1. Spirit Fanfics >
  2. Intoxicate >
  3. 9- Love is Hopeful

História Intoxicate - 9- Love is Hopeful



Capítulo 9 - 9- Love is Hopeful


Fanfic / Fanfiction Intoxicate - 9- Love is Hopeful


Desde de que eu me lembro por gente eu sinto isso de ficar nervoso no meio de muitas pessoas. As vezes é apenas um lugar onde está tendo alguma confusão e eu não sei de nada. As pessoas passam apressadas por mim e eu tento perguntar o que está acontecendo, mas ninguém responde. Isso pode ser considerado um dos meus grandes motivos para sentir uma enorme vontade de gritar. Um nervoso muito grande com a necessidade e saber o que fazer e não conseguir.

Eu nem se quer hesitei ao não olhar para trás, meu corpo ainda estava em êxtase. Saí do elevador as pressas dando de cara com pessoas apressadas por todos os lados. Além das que me ignoravam, tinha uma grande quantidade de pessoas debruçadas sobre o balcão de recepção onde enfermeiras tentavam acalmar algumas que já gritavam. Sem muita opção eu acabei me aproximando.

Um homem que gritava por querer saber da filha teve de ser segurado por seguranças quando um médico se aproximou. Ele tinha os cabelos grisalhos e parecia enjoado de toda essa confusão. O homem que aparentava estar em seus cinquenta anos subiu em uma das cadeiras para chamar atenção até que todos olharam esperando alguma informação.

- Por favor, eu peço calma e compreensão - ele começou levantando os braços. Sua feição era cansada, demonstrava noites e noites mal dormidas -  Nós fomos informados que a queda de energia no bairro foi devida à tempestade.

Assim que essas palavras saíram de sua boca as pessoas voltaram a ficar inquietas, mas eu não prestei muita atenção, estava ocupado odiando todo o universo. Não era possível que a tempestade acabou vindo mais cedo e eu estava preso em um hospital. Meu principal objetivo agora era encontrar Holly e Nick, onde quer que estejam... Mas que merda! E eu achando que nada podia piorar.

- Por favor! - O médico gritou novamente chamando a atenção - Não precisam ficar em pânico. As pessoas que moram perto ainda podem ir para casa, contanto que seja rápido e cuidadoso, a tempestade ainda está fraca - se é que se pode chamar uma tempestade desse lugar de fraca - Os familiares dos pacientes presentes podem ficar nos quartos, no máximo três pessoas. As salas de esperas de todos os andares estarão livres para...

Não, eu não vou ficar aqui!

Antes de ouvir o fim do anúncio eu saí em direção ao elevador novamente e apertei o botão dez vezes seguidas pela pressa, assim que ele chegou eu entrei sem hesitar, se eu pensasse muito sobre isso certamente iria dar um jeito de ir pela escada e eu não sei se conseguiria descer nove andares.

Me limitei a olhar para aquele chão. Era inevitável. Eu quase conseguia sentir meu braço sendo apertado pelas mãos dele, meus lábios formigando e meu pescoço sendo sugado com brutalidade.
Quase não acreditava que isso realmente aconteceu, isso realmente aconteceu? Deitei minha cabeça para trás passando a mão pelo meu pescoço. A porta refletia meio opaco meu reflexo, mas isso não escondia a marca roxa debaixo da minha orelha esquerda.

Estava tão concentrado na sensação dos meus dedos sobre a marca arroxeada, um pouco dolorida, que dei um pulo de susto com o apito seguido das portas se abrindo. O décimo andar estava mais calmo, decidi vir até esse já que Holly e Nick saíram aqui. Algumas enfermeiras estavam distribuindo cobertores para umas nove pessoas espalhadas sobre a sala de espera. Perguntei para uma delas se alguma paciente chamada Holly Edwards tinha sido atendida e depois de explicar que ela tiraria o gesso da perna ela apontou para o corredor no canto direito da sala.

Finalmente depois de procurar pelas salas eu a achei, e isso não foi como eu esperava. Aparentemente, os pacientes com casos simples estavam sendo atendidos em qualquer ala para poder serem liberados de uma vez. Holly tinha ido parar na ala de emergência, sentada em uma maca com o gesso despedaçado em uma lata de lixo, a perna boa balançando livre e a outra enfaixada. Nick em pé ao lado dela e Harry Styles em sua frente dizendo algo sobre conforto.

Aprenda uma coisa sobre a vida: Não importa o quanto você duvide, tudo sempre pode ficar pior.

- Louis - Nick disse aliviado vindo em minha direção e me abraçando, ele parecia tenso. Harry lançou um olhar desconfiado e eu continuei olhando para ele. Eu me perguntava o que ele estava fazendo aqui e por mais surpreendente que seja, quem me respondeu isso foi a Holly.

- Depois que a luz voltou nós tentamos ir te procurar, mas quando o elevador abriu o Dr Harry estava lá e me perguntou se eu precisava de ajuda. Quando eu disse que só tinha que tirar o gesso ele me ajudou, foi bem rápido na verdade - Holly disse apreensiva olhando para Harry. Eu me perguntei se ele disse algo pra ela - Depois disso eu ia te procurar, mas... Que bom que você está aqui.

- Sim, assim podemos ir embora logo - disse rápido indo em direção a ela, mas ela não aceitou minha ajuda para se levantar.

- Louis eu ainda não preciso da sua ajuda - Ela resmungou sorrindo de lado pegando só uma das muletas e jogando a outra no Nick - Hum... Harry - ela pigarreou. De onde tinha saído tanta intimidade para chamá-lo apenas de Harry? O que aconteceu com o "Dr Harry", que no caso sempre seria estranho pra mim - obrigado, eu vou mesmo ficar te devendo uma já que nenhum outro médico daqui veio me ajudar.

O olhar dela não era simples. Holly com certeza tinha conversado com ele, ou então estava jogando verde para colher maduro. Eu agradeci por não ter dito nada a ela sobre isso ainda, caso o contrário, eu sei que ela já estaria agredindo ele ou tentando o encurralar para contar o lado dele da história. Eu posso conviver com ela apenas sendo curiosa. Talvez eu converse com ela esse final de semana já que vamos ficar trancados dentro de casa.

- Não tem problema - Harry mudou o apoio nas pernas e colocou as mãos nos bolsos do jaleco - é o meu trabalho. Eu ia te oferecer uma ajuda com as muletas - ela fez uma cara emburrada e ele riu - mas eu já percebi que você consegue sozinha.

Nick rosnou baixinho do meu lado e andou em direção a ela a pegando pela mão e indo até a porta murmurando um "tchau" mal-humorado. Eu achei isso meio possessivo e um ato de ciúmes, mas assim que eles saíram pela porta e eu me toquei que estava sozinho com o Harry ali dentro eu tomei o mesmo caminho na hora. 

Assim que saí do quarto eu dei de cara com a Holly batendo com as muletas em Nick e soltei um gargalhada. Logo atrás de mim Harry soltou um sorriso baixo e eu me apressei para perto deles, o mais longe possível de Styles. Mas antes que pudéssemos sair do corredor ele chamou Holly novamente como se estivesse esquecido de alguma coisa.

Quando ela foi em direção à ele Nick levantou as sobrancelhas para mim como se dissesse "o que esse babaca quer com ela?" e eu dei de ombros impedindo ele de ir junto. Estava bem claro que Nick não gostava nem um pouco de Harry e eu só não sei se é por causa da minha história com ele ou porque ele está com ciúmes da Holly. Nick pode ser bem possessivo com ela, realmente agindo como se fosse um irmão mais velho, ou eu acho que é isso.

Harry falou algo para ela, sua expressão concentrada com aqueles olhos verdes debaixo de sobrancelhas grossas franzidas. Por mais que eu o odeie, não posso negar que ele é lindo, muito lindo. Merda, eu sempre acabo me distraindo.

- o que? - Nick perguntou e eu o encarei com dúvida.

- o que, o que? - respondi com outra pergunta.

- Você falou algo sobre sempre se distrair - ele deu de ombros e eu rolei os olhos sabendo que tinha esse problema de sempre acabar pensando alto demais quando estava distraído.

- Ah não era nada, eu só estava... - Iria inventar alguma desculpa qualquer quando Holly apareceu atrás de mim dizendo "buh" no meu ouvido. Uma tentativa falha de me assustar.

Ela estava rindo demais e quando eu olhei para trás Harry não estava mais lá. Fomos em direção ao elevador e depois para o carro. No caminho inteiro Holly não parava de rir e fazer coisas idiotas, isso só me deixava mais desconfiado. Ela estava parecendo aquelas crianças que aprontam.

- Meu deus mulher - Nick resmungou prendendo um sorriso enquanto Holly cutucava a bochecha dele - O que deu em você?

- Ah nada - Eu saí do estacionamento do hospital tendo meu coração saltando um pouco. Nunca tinha dirigido com tanta neve e água batendo contra o vidro. Só podia dar o melhor de mim para tentar ser o mais rápido e mais cuidadoso que conseguia.

- Louis - Holly me chamou depois que eu virei algumas ruas, ninguém dentro do carro estava falando muito agora. Talvez pela apreensão sobre o tempo - Você pode me deixar na minha casa?

Eu até viraria para trás para poder olhá-la, mas me limitei a olhar rápido pelo retrovisor. Como assim deixar na casa dela? E o final de semana?

- Por que? - foi tudo que eu disse. Despejando minha frustração nas palavras. O olhar de Nick entre eu e ela estava igual o meu, confusão e tristeza.

- Eu só não vou poder ficar na sua casa esse final de semana... E nem o Nick - Ele a olhou e agora estava mais confuso ainda. Eles ficaram em silêncio e eu olhei pelo retrovisor a vendo arquear as sobrancelhas. Aquelas conversas que amigos desenvolvem com o tempo, apenas com expressões. Nós éramos ótimos nisso.

- vocês querem parar de conversar em códigos? Eu ainda estou aqui! - resmunguei e virei na rua dela, era caminho da minha casa então não fez muita diferença no trajeto.

- Eu e o Nick precisamos conversar - ele olhou para mim e eu pude ver o espanto na cara dele - é muito importante.

- Por que vocês não conversam na minha casa? - Rolei os olhos - Vocês podem ficar em outro cômodo se não querem que eu ouça.

- Não é isso lou lou - Ela colocou a mão no meu ombro e eu parei na porta dela me virando no banco - Eu prometo que no dia que a tempestade diminuir nós vamos bater na sua porta.

- se não é isso, então o que é? - cruzei os braços e o olhar de Nick demonstrava que ele também queria saber.

- Não seja curioso.

Foi isso. Isso foi tudo que eu tive antes que ela saísse do carro arrastando Nick junto dela pedindo ajuda. Ele até resmungou um "agora você precisa de ajuda né?" e recebeu uma pancada na cabeça com a muleta. E ai eles entraram na casa dela correndo desajeitados por causa da chuva forte.

Eu estava muito puto! Teria que passar todos esses dias preso em casa sozinho de novo. Meus melhores amigos simplesmente me deixaram de lado por... Eu nem sabia o quê. Eu pensava que nossa amizade era forte o bastante para não ter segredos, mas parece que agora eles estão com os deles. Que se dane também. Espero que eles morram de tédio juntos na casa dela sem ter o que fazer, que percebam o quando seria divertido que eu estivesse lá.

Entrei no meu apartamento e a primeira coisa que eu fiz foi ir em direção à janela. Me sentei em frente a ela vendo a chuva bater na metade do vidro para baixo. Peguei meu Marlboro e coloquei um na boca procurando pelo meu isqueiro em cima da mesa. 

Acendi e senti a fumaça descer e logo depois assoprei. Como se tudo já não fosse uma merda, eu vou ficar mais sozinho ainda. Não é como se eu já não estivesse acostumado a me sentir sozinho de qualquer jeito.

Meu celular começou a tocar insistente no meu bolso e eu quase não atendi, mas como não tinha muita opção do que fazer...

"Finalmente perceberam que precisam de mim?" perguntei sorrindo debochado. Foda-se toda raiva, eu ainda amo eles. Nick pareceu suspirar pesado e logo depois meu sorriso sumiu " Nick? O que foi?"

"Lou" Eu ouvi a voz da Holly e meu coração acelerou. O tom de voz dela era totalmente instável "Me desculpa Lou"

"Holly, O que você fez?" Larguei o cigarro sobre a janela e passei a mão pelo rosto tentando me acalmar.

"Lou... Eu fiz uma besteira muito grande" Ela fungou e eu já estava descontrolado. Mais um pouco e eu pegaria meu carro para ir até a casa dela.

"Holly pelo amor de deus fala logo o que você fez ou eu vou até a sua casa agora. Nem que meu carro fique preso na neve" Eu me levantei. Aparentemente estava tão nervoso que precisava liberar isso de alguma forma e andar em círculos me pareceu plausível.

"E-Eu... Tá Nick eu vou falar!" Ela gritou e eu percebi que Nick também estava a pressionando do outro lado da linha "Quando o... O Dr Harry me chamou lá no hospital ele... Ele pediu seu endereço"

Não, não, não, não.

"Ele disse que vocês eram namorados no passado e que você estava sendo birrento. Ele me convenceu Louis. Ele me falou que vocês se amavam, mas você só estava sendo orgulhoso. Ele queria fazer uma surpresa pra você... Me desculpa. Eu até fiquei um pouco chateada por você não ter me contado, mas quando eu contei isso para o Nick ele me contou a verdadeira história. Me desculpa Lou, eu não sabia. Eu achei que estava ajudando porque você... Você precisa de algo assim na sua vida, eu sei lá"

"Holly, por favor, me diz que isso é uma brincadeira" Eu me apoiei numa cadeira.

"Isso era tudo que eu queria que fosse Lou. Ele me disse que sempre te amou, mas que vocês tiveram que se separar. Ele falou que faria você feliz e eu acreditei, já que você realmente é birrento as vezes eu..." ela estava falando rápido demais e parou para respirar, a respiração quase tão pesada quanto a minha "Me desculpe. Talvez ele nem consiga ir, a neve aumentou muito agora"

Foi aí que meu coração parou "a neve aumentou agora". Por mais que eu queria Harry o mais longe possível de mim eu não pude deixar de o imaginar nas ruas, preso na neve. Era quase... Fatal.

"não, não, não" Eu soquei a parede. Tenho até medo de dizer que esse dia não pode ficar pior, vai que o universo dá um jeito de fazer minha casa pegar fogo.

"Louis me desculpa mesmo eu..." Eu não prestei muita atenção no que ele falou depois disso. A campainha tocou e ecoou pelos meus ouvidos "Ele... Chegou?"

"Holly eu vou ter que desligar agora"

E eu desliguei sem nenhuma hesitação. Não estava odiando ela, jamais poderia, mas simplesmente não estava aguentando tudo isso.

Coloquei o celular lentamente sobre a mesa, quem sabe eu não possa fingir que não estou em casa? Estúpido. A campainha tocou novamente e se eu ainda tinha dúvidas de quem era elas foram embora quando ele gritou "Eu sei que você está ai Louis" e meu coração batia forte. Me aproximei e a cada passo parecia que estava caminhando para minha morte. A maçaneta da porta parecia em brasa e iria me queimar assim que eu tocasse. Eu estava tremendo.

Parei um pouco pensando nas opções. Eu poderia não abrir a porta, mas Harry não iria poder sair do prédio já que não tinha mais condições de sair de carro nas ruas. E se eu abrisse... Iria passar o final de semana inteiro, ou talvez até mais, apenas com Harry. Com a pessoa que eu tanto odeio por amar. A pessoa que me deixou dois anos atrás, sem nenhuma hesitação. A pessoa que foi embora porque não aguentou toda a pressão, simplesmente desistiu de tudo. Me deixou para trás com apenas metade do meu coração.

Se eu ignorasse toda essa mágoa eu podia até perceber o quanto o desejo por ele era maior do que isso tudo. A saudade que meu corpo sentia dos toques e do quanto eu era necessitado, eu precisava dele e ainda preciso, não posso fugir disso, mesmo que por dois anos eu tentei. No fim de tudo, eu percebi que era impossível de qualquer forma.

Girei a maçaneta e uma fresta se abriu sendo permitido só isso por causa da tranca, a corrente prata na altura dos meus olhos, nos separando.

- Será que eu posso entrar?

 


Notas Finais


Hey como estamos??
Comentem o que estão achando <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...