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História Inverno - Sippy Cup


Escrita por: Anne_Noob

Notas do Autor


Olá meus bolinhos de arroz!
Eu sei que eu demorei, e que esse capítulo está bem mais curto do que o normal, então desculpem-me!
Talvez a imagem de capítulo não tenham muito haver, mas eu achei tãooo bonita <3 (créditos ao autor, que não sou eu)
Enfim, boa leitura! (é bom feriado!)

Capítulo 23 - Sippy Cup


Fanfic / Fanfiction Inverno - Sippy Cup

Sangue ainda é uma mancha mesmo se os lençóis forem lavados
Sexo não acaba quando luzes forem apagadas
Crianças continuam deprimidas quando você as veste
E xarope continua sendo xarope dentro de uma mamadeira

Dinheiro sujo, dinheiro sujo

Não importa com o que você tente disfarçar sua casa
Nós sabemos o que acontece dentro dela

-Sippy Cup,Melanie Martinez


 

Eu olhei para John ali, sentado na poltrona marrom, quase perdendo o oxigênio em meus falsos pulmões, extasiada por sua presença ali.Ele estava sem sua armadura, sem suas paredes criadas para auto proteção. Ele estava ali apenas por ele, John, sem o título de “Master Chief”.

     E puta que pariu, que homem bonito!

     Ele tinha o cabelo curto, no estilo militar clássico. Usava uma camiseta simples e surrada, escrita no canto do peito o número 117. Calça de moletom verde e botas marrom.Mesmo com a pouca luz, eu ainda podia ver alguns traços de idade e pequenas rugas no canto dos olhos. Nada que diminuísse a obra-prima ao meu lado.

     Eu tentei me erguer da cama, e a única coisa que eu consegui fazer foi acordá-lo. Ele me olhou com olhos azuis claros preocupados.

 

- Desculpa te acordar..- Eu murmurei, vendo ele negar com a cabeça.

-Não se preocupe com isso.- eu pude ver o fantasma de um sorriso nascer no canto dos seus lábios.- Como você se sente?-  ele se ajeitou na poltrona, colocando seus braços sob suas coxas e mantendo sua mãos juntas casualmente.

-Como alguém que pulou de um prédio de trinta andares, foi atropelada por vinte caros e rolou dez quarteirões deveria se sentir?- Eu dei uma risada fraca para ele, que faz aumentar o sorriso dele próprio  um pouco.

-Isso me parece bem péssimo..- Ele perdeu o sorriso, ficando sério de novo.

-Hey, o que foi?- eu me ajeitei sentada na cama, olhando para os oceanos azuis que ele chama de pupila.

- Eu achei que tinha te perdido de novo.- ele murmurou, desviando o olhar. - O doutor Jacob disse que você tinha poucas chances de acordar novamente.- eu sorri ternamente para ele.

-John, olhe para mim..- Ele fez o que eu pedi. O conseguia ler a dor nos olhos dele, a mesma dor que eu pude sentir antes mesmo de ter um corpo em Requiem. - Eu passei por coisas muito piores que isso. Isso...esse teste… e um pedaço de merda, e verdade. - Ele ergueu uma sobrancelha, no mínimo surpreso com minha escolha de palavras. - Ele pode ter bagunçado minha mente, quebrado ela.. mas a reconstruiu também. Eu vou ficar bem.- ele desviou o olhar novamente.

- Eu.. não quero te perder de novo.- Eu sorri a ele.

-E você não vai.- ele voltou a me olhar. Tinha um brilho novo em seus olhos, um brilho que me fez muito feliz.

     Ele se levantou, me fazendo ficar em dúvida com seus próximos passos.

-Você está com fome?- Ele perguntou, casualmente. - Eu.. posso buscar algo para você comer, se quiser.- Eu sorri em o quão carinhoso ele soou, ficando em pé perto da porta, me olhando com aquele brilho nos olhos.

-Se não for incômodo..- ele sorriu de canto para mim, novamente.

-Nenhum. Voltou em instantes.- E com isso, ele se virou e girou a maçaneta abrindo a porta e saindo do meu campo de visão.

     

Eu não pude deixar escondido um sorriso bobo, agora que eu estava sozinha no quarto. Eu me sentia calma; ainda com a cabeça doendo, mas bem menos do que antes. Eu estava fraca e minha voz deixava isso bem explícito.

     Eu voltei a olhar o quarto com mais detalhes, eu pude ver ao lado da poltrona onde John estava uma pequena pilha de livros, no máximo dois. Haviam também alguns papéis e uma caneta. Provavelmente ela andou anotando alguma coisa, ou Jack deve ter deixado ali sem querer.

     Do outro lado da poltrona, jogada casualmente, um rifle de assalto. O clássico que John sempre usa em batalhas, jogado ali.

 

“Uma vez espartano, sempre espartano” pensei comigo mesma.

    

A porta foi aberta novamente, só que dessa vez era Jack entrando por ela.Ele parecia cansado. Olhos com olheiras, testa franzida. Ele ligou alguns aparelhos em mim; medindo a temperatura média do meu corpo, Ligando uma luz forte para ver como meus olhos reagiram, ligando outro aparelho que calculou minha velocidade mental, motora e cognitiva. Ele anotou os resultados em uma planilha na borda da cama e se voltou para mim.

 

- parece tudo em ordem aqui.- Ele soltou um suspiro cansado. - Como você se sente?- E o dei meu melhor sorriso.

-Com fome. - Ele deu um riso fraco, sorrindo cansado para mim.

-Eu sinto muito, por tudo isso.- Ele falou para mim, culpa em sua voz.

- Oh, eu vou sobreviver, não se preocupe. - Ele balançou a cabeça em negação.

-Não.. Não era necessário, se eles tivessem acreditado.. isso foi abuso, Cortana.- Ele me olhou, um olhar que era uma mistura de raivo com aflição. Ele suspirou. - Tente descansar, o Chief vai estar de volta com sua comida.- Com isso, ele se levantou, pegou seus aparelhos e saiu da sala.

 

Eu me senti mal por ele. Principalmente por não saber como a ONI reagiu com ele. Eu me escorei na cabeceira da cama, retirando um dos aparelhos do meu braço. Não havia nenhum relógio ou calendário por perto, o que me deixava sem nenhuma informação de tempo ou data.

A porta foi aberta de novo, com John passando por ela. Ele carregava uma bandeja com um sanduíche e café.

-Eu sinto muito, eu só consegui isso.- Eu sorri para ele, me arrumando sentada novamente e pegando a bandeja.

-John, já está ótimo, obrigado.- Ele sorriu de volta para mim, se sentando na poltrona ao meu lado novamente. - E você? Não vai comer nada?- Eu perguntei enquanto comia um pedaço do sanduíche.

- Não se preocupe, eu já comi. - A voz dele soou tão suave quanto uma melodia. Ele parecia tão mais calmo.Eu continuei comendo e bebendo o café. Era tudo melhor que nada. Ele ficou ali, em silêncio me esperando terminar de comer.

- O Capitão vai querer ver você depois.- Ele falou, calmamente me olhando. - E sobre uma das suas aliadas.

-Anee?- Presumi, vendo-o concordar com a cabeça.

-Halsey… aparentemente estava falando com ela, quando eu passei em alguns corredores vindo para cá.- ele falou, calmamente.- Eu pude ouvir gritos.- Eu suspirei.

 

-Era de se esperar.- Eu tomei um gole do café.- Annie parece ter um….ódio estranho pela Halsey. Nunca vi nada parecido com o que ela sente em nenhum lugar.-

 

-Você acha que tem algo haver com o passado dessa Anee?- John perguntou.Eu olhei para ele, seus olhos curiosos e sua respiração calma.

 

-Sinceramente?- Eu levantei uma sobrancelha.- Eu não faço a menor  ideia. Anee já tinha me mostrado ser louca antes.- John franziu a testa.

 

-Então porque se aliou a ela?- Eu dei um riso fraco, terminando a refeição e deixando a bandeja de lado.

 

-Mais valia ela comigo do que contra mim. - John  balançou a cabeça negativamente.

 

-Ela te manipulou. Todos estavam te manipulando. - Sua voz tinha um tom tenso, assim como sua expressão corporal.

 

-Eu sei, John. - eu suspirei novamente, nem me dando conta que falei seu nome verdadeiro. - Agora eu sei…. Mesmo que , parte minha ainda ache que Anee tem algo muito importante guardado.- John pareceu relaxar, escorando melhor as costas na poltrona.

 

-De qualquer modo, você precisa descansar. Ela, o Capitão e o raio que o parta pode esperar.- Eu não pude deixar de ficar surpresa.

 

-Olha só, quem diria Master Chief.- ironizei, rindo um pouco.- Onde aprendeu isso?- Ele sorriu um pouco.

 

-Oh, se me lembro, foi com uma amiga IA azulada.- Ri mais um pouco.

 

-Eu nunca disse isso.- Ele riu, se levantando e pegando a bandeja.

 

-É verdade, você dizia coisas piores.-Ele piscou para mim, já na porta. Murmurou um “Bom descanso” e sumiu porta a fora.

 

Eu espero não ter corado.

 

Eu decidi descansar, seria o melhor a fazer. Ajeitei os travesseiros, e me cobri com os cobertores. Fechando os olhos, um pude ouvir pequenas conversas paralelas nos corredores. Eu podia jurar ter ouvido a voz da Becca em uma delas, seu gritinhos agudos incluso.

 

Meu corpo começou a ficar cansado, então eu caí em sono.

 

-####-

Quando eu voltei do meu estado de sono, eu me sentia muito melhor. Meu corpo parecia mais forte, meus reflexos tinham voltado ao normal e eu já conseguia caminhar normalmente. Jack garantiu isso, fazendo todos os testes pelo menos duas vezes.

 

Anna conseguiu me emprestar uma roupa mais apresentável do que a que eu estava usando antes do teste, um conjunto simples com uma calça cinza e uma camiseta branca com escritas da UNSC nas costas. Também consegui tomar um banho antes de falar com o capitão.

 

John fez questão de me escoltar até a sala do Capitão, já em sua armadura novamente. O caminho foi silencioso, mas não desconfortável: um silêncio amistoso. Com ele de volta na armadura, eu pude perceber nossa clara diferença de altura. Eu parecia uma criança perto dele.

 

Olhares duvidosos em nossa direção eram bem comuns, de cientistas e Marines. O segundo grupo, em especial, não ficava olhando muito. Talvez o medo do soldado de três metros de altura fosse o bastante para ele manterem seus pensamentos quietos.

 

Elevadores e corredores cinza e/ou brancos depois, chegamos na sala em que houve a proposta. Um lugar mais recluso, longe dos olhares. Roland apareceu no holo-pad holográfico. Sua luz amarela em destaque contra os corredores sem vida da nave.

 

-Senhor, Senhora.- A IA fez uma pausa.- Senhora, o Capitão gostaria de falar em particular com você.- Eu não precisava tirar o capacete da cabeça de John para saber seu desagrado em relação a isso.

-Sem problema.- Eu disse, com calma. A porta se abriu em minha frente, revelando a sala iluminada.

-Eu te espero aqui.- John falou, polidamente. Voz abafada pelo capacete. Em concordei com a cabeça e segui em frente, porta adentro.

 

Apenas o Capitão estava na sala. Sem Sarah Palmer, seu braço direito. Sem outros espartanos. Apenas o Capitão, uma mesa as cadeiras.

 

-Por favor, sente-se.

A voz dele parecia calma...mas ferida. Sentando-me na cadeira, o Capitão voltou a falar.

- Como o combinado. Eu posso conseguir sua libertação e ficha limpa para você e suas companheiras.- Eu soltei um suspiro de alívio. - Mas acredito que posso lhe dar uma proposta um pouco melhor. Que vai ajudar nós dois.-Eu ergui uma sobrancelha

-Se me permite, Capitão.. Qual seria essa nova proposta?- Falei o mais polidamente que pude, por mais confusa que estivesse.

-Imagino que queria encontrar sua filha. E nós queremos parar a IA do Mantel. - Ele fez uma pausa. - Minha proposta é a seguinte: Você volta a trabalhar para a UNSC , ajudando Jacob na pesquisa  dele. E eu faço o possível para ajudar a achar sua filha, além de te liberar alguns sistemas que podem te ajudar na busca.- Meu ar saiu dos meus falsos pulmões.

-Isso….é sério?- ele concordou com a cabeça, um pequeno sorriso em seus lábios. -Claro… Claro que sim! - O Capitão pegou um papel e uma caneta, pondo na mesa.

-Isso vai se juntar ao seus anos anteriores de trabalho junto ao Master Chief. Vai poder continuar no seu corpo atual, e ganhará todos os benefícios junto ao seu trabalho.- Ele me apontou a ponta da caneta para mim. - Você só precisa assinar, então a UNSC Infinity ficará muito grata em ter você na tripulação.- Eu sorri, olhos marejados.

 

Eu peguei a caneta de suas mãos, olhando o papel com calma e conferindo as informações. Tudo correto, eu então assinei. Ele pegou o papel, contente. Nos levantamos e ele me estendeu a mão.

 

-Bem vinda a Infinity, Cortana. - Apertei a sua mão.

-Obrigado Capitão.
Foram pequenas trocas de sorrisos amistosos, sorrisos verdadeiros . Eu encontraria minha filha. Eu finalmente acharia Melanie.


Notas Finais


Link da música: https://www.youtube.com/watch?v=kPFzk3gi6bw
Geente, é esse Chief ai? me digam o que acharam da "representação" dele sem a armadura!
Qualquer critica, duvida ou sugestão, comentem!
até a próxima! <3


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