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História Inverdades - Prólogo


Escrita por: bugabe

Notas do Autor


Bem, me desculpem pela demora TT Eu havia prometido que postaria no dia seguinte que postei o anúncio, mas tive uns imprevistos... Sinto muito, minhas bebês ❤

Eu aconselho a todos relerem, porque mudei MUITAS coisas ok? Então, leiam novamente ;u;
Oh, antes de começar, gostaria de explicar uma coisinha bem básica: A SunHee maluca e acho que isso fica claro desde os antigos capítulos. Em alguns momentos, ela irá tratar o Hoseok como mulher e, em outros, como homem. Então, não estranhem, ok?

Obrigada a Carol por betar;;
Boa leitura! 💙

Capítulo 1 - Prólogo


Respirando com dificuldade, Hoseok fechou seus olhos e abriu a boca, sem qualquer ar ou som saindo dali. Nunca em seus dezoito anos, sua mãe, senhora Jung SunHee, apertou as cordas de seu espartilho como hoje. A mulher, atrás do filho, puxava as cordas sem aparentemente se importar se o garoto  poderia desmaiar por falta de ar. Para ela, nada poderia dar errado e se precisasse tornar o filho igual um manequim, o faria. O deixaria com belíssimas curvas, como uma perfeita dama. 

Hoseok segurava o guarda roupa, apertando os dedos contra a madeira ao ponto de esbranquiça-los. Com a voz fraca, tentava dizer que estava em seu limite, todavia era completamente ignorado. 

A empregada pessoal do jovem observava com pena, jurando não ficar surpresa se os órgãos do garoto voassem pela boca. A cintura estava ótima, no limite, entretanto sua patroa de longe via o que lhe agradava. Conhecendo Jung Hoseok, este choraria se aquela tortura continuasse. 

— Senhora SunHee, deseja que eu termine de aprontar a senhorita Hoseok? Lembre-se que a senhora Hyoi Min deseja mostrar o salão de festa antes da cerimônia. — andando dois passos curtos, curvou-se. 

A mulher sorriu, puxando a corda novamente para entregar as pontas para a empregada. Mesmo faltando poucas horas para cerimônia, haviam pendências em relação a festa. 

— Obrigada, Ellen. — se afastando, deu uma olhadinha para o filho mais novo. Este trajava apenas a roupa íntima, uma ceroula branca que passava um pouco dos joelhos, meias e tecido com enchimentos sobre seus mamilos. — Hoseok, sorria. É seu casamento. — mandou, se lembrando do péssimo hábito do garoto de não sorrir. — Voltarei mais tarde para vê-lo com o vestido. 

Assentiu, observando pelo canto do olho a mulher sair do cômodo; finalmente pode respirar quando Ellen afrouxou um pouco as cordas do espartilho. Fechando os olhos, não precisava se olhar no espelho para se sentir ridículo. Na verdade, toda a situação era desde o começo. 

Jung Hoseok era um homem que precisou passar dezoitos anos se vestindo de mulher para agradar a mãe maluca. Era uma situação muito conhecida de quase morrer por falta de ar pelo espartilho, aguentar penteados quilométricos, andar em sapatos com salto, um sutiã falso, maquiagem… A odiava por fazê-lo passar por tais coisas, e a odiava ainda mais por agora obrigá-lo a casar com um desconhecido. Toda sua vida foi uma obrigação atrás de outra. Sequer tinha direito sobre seu cabelo.

— Estará muito bonito, meu senhor... — Ellen conhecia Hoseok afinal, este era seu protegido desde que nasceu. — Seu vestido lhe cairá muito bem... — fazendo um laço com a corda do espartilho, olhou para o vestido aberto sobre a cama. — Senhor Min parece ter bom gosto. 

— Descobriu o que eles fizeram com o dinheiro do dote? — perguntou, ignorando a tentativa de Ellen para que se sentisse menos ridículo. — Me sinto horrível de enganar essas pessoas… — comentou quando a empregada assentiu. 

— Como imaginou, eles compraram uma casa em Daegu. — começou a contar, rindo da expressão surpresa do rapaz — Foi um dote grande, meu querido… Parece que atenderam as necessidades de seus pais sem saberem.

— Finalmente valhi algo para aquela mulher. — descurvando, soltando o guarda roupa. — Senhores Min parecem ser pessoas tão boas, eu não deveria aceitar essa loucura. 

— Querido, me desculpe, mas não teve opção… — virando-se, pegou o vestido, levantando-o para cima. — Ah, é um belíssimo vestido...

— Ellen, por favor, não perca o foco. — Hoseok sentia que poderia ficar louco com a culpa e egoísmo. Estava enganando uma família e, se aproveitando da ideia maluca de seus pais - usaria aquela obrigação para se vingar e finalmente fugir. 

— Hoseok… Pare de pensar demais. Conversamos sobre isso ontem, não? — falou despreocupada, olhando seu garoto. — Está se casando com o próximo monarca da família Min, os maiores donos de terras da Coréia. 

— Como consegue não sentir culpa? — perguntou, balançando a cabeça de maneira negativa. — Eu moro com malucos… 

Ignorando-o, caminhou até o Jung. — Ande, vamos lhe vestir antes que SunHee apareça e você não esteja pronto.

Mesmo sendo uma opção inexistente, Hoseok queria fugir para mais longe possível. Não queria salvar sua família da pobreza, nem se vestir de mulher ou casar com um desconhecido e pior, enganá-lo e usá-lo para uma vingança. Havia sim pensando em usar o casamento como uma boa arma, mas sentia um peso horrível em seus ombros. 

Faltavam poucas horas para que a cerimônia começasse. Se tornaria um membro da família Min.

Seria Min Hoseok.

Casaria-se com Min Yoongi.

Em silêncio, Hoseok pedia desculpas em sua cabeça para todos os Min e convidados, esperando que a culpa passasse um pouco. Fechando os olhos, deixou que Ellen ajeitasse o vestido em seu corpo. Precisava se vingar. E assim seria livre. 

— Descubra em que lugar de Daegu compraram essa casa, Ellen. 

A mulher sorriu grande, ficando orgulhosa como a voz de seu garotinho saiu firme. — Sim, senhor.



Hoseok se escondia embaixo da cama em seus plenos dezoito anos, por puro medo de seu irmão do meio, Hosoku. Ele gostava de lhe maltratar de maneira violenta ou lhe humilhar com palavras. Fechou os olhos, parecia machucar mais a cada ano e a única que o salvava estava de folga. Ouvindo o irmão gritar do outro lado da porta, se encolheu mais, diminuindo o ritmo de sua respiração. Era horrível estar daquele modo e o vestido apertado não ajudava. 

O Jung mais novo perdeu a conta de quantas vezes em jantares de família as humilhações começavam e seus pais riam ou ficam em silêncio, permitindo que acontecessem. Não pediu para nascer um garoto, não tinha culpa. Pior era fazer o que aquela maldita queria e mesmo assim, sofrer em suas mãos. 

Também havia seu outro irmão, Yesung, que era outro engraçadinho que amava lhe maltratar de maneira impiedosa.

E uma vez que respondeu as brincadeiras, SunHee lhe estapeou o rosto em frente dos empregados e família, dizendo que o Jung jamais deveria levantar a mão para os irmãos. 

O garoto já havia apanhado quando vestiu uma das roupas dos irmãos. Estava cansado de ser algo que não o agradava. Usar maquiagem, sutiã ou ter um cabelo longo não eram coisas que o deixavam feliz, bem consigo mesmo. 

Engatinhando para sair debaixo da cama, Hoseok ficou em pé, afastando a sujeira do vestido claro. Se o sujasse, teria problemas. 

Com a porta do seu quarto se abrindo, xingou mentalmente o maldito por entrar ali bem quando saíra de seu esconderijo. Se virando, ficou surpreso em encontrar sua mãe e não Hosoku. Naquele dia, ela e seu pai saíram para visitar alguns amigos que estavam passando uma temporada em Gwangju. 

— Estava te procurando. — sem cumprimentar direito, SunHee caminhou até o guarda roupa. — Vá tomar um banho, iremos jantar fora. — passando as mãos pelos vestidos, escolheu um amarelado e com babados. 

Parando no mesmo lugar, Hoseok estranhou a mãe dizer que sairiam para jantar. Nunca saia de casa, já que a família não queria que as pessoas o vissem. Sorrindo, sentiu uma animação lhe invadir. 

Notando animação vinda do filho, a mulher acrescentou:

— Vai conhecer seu noivo. 

Paralisando, o rapaz olhou a mãe, não acreditando que ouviu corretamente. 

— Como?

— Você tem dezoito anos, Hoseok. Moças da sua idade já estão casadas. — respondeu, sequer notando a forma como se referiu ao filho. — Ande logo e tome um banho. Vou pedir para alguma empregada te ajudar já que Ellen não se encontra.

Deixando o vestido sobre a cama, alisou o tecido, sorrindo grande. Tudo precisava correr como planejado. Se o filho de seus amigos gostasse de Hoseok, o casamento aconteceria e viria em uma hora ótima de maneira financeira.

Olhando a mãe, Hoseok desejou se esconder novamente embaixo de sua cama. 



Sorrindo com a visão do moreno vestido, Ellen alisou a cauda, soltando-a no chão. A cabeleireira havia acabado de sair do quarto. Hoseok estava lindo e, com as feições afeminadas, ninguém perceberia que embaixo da maquiagem, um coque elaborado com tranças e vestido, existia ali um homem. Olhando o rosto do Jung, este não possuía nenhuma expressão enquanto se olhava no espelho. 

Suspirando, jogou o véu no rosto do garoto já que alguns minutos o senhor Jung viria buscar Hoseok para levá-lo ao altar. 

— Estou assustado, Ellen… — confessou, abrindo os olhos, sentindo alguns pontos do rosto coçar devido ao tecido em seu rosto. — Se ele me desejar- 

— Faça como conversamos, meu garoto. Acredite, pelo que conheci do senhor Min, ele compreenderá e dará esse tempo. — disse de maneira doce, pegando as mãos de Hoseok. — Relaxe, seis meses passarão rapidamente. 

Sem tempo para resposta, ambos ouviram uma batida da porta. Hoseok olhou Ellen assustado, balançando a cabeça. Não estava pronto para sair daquele quarto. Sussurrando para que tivesse calma, caminhou até a porta para abrir a porta. 

Ao contrário do que Hoseok esperava, não era seu pai e sim Min Yoongi com seus fios loiros. 

— Poderia nos deixar a sós? — perguntou a Ellen, entrando no quarto com drvida cautela.

Levantando o véu, o jogou para trás e sorriu falsamente. Estava nervoso em ficar de frente com Yoongi sem a presença de alguém, mas ele não precisava saber disso. 

— Vá, Ellen… Veja se precisam da sua ajuda. —  a dispensou, porém esperando que a mulher ficasse atrás da porta até que o Min saísse. 

Assentindo com o pedido, sua empregada se retirou do aposento após se curvar, esperando que tudo ficasse bem. 

Sorrindo gentilmente para Hoseok, Yoongi o olhou, descendo os olhos pelo vestido. 

— Creio que acertei no vestido...

Assentindo, não sentiu confiança em sua voz para responder. 

— Nervosa? — perguntou, um tanto sem jeito. 

— Um pouco… — respondeu, baixinho — Mas acho que não irei fugir no meio da cerimônia. — brincou, tentando descontrair o clima pesado.

Yoongi riu. — Fico aliviado em saber que minha noiva não me abandonará no altar. 

Hoseok sorriu, contido. — Eu gostei do vestido… Obrigado.

— Fico feliz. O comprei pensando em você. 

Se sentindo constrangido, Hoseok abaixou o olhar. — Dá azar o noivo ver a noiva antes do tempo…

Yoongi não acreditava em superstições, mas notou o quão acanhada e desconfortável sua noiva estava. Quis rir por isso, encantou-se com Hoseok desde o momento que a viu no jantar; esperava que um dia pudessem se dar bem. Min Yoongi almejava uma relação como a de seus pais, que mesmo com um casamento arranjado, foram felizes por anos e aprenderam a se amar. 

— Bem, creio que preciso ir ao altar. Dei uma fugida da sua mãe e da minha para te ver… — dando um passo para trás, sorriu uma última vez para a noiva — Espero vê-la novamente, senhorita Jung. — aproveitou para brincar, abrindo a porta com calma, ainda admirando Hoseok.

— Nos vemos, senhor Min.

Respirando aliviado quando o loiro se retirou, Hoseok iria precisava ser forte. Mas do que imaginava. 



Notas Finais


Obrigada por lerem, meus nenéns! Espero que agora a estória fique mais gostosa e fácil de entender 💙

Beijinhos ❤


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