. – Estufo o peito no falso orgulho. Odeio me gabar, sinceramente, orgulho é idiotice! Ganha nada. O que eu não posso fazer alguém pode.

A garota riu com sarcasmo em protesto. E a frase seguinte foi a melhor

- Na onda de raciocínio, debate e assuntos mais críticos eu que faço parte da demanda.

Eu sorri, não de sarcasmo e sim por saber que meu plano tava funcionando.

- E nas profundezas da criatividade, da escrita de vigor, de conhecimentos gerais sabe quem manda bem nessas, não é? Não tenha medo de mim. Sei lidar com a concorrência.

As provocações atiçaram Titi a ser melhor que eu. Primeira parte do plano bem sucedida.

- Veremos o quanto é bom na outra semana. – A segurança tomou seu ser, a vontade de ganhar estampou-se no rosto dela.

Essa de ver quem é o melhor só é a desculpa para nos aproximarmos. Porque faço SD e sou colega com o Tony, e ver Titi se inscrever  foi a oportunidade perfeita.

A deixei ir com outra garota e Luke ficou conversando com a japonesa. Estava de saída quando ouvi Luke me chamar.

- Depois você abre o quarto para eu recolher minhas coisas? Pretendo voltar pro meu e não incomodar mais...

- Vai se foder, Luke. Você é amigo e não incomoda. – Respondo.

- É que sinto falta da cama, então... – Disse coçando a nuca.

- Tudo bem, acho que daqui a pouco vou pro quarto. Se bem que... Olha, eu te chamo se eu for por quarto. – Garanto. Luke assentiu agradecendo.

Fui andando até a Colina, minha parada foi a exata árvore onde conversei em particular com a Valentina. Ela é dona de uma personalidade forte e é diferente de muitas meninas. Das que eu vi desde que entrei, Titi ganha o destaque maior. Ter o jornal como aula extracurricular vai permitir que tenhamos um tempo.

Bobo apaixonado. – Ouço uma voz além. Penso ser da minha cabeça e começo a rir. – Ela ama outro... Se quer ter o coração inteiro, parta o que lhe impede de conquistar.

Quê?

Antony... Luke... Rapha... Acha que são amigos sem ter o interesse vivo? Tens hormônios. O desejo carnal toca o incrível do ser e se cria a paixão. Conquiste-a...

Conquista-la...

Mas antes elimine a concorrência.

Elimina-los...

Um por um.

Um por um!

***

POV Kaguya

A presença do Luke me fazia sentir em casa. Parece que com ele eu me solto mais. Adoro as meninas e os meninos, mas é ele que me faz sentir em casa. As meninas ficam corrigindo meu modo de falar, os meninos ficam encantados como se tudo que possuo veio de outro planeta. Luke não. Ele me olha normal, acha linda as minhas coisas e acha fofo o meu sotaque.

Talvez seja sua maturidade, já devia ser um rapaz feito, namorando numa faculdade e pensando num futuro casamento.Tá bem, exagerei. Mas por que me sinto tão a vontade perto dele?

O sorriso, a amizade, o abraço apertado, a inteligência. Ele é demais.

- Está dormindo no quarto de outras pessoas? – Luke assentiu. – Não é proibido?

- Não quando seu colega de quarto é um tremendo pé no saco e seus amigos são fodas. – Responde ele humorado. – Desculpe ter usado um palavrão . – Disse encabulado.

- Vai precisar rezar quatro Ave Maria esta noite. – Debocho. Luke deu um meio-sorriso. – Está sendo você mesmo, pare de se preocupar. – Digo devolvendo o sorriso. – Se você me aceita do jeito que sou, por que eu não aceitaria seu jeito?

Fiquei levantando os  calcanhares, uma leve mania minha, porque eu me sentia nanica perto do garoto. E ver o jeitinho sem graça das pessoas é ligeiramente fofo. Luke é fofo demais. Com todos os defeitinhos e todas as qualidades. Ele pode ser o que ele for, mas sei que posso contar com ele.

Só que meu pequeno coração pulava na sua presença, me fazendo perder o ar. Paixão? Por favor não... Ele é mais velho e com toda certeza deve chamar a atenção do povo. Sem falar que Safira deve estar caidinha por ele. Safi é linda, pode ser que Luke sinta o mesmo que ele.

Talvez o Luke me ache uma criança e que não sou dessas de namorar. Já ouvi relatos de garotas que namoraram caras mais velhos e se deram mal. Sendo fofinho desse jeito, vai conquistar qualquer uma.

- Claro que devo aceitar seu jeito. Não imagino outro jeito que se encaixe em você. – Disse Luke todo fofinho. – Tipo... Você é perfeita do jeitinho que é.

AIN DEUSES QUE MENINO FOFO!

Chega, Kaguya! Nunca terá chance com ele. Nunca!

O chato é que fiquei vermelha de vergonha. Não sei se foi pelo elogio ou por no fundo saber que Luke só me vê como sua amiga.

- Ain Luke-San. Arigatô – Junto minhas mãos no meu colo e fico esfregando o pé no concreto do chão.

Por algum motivo o abracei. Um abraço que o apertei com todas minhas forças. Ele também retribuiu o aperto e sinceramente pensei que Luke iria quebrar minha espinha. Um abraço que jamais queria sair, mas eu saí e desejei boa sorte para ele entrar no time de basquete. Alto desse jeito, entra fácil.

Me juntei com Liz e Lily como sempre. Incrível que a cada dia as coisas foram evoluindo entre nós três.

- E hoje... Ele tomou a iniciativa. – Suspirava Lily. Com a voz melosa só podia estar se referindo ao Oscar. Não é nenhum segredo que os dois se gostam, ainda mais por conta daquele beijão na Domum.

- Você acabou de dizer que o beijou! – Liz exclamou, nada discreta. Arregalei os olhos porque entrei no meio da conversa.

- Sim, depois de ter falado coisas lindas...- Suspirou outra vez.  

- É namoro!? – Soltei sem querer.

Lily deu um risinho fraco.

- Ainda não, anjinho – Respondeu enrolando uma mecha loira no dedo indicador.

- Até que não seja namoro, vou ter que te aguentar melosa. – Liz fingiu cara de nojo. De tanto conviver perto dessas doidas, duvido que algo as separe. Digo... É por serem diferentes que são amigas. De inicio achei que Lily era uma patricinha engomadinha e Liz uma valentona revoltada com o mundo. Elas me estapearam na cara e mostraram o contrário.

- Ah... Deixe de gracinha. – Pediu Lily abraçando o ombro de Liz. – Só falta você ficar com o Jace.

Liz quase engasgou com o purê de batata.

- Ele é meu amigo, e nem o conheço direito. – Disse Liz querendo cobrir o incomodo. – E não pense que não vi o climinha que você tava com o Luke, senhorita Kaguya.

Se ela quis mudar de assunto, tudo bem, eu não via problema. E daí que o assunto seria algo que não aconteceu? Poupar a Liz por hoje seria o suficiente. Lily se empolgou de imediato, dizendo o quanto KaLuke (Americanos e a mania de juntar nomes...) é fofo. Posso até dizer que cheguei a imaginar, mas só imaginar, sei que no fundo seremos amigos e nada mais que isso.

- Gente... Luke e eu não temos a chance. A começar por ele ser mais velho. Eu sei que a idade não importa, Lily. Mas em plena adolescência sim! Acha que eu não sei que muitas garotas não querem dar encima dele? Se Luke entrar no Basquete, aí sim que as chances vão por água abaixo. – Digo assim que acabaram os comentários fofos delas.

- Acabou de admitir que se pudesse poderia namorar ele. – Liz me pegou. Ela tem o raciocínio, menina esperta!

Não admiti, só adotei a possibilidade. O realismo ferra com o meu otimismo e me dá o caminho de mão única do pessimismo.

- Entenda de uma vez por todas! Luke e eu somos apenas amigos e nada vai rolar. Ele é mais velho que eu e seria estranho sair com ele. – Foi minha palavra final, tanto para as duas quanto para mim. Encarar os fatos me ajudaria e muito.

O problema é que Luke estava atrás de mim, segurando o lacinho vermelho que deve ter caído do meu cabelo. Quis me devolver, mas ele parecia estranho. Não tinha o sorriso que vi a momentos atrás e foi embora dando um simples comprimento ás garotas.Algo se prendia na minha garganta, mas nada disse. Permiti que fosse embora. As meninas me encararam tensas, o que deve estar pensando de mim neste exato momento.

Afastei minha bandeja e fiz a questão de bater minha cabeça na mesa.

- Baka! Baka! Baka!

Kaguya você é uma perfeita de uma Baka

***

POV Amora

Não sei quantos dias se passaram, só sei que tinha o testes das líderes de torcida amanhã. Minha cabeça anda tão avoada que tem momentos que esqueço de estudar pra prova. Quando Artur insistiu que eu viesse para cá, deu a ideia de que eu tivesse uma relação melhor com as pessoas. Bem, desde que entrei, vi que minha coleguinha é inocente que teve uma alucinação indesejada, as pessoas me conhecem como bad girl e me odeiam por isso, o garoto que jurei ser o mais descolado e ser meu amigo é um drogado e imbecil, e meu irmão que tanto achei que iria me apoiar foi o que mais me proporcionou a ficar no escuro.

Nesses dias de silêncio puro, percebi que fui eu quem pedi tudo isso. Ninguém luta por mim, ninguém liga. Vão comemorar se eu morrer. Mas eu não deixo abalar por causa desses babacas. Não vou jogar minha vida nas mãos deles porque sei que vou me ferrar. O melhor que posso fazer é ignorar e dizer que sou a melhor no que faço.

Miojo deve estar com as amiguinhas veteranas e isso me dá a liberdade de ouvir minhas músicas sem ninguém me incomodar. Sabe aquela música que lhe representa no momento? Parece que o cantor ou a banda dedicou ela pra sua vida ou pro momento adequado. Sei lá... Só sei que Paint It Black – Rolling Stones me resume agora. E provavelmente será a trilha sonora da minha vida.

Se o celular não estivesse com a bateria fraca, jamais teria ouvido as batidas da porta. Coloquei o celular pra carregar e fui atender sem paciência. A última gota foi só olhar pra pessoa que teve a ousadia de bater na minha porta.

Harrison Gonçalves vestia uma camisa do ACDC e um jeans escuro resgado, típico rockeiro. Antes que eu pudesse bater a porta no seu nariz, ele saltou pra dentro. Talvez soubesse do plano e resolveu evita-lo. Fazia um bom tempo que a gente não conversava, até fazíamos as lições separadas. Eu tinha raiva dele.

- Vim pra gente estudar Química, fiquei sabendo que o Cássio é rigoroso nas suas provas e vai ser foda conseguir ao menos a média. – Justifica a visita.

- Quer o prêmio como melhor atuação? – Pergunto irônica. – Qual sua verdadeira intenção, Gonçalves?

- Qualé Amora! – Bufou. – Quando vai acreditar que não fui eu? A diretora pessoalmente me inocentou e me alertou que não quer saber de drogas pelo recinto.

Eu suspirei.

- Convence-la de que estava arrependido foi o bastante, se inscreveu no teatro? As aulas extracurriculares começam amanhã!

- Se eu não me importasse não estaria aqui. – Retrucou Harry

- Como assim?

- Eu me importo, Amora.

- Engraçado que não foi você mesmo disse que havia perdido a confiança em mim?

- E perdi.

- Se sou indigna de sua confiança, por que veio? Por que se deu o trabalho de vir aqui?

- Alguém tem que tomar a iniciativa nessa relação. –Eu me calei. Do que esse garoto tá falando? – O cara que divide o quarto comigo, na semana passada voltou pro quarto e pareia abatido com alguma coisa, eu sei lá não entrei em detalhes. Mas me disse algo que é verdade: Certas coisas não vão ser do seu modo. Apesar dele ser um bobalhão, tem certa razão. Pensei que você viria correndo me pedir desculpas. Demorou pra perceber que seria diferente do que eu ansiava. Eu quis vir para provar que nem sempre sou o vândalo que ronda pelos corredores.

Provar? Pensei que ele fosse muito menos que isso. Do tipo... Que se lasque o mundo, eu sou o maior que todos nesta merda.

- Deveria ter dito: Foda-se essa garota, ela não faz diferença. O pior é que você faz e fez muita diferença no dia que mostrou indiferente de ter minha confiança ou não. Droga, eu me importo. Gostava daquele tempo em que falávamos mal dos babacas e pouco ligávamos pra aquilo... Claro, daquele momento na festa.

Tudo foi bom naquela festa, eu não queria esquecer mas queria esquecer. Harry começou a agir como babaca depois daquela madrugada. E veio o lance da Miojo e do McKinley, tive dúvidas. Se não demonstrava segurança na devida inocência como eu iria crer?

- Você se preocupou comigo pela última vez... Te vi sorrindo pela última vez. – Disse ainda de costas pra mim. Parecia ser a última conversa. Como se fossemos morrer depois disso. – Tive de vir aqui para reconquistar sua confiança, não sei que feitiço jogou contra mim, mas está na hora de encarar as consequências. O beijo, as mãos entrelaçadas... Acha que não senti nada?

- Sinceramente... Acho. – Respondo. Harry finalmente se vira, com as sobrancelhas erguidas. – Fica assim porquê quer atenção. Sabe que não caio fácil na sua lábia. Quantas vezes flagrei você beijando outra? Agora vem com essa bancando o fofo. Na boa, vai tomar no cu!

A vontade é de expulsa-lo e chorar. Chorar porque eu senti algo naquela festa e ele estragou tudo. Garotos são insensíveis! Mas fiquei o encarando com desprezo, que fosse por vontade própria. Repleto de frustração e certeza de que foi o babaca desde o início.

- Você também quer atenção. Mais que qualquer pessoa neste internato. Brigada com o irmão, sem amigos, os professores têm ódio de nós. Aperta o botão do foda-se pra ficar na zona de conforto. Tenho péssimas notícias á você: Precisa dessas pessoas. A outra parte é que eles esperem que mude de virtude, mas é orgulhosa e amargurada demais pra isso. Estamos no mesmo barco, Amora. Desde o primeiro dia. Desde o dia da lasanha na Miojo. Desde o dia que arrombei a porta do quarto.

Segurei as lágrimas com todas as forças, não queria que elas caíssem. A aparência do Harry borrou. Minha luta continuava. Se eu me olhasse no espelho daria a notar a força de impedir o choro. Por que ele não atravessa a porta duma vez?

- Vai ser difícil confiar em você...  – Suspiro. A voz saiu embargada. Merda.

- Eu sei, o mesmo vale pra ti. – Respondeu se aproximando. Recuei o suficiente pra ele permanecer na distância anterior. – O problema é que eu gosto de você, tanto como amiga quanto pra pretendente. E com toda minha franqueza, quero reconquista-la sendo eu mesmo.

- Um galinha metido a bad boy? Não, obrigada. – Respondo cerrando os pulsos. – Já nos custa o bastante. O vândalo e a encrenqueira. Não serei o casalzinho perfeito que todos desejam.

- Vou repetir: Quero reconquista-la sendo eu mesmo. – Eu respondi que ele nem se quer me conquistou. – Eu tinha sua confiança. E você a minha.

Eu não acreditei naquele cretino.

- Como se gosta alguém que não se confia?

Harry calou-se e eu também. Engoli o choro e a impulsividade do meu punho voar no nariz do Harry. Ele entreabriu a boca, ainda pensando na resposta.

- Eu não sei. É que diante das circunstâncias, sei que estou gostando da garota irreverente. A garota que me deixou desejando mais beijos. Pois então, se prepare Amora. O céu pode cair, o inferno pode subir, eu vou te conquistar.

Uma troca de olhares e o arrepio subiu por toda a espinha. Quando se aproximou, imaginei um beijo e como recusa-lo. Harry bateu a porta e foi-se. A ideia era gastar as lágrimas ali, Kaguya passou tagarelando como sempre e eu saí do quarto deixando-a no vácuo. Atravessei toda a ala masculina até o quarto de meu irmão, que me recebeu om desdém. Foi quando soltei as lágrimas e ele largou a postura a vir no meu apoio.

Abracei Artur, o único que me ama pelo o que sou.


Notas Finais


Gostaram? Odiaram? Comentem o que acharam!
Muitos amores, confusões e futuros conflitos!
Espero que tenham gostado e até a próxima vadias!
BEIJOS DA TIA CLARA


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