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História Irresistible - Dois


Escrita por: iwsnt

Notas do Autor


hello desculpem a demora

Capítulo 2 - Dois


Eu tentava me concentrar em estudar um pouco, ainda que só tivesse passado uma semana de aula, e Brendon simplesmente cantava pelo quarto sempre que podia. Nas primeiras vezes eu não liguei, e até fiquei encantado com sua voz, mas agora tudo que eu queria era que ele calasse a boca. 

Guardei minhas coisas na minha mochila e levantei para sair. Iria estudar em outro lugar. Brendon me viu pegando as coisas. 

- Você vai sair? 

- Sim. 

- Desculpe, eu estava te incomodando, não é? Eu juro que faço isso sem querer e você pode me dizer... 

- Tudo bem, eu já ia sair mesmo, não se preocupe. - Respondi de qualquer jeito e saí. 

Demorei um tanto para voltar e Brendon não estava no quarto. Sentei na cama e pensei em escrever algumas coisas, mas ele chegou, sorridente como sempre, e eu não sabia mais se o achava bonito ou irritante. 

- Eu conheci uma garota. - Falou. - E vamos nos encontrar hoje à noite. 

Olhei-o e não poderia estar menos interessado. 

- Hm. 

- O que vai fazer hoje? 

- Não sei... 

- Você devia sair e conhecer pessoas. Falar com umas garotas. 

- Não estou interessado. 

- Uns garotos, de repente, não sei. 

Suspirei. Ele não pareceu incomodado que eu não estava nem aí para o que ele dizia, se jogou na cama e ficou encarando o teto. 

 

Algumas semanas se passaram e eu ainda não entendia como Brendon conseguia passar de tolerável para irritante em segundos, e fazer eu me sentir confuso por não entender se gostava dele ou não. Ele era muito hiperativo e estava sempre cantando. Mas ele também era divertido e eu gostava de conversar com ele. A verdade é que ele era muito doce e espontâneo, mas às vezes eu queria saber como fazia para desligá-lo. 

Era um sábado à noite e eu estava entediado e sozinho quando Brendon abriu a porta. Eu sabia que ele estava saindo às vezes com uma garota e consequentemente havia conhecido os amigos dela. Mesmo sem saber como são, eu não tinha a mínima vontade de conhecê-los. Ele me olhou deitado na cama. 

- Vamos dar uma volta? - Perguntou, me mostrando um cigarro de maconha entre seus dedos, e em seguida o guardou de novo. 

Levantei-me da cama e saímos. Andei com Brendon até um lugar isolado e sentamos embaixo de uma árvore. Eu me sentia bem naquele momento - antes mesmo de fumar. Pensei que talvez eu que fosse tão inconstante, e não ele. 

Brendon e eu rimos muito e diversas vezes eu nos senti muito próximos, me vi consumido por uma vontade enorme – como um impulso – de beijar seus lábios toda vez que eu o olhava. Não sabia o que estava acontecendo comigo. Pensei que fosse efeito da droga. Não podia ser outra coisa. Nunca me senti atraído por um garoto. Vai passar, pensei. 

Paramos de rir quando ouvi uma voz feminina chamar seu nome. Uma garota se aproximou da gente e me deu oi. Não respondi. Ela começou a falar algo com Brendon e então ele se levantou. 

- Ryan? - Ele me chamou e eu o olhei, tentando entender o que estava acontecendo. 

- Hm? 

- Vou encontrar os amigos de Audrey, você não vem com a gente? 

- Não, eu... Estou cansado. 

Brendon concordou e saiu com a tal da Audrey. Voltei para o meu quarto ainda pensando nos desejos estranhos que Brendon havia me despertado. Deitei na cama e dormi. 

No dia seguinte, quando refleti sobre o que havia acontecido, fiquei confuso. O que eu sentia por Brendon era uma incógnita para mim. Mas certamente não era nada, pensei.

Mais algumas semanas passaram e eu estava feliz que Spencer viria me ver no sábado. Era sexta à noite e eu havia falado para Brendon que passaria a noite estudando na biblioteca, mas logo perdi a paciência e senti fome, então voltei para o quarto para ver se ele queria jantar comigo. Ao abrir a porta, desejei nunca ter feito isso. Brendon, deitado na sua cama ao lado de Audrey. O cobertor os cobria do quadril para baixo apenas. Ambos estavam sem roupas e, quando me viram, a garota puxou a coberta e escondeu os seios. Apenas fechei a porta e saí correndo. 

Fui parar apenas quando cheguei em um lugar no meio das árvores sem ninguém por perto. Sentei-me no chão. Por que eu estava com tanta raiva? Temei me acalmar, não era nada demais e minha reação não fazia sentido. 

Dei um tempo ali, e então levantei e andei lentamente para dentro da universidade. Comprei algo para comer e me sentei. Eu vi Brendon andando até mim, até que ele finalmente me alcançou e sentou do meu lado. 

- Ei, estava te procurando há um tempão. - Falou. Olhei-o e não respondi. - Desculpe pelo que aconteceu, eu achei que você fosse demorar. Eu devia ter trancado a porta. 

- Tudo bem. - Falei sem olhá-lo e continuei comendo, torcendo para que ele apenas me deixasse em paz. 

- Você está bem? 

- Estou ótimo. 

- Hm... Eu vou voltar para o quarto, então. A gente se vê. 

- Aham. 

Brendon foi embora e suspirei aliviado. 

 

No dia seguinte eu sentei na rodoviária e esperei Spencer por uns vinte minutos. Finalmente o vi de longe, sorrindo para mim com uma mochila nas costas. Levantei e andei até ele. Ele me abraçou e então fomos para o único lugar que eu conhecia naquela cidade: minha universidade. Spencer e eu conversamos sobre coisas fúteis e nos sentamos embaixo de uma árvore qualquer. Estava de noite e não havia ninguém. Era sempre muito deserto e era meu lugar preferido. 

- E seu colega de quarto? - Spencer perguntou quando acabou o assunto. 

- Ele é legal. 

- Hm. Vocês estão próximos? 

Olhei Spencer e não soube bem o que ele quis dizer. Soltei uma risada nervosa. 

- A gente... Conversa bastante. Estudamos juntos, às vezes. Comemos juntos, às vezes também. Ele está com uma garota aí, então passo maior parte do tempo sozinho. 

- Não fala com mais ninguém? 

- Ah, tem um ou outro que eu já conversei alguma vez nas aulas, mas não foi nada. 

Ficamos em silêncio de novo. 

- E como estão as coisas? - Perguntei. 

- Está tudo bem. Meu colega de quarto também é um cara legal. Mas a gente mal se fala, ele praticamente só vai pro quarto quando vai dormir ou tomar banho. Mas estou gostando das aulas. 

- Que bom, Spence. 

- Ryan... 

- Hm? 

- Eu não estou bem. 

Olhei Spencer, preocupado. Seus olhos não o deixava mentir, eu senti que eles carregavam certa mágoa. 

- O que foi? Você não se adaptou bem? 

- Não é isso... Eu... - Ele respirou fundo e fechou seus olhos. Eu estava realmente preocupado agora. Nunca tinha visto Spencer demonstrar tanta fraqueza. - Sinto muito sua falta. Às vezes acho que não dá pra aguentar. 

Eu fiquei completamente chocado. De todas as coisas do mundo, eu nunca imaginaria que ele diria isso. Com tanta ênfase e com tanta dor. 

- Spencer... - Indaguei, sem saber bem o que dizer depois. - Eu... Não quero te ver assim. Eu nunca vou deixar de ser seu amigo, eu... 

- Ryan, esse é o problema. 

- Oi? 

- Eu gosto de você. Entende? Isso tá me matando. Precisava te falar. Já faz tanto tempo e eu... Não sei o que fazer. 

Eu apenas encarei Spencer nos olhos por um bom tempo. Eu estava confuso. Queria dizer algo para melhorar a situação. Queria dizer qualquer coisa. Mas Spencer me beijou. Seus lábios tocaram os meus e fiquei estático de repente. 

E o que eu faria agora? Senti-me mal por ele. Senti que nossa amizade nunca mais seria a mesma agora. 

Ele separou seus lábios sutilmente, fazendo com o que o meu inferior ficasse entre a abertura dos seus. Sua língua me invadiu e senti que era hora de eu tomar alguma providência. Eu precisava parar. 

Correspondi seu beijo. Correspondi por não saber o que fazer. Ele segurou na minha cintura e me senti estranho. Conhecia-o desde pequeno e isso parecia errado. Spencer ofegou e cheguei a conclusão que eu era a pior pessoa da terra. Eu estava o dando esperanças, ele estava totalmente entregue àquele momento, e eu estava confuso. 

Separei nossos lábios quando percebi que Spencer seria sempre Spencer. Eu não poderia me apaixonar por ele. Ele era como meu irmão. Abaixei a cabeça e ele continuou olhando para mim. 

- Por que você me disse isso agora? Agora que não estamos mais nos vendo? 

- Não sei... Isso foi a coisa mais difícil que já fiz. Eu tentei muitas vezes, mas sempre soube que você não me via dessa forma. Agora que estamos distantes eu sinto que está... Insuportável. 

Suspirei. 

- Spence, eu não sei o que te dizer. Eu... Você é meu melhor amigo. Desculpe, eu não quero te magoar. Mas não posso mentir para você, você sabe. 

Spencer desviou o olhar e eu quis morrer. Ele respirou fundo e encostou suas costas na árvore. 

- Você está bem? - Perguntei estupidamente. - Diz que vai ficar tudo bem e que a gente não vai ficar estranho e que não vou perder meu melhor amigo. 

- Eu... Vou ficar bem, eu acho. Não é sua culpa e eu já imaginava que você diria isso. Mas precisava te contar. Eu preciso de um tempo, Ryan. Pra esquecer isso tudo, você sabe. Não vou deixar de ser seu amigo nunca e você pode contar comigo, ainda. Mas acho melhor não nos vermos por um tempo, vamos aproveitar que estamos tão longe e deixar eu acertar minha vida. 

Respirei fundo. Os olhos de Spencer estavam cheios e isso deixava tudo mais difícil. 

- Tudo bem. Eu vou sentir sua falta. Mas quero que você faça o que for melhor pra você. - Ele me olhou e forçou um sorriso de lado. - Eu sinto muito, Spencer. - Falei sinceramente. 

- Eu sei, Ry. Eu também. 

Eu o abracei. 

Spencer se levantou. 

- Onde você vai? - Perguntei. 

- Pra casa. 

- Você mal chegou. 

- A gente se fala. - Ele sorriu fraco e foi embora. 

Por muito tempo tive enormes expectativas sobre aquele lugar e sobre como ficaria minha vida. Por enquanto, eu estava cheio de matéria acumulada, meu colega de quarto frequentemente me irritava e meu melhor amigo - que não posso mais ver e, aparentemente, não vou nem mais conversar - está apaixonado por mim. 

Entre meus pensamentos em Spencer, eu vi a imagem de Brendon na cama com Audrey. Tentei esquecer tudo para poder voltar para o quarto e descansar. Eu queria dormir por dias. Minha cabeça estava explodindo.


Notas Finais


e aí???????


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