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História Io ti aspettero - Where do I begin? Parte 1


Escrita por: Lyra_Drummond

Notas do Autor


Olá minhas leitoras lindas!! Voltei como prometido, talvez tenha demorado um pouco... Mas valeu a pena!! Acho que passei no vestibular que fiz quase no início do mês :) Estou mega feliz!! E por isso, mais inspirada do que nunca!! Espero que não desistam de mim depois desse capítulo, vai ser chocante e muito supreendente, no final eu explico melhor... leiam com carinho e se não gostarem tudo bem, eu juro que vou entender. Alerta de cenas hot!!!

O título para quem é IlVolover já sabe de que música é, Piero gravou essa música linda e perfeita, que não tem nada a ver com o capítulo, mas é linda! Escutem-na é perfeita! Where do I begin.

Bjs e amo vcs suas lindas!!!!

Capítulo 18 - Where do I begin? Parte 1


POV Atena

 

 

Dois meses se passaram e muita coisa aconteceu, no início Lucio me evitou e depois de muita insistência minha ele acabou cedendo e agora nos falamos sempre, parece que ele encontrou uma namorada brasileira e está muito feliz e relutante de voltar a Itália. Quanto ao Giane foi uma conversa difícil que tivemos logo após meu término com Lucio, não falei que estava solteira, apenas contei que ele seria pai.

No início ele chorou e se sentiu tão culpado, mas fiz ele entender que foram as circunstâncias que nos levaram a aquilo e que eu precisava de um tempo para pensar em tudo e depois eu o procuraria. O que está sendo bem difícil de fazer agora.

Sei que ele está na Itália, os meninos estão fazendo concertos por aqui e divulgação do DVD, ainda não criei coragem para encarar Giane e me acertar com ele ainda mais depois do que aconteceu com o Inazzio e a Art.

 

Dois meses e alguns dias antes...

 

POV Ártemis

 

Como em um mês tanta coisa pode acontecer? Tudo estava indo bem, Nazio e eu, Atena quase se acertando com o Giane, Afrodite viajando com o Pietro e meu casamento dos sonhos sendo planejado com tanto carinho e cuidado por Nina e minhas irmãs. Eu nunca imaginei que estaria em Firenzi com meu melhor amigo ao invés de estar nos braços do meu noivo, ou melhor, ex-noivo.

Mas naquela noite em Messina eu juro que preferia estar morta a descobrir e ver o que vi diante de todas as possibilidades e outras coisas Inazzio me traiu e com a vadia que o rejeitou no passado. Eu estava passando uns dias com Nazio em Messina para matar a saudade de Nina e da minha afilhada, um dia estava procurando algumas fotos da infância de Nazio para alguma ideia das meninas quando em meio as fotos achei cartas, inúmeras cartas dela, da Vittoria.

Até aí tudo bem, eram cartas do passado e cartas nada familiares, diga-se de passagem, e então a pulga atrás da orelha começou a coçar e eu finalmente percebi que tinha algo de errado no meu paraíso particular. Comecei a observar Nazio e vi com tristeza que ele parecia esconder algo de mim, nunca deixava pegar o celular ou atender. Evitava-me algumas noites e em outras me deixava dormir sozinha, então o cúmulo foi ouvir sem querer uma conversa de Nazio com seu pai.

“-Inazzio você só pode estar brincando! Que diabos deu na tua cabeça? Eu não te criei para ser esse cara sem escrúpulos! Você tem que parar com isso imediatamente! Acha que sua noiva não vai perceber? Ártemis é inteligente e uma hora ou outra vai perceber o canalha com quem vai casar.

- Pai! Eu amo a Ártemis, mas ElA era tudo o que eu queria antes da Art... E ela me ama também.

- Ama mesmo Inazzio? Ama nada! Ela já dormiu com metade dá cidade e quando você não está aqui dorme com o resto.

- Não fala assim dela pai!

- Então você a defende? Está apaixonado por ela? E a sua noiva Inazzio? Aquela que você lutou tanto para reconquistar? Aquela que você disse amar de verdade? Você precisa se decidir, ou Ártemis ou a Vittoria.”

Não consegui ouvir mais nada, sai correndo dali e fui para qualquer lugar onde não pudesse ser encontrada, ele me traía sem piedade e aquele ciúme todo era apenas fingimento? O amor dele não valia nada agora. Não queria ver ninguém, muito menos falar com ninguém, Nina ficaria arrasada e não saberia o que fazer, minhas irmãs estão longe e não posso ter o colo delas. Minha única opção era Giane que estava em Firenzi a passeio, não era tão longe de Messina e então eu iria para lá.

Já era tarde da noite quando cheguei à casa de Inazzio, ele não estava, peguei minha coisas e fui me despedir dos meus sogros, Stefano compreendeu meu olhar e apenas me disse que sentia muito e que se dependesse dele Inazzio nunca faria isso comigo. Agradeci tentando esconder as lágrimas e dona Elisa me abraçou sem entender o que estava acontecendo, mas compreensiva disse que me considerava como uma filha e que independente do que acontecesse ela e Stefano sempre teriam muito carinho por mim.

Não consegui segurar mais, as lágrimas vieram e eu queria morrer ali mesmo, eles se ofereceram para me levar ao aeroporto o que eu recusei gentilmente e pedi um táxi. Eu achava que não poderia piorar e estava enganada, quando cheguei ao aeroporto vi Inazzio e a vadia juntos, ela estava embarcando e ele a beijou... Do mesmo jeito que me beijava quando nos despedíamos...

Quando ela se foi ele virou para ir embora e me viu, seu olhar surpreso e sem nenhuma culpa me quebrou mais ainda, estava indo em direção ao meu portão de embarque quando ele me alcançou e me segurou dizendo:

- Eu posso explicar...

- Eu vi e não há o que explicar, eu ouvi o que teu pai disse hoje na cozinha e nunca pensei que você seria capaz de algo tão baixo e nojento.

Inazzio por alguns segundos me olhou e quase pude sentir em seus olhos uma ponta de tristeza, mas durou pouco e logo uma máscara fria e irônica se instalou naquele rosto que tanto amo. Sem um pingo de remorso na voz ele me disse:

- Eu iria te falar, eu só precisava pensar e achar um jeito de não te magoar mais ainda... Eu...

- Você já a escolheu não é?

Inazzio não conseguia me encarar, olhava para todos os lados e qualquer direção menos para mim, então eu respirei fundo e engolindo minhas lágrimas disse:

- Pois bem, Inazzio, você fez sua escolha e eu faço a minha agora... Nunca mais me procure, esqueça que eu existo, esqueça tudo que a gente viveu e esqueça principalmente que eu te amei um dia. Adeus!

Joguei minha aliança na cara dele e saí correndo para o meu voo até Firenzi, onde Giane me esperava ansioso e preocupado. Não olhei para trás, segui firme até onde ele não podia me ver e antes de entrar no avião desabei e chorei sem me importar se todos estavam olhando, a aeromoça que viu tudo me levou até outro assento mais reservado e me deu água tentando me acalmar.

Nem lembro o nome dela, mas lembro de sua expressão complacente e solidária, como se ela já tivesse passado pela mesma situação, foi uma viagem exaustiva porque eu queria chegar logo e porque a imagem de Inazzio beijando a vadia não saía de minha cabeça. A aeromoça sempre voltava para conversar comigo e me distrair, porque tudo o que eu queria era chorar até desidratar.

Quando desci no aeroporto Giane estava lá, impecável como sempre em sua roupa despojada e seus óculos escuros, não dissemos nada e ele me abraçou tão forte como se quisesse colar os pedaços do meu coração, ele era como um irmão para mim e meu chão nesse instante. Senti uma tontura e Giane me segurou antes que eu encontrasse o chão, foi aí que lembrei que fazia quase um dia que eu não comia nada, meu amigo me arrastou para um restaurante e me obrigou a comer.

Ele esperou o meu tempo e não me perguntou nada, quando estávamos no hotel, no quarto dele, me deitei em seu colo e finalmente contei tudo, chorando mais do que falando. Giane ouviu tudo e depois disse:

- Eu não acredito que Inazzio teve a coragem de fazer isso com você Art! Não acredito...

- Ele teve Giane, não só teve como parece não ter nenhum tipo de arrependimento.

- Ele só pode estar louco ou enfeitiçado.

- Nenhum dos dois, ele se apaixonou por outra pessoa e não o culpo por isso, só acho que ele deveria ter sido honesto comigo... Era o mínimo que eu merecia.

- Você merece mais Art! Não seja tão compreensiva com o Inazzio, ele sabe o que está fazendo e eu te garanto que ele vai se arrepender muito por isso.

- Tudo bem Giane, eu vou superar.

- É claro que vai! Amanhã iremos às compras, vamos mudar o visual, estou pensando em fazer uma tatuagem... Acompanha-me? Você me disse uma vez que era louca pra fazer uma tatuagem.

- Tatuagem? Por que não? Mudanças são sempre bem vindas! Eu topo!

- É isso aí! Essa é a minha amiga, que não se abala por nada e que vai enfrentar isso de cabeça erguida e firme. E a noite iremos a uma balada, quero beber muito e esquecer que a sua irmã me odeia e não me quer mais.

- Não exagera Giane! A Atena te ama, ela só precisa de um tempo e até porque ela já terminou com o Lúcio faz tempo...

- Como assim Art? E você não me fala nada... Que bela amiga você é!

- Hey! Sou uma ótima amiga tá? É que a Atena me pediu para não te dizer nada, ela estava criando coragem para te procurar.

- Então vamos cancelar a bebedeira e só curtir a balada.

- Se bem que eu estou precisando encher a cara...

- Nada disso mocinha! Vamos apenas nos divertir e sem álcool, até porque eu ainda não estou 100% e estou proibido de ingerir álcool por mais de um ano.

- Tudo bem. Mas só porque você não pode. É o meu celular que está tocando? Se for o Inazzio não quero falar com ele, já vi umas cem ligações dele e todas ignoradas com sucesso. Vê quem é.

- É a Nina. Vai atender?

- Não, depois eu mando mensagem. Quero ir dormir... Mas não quero dormir sozinha, posso ficar aqui? Eu durmo no sofá.

- Claro que pode amigo é para essas coisas e não! Você não vai dormir no sofá, eu durmo no sofá.

- Mas é o teu quarto! Não Giane...

- Nada de não! Está decidido!

- Se eu não conseguir dormir você canta pra mim?

- Sim, tudo o que você quiser.

Eu me ajeitei na cama e Giane no sofá, como eu estava me remexendo muito ele percebeu que eu não ia dormir então começou a cantar uma das minhas músicas preferidas, a voz doce do Giane me acalmava e entrava na minha alma. Tentei segurar algumas lágrimas que teimosas ainda insistiam em cair enquanto ele cantava photograf do Ed Sheeran, então uma mensagem no meu celular fez meu mundo desabar de uma vez por todas e finalmente percebi que meu conto de fadas não teria um final feliz.

“Eu sei o quanto errei com você e não pense que não me arrependo todos os dias, mas minha doce e querida Ártemis, eu não consigo mandar no meu coração e aconteceu... Eu amo você, mas me apaixonei por ela também é por isso não poderíamos ficar juntos. Espero que não se culpe, a culpa é toda minha! Eu não te mereço, nunca mereci e Atena sempre soube disso... Espero que um dia me perdoe se possível... Não sofra por minha causa, seja feliz e se um dia eu descobrir que fiz a escolha errada saiba que não vou te procurar porque eu não tenho mais esse direito. Perdão.”

Comecei a chorar mais forte do que antes, ele não tem o direito de me dizer isso! Ele não podia fazer isso comigo... Giane para de cantar e vem até mim, depois de ler a mensagem me abraça tão forte e tenta em vão me consolar. A pior parte disso era ter que encarar minha família, a imprensa, as fãs, eu não iria explicar nada ao mundo! Ele que se virasse com isso!

Não sei em que momento dormi, sei que Giane não saiu do meu lado um minuto sequer e dormi no colo dele, sei que para alguns seria estranho, mas eu o vejo como um irmão e sei que ele me vê da mesma forma. Quando acordei pela manhã tinha pelo menos umas dez ligações de Nina, algumas de Inazzio, e nesse momento Atena está me chamando para uma vídeo chamada. Não sei se esse é o melhor momento para atender, mas preciso falar com alguém de casa, vou para o sofá e atendo minha loirinha enquanto Giane dorme tranquilo na cama.

- Bom dia dona Ártemis! Nossa! Você está péssima! O que aconteceu? E onde você está?

- Bom dia Atena! Eu estou bem, você já sabe né? Aposto como foi a Nina que contou.

- Ela está desesperada atrás de ti e sim, ela nos contou! Maldito Marchetti. Eu vou capar ele!

- Tudo bem sorella... Eu estou em Firenzi com um amigo, ele está me ajudando a fugir um pouco disso tudo.

- Que amigo? Como assim está em Firenzi?

- Estou com o Giane! Pronto!

A cara da minha irmã foi de branca para vermelho e ela não parecia entender muito bem o que estava acontecendo, então expliquei melhor:

- Giane está a passeio em Firenzi e ontem ele foi a primeira pessoa que eu pensei em ligar, ele me chamou para vir pra cá e eu vim! Ele está me dando uma força assim como eu dei uma força pra ele quando vocês terminaram.

Ela estava confusa, apesar de saber que minha relação com Giane era apenas de amizade e que nos víamos como irmãos nesse momento ela ficou com alguma dúvida e Giane acordando e me chamando da cama não ajudou muito. Tentei me explicar:

- Sorella não é o que você está pensando! Ele só está me ajudando a enfrentar isso...

- Dormindo juntos?

- Não dessa forma que você está pensando! Assim você me ofende Atena! Eu sou a que mais luta para que vocês se entendam e você está querendo insinuar o que exatamente?

- Não estou insinuando nada... É que... Eu sei que vocês são apenas amigos e eu também sei o quanto você deu força para o Giane e pra mim quando nos separamos... Desculpa sorella! Eu também queria poder te ajudar.

- Então vem nos encontrar em Firenzi! Assim você se acerta com o Giane e me consola ao mesmo tempo.

- Meu Deus do céu! Nem nesse momento você consegue deixar de ser cupido mesmo sorella?

- Nunca! Não é porque meu relacionamento acabou da pior forma que eu vou deixar de acreditar no amor e você, a Dite e meus pais são minhas últimas esperanças. E aí? Você vem?

Atena parecia pensar do outro lado enquanto Giane estava eufórico na cama, depois de longos segundos de espera ela disse:

- Se eu conseguir um voo logo chego por aí a noite! Juízo até eu chegar e Giane...

Ele se sentou ao meu lado todo sorridente.

- Não deixe Art fazer nenhuma bobagem até eu chegar e nada de álcool para os dois viu?

- Sim amore mio! Estou te esperando ansiosamente!

Eu e Giane estávamos pulando e gritando feitos dois loucos e Atena só ria do outro lado, os deixeieles conversando e fui tomar banho, um longo banho. Mandei mensagem para Nina e me expliquei porque não a atendi, mandei mensagem para a Dite e para mamma e depois de meia hora sai para buscar nosso café dá manhã.

 

Três meses depois...

 

Estava em meu quarto olhando a tatuagem que fiz junto com Giane em Firenzi, aqueles dias foram os melhores que eu poderia querer depois de tudo o que aconteceu, Atena e ele fazendo as pazes e retomando o namoro, eles estavam tão felizes que se sentiam envergonhados de mostrar isso ao mundo por minha causa.

Quanta bobagem! Eu não queria que eles se sentissem envergonhados por estarem felizes e eu não, Pietro conversou comigo por horas esses dias, ele é realmente um fofo e se mostrou muito amigo também. Disse que Inazzio quer sair do grupo e que eles cantam juntos até o fim dos compromissos do ano.

O grupo vai acabar porque Inazzio não quer mais fazer parte dele e isso não é o pior, fiquei sabendo pela imprensa que ele se casou com a vadia em Las Vegas e estão esbanjando a felicidade deles por aí. Nina veio falar comigo, me deu total apoio e não está falando com Inazzio, ela não consegue perdoá-lo pelo que fez comigo.

Nossa relação de irmã não mudou amo a Nina como se fosse minha irmã e isso nunca vai mudar, afinal, ela está na minha família também. Eu meio que já aceitei o fim, mas ainda amo tanto aquele idiota... Tento não pensar em tudo, tento focar no trabalho, tento esquecer, mas tudo o que eu consigo no fim do dia é chorar.

Olhando para o pequeno três que tatuei no ombro penso que quero mais uma tatuagem, uma bem maior dessa vez, algo bem grande nas costas ou algo misterioso na costela. Estou decidindo isso enquanto vou descendo para tomar um pouco de café. Na cozinha encontro meu pai comendo os biscoitos deliciosos da Bá, ele me olha preocupado e me puxa em um abraço apertado.

Ele diz sério:

- Tudo bem querida?

- Tudo bem pai, não se preocupe.

- Realmente estou preocupado, você tem trabalhado tanto, sei que está se esforçando querida, mas fugir da dor não vai adiantar. Agora pode ser fácil enganar ela, mas daqui a algum tempo ela vem e te derruba de verdade.

- Pai, eu não estou fugindo! Só estou ocupando minha mente o máximo que eu posso, é assim que eu supero.

- Eu sei meu amor, foi assim quando voltamos de Verona, quando seus tios morreram... Você tem o péssimo hábito de fugir da realidade e depois fica mal, sei que não é fácil o que está passando e juro que se encontrar aquele maldito do Marchetti vou ensinar uma boa lição a ele.

- Você e Atena são iguais, mas não pai! Não suje suas mãos com quem não vale à pena.

- Que bom que pense assim! Ele não a merece meu anjo, sempre tive um pé atrás com esses cantores...

- Não julgue os meninos pelo caráter do Inazzio pai, o Giane e o Pietro são totalmente diferentes e eles amam minhas irmãs.

- Eu sei meu amor, não vou fazer isso. Eles são bons rapazes e o Inazzio me parecia ser também, não custa nada ameaçar um pouco...

-Pai!

- OK sem ameaças! Mas alguns avisos não consigo evitar.

- Eu te amo pai!

- Eu te amo muito minha princesinha, mas tenho uma notícia nada agradável para te dar.

- O que houve pai?

- Sua mãe e eu vamos fazer uma viagem daqui a alguns dias e você e suas irmãs ficarão no comando da empresa.

- Isso não é ruim pai.

- Ainda não terminei querida, você lembra daquele meu amigo e parceiro em algumas obras que é do Brasil e é meu amigo desde a época da faculdade?

- Sim, o Marcel? Aquele que tem um filho irritante e metido? Lembro sim pai, por quê?

- Porque vocês vão trabalhar junto esse tempo que eu estiver fora, o Marcel me pediu uma vaga para o Marcos e eu nunca nego um pedido do meu amigo.

- Não pai! Aquele menino me odeia! Ele me irritou todas as vezes que nos vimos... Quanto tempo o senhor vai ficar fora?

- Três meses e não quero ver má vontade da sua parte minha querida deixe as diferenças de lado e tentem trabalhar juntos, até porque se o Marcos se sair bem eu vou contratá-lo. Ele trabalhou em grandes empresas no Brasil e tem uma boa bagagem.

- O que ele é? A última vez que nos vimos ele era um adolescente irritante e feio.

- Ele se formou um ano antes que você no Brasil em engenharia civil e talvez você se surpreenda com o que ele se tornou. Estamos acertados? Prometa-me que vai tratá-lo bem e ensinar a ele tudo o que aprendeu comigo? Devo muito ao Marcel filha e fazer esse favor é o mínimo que posso fazer por ele.

- Tudo bem pai. Se é um pedido seu não sou capaz de negar... Farei o meu melhor.

- Obrigada minha princesinha!

Tomei café com meu pai e depois fui para academia, malhar me esgotava de uma forma que eu não conseguia pensar em nada depois, só que eu estava muito enganada. Quando voltava da academia passei por um café que eu gostava muito de ir quando comecei a namorar Inazzio e lá estava ele e a vadia juntos.

Quem olhava de fora via um casal apaixonado e feliz, mas ao notar Inazzio vi que ele não parecia tão feliz assim, aquele olhar eu conhecia há tanto tempo, aquele sorriso que esconde alguma coisa era bem visível para mim e a vadia mal notava porque tudo o que ela queria era ser vista com ele e fotografada sem cerimônia.

Fazia pouco mais de três meses que terminamos e ele já estava casado com a Vittoria e toda a família contra ela, talvez isso tenha pesado bastante, porque a família é tudo o que ele mais ama na vida. Mas depois percebo que fiquei tempo demais olhando o casalzinho e decidi seguir em frente.

Já era hora de sair da toca e ir viver minha vida, deixar essa história para trás e ser uma nova mulher, liguei para a única pessoa que me entendia melhor do que ninguém e nesse momento sei que ela vai me atender e me ajudar a melhorar. Limpo as lágrimas teimosas e ingratas que derramei e ligo para Atena, logo ela atende:

- Oi sorella! Preciso da sua ajuda.

- Oi docinho! Tudo bem? Onde você está?

- Estou bem, eu decidi mudar algumas coisas, eu preciso enfrentar a dor Atena e para que isso me aconteça vou voltar a viver, sair me divertir e talvez conhecer alguém.

- Dio! Quem é você e o que fez com a minha docinho?

- Você pode vir me encontrar no shopping em meia hora?

- Estou com o Giane, mas ele já vai sair e então eu vou lá te encontrar. Fica bem tá?

- Eu vou ficar sorella, estou te esperando. Beijo.

- Até logo, beijo.

Passei em casa e tomei um bom banho e vesti algo leve e confortável, segui para o shopping e quando Atena chegou fomos direto ao cabeleireiro. Troquei a cor, hidratei, fiz uma bela escova e partimos para as compras, troquei mais da metade do meu guarda roupa com as sugestões de Atena.

Troquei meu estilo comportado por algo como mulher que sabe o que quer, encurtei mais o cabelo e adotei os saltos mais lindos que encontrei tudo sob o olhar de Atena e quando sentamos para lanchar algo ela me perguntou:

- Por que isso agora? Eu sempre quis te mudar e você nunca deixou.

- Eu os vi juntos hoje e isso me abalou... Agora parece que é verdade, que a ficha caiu mesmo. Ele se casou com ela! Eu preciso esquecer, eu preciso superar essa dor que parece que não passa... Me ajuda sorella.

Queria chorar de novo, mas me mantive firme e segurei, Atena pegou minhas mãos e disse com todo carinho:

- Nós vamos te ajudar a passar por isso, eu, Dite, Giane, Pietro, Nina, estamos todos aqui por você minha docinho. Vamos sair hoje? Vai ter uma balada muito boa perto da casa do Giane e nós vamos.

- Balada? Tudo bem! Pode ser um bom começo.

A noite chegou com tamanha rapidez que nem percebi, apesar do cansaço e da vontade de me jogar na cama até desmaiar de sono me arrumei o mais linda possível para ir à balada com os casais que eu mais amo nesse mundo.

Vesti uma calça jeans bem justa que valorizava meu corpo, sandália de salto alto, uma blusa soltinha, usei uma maquiagem bem marcante nos olhos e um batom leve nos lábios, cabelos soltos e um pouco ondulados. Estava pronta para viver novamente e decidida a esquecer aquele que era o amor da minha vida.

Chegamos à balada e os meninos nos levaram até uma mesa, ficamos conversando um tempão depois eu e minhas irmãs fomos dançar sob o olhar dos meninos. Eles não aguentaram e foram nos encontrar na pista, depois de um tempo dançando notei que um cara não parava de me encarar e ele era muito gato.

Fui até o bar procurando algo para beber e ciente de que estava sendo seguida por ele pedi uma dose dupla de vodka, bebi tudo de uma vez e fiquei meio tonta. O que eu estava pensando? Conseguiria flertar com alguém depois de tanto tempo com uma pessoa só?

O cara se aproximou e Dio! Que homem lindo... Ele era alto, branco, magro, porém podia se ver que tinha alguns músculos escondidos por ali. Ele tinha uma barba sexy, olhos castanhos e um sorriso que derretia qualquer gelo e também notei algumas tatuagens e um piercing no nariz.

Ele chegou bem perto e sorri, esquentei por dentro com aquele sorriso lindo e acho que precisava de mais vodka, ele disse:

- Oi! Acho que você deveria ir com calma na bebida, parece que não é acostumada a beber. 

- Eu sei me virar, não sou mais criança!

- Ainda bem que não é! Gosto de mulheres maior de idade.

Ele sorriu de lado e estendeu a mão para mim:

- Felipe, prazer. E vc?

- Antonella, o prazer é todo meu.

Depois me lembro de chamá-lo para dançar e curti muito estar perto daquele homem tão bonito e cheiroso, não conversamos muito, mas ao fim daquela dança ele me puxou e me beijou. No início eu não cedi, mas depois talvez pela bebida eu correspondi e aprofundei o beijo.

Enquanto nossas línguas travavam uma doce batalha as mãos dele trabalhavam ávidas em minha cintura, costas e cabelo. Entre um beijo e outro ele disse que amou a minha tatuagem e que estava louco para me levar para outro lugar. No início congelei com a ideia de transar com outro cara e pior, que eu mal conhecia, mas a ideia era essa não é? Viver a vida e certamente não nos veríamos nunca mais, aceitei a sugestão e mandei uma mensagem para minhas irmãs dizendo apenas que tinha arrumado companhia para a noite.

Ele me guiou até seu carro e entre um passo e outro me beijava de um modo nada comportado, eu estava enlouquecendo com aqueles beijos cheios de promessa, de luxúria, de desejo, imaginando o que faríamos em algum lugar por aí. Estava torcendo que fosse um quarto, odeio lugares públicos, então depois de alguns bons minutos e umas carícias ousadas no carro chegamos a uma bela casa.

Tive a impressão de já estar ali alguma vez na vida, mas estava tão excitada e alerta pela bebida que não reparei em quase nada, exceto pelo homem incrivelmente sexy e gostoso a minha frente. Ele me pegou no colo e me levou até seu quarto, não dissemos nada um para o outro apenas nos sentimos e sinto que aquilo não era apenas sexo.

Felipe tirou a camisa e minhas suspeitas estavam certas, tinha muitas tatuagens e músculos bem definidos ali, lindo e gostoso na medida certa, só percebi que ainda tinha roupas quando as mãos frias dele tentavam abrir o fecho do meu sutiã preto. Ainda bem que comprei lingerie nova...

Com muita destreza e um pouco de sutileza ele tirou minha roupa e me deitou na cama, macia por sinal, notei que estávamos nus e que ele beijava todo meu corpo me incendiando aos poucos, lentamente, talvez tenha percebido meu nervosismo. Com Nazio era tão natural, não precisava me esforçar para agradar e ele sempre conduzia tudo, talvez por isso não fui o suficiente.

Decidi mostrar que não era uma menina inexperiente, troquei nossas posições e agora era ele que gemia embaixo de mim e da minha boca sedenta, que gosto incrível que ele tinha! Deixei as coisas bem claras, não queria gentileza, queria sexo puro e sem rodeios, se ia fazer isso com um estranho então teria que ser perfeito.

Sem que ele esperasse montei em sua ereção e juro que quase me arrependo nessa hora, doeu, mas logo em seguida fui preenchida por algo mais intenso, uma vontade louca por mais e mais. Depois ele inverteu nossa posição e me pegou de jeito, agora quem gemia alto, bem alto era eu... Dio! Que homem! Estava à beira de um orgasmo quando ele parou e beijou meus seios bem lentamente, um de cada vez e me tocando ao mesmo tempo lá embaixo parado todo dentro de mim.

Estava enlouquecendo e quase pedindo por mais quando ele me colocou de quatro e me penetrou bem fundo enquanto tocava minhas costas e puxava de leve meu cabelo, ficamos por vários minutos naquela posição, quando ele me virou e ficou por cima senti meu segundo orgasmo e o dele veio na mesma intensidade.

Depois ele me puxou para perto dele e seus dedos gentis e super experientes me fizeram um carinho tão gostoso que quase dormi, ele disse com o sorriso nunca deixava seus lábios tentadores:

- Você é uma delícia! Acho que nunca conheci alguém como você Antonella.

- Você não conheceu muitas garotas então.

- Não sou o do tipo santo, mas reconheço quando uma garota é especial, seja lá quem foi que partiu seu coração ele é um idiota porque você é incrível...

- Como você sabe?

- Fácil! Você estava sozinha no meio de dois casais, bebendo com vontade e sem o menor costume e quando eu me aproximei você mal sabia flertar. Você deve ter saído de um relacionamento longo e difícil, estou errado?

- Quase! Longo sim, mas não era difícil... Era perfeito! Difícil mesmo foi o fim. Mas não quero falar disso.

Subi nele de novo e já demonstrei o que queria, estava me sentindo estranha e livre por querer mais dele e isso não era nada bom, mas a noite ainda estava só começando. Era quase cinco e eu não consegui dormir nada, estava vestida apenas de calcinha e com os braços de um estranho em volta da minha cintura.

Deixei o arrependimento para depois e saí devagar dos braços dele, me vesti rápido, chamei um táxi e fui esperar lá fora, o dia estava amanhecendo e era de um domingo lindo. Foi uma noite e tanto! Se fosse para comparar, Felipe era muito melhor que Inazzio, acho que nunca transei tanto em tão pouco tempo e conheci algumas posições que antes nem sonhava existir...

Felipe era exigente, mas eu era insaciável quando gostava de algo e acho que vou sentir falta dele, foi só uma noite, certo? Subi para meu quarto e vou direto para o banheiro, algumas marcas vermelhas aqui e ali e ótimas lembranças permeiam meus pensamentos. Então percebo que em nenhum momento senti falta dele, isso sim é para comemorar.

Termino meu longo banho e vou sedenta por minha cama quando duas moças muito curiosas estão em minha cama esperando por explicações, Atena começa:

- Dona Ártemis Antonella, onde a senhora se meteu? Aquela mensagem não foi nada esclarecedora.

- É Art! Ficamos preocupadas com você, ligamos várias vezes e você não atendia, a sorte é que quando chegamos papai e mamãe não estavam nos esperando.

- Eu estava com um cara, meninas não se preocupem comigo! Estou mais do que bem.

- Estamos vendo, mas docinho nunca mais faça isso! Pelo menos nos deixe ver a pessoa, se é confiável... Tudo bem?

- Tá bom Atena!

- Pelo menos conta pra gente como foi!

- Ah Dite... Foi incrível! Ele se chama Felipe, é um ano mais velho que eu e tem muitas tatuagens e piercings. Muito sexy...

- E o que mais Art? Vocês conversaram? Trocaram telefones?

- Ah... Não! Atena foi só uma noite e nada mais...

- Olha só pra nossa docinho Dite! Até ontem era toda certinha e agora diz “foi só uma noite e nada mais”... Sorella, só tenha cuidado tá? Não quero que se machuque de novo.

- Eu sei... Eu vou me cuidar. Obrigada pela compreensão irmãs! Agora saiam e me deixem dormir um pouco que a noite foi intensa.

Elas riram e me abraçaram apertado, depois saíram e eu caí em um sono profundo e sem sonhos.

Os dias que seguiram foram mais fáceis de lidar, já não chorava mais e pensava quase nada no Inazzio e com a viagem do papai perto eu estava enlouquecida de trabalho, Marcos se apresentaria na próxima semana na empresa e trabalharia direto comigo, o que estava me irritando bastante. Mas um pedido de papai era sagrado então decidi que daria o melhor de mim.

Um dia antes da viagem de meus pais, uma reunião foi marcada para a tarde na empresa, seria a apresentação do novo engenheiro adjunto o Marcos. A reunião era as duas, então como era quase hora de almoço fui ao shopping perto da empresa almoçar, fazia exatas duas semanas desde a minha noite com o Felipe e eu tentei não pensar muito, porém, falhei miseravelmente.

Não que eu estivesse apaixonada, mas é que repetir a dose só mais uma vez não seria nada mal... Estava vagando por meus pensamentos e me preparando psicologicamente para reencontrar o chato do Marcos quando vi algo em uma mesa mais a frente que chamou minha atenção, Inazzio estava acariciando a barriga já a mostra da vadia, aquilo não deveria mais me afetar.

Mas é que faziam apenas alguns meses e éramos nós planejando ter filhos e loucos para que chegasse o nosso casamento, cidade pequena essa Roma. Justo aqui reencontro aquele que achei já ter esquecido, mas as lembranças ainda vieram fortes. Desviei os olhos daquela cena ridícula e como eles não tinham me visto fingi que não estava me importando, paguei minha conta e estava saindo para pegar meu carro e ir para a empresa.

De repente senti uma mão me segurando, era Inazzio que me pedia um minuto para falar comigo, respirei fundo e me virei tirando coragem do fundo da alma para encarar aquele a quem eu ainda amo e um dia achei que ficaria para sempre com ele:

-Você parece bem Ártemis. Preciso te dizer uma coisa.

- Eu estou vivendo a minha vida, ela continua apesar de tudo. O que quer dizer? Não tenho muito tempo.

- Eu não planejei esse filho... As coisas aconteceram muito rápidas e eu meio que me perdi. Sinto muito se te magoei Art.

- Não me chame assim, você não tem mais esse direito e planejando ou não você vai ser pai e espero que arque com as conseqüências de suas escolhas. Seja feliz Inazzio e nunca mais fale comigo, finja que eu não existo para você.

- Mas eu...

- Adeus.

-Art!

Saí o mais rápido possível de perto dele e no carro respirei fundo, mas não consegui evitar as lágrimas grossas e desesperadas que vieram. Lembrei do quanto foi difícil cancelar o casamento já marcado, devolver as coisas que comprei e evitar as perguntas dos jornalistas fofoqueiros quando saiu uma foto dele com a vadia se beijando em uma festa dias após nosso término.

Meia hora depois já no banheiro da empresa enxuguei minhas lágrimas e prometi a mim mesma que seguiria em frente a qualquer custo e refiz minha maquiagem, segui para a sala de reuniões onde todos já estavam presentes. Vi meu pai conversando com dois homens que estavam de costas para a porta onde eu estava, quando me viu papai acenou e pediu que me aproximasse.

Quando cheguei perto meu coração deu um salto de dez metros e meu estômago foi na boca, o filho de Marcel, amigo do papai era nada mais nada menos do que o delicioso Felipe que me deu uma noite incrível. Olhamos-nos meio que embaraçados, ele também não queria acreditar e sua expressão branca me dizia isso.

Peguei um copo de água e respirei fundo enquanto papai fazia as apresentações, Felipe ou Marcos, não tirava os olhos de mim e agora pude perceber algo muito além de surpresa em seu olhar, tinha desejo. Que esses três meses passem rápido, muito rápido.


Notas Finais


Gostaram? Odiaram? Querem me matar? Eu sei, fui cruel com a Art... Mas na minha cabeça já tinha uma ideia mais ou menos assim, tipo, ninguém é perfeito! Mas uma coisa eu garanto, todas terão um final feliz!!! Aguardo comentários e estou preparada para tudo...


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