História Intoxicate - 15- Drunk Harry part one

Quase dois anos atrás...

Harry jogou suas roupas na mala novamente, por que ele continuava insistindo de arruma-las? Toda vez que pegava em uma roupa para colocá-la na gaveta, o cheiro de Louis nela vinha como um soco o fazendo recuar. Ele estava encurralado.

Jogou-se sobre a cama de seu novo apartamento. O clima de Londres era frio, mas era um frio diferente do frio da cidade que teve de abandonar. Ele não chegou a morar nem meio ano lá, apenas quatro meses e então foi obrigado a ir embora.

Harry estava uma completa bagunça agora, tudo que ele queria era Louis. Ele sentia que nada mais tinha sentido sem o moreno de olhos azuis ao seu lado, e olha que faziam apenas algumas horas desde que o viu pela última vez. Harry não fazia ideia de como iria seguir com sua vida sem Louis, mas ele precisava. Louis sempre abriu mão de tantas coisas na vida apenas para ficar com Harry...

Ele se lembra de quando eles estavam no colégio, Louis tinha o sonho de fazer um curso de artes e na cidade ao lado da que eles moravam ficava o melhor do país. Louis tinha sido aceito e só não foi por causa de Harry, eles tinha começado o relacionamento e Louis sabia que aquilo poderia acabar com eles. Ou quando Louis, sua mãe e suas irmãs ficaram cinco anos sem ir ao natal com o resto da família por causa de Harry. Os avós e alguns tios de Louis nunca o aceitaram e avisavam que se Louis aparecesse lá com Harry ele não seria permitido de entrar. E lá se foi mais uma das coisas que Harry fez Louis perder.

Se ele fosse listar todas as coisas que Louis já tinha perdido a oportunidade de fazer por sua culpa, Harry passaria toda a noite ali deitado na sua nova cama que não era nada sem a presença de Louis. Ele não fazia ideia do que faria sem Louis dali para frente. Louis e Harry namoravam há oito anos e eram noivos a um, Harry não sabia mais como era viver sem o Tomlinson.

Seu celular tocava insistente no bolso da calça. A esperança de que fosse Louis o transbordou, mas ao olhar para tela sua expressão foi mais desesperada do que se fosse o Tomlinson. Nesse momento, ele estava temendo um Tomlinson, mas não era Louis.

- Olá Jay – Harry disse se controlando para não transparecer seu choro. Ele teria que se explicar agora para a mulher que era sua segunda mãe. Harry se sentiu pior ainda ao lembrar-se que só Louis sabia o ocorrido e logo todos iriam o perguntar do porquê de ter ido embora e abandonado Louis. Ele morreria se tivesse que explicar em voz alta o quanto era um fardo e um babaca por tudo que estava fazendo

- Harry me diz que você não está fazendo isso – A voz da mulher era chorosa e Harry sabia que Louis estava no telefone com ela antes da ligação de agora. Ele provavelmente contou tudo e chorou com ela, agora era a vez de Harry, ele sabia que iria terminar aquilo aos prantos.

- Jay eu não posso mais fazer isso, eu não consigo mais fazer isso com ele – Harry disse respirando fundo.

- O abandonar será muito pior do que qualquer problema que vocês podem ter Hazz – Ela disse o chamando carinhosamente e Harry sentiu as lágrimas grossas rolarem pelo seu rosto. Ele jamais poderia o abandonar.

- Eu não estou o abandonando – Disse para a mulher, mas isso foi mais para si mesmo – Eu só preciso que ele esteja sem mim por um tempo. Louis e eu sempre estivemos juntos, ele nunca tomou atitudes sozinho. Louis sempre fez as coisas pensando "Isso é bom para Harry?" antes mesmo de saber se era bom para ele.

- Harry, essas atitudes sempre foram boas para ele também. Louis sempre foi feliz sabendo que você era feliz – A mulher disse tentando, mas Harry não poderia voltar atrás, não agora. Louis merecia ter a oportunidade de tomar atitudes que fossem apenas para ele pelo menos uma vez

- Jay me desculpa – Harry disse soluçando. Ele não queria chorar, mais isso era a única coisa que tinha o restado – Eu estou quebrado, totalmente em pedaços. Não consigo nem respirar de tanta dor que tudo isso me causa, mas eu não posso voltar. Eu preciso dar a ele um tempo para fazer suas próprias coisas. Nós dois iríamos nos casar e então ele seria assim pra sempre, ele nunca faria algo pensando em si próprio. Eu o darei um tempo para dedicar-se a si mesmo, se ele ainda me amar depois de tudo eu voltarei. Porém, se ele descobrir que merece alguém melhor do que eu, eu o darei espaço, afinal, esse tempo é totalmente para ele decidir o que é melhor para ele sem que eu esteja ali o impedindo de pensar em si próprio.

- Harry, eu entendo um pouco do seu ponto, mas não sei se Louis irá se recuperar disso. Ele está destruído e pensando que você não o ama mais.

- Jay, a única certeza da minha vida é que eu nunca vou deixar de amá-lo.

Um mês depois...

- Harry não é mesmo? – O Barman perguntou ao deixar a bebida sobre a bancada, Harry o olhou. Sua aparência estava cada vez pior, seus olhos eram colocados para baixo por olheiras, seu cabelo estava crescendo desordenado pela falta de corte, assim como sua barba. Ele gostava de chamar isso de abstinência de Louis.

- Sim – ele disse levando o copo aos lábios. Ficar bêbado estava ficando mais rápido com o tempo.

- Você é o cara que vem toda sexta sozinho né? Isso é algum costume estranho ou você está estudando o lugar pra poder assaltar? Se bem que nenhum assaltante sairia daqui bêbado como você sai – Ele disse fazendo Harry levantar os lábios numa tentativa de sorriso, ele não coseguia sorrir muito ultimamente.

- Eu sou apenas o cara que vem toda sexta porque eu tenho turno no trabalho à semana toda e hoje é o único dia que eu tenho livre – Ele disse sem ânimo e bebeu o resto do copo estendendo ao rapaz para que enchesse de novo.

- E você não prefere fazer nada mais divertido na folga do trabalho ao invés de ficar sentado num bar bebendo até desmaiar? – Ele perguntou o entregando o copo cheio de novo.

- Não, eu não tenho nada mais divertido para fazer.

Dois meses depois...

- E ele está melhor? – Harry perguntou a Jonathan, padrasto de Louis, no seu horário de almoço. O homem mais velho trabalhava no mesmo hospital que Harry e ele nunca perdia a oportunidade de saber como Louis estava. Ele também falava com Jay sempre que tinha uma folga ali dentro, mas quando saía do hospital ele não sabia fazer outra coisa que não fosse ir até o bar na rua de trás e encher a cara até que amanhecesse na tarde do domingo, já se preparando para voltar ao emprego segunda. Ele não tinha outro jeito de viver sem que ocupasse sua mente.

- Eu creio que sim – O homem falou sobre a movimentação na praça de alimentação do hospital – Ele não liga mais para Jay, porém sempre atende suas ligações. Ele disse que fez amizade com uma menina, ele está morando na casa dela.

- Como assim? – Harry perguntou sentindo um bolo na sua garganta. Ele tinha medo de receber qualquer informação que fosse piorar seu estado, mas ele não conseguia deixar de perguntar.

- Oh não se preocupe com isso – Jonathan disse com um sorriso carinhoso, como se nunca fosse imaginar que Louis poderia ficar com uma menina – Ele está lá apenas porque... Ele vendeu o apartamento.

- O nosso apartamento? – Harry perguntou, porém ele já esperava por isso. Louis não ficaria lá sabendo que aquilo o levaria a pensar em Harry todo o tempo, ele estava feliz que Louis estava tentando seguir em frente. Ele não sabia se fingia estar feliz ou ficava realmente triste por Louis nunca ter o ligado. Desde o dia em que saiu daquela pequena cidade, Louis nunca o ligou ou entrou em contato.

- Sim, ele está realmente acabado depois de tudo – Jonathan disse olhando para Harry de soslaio tentando captar sua reação.

- Acredite, eu estou mil vezes pior do que ele – Harry disse por fim e mais uma vez terminou sua noite chegando bêbado em casa no final de semana.

Três meses depois...

- Hey Jessy – Harry cumprimentou o barman que já esperava sua presença com hora marcada.

- Eu não sei se fico triste por te encontrar no mesmo estado ou feliz por ainda ter a sua companhia – ele disse vendo Harry se sentar e pedir o de sempre. Um leve sorriso nos lábios como ele estava treinando.

- O negocio que ele montou está indo bem – Harry disse com o sorriso ficando maior – A mãe dele me falou que ele está lucrando cinquenta por cento mais do que no mês passado – Jessy podia sentir o orgulho que Harry sentia por seu noivo, ele havia contado toda a história em uma das primeiras vezes que ficou bêbado naquele lugar. Não é como se ele conseguisse ficar seis meses indo ao mesmo bar e ficando bêbado ali sem fazer amizade com o barman que estava sempre ali para o ajudar a não vomitar no chão.

- Que bom Harry – O barman disse entregando a ele o copo com a bebida que ele já sabia que Harry iria pedir – Então você vai voltar agora? Você sabe, retomar tudo e se casar com ele como você disse?

- Ainda não – Harry disse sentindo seu coração partir, como sempre acontecia quando ele pensava em estar longe de Louis – Eu vou esperar mais um tempo. Eu sinto que ele precisa de mais tempo. Vou passar o natal com minha família esse ano, talvez ele venha passar o natal com a família dele e eu estou pensando em ir o encontrar lá, fazer uma surpresa e ver o que pode acontecer se ele ainda me quiser.

Dois meses depois...

- Hey Harry – O barman cumprimentou Harry assim que ele se jogou sobre o banco – como foi seu ano novo? – Harry levantou o olhar mostrando suas bolsas escuras debaixo dos olhos inchados e sua aparência mais magra, ele soube que qualquer coisa que tenha acontecido havia piorado o rapaz.

- Eu quero o de sempre – Harry disse sem ânimo e Jessy apenas concordou enchendo o copo. Harry havia passado o natal com sua família, mas Louis não havia viajado para casa esse ano. Foi com muito custo que ele recebeu a noticia de Jay falando que Louis havia passado o natal com um rapaz chamado Aiden e quando ela perguntou o que o garoto era dele, Louis apenas respondeu que era complicado.

Harry sabia que isso poderia acontecer. Ele deixou Louis livre, o fez acreditar que não sentia mais nada apenas para que ele pudesse tomar suas próprias decisões e fizesse o que achasse bom para si mesmo. Se ele encontrasse outra pessoa Harry iria ficar feliz por ele, iria desejar que essa pessoa o tratasse bem e o fizesse ser independente, como Harry queria que ele fosse. Mas Harry não poderia fazer nada se a vontade de tirar sua própria vida o atingisse depois disso. Poderia ser algo extremo, mas ele amava Louis mais do que tudo e era simplesmente impossível o ver nos braços de outra pessoa. Depois de tantos anos juntos...

Da forma mais difícil possível, mesmo assim Harry estava tentando passar por isso. Ele tentava seguir em frente, afinal era isso que ele queria: que Louis fosse uma pessoa livre para tomar suas próprias decisões sem que isso envolvesse Harry o prendendo em um relacionamento.

Harry nem sabia mais se era isso que ele realmente queria ou se isso era um mantra que ficava repetindo para si mesmo, apenas para se impedir de voltar e tentar ter Louis de volta.