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História Into The Woods - Harmione (Harry e Hermione) - Reencontros e Decisões


Escrita por: Kathy_Lyn

Notas do Autor


Olá amores. Boa noite! Como estão? Espero que bem!
Venho a agradecer a cada um de vocês por favoritar e comentar na fic. Amo o apoio de cada um! Espero poder retribuir sempre com imenso carinho.
Deixo mais esse capítulo e espero que curtam muito.
Beijos grandes e boa leitura :-*^_^

Capítulo 2 - Reencontros e Decisões


O Ministério se encontrava estranhamente tranquilo naquela tarde. A movimentação costumava ser exagerada, já que todas as pendências do mundo bruxo no País, eram diretamente tratadas ali.

Hermione virou-se, instintivamente, olhando a sua volta, para logo deparar-se com seu amigo, saindo da sala que compartilhavam.

-Mih, Aşkım! Hoş geldiniz! - Cumprimentou-a, depositando um beijo apertado em suas bochechas.

-Obrigada, Sinan! Como vai?

-Muito bem. E a senhorita? O que se passou ontem? Está doente? - Indagou, num semblante preocupado.

-Estou bem, Sinan, não se preocupe! Como estão as coisas por aqui?

O amigo sorriu, simpático, inciando um relato das poucas novidades que obtiveram no Ministério, desde o dia anterior. No entanto, Hermione nada escutou. Antes de adentrar sua sala, avistou um jovem parado no corredor, apoiado na parede, de braços cruzados. Ele parecia expressar um meio sorriso zombeteiro. "Ah… Merlin!", ele estava tão diferente… Mais forte, expressão mais rude. Cabelos bem aparados e penteados. Já não usava os óculos redondos que era acostumada a ver sobre seus expressivos olhos esmeraldas. "O que ele faz aqui?", alçou a sobrancelha, intrigada. E ele aproximou-se.

-Hermione…

-Boa tarde… Potter!

A voz dela soou fundo no coração do moreno. Havia um bom tempo que não a escutava. Soava um pouco diferente. Talvez mais rouca, talvez mais firme. Mas, sem dúvidas, ainda era a voz de sua melhor amiga.

Fitou-a com o cenho franzido. Sua expressão havia perdido um bocado daqueles traços meigos que ela tinha. Agora era mais madura e, todavia, mais determinada. Cabelos claros, longos, formosamente delineados até a cintura. Não parecia fazer diferença entre a Hermione de cinco anos atrás e a de agora, com excessão de sua postura que era um tanto mais profissional. Harry sorriu, observando como ela o mirava com um olhar alto e inquiridor.

-Boa tarde, Mione! Finalmente nos encontramos…

-Sinan, pode levar esses informes ao Emin? Conversarei com o senhor Potter - Ela anunciou perante o olhar inquietante de seu companheiro. O rapaz assentiu, meio a contra gosto.

-Claro, Aşkım! - Recolheu uma pasta com pergaminhos de suas mãos, deixando-os a sós.

-Entre… Aqui não temos o costume de permanecer parado debaixo do umbral.

Ele alçou a sobrancelha, acompanhando-a no ato de entrar na sala. Era bastante espaçosa, organizada e aconchegante. O Ministério Turco ocupava longos terrenos defronte ao estreito mar de Boğası. As grandes janelas das salas, permitiam uma vista espetacular daquele cenário azulado, tão poderoso.

Ela lhe ofereceu uma cadeira, puxando a sua própria e sentando-se detrás da escrivaninha. Harry sentou-se, imaginando se deveria abordar logo o assunto do qual viera tratar ou se adentrava em questões pessoais. A atitude meio ríspida dela, o preocupou. De todas as formas, haviam passado anos sem comunicação.

-Hermione…

-Sinan me disse que você necessita de alguns dados sobre um assassino que tem atormentado Londres… - Cortou-o, sem o mínimo sinal de que o deixaria tocar nos assuntos pessoais.

-Assim é - Confirmou, desconcertado - Você deve ter tido conhecimento do que se trata…

-Na verdade eu só soube ontem quando ele me disse que você havia vindo. Não estava por dentro de nada disso - Harry franziu o cenho outra vez - Mas eu estive lendo os jornais hoje de manhã.

-Bom, como Chefe do Departamento de Aurores, eu estou no comando das investigações desse caso. O chamamos de operação "The Woods".

-Por causa do bosque, suponho…

-Sim. O assassino começou a atacar cerca de seis meses atrás. No primeiro mês foram registrados apenas dois casos. Duas mulheres mortas com um encantamento que as fizeram sangrar até a morte. Na verdade, ele sempre utiliza esse mesmo feitiço para matar. Como a maioria dos serial killers, ele começou matando devagar e escolhendo bem as suas vítimas. Mas com o passar do tempo, foi ficando cada vez mais frequente. Nos últimos quarenta dias, confirmamos quatro homicídios por meio dele.

-Está intensificando, como é de costume…

-Isso mesmo. Depois que as mata, ele deixa as vítimas no Bosque de Black Dam, amarradas à uma árvore, com um bilhete indicando quem será sua próxima vítima. Obviamente, no começo, isso não acontecia. Mas depois de vários casos, onde nos demos conta que estávamos lidando com um assassino em série, ele começou a deixar esses bilhetes e, inclusive, os assina com um suposto nome.

-Que sádico! - Ela murmurou, perplexa - E vocês não têm nenhuma pista sobre quem possa ser?

-Todavia não. Mas nenhum crime é perfeito, dizem… Esse ditado parece correto. Quando retiramos o corpo da última vítima, encontramos isso bem ao lado - Retirou um pacotinho plástico de dentro do bolso do casaco, jogando-o sobre a mesa. Hermione aproximou-se e olhou o conteúdo, sem tocá-lo. Havia um molho de chaves e um chaveiro decorativo.

-Çeşme? Então o assassino esteve aqui…

-Talvez ele seja daqui - Harry palpitou, dando de ombros - Sabe me dizer onde fica esse lugar?

Hermione recolheu o chaveiro e o olhou bem. Havia a fotografia de uma paisagem, como um anúncio.

-Temiz Sular. É uma das maiores pousadas de Çeşme. Eles vendem muitos produtos com anúncios decorativos.

-Eu sei que pode parecer pouco para se iniciar uma investigação, mas… Não temos absolutamente nada em mãos.

-Harry… - Ela meneou a cabeça, compreendendo onde ele chegaria.

-Eu só preciso que você verifique para mim, Hermione. Apenas que verifique se algum Turco mudou-se nesses últimos anos para a Inglaterra. Kingsley me disse que deve constar nos registros de transferência do Ministério, que cada bruxo precisa fazer quando vai mudar de um país para o outro. Ou algum Inglês que tenha viajado para cá.

-Mas não são dados que eu tenha acesso, Harry! - Explicou com obviedade - São dados que estão sob responsabilidade do Departamento de Relações Exteriores. Você sabe…

-Eu sei - Ele suspirou alto, meio entristecido - Mas não há nada que você possa fazer para me ajudar? Alguma influência sobre o chefe de relações internacionais?

Hermione virou o olhar para a janela defronte sua e alisou os cabelos, pensativa. Harry não evitou fitá-la naquele instante. Ela estava tão madura, tão mulher… A última vez que a vira, quase seis anos antes, ainda guardava o semblante de menina. De fato, não havia mudado muito, mas estava tão linda que era impossível deixar de olhar. Pigarreou, após alguns longos segundos de silêncio.

-Você não respondeu minhas cartas... - Iniciou, agora sim com a intenção de não deixá-la fugir do pessoal - Eu te enviei umas quatro…

-Desculpa, não tive tempo de lê-las - Contestou simplesmente, sem olhá-lo. Harry encurvou os lábios.

-Está chateada comigo, Mione?

-Por que eu estaria? - Finalmente virou-se para ele, sem demonstrar comoção.

-Bom… Não parece com minha amiga ficar fugindo do Harry - Brincou.

-Fugindo? - Indagou com calma, talvez ainda muito distraída.

-Eu estive aqui ontem e você não me recebeu - Explicou.

-Eu não estava! Não pude vir…

-Seu parceiro me disse que você não costuma faltar. Não faltou para não ter que se encontrar comigo, verdade? - Ela fitou-o com um olhar fatal, quase fazendo-o recuar.

-Estava doente, seu idiota! - Bravejou. Harry notou seu semblante cansado e imaginou que ela somente não gritara para manter a compostura. Alçou as mãos em sinal de paz.

-Calma, Mione. Eu só estava brincando - Defendeu-se. A moça fechou os olhos e ocultou o rosto entre as mãos, fastidiada - Não quer tomar um café? Talvez possamos conversar melhor…

Longe do Ministério da Magia Turco, numa lanchonete trouxa à beira mar, Hermione sentiu-se relaxar um bocado. Tirou o gorro de lã da cabeça e deixou com que a brisa fresca lambesse seu rosto. As suaves ondas batiam na orla, ressonando como uma música tranquilizante. O sol acabava de se pôr, muito exuberante no horizonte.

-Quando você deixou de tomar café?

Hermione fitou seu copinho com türk çayi e deu de ombros. Nunca havia gostado muito do café. Mas Harry sabia que ela também não era fã do chá preto.

-O café daqui não é muito bom - Contestou simplesmente - Como está a Gina?

Harry abaixou o olhar e estreitou os lábios.

-Suponho que bem. Não a vejo há algumas semanas - Hermione pensou perguntar os motivos, mas conteve-se. Agarrou seu copo de chá e tomou um gole - Não estamos mais juntos - Ele contou, segundos depois.

-Ah… Desculpe. Não queria ser indiscreta.

-Sem problemas. Coisas da vida, não é? - Sorriu com melancolia - Fiquei sabendo que você e Ron também estão separados…

-Uhum - Foi apenas o que ela sibilou, pensativa.

Harry começou um breve cutucar na mesa, com as pontas dos dedos, inquieto. Teve vontade de aprofundar-se naquele assunto, saber o motivo de seus amigos estarem se separando. No entanto, teve receio de perguntar, mesmo aquele assunto tendo remetido-o à lembranças do passado.

-Desculpe ter pedido que nos afastássemos, Mione - Começou, minutos mais tarde. A penumbra da noite já caíra, lindamente. Hermione voltou a fitar os seus olhos verdes - Não deveriamos ter feito aquilo… Não precisava de tanto.

-Sim, deveríamos, Harry. Eu compreendi o que se passou. Não se preocupe, não estou chateada com você - Explicou, notando a expressão tristonha do amigo.

-Mesmo? Eu sinto que não há muita verdade em suas palavras

-Harry…

-Mih, eu sei que foi um erro. Éramos melhores amigos, antes de tudo. Você sempre esteve ao meu lado, sempre me apoiou em tudo que precisei…

-Mas o que você acha que poderíamos ter feito, Harry? - Interrompeu-o novamente, alterada - Não havia o que fazer. Foi a nossa melhor escolha!

Ele calou-se, sentindo o peso das palavras dela. "Não havia o que fazer". Será que não? Naqueles dias, realmente acreditara isso. Não obstante, agora tudo parecia tão longínquo e tão desnecessário.

-Tudo bem… Você tem razão.

-Tem onde ficar? - Indagou, tencionando mudar de assunto. Harry negou.

-Não conheço ninguém por aqui.

-Vamos para a minha casa.

Hermione morava em um apartamento no litoral de Kadıköy. A localização tão longe de seu trabalho se devia à sua incessante busca por sossego. Ron e ela haviam se mudado constantemente, naqueles últimos anos.

Não era grande, mas bastante organizado e moderno, com uma carinha de lar que há tempos Harry não encontrava em algum lugar.

Sentiu-se um pouco constrangido por ter de ficar na casa da amiga, principalmente pelos anos que passaram sem se falar. Mas não queria ter que se hospedar em algum hotel. A comunicação com os Turcos era difícil, não sabia, sequer, dar um bom dia.

Sentou-se no sofá e recorreu o olhar pelo apartamento, brevemente. Um sofá claro, espaçoso e macio. Defronte ele, havia uma estante com poucas decorações e um único porta retratos, com uma foto de Hermione e Ron. Havia também uma TV grande que ele imaginou não ser ligada há meses. Era uma típica casa trouxa, com excessão da lareira que dava passagem à rede de flu.

-Tome um banho - Ela anunciou, entregando-lhe um par de toalhas limpas - Vou pedir algo para jantarmos.

A comida turca era muito boa, Harry concluiu, uma hora mais tarde.

Hermione estava muito calada, pensativa e distante. Pouco lhe dirigira a palavra. Não gostava daquela Hermione distante. Mas o tempo que passaram longe, com certeza era motivação para tal retraimento.

De repente, sentiu saudades das longas horas em que passavam conversando, Ron, Hermione e ele, quando ainda adolescentes.

Mas já tinha algo para aproximar-se dela, além de uma maneira de tentar convencê-la a ajudar-lhe.

Levantou-se e encaminhou-se ao quarto que ela havia lhe reservado, recolhendo algumas pastas de sua mala. Retornou segundos depois, abrindo-as.

-Veja, esses são os arquivos do caso The woods.

Hermione alçou a vista e bisbilhotou, curiosa. Em seguida, sentou-se ao lado do amigo, observando como ele retirava as dezenas de papéis.

Passaram as próximas duas horas lendo todos os arquivos do serial killer e suas vítimas. Hermione ficou ainda mais perplexa ao conhecer de perto toda aquela situação. "Que horror!", Exclamava a cada detalhe que era exposto do caso.

E Harry lhe explicou absolutamente tudo que vinham investigando desde que encontraram a primeira vítima.

Já era bem tarde quando foram se deitar. Cansado da viagem, Harry adormeceu assim que deitou-se na confortável cama do quarto de visitas. Mas Hermione não pôde conciliar o sono tão cedo. Caminhou de um lado para o outro no seu quarto, relembrando cada palavra dos arquivos de Harry. Sentia uma certa ânsia ao se lembrar da descrição de como as vítimas foram encontradas, lastimadas, ensanguentadas e abandonadas como lixo no Bosque de Black Dam. "No Bosque". Aquele caso havia mexido com ela mais do que podia esperar. Era horrível tomar conhecimento de todos os fatos e lembrar-se do que havia passado ela própria, quatro meses antes. Quando iria se esquecer?

Virou o olhar instintivamente e deparou-se com uma fotografia de Ron na mesinha de noite. Sorriu com melancolia, tomando-a vagarosamente nas mãos. Acariciou o rosto dele, deixando cair uma lágrima que deslizou até o porta retratos. Como sentia falta dele, de sua companhia acalentadora todas as noites. Sem ele, era quase impossível fechar os olhos. Recorria sempre ao medicamento que o médico trouxa havia receitado, para ajudá-la a dormir. Não era bom necessitar tais medicinas para conciliar o sono, principalmente pelo cansaço que elas provocavam no dia seguinte. Mas se não fosse por elas, sequer conseguiria sair da cama para ir ao trabalho.

Desde a partida de Ron, tudo parecia ainda pior. A solidão doía. E como… Algumas vezes teve vontade de ir atrás dele, tentar recomeçar. Contudo, Ron não era capaz de compreendê-la, jamais. Não havia sido capaz de estar ao seu lado quando mais precisou. Assim sendo, estava convicta de que precisava seguir adiante, sem ele. Iniciar uma nova vida, quem sabe, longe mesmo, de tudo aquilo… Um sentimento a acompanhava há meses e começava a suspeitar que havia sido um grande erro deixar sua casa.

Harry despertou, na manhã seguinte, com o festejo de alguns passarinhos que brincavam em sua varanda. O solzinho fresco da manhã aquecia com serenidade o ambiente, evaporando as gotas de orvalho que caíram pela noite. Levantou-se e abriu a porta da sacada, deixando com que a brisa suave arejasse o ambiente. Aspirou o ar com profundidade. A maresia trazia um ar tão puro que sentiu-se inebriado. Muito diferente do ar poluído e carregado de Londres, na mansão Black.

Quando adentrou a cozinha, minutos mais tarde, a mesa do café da manhã já estava posta e muito bem organizada.

-Tenho a impressão de que você só faz isso porque estou aqui - Palpitou, sentando-se defronte ela.

-Você me conhece como ninguém, verdade? - Abriu um meio sorriso, assentindo. Harry sorriu também, feliz por ver uma atitude mais amável da parte dela - Há uma confeitaria bem em frente ao prédio.

-Parece tudo muito bom! - Ele encheu um prato com um bocado de rosquinhas e também frutas. Havia leite, suco e uma jarra com türk çhayi. O cheiro daquele chá era delicioso, reconhecia. Lotou um copo em formato de tulipa, provando-o imediatamente.

-Eu tenho que ir ao Ministério daqui a pouco. Mas fique à vontade, Harry. Você está em casa!

-Não se preocupe, Mih. Eu vou ter bastante trabalho, também, organizando e repassando todos aqueles relatórios. Mas não poderei demorar muito por aqui… - Ele fitou-a de cenho franzido - Você sabe, eu só vim por causa daquele assunto.

-Eu sei, estou pensando no que posso fazer… - Assentiu, cabisbaixa. Harry abriu um sorriso, quase comemorando. Sabia que Hermione não conseguiria dizer não a ele, principalmente depois de tudo que lhe mostrara na noite anterior.

-Obrigado, Mione. Não quero te comprometer no seu trabalho, tudo bem? Apenas faça se você realmente puder. Não faça nada que possa te prejudicar - Pediu, compreensivo.

Hermione afirmou outra vez, fitando, sem ânimo, um único pedaço de banana que havia colocado no prato. Não se atreveu a comê-lo. Deixou-o para um lado e levantou-se da mesa, apressada.

-Ainda está doente? - Harry indagou quando viu-a sair do banheiro, minutos mais tarde. Ela apenas assentiu, sem muito ânimo para delongar qualquer conversa.

-Pode retirar a mesa mais tarde? O cheiro de comida doce me deixa enjoada.

-Sem problemas - Sorriu, amigavelmente - Se preocupe com seu trabalho e em se recuperar. Eu cuidarei de tudo por aqui!

De fato, não havia muito o que cuidar na casa. O apartamento de Hermione era extremamente organizado, como se os habitantes passassem muito pouco tempo ali. A habitante, melhor dizendo. Lembrou-se de que Ron vivia ali com ela, antes de se separarem. Onde estaria o amigo neste momento? Teria voltado para casa?

Depois que retirou a mesa do café da manhã, recolheu novamente sua extensa lista de pergaminhos e colocou-se a estudá-los, uma vez mais.

-Aşkım, posso te dizer uma coisa? - Ela virou-se para o amigo, minutos após ter estado muito distraída. Sinan levantou-se de sua mesa e debruçou-se sobre a dela.

-Você pode me dizer qualquer coisa, meleğim! - Discorreu uma mão por seus cabelos compridos, brincando com um de seus cachos.

-Eu estive pensando bastante naquela proposta que recebi do Ministério Britânico… - Sinan estagnou, preocupado.

-Ah... Isso se deve à visita do seu amigo inglês?

-Não. Na verdade eu já estava pensando há algumas semanas. Desde que Ron se foi… Você sabe, não é fácil estar aqui sozinha.

-Você não está sozinha, aşkım! E quanto a mim?

-Você sabe do que estou falando… - Comprimiu os lábios, fitando os olhos azuis do rapaz.

-Sabe que eu posso substituir o infeliz do Weasley, se você quisesse!

-Sinan… Outra vez com isso? Eu já te disse que não penso nisso, agora - Levantou-se, caminhando em direção à janela. Fitou o mar azulado, do lado de fora, sentindo o amigo aproximar-se novamente.

-Tudo bem, não vou continuar insistindo. Mas é apenas para lhe informar, para que não se esqueça…

-Na Inglaterra, eu tenho todos os meus amigos - Retornou novamente ao assunto anterior - Tenho meus pais que não vejo há um bom tempo. Tenho pensado que seria bom estar mais perto deles, agora…

-Mas eu vou morrer de saudades, se você for embora! - Abraçou-a por trás, segurando suas mãos.

-Vamos continuar sendo amigos. Você vai me visitar, não vai? Abrirei passagem para você em minha lareira, eu prometo - Brincou. Sinan sorriu, assentindo.

-Se é o que você deseja, aşkım, só me resta te apoiar, não?

-Obrigada, Sinan.

Já era noitinha quando Hermione regressou ao apartamento. Trazia, consigo, uma caixa com diversos arquivos e pastas. Depositou-a sobre a mesa do hall e cumprimentou Harry.

-Como passou o dia?

-Muito bem, obrigado! - Contestou, meio curioso com o que ela trouxera consigo - Você dirige todos os dias? Até o Ministério?

-É bom para manter o contato com o mundo... - Volteou-se e retirou um rolo de pergaminho de dentro da caixa, lhe entregando - A lista que me pedistes!

Harry abriu um largo sorriso, meio desacreditado. Sua amiga não perdia tempo, como sempre. Pegou o pergaminho em suas mãos e abriu-o, passando os olhos pela enorme lista de bruxos que haviam viajado e se mudado da Turquia para a Inglaterra nos últimos anos.

-Ah, Mione! Nem sei o que dizer… Você é demais! - Abraçou-a num impulso. Hermione alçou as sobrancelhas, meio surpresa com a atitude dele. Pigarreou, afastando-se - Obrigado, de verdade.

-Não há o que agradecer, Harry. Ninguém pode ficar em paz com um assassino desses à solta.

-Sim, tem razão… Mas isso não vai te comprometer, não é?

-Não se preocupe - Apressou em tranquilizá-lo - Eu não precisei fazer nada incorreto. O Chefe do Departamento de Relações Internacionais é um grande amigo. Me cedeu uma copia da lista assim que eu expliquei a situação.

-De verdade? - Ele abriu outro sorriso grande, muito contente - Isso é tão bom, Mione! Quem sabe podemos ter uma pista com isto em mãos?

-Assim espero!

Harry passou as próximas horas lendo atentamente cada nome daquela lista, preocupado em encontrar qualquer semelhança com os nomes descritos ali.

Quando Hermione anunciou o jantar, deixou os papéis de lado por um pouco e esticou o corpo, cansaço pelas horas que passou sentado.

-Pensei que não está um bom dia para jantar fora. Está muito frio - Ela comentou, servindo um prato para ele.

-Realmente. Não tão frio quanto estamos acostumados, mas o suficiente para se permanecer em casa - Ele recolheu os talheres e dispôs-se a experimentar a comida dela. "Muito saborosa!". Hermione havia aprendido a cozinhar muito bem naqueles anos - Mih, acredito que voltarei para casa amanhã. Quero levar essa lista ao Ministério o mais rápido possível. Depois disto, começaremos a investigar cada uma dessas pessoas que estão nela. Temos muito trabalho pela frente!

Hermione deixou o garfo por uns instantes e suspirou, cabisbaixa.

-O que foi? - Indagou de cenho franzido, notando certa aflição na atitude da amiga.

-Eu vou com você! - Contou, sem rodeios.

-Hum? - Ele pareceu surpreso.

-Há algumas semanas, recebi uma proposta de Kingsley para uma transferência ao Ministério do Reino Unido. Eu estava indecisa sobre qual decisão tomar, mas…

-Então você vai voltar para casa? - Indagou, muito mais surpreso que antes. Compreendeu o que Kingsley quisera lhe dizer antes de partir. Que danado... Ele havia agido por suas costas! Jamais lhe dissera qualquer coisa sobre a volta dela.

Hermione estreitou os lábios.

-Eu gosto muito daqui, mas não é o meu lugar. Sinto saudades de todos. Além do mais… Ron era o que me prendia aqui. Agora que ele já não está...

Harry fitou-a por longos segundos, pensativo e feliz com a decisão da amiga. Também havia sentido imensa falta dela naqueles anos. Sempre estiveram acostumados a estar juntos, indubitavelmente. E apesar de a separação ter sido uma decisão de ambos, somente deu-se conta, tarde demais, que não era o que realmente queria. Sua vida sem seus amigos, não era uma vida completa.

-Eu comuniquei ao meu chefe que aceitei a transferência. Mas só poderei ir daqui alguns dias, pois ainda tenho assuntos pendentes para resolver aqui.

-Então eu te espero! - Ele anunciou, decidido - Te espero e vamos juntos.

-Harry, é melhor que você vá primeiro. Ocupe-se de seu trabalho. Tem tanta coisa para fazer… Além do mais, eu não pretendo aparatar até Londres.

-Sem problemas! Eu também não pretendo aparatar. É perigoso aparatar para tão longe. Vamos de avião, como qualquer trouxa - Explicou, sorrindo amigavelmente. Hermione sentiu-se um tanto constrangida pela reação de felicidade do amigo, mas sentiu-se feliz também. Um caloroso conforto que há tempos não sentia, como se houvesse voltado a ter apoio onde antes havia perdido. Devolveu o sorriso e assentiu, concentrando-se outra vez em seu jantar.


Notas Finais


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