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História Intimamente Emma - A fuga


Escrita por: WoundedBeast

Notas do Autor


Olá, amigas leitoras.

Estamos de volta com Intimamente e a sequencia do último capítulo. Como algumas de vocês já perceberam a fanfic ganhou uma capa nova e por uma boa razão, essa semana IE está completando um ano. Além da nova artwork eu pretendo trazer mais um capítulo essa semana, e vamos ver se tudo dá certo.

Façam uma boa leitura.

Capítulo 31 - A fuga



Enquanto Ingrid gemia na cama, Daniel apertava firme uma toalha de banho na cintura. Ele deixou o banheiro após um banho escaldante de meia hora, mas seu fígado ainda reclamava do tanto que havia consumido. Saiu da suíte tendo uma bonita visão se espreguiçando feito gato sobre a cama e seus lençóis. Ela parou de bruços e virou o rosto por cima do ombro.

— Até que enfim terminou esse banho. — disse ela, sorrindo de maneira provocante. — Ainda há pouco sua empregada me encontrou e saiu correndo. Não ouviu o grito?

Daniel recolheu suas roupas e as dela do chão.

— Acho que ouvi alguma coisa. — ele a olhou. — Depois faço com ela.

— Tinha de ver a cara que ela fez. — Ingrid soltou uma gargalhada vulgar, ainda estava bêbada e dormiria mais um pouco se deixasse seu desejo sexual um pouco de lado. Via Daniel se vestindo e resmungou quando ele pôs as calças. — Devia buscar o café da manhã e voltar para cá, querido.

— Não, eu prefiro tomar café lá em baixo na mesa. Você quer vir comigo? — Daniel vestiu uma camisa e abotoou a mesma sem pressa. Continuava olhando para ela que, cheia de poses, tentava chama-lo para os lençóis de qualquer jeito.

— Você não está sendo um cavalheiro. Onde está a sua educação? Não foi esse o Daniel que eu conheci.

Ele andou até ela, ajoelhou ao lado da cama.

— Aceitaria os seus convites para voltar a cama com você se meu fígado não estivesse pedindo socorro. Suponho que o seu também esteja precisando de algumas doses de café forte.

Ela fez um biquinho para ele.

— Bobinho, você não me conhece. Levo horas para me recuperar, não há café que ajude. Meu corpo trabalhou muito essa noite.

— Eu sei. Quer dormir mais um pouco? Daqui uma hora eu subo com uma refeição.

Ingrid bocejou, dizendo desleixadamente:

— Está bem. — Ela viu Daniel puxar o lençol para cima de seu corpo. Ele lhe deu uma carícia firme sobre suas nádegas antes de se levantar. — Sabia que você ainda é um tigre na cama? — perguntou sem se preocupar se ele ficaria acanhado ou não, provocante.

Daniel sorriu.

— Nunca deixei de ser.

Ele jogou um beijo para Ingrid, se virou e saiu.

. . .

Três horas mais tarde, Ingrid despertou com o cheiro do chá inundando suas narinas. Abriu os olhos para uma bandeja de frutas, pães e a bebida quente, mas Daniel não estava ali ao seu lado na cama. Ele veio mais tarde quando ela se levantou e cambaleou, sentindo o quarto escurecer. Apertou o braço no dele e fechou os olhos, tentando se recompor.

— Minha nossa, que dor de cabeça infernal.

— O chá deve ajudar logo. Estava tudo do seu agrado? — perguntou, ajudando-a a se sentar. Foi rápido dando-lhe seu vestido, calcinha, sutiã e sapatos.

— Com certeza melhor do que as comidas que Mary Margaret prepara. — ela respondeu, colocando as peças íntimas no corpo.

— Quem é Mary Margaret? — ele ajudava com a roupa dela.

— Minha cunhada, um amor de pessoa. — disse ela, claramente debochando.

Daniel parou para pensar.

— Seu pai ainda está vivo?

— Não. — Era melhor ela se calar antes que contasse coisas que Daniel não devia saber. Ainda que com a mente confusa, Ingrid se policiou para mudar de assunto. — Que horas são agora?

— Onze e quinze da manhã.

— Já? — espantou-se ela. — Eu não devia ter dormido tanto.

— Por quê? Tem algo para fazer?

— É, tenho uma coisa para fazer. — Terminou de se vestir enfim. — Passar no hotel, tomar um banho e resolver uns assuntos. Imagina que marquei com seu advogado hoje, tenho que estar bem até a hora do encontro.

Daniel se dera conta do que ela andava fazendo para se sustentar e não gostava nem um pouco daquilo. Por mais promiscua que Ingrid pudesse ser, esse comportamento não fazia parte dos princípios dele. Sua cara feia para ela entregava suas conclusões.

— Eu convidaria você para tomar banho aqui, passar o dia, me acompanhar no almoço, mas já que tem coisas mais importante com que se preocupar, não quero atrapalhar. — disse ele se pondo de pé. Olhou para ela novamente, achando que Ingrid estava com uma aparência horrível; cabelos amassados, traços de maquiagem ainda na pele e cheiro de álcool. O odor de bebida, a propósito, o deixava enjoado.

— Daniel, querido, não vamos brigar por ciúmes. — A loira estendeu as mãos para alcançar o rosto mal humorado dele. — Você não fica tão bonito com essa cara de mal. Vamos, animo. — Bateu nas bochechas dele com carinho disfarçado.

— Vamos marcar um jantar decente dessa vez.

— Ah, claro, vamos fazer algo mais agradável e quem sabe você me perdoa pelo meu erro grotesco. — respondeu Ingrid. — Quer saber de uma coisa? Eu já o perdoei por ter me trocado pela Rainha Má. Por isso mesmo fique tranquilo que não vou contar nada de nós para ela.

Ele segurou o pulso dela e brevemente observando a audácia por trás de seus olhos azuis, desejou que a noite passada nunca tivesse acontecido.

Ingrid procurou um pedaço de papel, encontrando um bloco ao lado do telefone da casa quando desceu ao Hall. Escreveu o número do Hotel Hooper e entregou a Daniel.

— Tenho certeza de que ainda temos muitas coisas para conversar. Sugiro que da próxima vez não me pague bebida alguma. — Ela o confrontou uma última vez com os olhos, pedindo mentalmente para ele implorar que ela viesse viver naquela mansão com ele. Daniel só pensava na Ingrid do passado e o quão diferente a do presente era da jovem garçonete inocente que conheceu um dia.

— Certamente não farei isso.

Ela deu as costas de repente, e saiu andando pelo corredor, deixando Daniel. Abriu a porta por conta própria e se foi sem se desculpar pela bagunça no atelier. O pintor ficou algum tempo remoendo o que queria dizer a ela, além do mais ela estava viva, esteve em sua cama e lhe contou coisas sobre o passado. Sóbrio ele se dera conta do que tinha acabado de fazer. Cometeu um erro levando ela para a mansão. Mas como quem não tem nada a perder, ele não se sentia tão culpado.

. . .

Na rua, Ingrid fez uma visita até a casa na esquina oposta. Nada além de silêncio e vento batendo nas plantas do jardim frontal. Ela não podia entrar. Ficou olhando a casa envelhecida por muito tempo ignorando os vizinhos que passaram por ela na calçada e cochicharam alguma coisa inaudível. Minutos depois, ou talvez meia hora, ou tempo suficiente para o sol queimar a pele dos seus ombros, ela voltou a andar, abandonando a ideia de bater à porta da filha e falar com ela. Será que teria coragem pra contar a verdade? Ela estava secretamente amedrontada com a verdade tão próxima de Emma como percebia acontecer. Coincidências ocorriam o tempo todo, só que a coincidência que Ingrid escondia nunca lhe pegou tão desprevenida. Ainda tinha Regina. Por que demônios ela estava envolvida com Emma? Ingrid desejou estar delirando quando entrou na casa e viu a filha se atracando no corpo da mulher de Daniel, mas não estava delirando para seu desgosto. O pouquinho de piedade que sentia da filha fez seu coração se apertar. Ela foi embora de Blue Hill esfregando o lado esquerdo do peito, como nunca, aflita.




Já havia anoitecido quando Emma acordou de uma vez. Via a luz de um poste na rua entrando pela banda aberta da sacada, e isso a assustou subitamente. Ligou o abajur ao lado dela na cômoda e viu as horas no relógio. Quase seis e quarenta e cinco. Bem rápido ela tirou o lençol de cima do corpo, levantou e correu até o andar de baixo no mais absoluto breu. Como conhecia bem a casa não tinha medo do clima sombrio e da falta de luz, só desceu e se encontrou com a mesma escuridão nos outros cômodos. Regina não estava em casa.

— Regina? — perguntou uma vez.

Não teve resposta.

Emma viu suas coisas sobre a mesa na sala de jantar, o notebook fechado, indícios de que a escritora saiu enquanto ela ainda dormia. Coisa estranha pois uma não saía sem que a outra soubesse. Estalando o nó dos dedos de ansiedade, Emma voltou para a sala e esperou. Não foi preciso muito tempo para ela escutar um barulho de ferro e ouvir a chave na fechadura. Era Regina de volta, tão tensa que mal encostou o fecho da porta para vir falar com a moça.

— Emma — veio ela, surgindo da entrada, ofegante, cansada. — Arrume uma mala, depressa. Temos que viajar agora.

Emma ficou de pé e olhou para Regina completamente alheia ao que ouviu.

— O que disse?

Regina largou o molho de chaves sobre um móvel e veio até Emma a puxando pela mão até as escadas.

— Quero que arrume uma mala, escolha suas melhores roupas e coisas que precisar muito. Vamos viajar.

— Quê?! Não tô entendendo nada.

A sra. Mills precisava dar uma explicação, senão Emma desconfiaria e seu plano acabaria por água abaixo.

— Olha, me escuta, eu estou com um mal pressentimento sobre Daniel e o divórcio. Enquanto estiver morando aqui ele vai se recusar a assinar os papéis. Vamos viajar, dar um tempo da cidade e quando ele se der conta de que não tem outra escolha, já estaremos livres para ir ainda mais longe.

Emma foi envolvida por uma nuvem de esperança. A ideia de Regina era perfeita, elas iriam embora, ficariam escondidas em um lugar a milhas de Mary Way e ela nunca mais teria que ver ninguém que tenha morado ou passado por ali. A combustão de ânimo fez ela esquecer de tudo, só quis aceitar a ideia maluca da mulher mais velha e sair correndo com ela para a aventura. A moça assentiu eufórica. Suas mãos ficaram molhadas de adrenalina, e ela subiu para arrumar suas coisas. Pegou uma bagagem pequena, enfiando as poucas roupas que tinha, e jogou todos os objetos sobre a penteadeira no meio, fechando a mala quase entupida de tanta coisa para o tamanho. Ficou pesada. Regina pegou suas coisas e trancou a mala, levando-a junto a de Emma. Depositou tudo no bagageiro do fusca e voltou. A moça desceu as escadas com uma cara pouco amigável, desconfiada, porém muito mais preocupada.

— Preciso avisar o meu tio. — disse.

— Emma, não podemos falar com ninguém agora. Você poderá ligar para ele quando chegarmos em Boston.

— Nós vamos para Boston?

— Sim, a princípio ficaremos lá.

— É muito longe daqui. — Emma sentiu medo. Correu um dedo pela corrente no pescoço, tristonha.

Mills se aproximou e a abraçou.

— Não era isso que você desejava? Ir para longe comigo? — falou com carinho.

Emma fez que sim.

— Eu só...

— Quer deixar seu tio avisado, eu sei, meu amor, mas podemos fazer isso depois. Prometo que quando chegarmos lá, o quanto antes ligamos para ele.

Iludida e sem se dar conta do que de fato acontecia, Emma aceitou ir embora com Regina. Ela apagou tudo, trancou a casa toda e deixou a chave embaixo do tapete de Boas Vindas na entrada. Observou a casa, acreditando que aquela seria a última vez que veria o lugar, se despedindo de uma forma bastante comovente. A moça se distanciou da entrada, descendo as escadas de costas, passo após passo.

Regina a esperava do lado de fora, vendo ela de dentro do carro. Ela notou que os olhos da moça se encheram de lágrimas. Se despedir de algo que fez parte de sua vida por tantos anos era difícil, ela sabia o quanto, também teve essa sensação quando foi embora de São Francisco e Nova York. Contudo, para Emma as coisas eram mais profundas e pessoais, Regina devia ter lembrado disso quando veio busca-la. A amava muito e partia seu coração vê-la sofrer por qualquer motivo, mas prometeu que iria protege-la e não havia espaço para o fracasso em seu plano de fuga.

Emma entrou no carro e elas deixaram a casa para trás. Passaram pelas ruas do centro, pela orla onde Emma olhou para a floricultura e o sobrado dos tios. Passaram pela placa de boas vindas da cidade, o comércio ao redor, o bosque nos limites do município e ganharam a estrada. Regina acelerou, buscando a mão da jovem para segurar firme, lhe dando segurança. Não disse nada, ficou muito quieta. Por quase uma hora ela não abriu a boca. Tudo era um breu ao redor na estrada, mal se via a lua e mal se via seu reflexo no espelho do retrovisor. Hora ou outra segurava na mão de Regina e apertava, e foi numa dessas que ela desconfiou da mulher.

— Pare o carro. — pediu.

Regina olhou para ela de relance.

— Pare o carro! — Emma disse outra vez.

— Emma, o que...

— Pare agora ou eu me atiro. — a mão dela segurou a maçaneta de metal na porta do fusca. Regina viu o que ela fazia e encostou o carro fora da pista na mesma hora. Freou bruscamente, fitando a moça.

— O que foi isso, Emma?

Regina não viu, mas Emma tremia.

— Por que está mentindo para mim? — a moça perguntou olhando-a de soslaio.

— Emma não podemos ficar paradas aqui, é perigoso e...

— Por que está mentindo? — a voz saiu mais aguda que o normal. — O que você está escondendo de mim?

— Emma.

— Responde, o que está fazendo comigo? — Emma não conseguia olhar para a mulher. Desconfiada, só ia se virar se ela respondesse. Era tão acostumada a ouvir mentiras que mesmo para o seu bem não deixaria mais uma escapar.

— É... É... — Regina a olhava com espanto sem saber o que dizer.

— Eu sinto cheiro de mentira de longe. Você vai me contar o que está fazendo ou não vai?

A sra. Mills fazia que não.

— Querida, eu não posso, não agora.

— Não vou a lugar algum sem que me explique o que está acontecendo.

Regina fechou os olhos e os abriu depressa sem alternativa. Se debruçou no volante e tentou pensar.

— Querida — Pôs a mão na testa enquanto olhava a expressão atordoada de Emma. — É para o seu próprio bem.

A moça finalmente a fitou.

— Então estava mesmo tentando me enganar?

— Desculpe, Emma, eu não queria que se aborrecesse.

— E mentindo você não acha que está fazendo isso?

— Vamos conversar em um lugar melhor, está bem?

Emma queria fazer inúmeras perguntas e ter a mesma quantidade de respostas, mas justa nessa hora Regina deu a partida e voltou a estrada. Levou cinco minutos até pararem há alguns metros num recuo de cascalhos no chão. Tinham chegado a um Motel. A moça viu a placa pela janela e riu com ironia, odiando a possível ideia da escritora.

— Você só pode estar brincando.

— Foi o melhor que encontrei. Estamos a cem quilômetros de Mary Way Village e as cidades vizinhas, vamos levar no mínimo mais cem até a cidade mais próxima então o que nos resta é esse lugar. — Regina desceu do carro, dando liberdade para Emma fazer o mesmo. A moça a seguiu a passos pesados, alcançando-a antes de entrarem.

— Eu não entro sem que me explique o que está acontecendo. — Emma parou a mulher. — Que tipo de jogo é esse em que está me enfiando? Eu exijo que me explique. E, ah! Onde a senhora estava para ter voltado com essa vontade toda de fugir? O que disseram pra você, Regina? Eu não sou tola e eu sei que você está me escondendo algo.

A mulher respirou fundo, levando a mão aos lábios de Emma sem força.

— Fale baixo. Eu vou explicar tudo se você tiver paciência. — disparou para ela, e Emma sentiu o impacto da voz de Regina em seus ombros. Mills passou por ela e entrou na recepção do modesto Motel, pedindo um quarto para uma noite. Voltou dois minutos depois com uma chave, e o recepcionista buscou a bagagem delas no carro.

Uma chuva fininha começou a cair quando Emma se conformou em esperar. Subiu um lance de escadas para um dos quartos no segundo andar. Depois que Regina checou se tudo estava seguro, ela dispensou o homem e trancou as duas. Emma se sentara na cama de casal decididamente assustada, convicta de que algo não estava certo.

— Acho que é agora que você começa a falar.

Regina olhava para ela da porta. Não quis em momento algum contar sobre Ingrid Swan, o que Belle supunha e outros detalhes esquisitos que envolviam diretamente a moça. Subestimou Emma ao dizer que iam viajar por uns tempos por causa de Daniel, sem refletir se a jovem não desconfiaria. Devia ter pensado melhor quando buscou Emma e inventou qualquer problema com o marido. Era tão óbvio que ela fosse se questionar e perceber a insegurança de Regina. Não foi inteligente, e se sentia mais que envergonhada por conta disso. Seguiu até a janela do lado e ali ficou com os olhos fixos no vidro começando a ser lavado de chuva.

— Primeiro, eu preciso que entenda que pensei em sair da cidade com você para o seu bem. Foi de repente, uma sensação de que devia fazer isso assim que eu soube o que aconteceu.

— O que aconteceu? — Emma perguntou com receio da resposta.

Regina a mirou e contou:

— Sua mãe voltou para Mary Way Village.

“Então era isso.” Pensou a moça, recebendo um golpe silencioso.

— Belle me contou que sua mãe voltou há algumas semanas e está pretendendo conversar com você. Provavelmente ela quer voltar a morar na sua casa, pois não tem para onde ir. Belle acha que sua mãe vai inventar uma história muito convincente para você aceita-la de novo.

— Minha mãe... De volta... — Emma prendeu os lábios. — A Belle? Como ela soube?

— Ela andou ouvindo um boato. Muita gente sabia, menos nós duas.

— Agora faz sentido — Emma se levantou atordoada. — O Archie sabia, por isso quis me dispensar do Hotel. Archie está ajudando a Ingrid. — Ela começou a zanzar pelo quarto, olhos fechados, a cabeça fervilhando teorias loucas sobre a mãe. — Meu tio. Céus, Regina, meu tio estava mentindo para mim, ele também sabia. Eu entendo agora, era por isso que ele andava agindo de forma tão estranha comigo. — Emma colocou uma mão sobre a testa, sentindo-se traída por todo mundo.

— Não creio que seu tio tenha escondido de você por maldade. — disse Mills.

— Ele pode querer me proteger, é muito bonito da parte dele, mas me sinto tratada como uma criança. Todo mundo me trata como se eu fosse uma criança. — Emma franzia a testa, tentando externar. — Você é outra que está fazendo a mesma coisa comigo, não é? Eu queria ir embora daquela cidade, eu ainda quero, mas assim, desse jeito como se eu não tivesse a capacidade de enfrentar os meus problemas é ridículo. Não tenho intenção nenhuma de ver a Ingrid, não quero falar com ela, assim como também não quero que ela pense que sou uma menina refém de tudo o que ela fez. Eu não tenho medo dela você consegue compreender o que eu falo?

Regina se aproximou da moça.

— Eu entendo, é claro que entendo. Me perdoe se te tratei da forma errada fazendo você vir correndo comigo para longe, eu não pensei direito. — tocou no rosto dela, procurando consertar a discussão. — Belle me aconselhou a sair da cidade com você por medo de que ocorresse uma briga. Ela parece conhecer a sua mãe de um outro jeito.

Emma ergueu o olhar para a mulher de súbito.

— Será que a Belle sabe de alguma coisa?

— Ao que parece sim. Ela estava com medo das suas reações caso você e Ingrid conversassem.

— Ela não disse do que se tratava? Ela viu a minha mãe? Falou com ela?

— Não sei, Emma. Sua mãe está na cidade, é isso que ela me disse e pediu para sairmos de lá por uns tempos antes que vocês se encontrassem e tivessem uma discussão.

A moça se virou e coçou a testa.

— Pois agora eu quero voltar e falar pessoalmente com a Ingrid.

Regina deu um grande suspiro insatisfeito.

— Emma, não é bom mudar de ideia.

— Vou ser breve. Se a Ingrid tem alguma coisa pra falar, ela vai falar na minha cara. Nenhuma história dela vai me convencer. Nem que ela apele com a mais suja das mentiras eu vou perdoar. Quero ter o prazer de dizer tudo o que nunca tive coragem de dizer para ela. — Emma tornou a ver Regina.

Regina assistiu os olhos de Emma brilharem como fogo, devia estar com muita raiva da mãe. Sem querer, sua atitude de levá-la para longe acabou impulsionando a moça a enfrentar Ingrid. Mills engoliu em seco.

— Então teremos que voltar. — disse, desapontada.

Emma pediu perdão com a expressão do rosto.

— Por favor, tenho que falar com ela. Não estou desistindo de ir embora com você, nem desistindo dos nossos planos, eu só preciso me resolver com a Ingrid de uma vez por todas. Quero ir com a consciência limpa além de provar para mim mesma que não sou nenhuma menina medrosa. Preciso que me ajude, me apoie, porque sem você não há motivos para querer ser alguém mais forte.

Quando acabou, Emma encontrou a mão de Regina, entrelaçando os dedos de ambas. O rosto dela se suavizou um pouco quando se olharam de perto. A sra. Mills aceitou o beijo com emergência. Se entenderam naquele instante em que as línguas se enrolavam dentro de sua boca e exigiam mais que um simples beijo.

— Nunca deixaria de ajuda-la. — Regina falou baixinho, ainda grudada ao rosto de Emma.

— Sofri muito esperando alguém que eu nem conhecia. Eu pensava que era minha mãe, mas era você com um amor completamente diferente para me dar, por isso resisti até agora. — Emma falou, deixando beijos fracos pela face da mulher. — Eu te perdoo por essa maluquice de hoje se quer saber.

— Acho que me sinto da mesma forma. — disse Regina, descansando os braços no corpo da moça. — Vamos acabar com os nossos problemas da maneira certa.


Notas Finais


Está bem evidente que Daniel não gosta do comportamento de Ingrid, embora se sinta atraído por ela. A promiscuidade de Ingrid tinha um único intuito de conseguir manter o vício dela em bebidas, mas parece que ela anda lucrando mais coisas.
Emma e Regina terão a primeira impressão de Ingrid no seguimento desse capítulo, em uma circunstância bastante curiosa.

Hoje o meu beijo especial vai para o pessoal do Twitter. Muito obrigada, pelo carinho de quem fala comigo por lá.

Espero que tenha agradado. Nos vemos no próximo quando vocês menos esperarem. Fiquem bem.


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