História Inverse? - Stay With Me

 

POV Sana

 

Me encontrava deitada em uma das camas da enfermaria da escola. Momo estava sentada ao meu lado distraída com seu celular. Estávamos em silêncio.

– Por que me salvou? – Perguntei. – Você não me odiava? – Momo olha rapidamente para mim guardando seu celular.

– Quando soube que você sairia de casa, me senti um pouco arrependida. Então eu resolvi me transferir, já que eu não poderia ter mais contato com você. Fui uma idiota em te tratar mal todo esse tempo... Me desculpe. – Ela suspirou. – Eu quero te mostrar que mudei.

– Nunca pensei que teria esse tipo de conversa com você... – Deixo escapar um sorriso. – Sinto muito, Momo. Eu realmente não pedi para ir morar lá e causar toda essa confusão. Não odeie sua mãe, ela não tem culpa de nada, a culpa sempre foi minha.

– Tudo bem, isso é passado. Eu fui muito egoísta e reconheço isso. Você passou por problemas na infância e merecia toda atenção, porém eu só sabia sentir ciúmes por você ganhar mais atenção do que eu. Confesso que ainda fico triste de ter sido deixada um pouco de lado, mas eu sempre soube que não foi sua culpa, eu só não queria ter que admitir isso. Toda essa minha implicância com você foi apenas para chamar atenção, e no final não deu em nada. Fui muito infantil. – Ela abaixou a cabeça.

– Que tal esquecermos tudo isso e recomeçarmos do zero? Não tive oportunidade de te conhecer direito, e eu realmente quero me tornar sua amiga. – Digo estendendo a mão.

– Você tem razão. Eu aceito. – Ela aperta minha mão com um sorriso no rosto.

O sinal toca indicando que o intervalo havia chegado ao fim.

– Precisamos ir para a sala agora, conversamos melhor depois. – Digo me levantando da cama.

– Você já está melhor? – Momo pergunta me ajudando a levantar.

– Sim, obrigada. – Respondo.

Saímos da enfermaria e fomos caminhando juntas até nossa sala.

– Sana, eu tenho mais uma coisa para falar. – Momo disse.

– Diga. – Começo a fitar ela.

– Não foi só por você que eu resolvi me transferir... Tem mais um motivo. – Ela me fita séria. Eu já estava começando a ficar nervosa.

– Q-Qual? – Pergunto ainda a fitando.

– Eu me interessei pela sua amiga. – Ela fala timidamente. Arregalo os olhos.

– PELA MINA? – Grito.

– Mina? Não! É a branquela que eu tentei beijar, que por sinal eu me arrependo de ter forçado a barra naquele dia. – Meu coração começa a acelerar por algum motivo.

– M-Mas... – Sou cortada por Momo.

– Ah, qual é. – Ela me dá um tapa nas costas. – Você disse que eu poderia ficar com ela. – Engulo a seco.

Não sabia o que falar.

– V-Você não deve se aproximar dela, ela não é uma boa pessoa. Estou falando isso para o seu bem.

– As pessoas mudam, Sana. – Ela repousa a mão sobre meu ombro. – Eu quero tentar, não vou desistir dela. – Momo sorri de lado e caminha para a sala, me deixando para trás.

Suspiro e volto a andar para a sala também.

 

 

POV Dahyun

 

Depois de descobrir que Momo está estudando na mesma escola que eu, passar o intervalo inteiro aturando Chaeyoung fazendo drama por causa da Mina e conviver com uma Momo pervertida me encarando a aula inteira, finalmente a hora de ir embora chegou.

Guardo minhas coisas e me retiro o mais rápido possível. No caminho, esbarro com Chaeyoung.

– Dah, posso ir no seu apartamento hoje? Preciso de ajuda com o encontro... – Ela sussurra a última frase em meu ouvido e depois olha para os lados.

– Não vai dar, vou trabalhar o dia todo. – Minto.

– Que tal amanhã? – Perguntou.

– A-Amanhã? Não vai dar também. É que o outro morador chegou no mesmo dia que eu, então o apartamento está uma bagunça. Ele pediu pra não levar ninguém lá. – Digo.

– Você não tinha me contado... É um homem? E se ele for um pervertido? – Ela disse preocupada.

– Está tudo bem, ele já é um senhor de idade.

– Pior ainda, ele pode ser aqueles velhos pervertidos! Quero conhecer ele.

– Ele não é, Chaeyoung. Juro. – Digo tentando convencer ela.

– Tudo bem... Mas eu queria ir lá mesmo assim. – Ela abaixa a cabeça de forma triste. Reviro os olhos.

– Me dê seu celular. – Estendo a mão.

– Para quê? – Pergunta sem entender.

– Vamos, me dê logo! – Ela me entrega seu celular e eu digito meu número nele.

– Você não tinha meu número. – Entrego o celular. – Já que não vai dar para você ir lá esses dias, pode falar comigo por mensagem. – Ela assente. – Agora preciso ir, tenho que trabalhar ainda. – Sigo até a saída da escola.

Chaeyoung me surpreende pulando nas minhas costas.

– Você é a melhor! – Disse animada.

– Sai de cima de mim, você não é tão leve quanto parece. – Digo com dificuldade.

 

 

POV Sana

 

Finalmente era hora de ir para casa, já não aguentava mais ver Momo babando por causa da Dahyun. Ela realmente está gostando dela.

– Sana? – Mina me tira de meus pensamentos. – Quem morreu?

– Como assim? – Pergunto confusa.

– Você parece triste.

– Ah, eu não estou, é só impressão sua. – Rio de nervoso. – O que você queria me falar no intervalo? – Mudo de assunto.

– Verdade, eu já ia me esquecendo. – Ela se senta na cadeira da frente. – Chamei a Chaeyoung para ir comigo no parque sábado. – Ela dizia com os olhos brilhando.

– Legal... Só vocês duas? – Ela assente. – Então é um encontro? – Sorrio maliciosamente e ela cora.

– Talvez seja... – Ela abaixa a cabeça e brinca com os dedos.

– Você nunca me contou sobre a Chaeyoung.

– Me desculpe, é algo confuso para mim ainda. – Ela disse timidamente.

– Tudo bem, Pinguim. Apenas continue seguindo seu coração, não vou te forçar a contar nada. Ainda... – Dou outro sorriso malicioso.

– Idiota... – Ela me dá um tapa fraco no braço. – Obrigada. – Sorriu. – Ah, eu vim perguntar se posso ir conhecer seu apartamento hoje? – Travo na mesma hora.

Droga! Que desculpa eu dou?

– Pode ser outro dia? Está uma bagunça. – Coço a nuca.

– Não me importo, eu te ajudo.

– Não precisa, eu mesma arrumo tudo.

– Eu faço questão, passo lá a tarde. – Ela se levanta. – Vou na frente, tenho algumas coisas para fazer.

– Mas... – Mina vai até a porta.

– Até mais tarde. – Ela acena e se retira.

Fico olhando para porta com a boca aberta.

Estou ferrada!

Pego minhas coisas e corro da sala. Precisava chegar no apartamento o mais rápido possível.

 

 

POV Dahyun

 

Ao chegar em casa, brinco com Shiba como de costume, depois me apresso para me arrumar para o trabalho.

Depois de pronta, pego minhas coisas e vou a caminho da saída, abro a porta e dou de cara com Sana. Ela estava ofegante, parecia ter corrido.

– O-Oi... – Sana parecia nervosa, mas resolvi ignorar.

– Oi. – Empurro ela da minha frente para me dar passagem.

– Aonde você vai? – Ela perguntou.

– Não te devo satisfações. – Digo apertando o botão do elevador ao entrar no mesmo. Ouço Sana bufar.

 

 

 

                                                                               ~~~

 

 

Hoje o café estava super lotado, o que dificultou um pouco o trabalho. Não tínhamos muitos funcionários, eram apenas eu, o chefe e o filho dele.

– Dahyun, eu não queria ter que pedir isso, mas você poderia ficar algumas horas a mais hoje? – Meu chefe perguntou.

– Sem problemas. – Digo. – Não vou deixar o senhor sozinho cuidando de toda essa gente. – Sorrio.

– Essa é minha garota! – Ele afaga meus cabelos.

 

 

POV Sana

 

– Meu Deus, e agora? Será que ela vai voltar tarde? E se ela estiver voltando agora para casa? – Ando em círculos pela sala. – Estou ferrada! – Ouço a campainha tocar.

Deus, Zeus, Buda, me salva!

Recolho as coisas da Dahyun que estavam pela sala e escondo em seu quarto. Corro até o banheiro e escondo seus objetos pessoais. Dou uma última olhada em volta para ver se havia esquecido algo e me deparo com um cachorro sentado me observando.

– Você! – Aponto para ele. – Você vem comigo. – Pego ele no colo e tranco ele no quarto da Dahyun.

Ouço a campainha tocar pela segunda vez. Vou até a porta e a abro, revelando uma Mina sorridente.

– Olá! – Ela disse animada.

– Olá, entre. – Sorrio tentando disfarçar meu desespero.

– Obrigada. – Mina vai até a sala e começa a olhar em volta. – Uau... Que lindo. – Disse com os olhos brilhando. Sorrio sem graça.

Mostro a ela os outros cômodos e ela fica admirada.

– Esse apartamento é enorme... Onde fica seu quarto? – Ela perguntou.

– É por aqui, venha. – Levo ela até lá.

– Que quarto incrível! – Ela pula sobre minha cama. – Estou quase me mudando para cá. – Rio de nervoso. – Seu pai deve pagar uma fortuna. – Ela disse.

– Na verdade não, tive a sorte de alugar pela metade do preço. – Digo.

– Sério? – Perguntou sem acreditar. Apenas assenti. – Que sortuda... – Disse por fim se levantando e saindo do quarto. – O que tem naquela porta? – Mina aponta para o quarto da Dahyun e caminha em direção a ela.

Corro rapidamente ficando de braços abertos em frente a porta para bloquear a passagem.

– N-Não tem nada aqui. – Digo.

– Mas eu quero ver. – Ela tenta me afastar, mas eu me mantenho firme.

– Só tem as caixas da mudança, está uma bagunça. – Shiba late do outro lado da porta.

Maldição!

– Você tem um cachorro aí dentro? – Mina perguntou confusa.

– N-Não... F-Foi meu estômago roncando. – Digo divertida. – Estou morrendo de fome, você não quer comer algo também? – Pergunto afastando ela da porta.

– Eu juro ter ouvido um latido de cachorro... – Disse desconfiada.

 

 

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Depois de comer, Mina disse que precisava ir para casa. Agradeci mentalmente por isso. Nos despedimos e eu corri para arrumar as coisas como estavam antes, pois Dahyun poderia chegar a qualquer momento.

– Você quase me encrencou hoje. – Digo ao soltar Shiba.

Me jogo no sofá e suspiro em alívio. Tudo deu certo no final.

Olho as horas e vejo que já era bem tarde.

– Para onde será que ela foi? – Digo para mim mesma. – É melhor eu ir dormir. – Suspiro.

 

Faço minhas higienes e me jogo em minha cama. Eu não estava acostumada a dormir sozinha em casa, então eu estava sentindo um pouco de medo. Mas eu não poderia esperar por ela, já era bem tarde.

Fecho os olhos desejando que o sono viesse logo e, depois de alguns bons minutos, ele finalmente veio.

 

 

POV Dahyun

 

Finalmente fechamos o café, nunca tinha fechado o café tão tarde. Meu chefe me ofereceu uma carona até em casa, já que estava tarde. Eu aceitei e quando chegamos, eu o agradeci.

 

Chego no meu andar e abro a porta. O apartamento se encontrava totalmente escuro, o que me fez esbarrar em algumas coisas. Levo um susto com um par de olhos brilhantes em meio a escuridão, acendo a luz rapidamente e vejo que se tratava apenas de Shiba. Solto o ar em alívio.

Tomo um banho e faço minhas higienes. Precisava descansar, pois o trabalho de hoje foi bastante exaustivo. Vou até meu quarto e me jogo na cama, fecho os olhos até pegar no sono.

Estava tudo em silêncio, até eu ouvir choros do outro lado da parede. Abro os olhos assustada.

Acho que é coisa da minha cabeça...

Fecho os olhos novamente e depois de alguns segundos, ouço alguém chorar pela segunda vez.

Dessa vez eu me levantei e sai do quarto para seguir o choro, reparei que o som agonizante vinha do quarto da Sana. Começo a ficar preocupada, mas antes de entrar, bato na porta.

– Sana, está tudo bem? – Ela não respondeu, o que me deixou ainda mais preocupada.

Abro a porta rapidamente, ela estava deitada na cama chorando. Parecia estar sonhando, mas ver aquela cena fez meu coração ficar apertado.

Me aproximo dela e sento na beira da cama. Eu não sabia o que fazer em uma situação dessas.

– Por favor... Não vai embora de novo... – Ela fala em meio ao choro. – Sinto sua falta.

Arrisco a tocar em seus cabelos, acariciando os mesmos.

– Vai ficar tudo bem. – Sussurro.

Ela me surpreende ao abrir lentamente os olhos.

Era só um pesadelo.

– Fica aqui comigo, por favor. – Sana segura minha mão, ela estava trêmula e assustada.

Fiquei um tempo sem reação, mas acabei assentindo. Ela me abraçou como se dependesse daquilo. Retribuí com um abraço desajeitado.

– Não precisa ter medo, e-eu estou aqui com você. – Sussurrei ainda acariciando seus cabelos na tentativa de acalmá-la.

– V-Você promete não me abandonar? – Meu coração já se encontrava acelerado.

– P-Prometo.