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História Irresistible Deal - Princess.


Escrita por: _rachm

Notas do Autor


Boa leitura! 💞

Capítulo 24 - Princess.


Fanfic / Fanfiction Irresistible Deal - Princess.

Justin Bieber P. O. V  — Orlando, Flórida. 13h14min PM.

A intensidade de calor atingindo diretamente a minha epiderme causa uma vermelhidão suave em todas as áreas descobertas do meu corpo e, sob o Ray-Ban de lentes escuras, protejo minhas retinas de um incômodo com a intensa luz solar. Estreito os olhos, ampliando minha visão a todo o campo ocupado por inúmeras pessoas e, à minha frente, os carrinhos do gigantesco brinquedo se movem com uma velocidade absurda. 

— E ai? — a voz de Selena sobressai diante do barulho constante causado pelo impacto das curvas radicais que a montanha russa produz e, consequentemente, os gritos de quem se aventura no brinquedo.

Giro o rosto em sua direção, vendo-a me encarar de forma sugestiva, num convite silencioso. Sua pele possui uma fina camada de suor, os cabelos negros estão parcialmente presos enquanto um arco de orelhinhas da Minnie repousa em sua cabeça, completando uma aparência infantil.

Dou risada, negando veemente com a cabeça. 

— Vai você, eu acabei de comer um cachorro quente gigante. — dispenso, afastando-me em um passo para o lado da fila que começa a ser criada atrás de nós dois. 

— Você tem medo de altura por acaso, Bieber? — questiona, exibindo um sorriso provocativo em seus lábios secos. 

— Não, Gomez. — rebato, imitando seu gesto. — Eu só não quero passar a vergonha de ficar com a camisa cheia de vômito durante o dia inteiro.

Selena ri com a língua entre os dentes, em seguida, torna a encarar o brinquedo de imagem amedrontadora. 

— Então aguenta ai, eu já volto. — avisa, rumando corajosamente até a fila para adentrar na montanha russa.

Observo-a à distância, atentando-me em suas reações entusiasmadas a cada minuto enquanto aguarda sua vez. Ela conversa com uma garota mais nova e, vez ou outra, procura-me com os olhos. Em apenas três horas, pude concluir que esta fora uma péssima ideia. Selena adquiriu um espírito juvenil quase insuportável, obrigando-me a explorar cada maldito centímetro do parque.

No entanto, apesar da minha evidente preferência por ficar no hotel, provavelmente transando, me divirto em assistir sua felicidade. Ela parece uma garotinha vivendo o melhor dia de sua vida e, assim, me faz rir em conjunto. 

Cerca de quase meia hora depois, localizo seu corpo magro entre a multidão novamente, a morena caminha devagar, fitando-me com uma feição risonha.

— Estou zonza. — confessa ao se aproximar. Gargalho ao que ela apoia as mãos na cabeça, contorcendo a boca em um careta. 

— Ah, cadê toda a sua pose, mulher maravilha? — zombo, sacudindo-a levemente para agravar seu estado.

Ela me empurra ainda rindo, porém, logo resmunga.

— Cala a boca. 

— Podemos dar um tempo de brinquedos ou a criancinha não ficou satisfeita?

— Certo, vamos dar um tempo. — Selena ergue as mãos em rendição, formando uma expressão pensativa. — Então vamos na... — seus lábios comprimem e o olhar se perde em algum ponto por cima dos meus ombros. — Ei, aquele não é o Daniel?

Franzo o cenho, confuso com sua fala aleatória e repentina.

— O que?

— O cara que estava no jantar ontem. — responde, guiando os meus ombros para trás, fazendo-me enxergar o homem à poucos metros de nós. Ele está ao celular e, em instantes, o reconheço. — É ele sim, eu vou lá.

Agarro-a impulsivamente pela mão, tapando seu corpo com o meu.

— Não!

— Por que? — ela olha de modo inquisitivo, retirando minhas mãos de seu corpo. — Eu só vou cumprimentar ele.

Contenho um grunhido de irritação e, mais uma vez, a impeço de se mover ao intervir em seu caminho.

— Não tem a menor necessidade. — alego, simulando uma tranquilidade que havia se dissipado do meu corpo como poeira. 

— Te incomoda? — com as mãos na cintura, a mulher aguarda uma resposta com um meio sorriso nos lábios.

Inspiro o ar fortemente, em uma tentativa de acalmar a minha agitação interna. Minhas palmas estão úmidas e um ar gelado percorre meu estômago. Eu odeio esse sentimento e odeio mais ainda o idiota que flertou descaradamente com a minha mulher na noite anterior.

— Não, Selena. — digo calmamente, contendo qualquer resquício de raiva que possa voltar a aflorar e denunciar a minha mentira. Meu ego nunca permitiria assumir que temo perder seu interesse para outro. — Mas o que ele iria pensar ao me ver com você, em plena Disney?

Pela primeira vez, sinto-me um idiota com uma argumentação tão vaga e, aparentemente, Selena percebe isso. 

— Você não precisa ir junto. — ela rebate. — Eu falo com ele sozinha.

— Por que está fazendo tanta questão? — solto em um sopro, cedendo ao incômodo que aperta suavemente o meu peito. Noto a ruga de preocupação se instalar em minha testa quando estou franzindo-a. 

— Ele foi legal comigo ontem. — justifica com simplicidade, o que aumenta a minha indignação. 

Me calo por poucos segundos, refletindo sobre dispensar uma pergunta tão direta, que poderia provocar respostas desastrosas. Talvez eu não pudesse suportar a verdade e acabasse indo socar a cara do idiota mas, por fim, sinto a necessidade de fazê-la.

— Está interessada nele?

Selena me encara impassível, apertando os lábios um contra o outro. Tenho vontade de chacoalha-la até que algum som seja emitido para, assim, cessar o meu nervosismo. Apreensivo, cruzo os braços sobre o peito, batendo repetidamente o pé no chão de cimento. 

— Você realmente não está com ciúmes? — ela pergunta, cortando o nosso silêncio particular. Sua face permanece branda, diferente da minha, que me vejo cada vez mais tenso.

Pareço um adolescente inseguro e possessivo,  essa frustração me consome de maneira intensa. 

— E se eu estiver, é proibido? — questiono e a morena não se abala com a minha entonação ríspida, solta uma risada, cutucando o meu peito com o dedo indicador posteriormente.  

— Não, mas eu quero te lembrar que não temos um relacionamento.

— E dai? — rebato em seguida, transbordando inconformação. — Não está bom assim? — ela não reage, se mantém imóvel assistindo ao meu pequeno surto. As palavras saltam da minha boca em uma rapidez que sou incapaz de controlar. — Eu não quero que você fique com outras pessoas, não podemos estabelecer essa regra? — assumo, no final.

Enxergo algo lampejar em suas íris, no entanto, Selena logo retoma sua pose irredutível e balança a cabeça negativamente. 

— Não, porque ela teria que valer para nós dois e você já estaria quebrando só por ser casado.

Abro a boca repetidamente, porém, com a falha das minhas cordas vocais nenhum som flui pela mesma. Me encontro sem respostas e, aparentemente, sua disposição para dar continuidade à discussão se esgota. Ela suspira, agarrando a minha mão com a sua. 

— Vamos, Justin.

Sou guiado à uma direção qualquer mas, para a minha satisfação, nos distanciamos cada vez mais de Daniel e de sua conversinha descarada. 

[...]

Agarrada em meus ombros, Selena prossegue com suas reclamações sobre as minhas escolhas de atrações, sendo efetivamente ignorada no fim das contas. 

— Tá, agora vamos em um brinquedo legal. — pede, resmungando com a voz arrastada.

— Esse foi legal.

— Claro que não, você só escolhe coisas idiotas pra fazer. — ela ralha e para à minha frente, revelando o pequeno bico em seus lábios. 

— E você só escolhe coisa infantil. — retruco, provocando-a. A morena revira os olhos para cima. — À propósito, você não está se esquecendo do que me prometeu? — murmuro, aproximando-me maliciosamente de seu corpo.

Ela arqueia a sobrancelha, soltando um riso fraco.

— O que?

— O agradinho na roda gigante.

Ela despreza o meu olhar sugestivo, balançando o dedo indicador à frente do meu rosto.

— Eu disse que faria se você se comportasse.

— Eu me comportei. — cochicho ansioso, o sorriso em meus lábios se forma involuntariamente ao idealizar a cena.

Selena irradia deboche quando desfere tapinhas em meu ombro direito. 

— O dia não acabou, você ainda pode estragar tudo.

Em seguida, ela me dá as costas e sai andando na frente, fazendo-me direcionar o olhar direto para sua bunda gostosa. Deus, eu preciso de uma recompensa por todo o esforço para agradar essa mulher. 

[...]

Meus músculos latejam quando o sol começa a se por no horizonte e, finalmente, damos por finalizada a nossa excursão ao longo do parque. Caminhamos sem rumo lado a lado, apenas contemplando a exposição artística criada no céu com o fim da tarde. A brisa leve que refresca a minha pele compensa o dia calorento. 

— Você vai ter que me emprestar a Dakota. — Selena argumenta, nos intervalos em que não está devorando a casquinha de morango em sua mão. — Imagina quando eu estiver com uma barriga gigante a ponto de nem conseguir me abaixar?

Esta é uma questão que viemos conversando há algum tempo. Seria difícil deixá-la sozinha no apartamento durante todo o período de gestação, contudo, dispenso a opção de ficar sem Dakota em casa.

— Você não vai me roubar a Dakota. — aviso, lançando-a um olhar repreensor. — Eu encontro uma empregada pra você. 

— Ela não gosta da sua esposa e me adora, eu não vejo motivos para ela não ficar comigo. — insiste e, após uma nova lambida na substância cremosa, noto que seu queixo adquire uma coloração rosada devido ao rastro deixado ali. 

Rindo, me aproximo de seu rosto e beijo a região suja, posteriormente, subindo até a boca. Trocamos selinhos longos e eu prendo seus lábios entre os meus dentes por poucos segundos.

— Estou muito carente e me sinto sozinha. — ela ronrona manhosamente, arrastando a ponta das unhas de sua mão livre por minhas costas. Piscando os cílios repetidamente, vejo a morena se esforçar para fingir uma feição sofrida. 

— Como você é dissimulada. — acuso, fazendo-a gargalhar contra a minha boca. — Com quem você aprendeu a ser assim, hein? — seu riso cessa em um instante, fazendo-me estranhar a atitude. — O que foi?

— É a primeira vez que estamos juntos em público. — comenta em um sussurro, vagueando o olhar ao nosso redor. — Isso não é estranho?

Assinto, repetindo seu gesto. As pessoas passam despercebidas e a sensação de ser um completo estranho entre elas é gratificante. Obtendo tal liberdade, envolvo os braços na cintura da morena, puxando-a para mim. Mordisco toda a área próxima de seus lábios, deixando-os por último. Sinto-a agarrar os fios curtos da minha nuca quando nossas línguas se tocam em uma massagem lenta. 

— Como vai ser quando tudo acabar? — Selena pergunta, após interromper o beijo. Franzo o cenho. 

— Do que está falando?

Ela morde os lábios, abaixando o olhar. 

— Você vai continuar com a Stella?

Estranho a razão de sua pergunta e o rumo da conversa, entretanto, não hesito em responder.

— Com certeza, não. — acaricio suas bochechas salientes, mantendo-a presa entre os meus braços. — E você, o que pretende fazer?

A morena dá de ombros, aparentando não dar tanta importância ao seu futuro. 

— Sair de Atlanta, procurar um emprego bom... — ela lista, refletindo por alguns segundos. — Talvez eu faça algum curso.

— A sua vida vai mudar bastante.

— A sua também. — rebate de imediato. — Você vai ser pai. 

Concordo em silêncio, sendo atingido pelo sentimento amargo da falta de costume desta palavra. 

— Está mesmo preparado pra essa responsabilidade? — seu olhar pesa sobre o meu rosto, a voz de Selena soa com seriedade e receio. — Você não acha que, talvez, possa ter outros meios de conseguir aquela empresa, Justin?

— Agora não tem mais volta, a Stella realmente está focada nisso. — falo e, em seguida, encaro-a fixamente. — Você não está pensando em desistir, não é? Eu preciso de você.

Ela nega e só então volta a dar atenção ao sorvete que começa a derreter em seus dedos. Após lamber as laterais, a mulher ressalta.

— Eu disse que estaria com você nessa e vou até o final. — a entonação vocal é firme e transmite sinceridade. Suspiro com alívio. — Acho que sou apenas uma medrosa porque as coisas já deram muito errado pra mim uma vez.

A vulnerabilidade cintila em seu olhar e o meu peito se contrai, portanto, aperto o toque em seu corpo em uma tentativa de transpassar alguma confiança. 

— Eu te dou a minha palavra, tudo vai ficar bem. — garanto, beijando todo o espaço de sua face. — Agora vamos ter um jantar digno da princesa que você quis ser hoje?

Selena ri, erguendo uma das sobrancelhas. 

— Você vai me tratar como uma princesa?

— Você quer ser tratada como uma? — retruco no mesmo tom, vendo-a mexer os olhos de forma pensativa.

Ela joga os braços por cima dos meus ombros, anulando qualquer distância entre nós. Esfregando superficialmente os lábios aos meus, murmura:

— Trate-me como uma princesa. — em seguida, ela alcança o lóbulo da minha orelha, emitindo com a voz ainda mais baixa. — E me foda como uma puta.

Rio, sentindo o efeito em um arrepio que se prolonga pelo meu corpo. Preciso me conter para não arrastá-la até algum canto e arrancar mais palavras sujas de sua boca mas, no fim, acato seu pedido com agrado.

 

*        

— Mais rápido, Selena! — ordeno com impaciência, ao ajeitar o nó da gravata cinza em meu pescoço. — Estamos atrasados.

Seus passos ritmados ecoam por todo o quarto devido ao par de saltos finíssimos em seus pés. Ela prende brincos perolados em suas orelhas enquanto sai do banheiro.

— Você não sabe esperar? — resmunga pousando as mãos na cintura, parada à minha frente. — Nasceu de oito meses, por acaso?

Me limito a apenas revirar os olhos em resposta e retomar ao meu trabalho de organizar alguns documentos importantes dentro de uma pasta. Apoio-os sobre o colchão da cama e organizo de acordo com a sequência de pautas da reunião. Acompanho os ruídos provocados pela morena enquanto se arruma, estreitando os olhos, espio seu corpo sendo modelado por um terninho preto feminino que realça suas curvas.

Ela está tão gostosa que precisarei de algum esforço para não ter uma ereção em público.

— Escuta, você vai ficar lá sentada do meu lado e vai fingir anotar tudo o que puder.

Selena me encara com uma feição entediada por alguns segundos e se vira novamente para o espelho. Ela possui uma certa dificuldade em deixar seus cabelos lisos presos por um elástico.

— Eu já entendi o esquema, Bieber. — chia, a entonação flui com a agressividade de quem está prestes a atirar o sapato na cara de alguém. Dou risada, pois vê-la irritada intensifica sua beleza aos meus olhos. — Pare de me tratar como se eu fosse burra.

Tendo terminado o árduo trabalho em seus cabelos, a morena pega uma bolsa e ruma em direção a porta. Eu a sigo.

— Ah! E sem gracinhas hoje. — aviso, ouvindo sua risada abafada em seguida.

Atravessamos o corredor de quartos até pararmos em frente às portas do elevador.

— Pensando bem, acho que eu vou dar para algum daqueles empresários, afinal, eu sou apenas a sua assistente e não haveria problema algum. — ela gira o rosto para o lado, permitindo que eu enxergue o deboche cintilar em seus olhos pardos.

— Não testa a minha paciência. — rosno e, antes que eu possa tomar qualquer atitude para reafirmar minhas palavras, as portas de aço se abrem, revelando algumas pessoas que ocupam o elevador.

 

*        

Buckhead, Atlanta. 21h50min PM.

Atiro o meu corpo dolorido contra o sofá, logo depois de ter largado a mala em um espaço qualquer da sala. Meus músculos relaxam involuntariamente, aconchegando-se no estofado macio que me ampara.

Contudo, o silêncio predominante que me trouxera a breve sensação de paz é quebrado pela voz feminina e estridente, que surge assim que a minha presença é notada.

— Meu amor! — fecho os olhos em um gesto de desespero, clamando mentalmente para que eu esteja apenas no meio de um pesadelo. No entanto, o corpo pesado que se põe sobre o meu indica o quão real é a chegada da minha esposa. — Eu senti saudades.

Em toda a minha vida, sempre detestei hotéis. Gosto da sensação de estar em minha própria casa, onde absolutamente tudo está organizado como desejo e, durante as viagens, opto por ficar o menor tempo possível. Mas, neste momento, tendo Stella em cima de mim, desejo insanamente estar de volta à Orlando, ou a qualquer outro lugar bem distante de casa.

— Eu também. — simulo um sorriso, unindo nossos lábios brevemente. — Como você está?

— Ótima. Ocorreu tudo bem na viagem? — aceno positivamente sem entrar em detalhes, já que obviamente ela não se interessa em saber. Em seguida, assisto suas pupilas dilatarem com uma expressão entusiasmada e Stella desata a falar. — Justin, eu estou tão ansiosa! É como se eu mesma fosse estar grávida em alguns dias.

— Ei, calma. — peço, refreando-a. — Nem sempre as inseminações dão certo de primeira.

Ela murcha por alguns instantes, porém, logo o semblante alegre torna a cobrir seu rosto pálido. 

— O que importa é que não falta muito para termos o nosso bebê por aqui. — ela sorri, murmurando contra os meus lábios. — O nosso herdeiro.

Nos beijamos e eu me permito sorrir um pouco, idealizando todos os bons frutos que isto me dará.

 

*        

Selena Gomez P. O. V — Downtown, Atlanta. 09h45min AM.

Mantenho o olhar preso ao teto branco durante alguns longos minutos, começando a distinguir até pequenos pontos de sujeira no mesmo. O ar condicionado está ligado em uma temperatura mínima, resfriando cada centímetro do tecido da minha pele.

Ouço a porta ranger, seguido pelo som oco dos saltos quadrados da enfermeira chocando-se contra o chão de cerâmica. Ajeito o meu corpo sob o pano frágil da camisola azul, tombando a cabeça para o lado qual ela se encontra.

— Você está pronta? — indaga, cobrindo suas mãos com as luvas de látex. Aceno positivamente e a mulher de cabelos extremamente vermelhos se aproxima. —
Tudo bem, apenas relaxe.

Meu estômago está embrulhado, dando-me a sensação de que eu posso devolver o café da manhã a qualquer momento. Controlo a respiração, no intuito de amansar a frequência acelerada dos meus batimentos cardíacos. Sinto medo de estar à beira de um colapso e morrer dolorosamente sobre essa maca.

No entanto, o processo não é demorado, tampouco assustador. Carrega uma sensação estranha, ao mesmo tempo em que preenche-me daquele ar gélido no estômago criado pela expectativa. Meu corpo amolece, apesar da tensão que percorre em minhas veias.

Bom, não é apenas expectativa o que está me preenchendo. Estou, possivelmente e literalmente, sendo engravidada. Meus pensamentos divagam até Justin, imagino o que ele esteja fazendo neste exato momento enquanto estou sendo induzida a carregar seu filho no ventre.

 

*        

Castleberry Hill, Atlanta. 15h10min PM.

Arrasto-me preguiçosamente pelo sofá até estar de pé e sigo o caminho da porta após o som da campainha ecoar em todo o apartamento, ao abri-la, me deparo com a mulher parada no corredor. Um grande sorriso surge em seus lábios ao tempo em que ela atira os braços sobre os meus ombros.

— Ah, meu Deus! — apertando seu corpo contra o meu, Ashley me faz soltar uma risada. — Eu estava com tantas saudades!

— Eu também! — ao cessar o abraço, noto que há outro alguém ao seu lado. Abaixo o olhar, segurando o rosto circular e fofo de Kyle entre as minhas mãos. — Oi, meu anjo!

— Oi, Sel. — ele sorri, estendendo os braços para que eu possa repetir o gesto feito anteriormente com sua irmã. — Eu quero bolo de chocolate! — dispara logo em seguida, de modo eufórico.

Desvio o olhar até a mais velha, vendo-a balançar os ombros.

— Foi a condição para ele largar o desenho e vir comigo.

Assinto, liberando a passagem na porta para que eles possam entrar.

— Tudo bem, eu vou fazer bolo pra você. — digo, no entanto, acrescento uma confissão sussurrada: — Espero não te envenenar.

O menino adentra com uma corrida, explorando cada centímetro da sala em poucos segundos. Ashley o segue em passos lentos, analisando o cômodo a sua volta.

— Então, essa é a sua nova casa? — indaga, uma de suas sobrancelhas está arqueada, denunciando a surpresa com o luxo do imóvel.

— Não é minha. — declaro, guiando-a até o sofá. — É do Justin.

Sua feição se mantém com traços de desconfiança, ela me encara de forma interrogativa e curiosa. 

— Nós vamos conversar sobre isso.

— Como conseguiu vir aqui? — desconverso, girando o rosto na direção em que Kyle percorre de um lado para o outro com seu boneco de super herói em mãos.

— O Senhor Butler viajou. — ela responde, breve e concisa. — Kyle, tenha cuidado! — alerta, percebendo-o esbarrar no vaso de flores sobre um aparador. O menino cessa seus passos, retraindo-se de imediato. — Tudo aqui é tão sofisticado.

Solto uma risada com o comentário. 

— O que você esperava?

Ashley suspira e, na entonação em que sua voz volta a fluir, suponho que um sermão está prestes a ser iniciado.

— Selena, você vai mesmo ficar dependendo do Justin? — questiona, noto há uma ponta de incredulidade. — Quero dizer, é claro que ter saído da Havanna foi maravilhoso mas, aquele era o seu sustento. Se o Justin se cansar de você...

— Fica tranquila. — interrompo-a, impedindo de completar a frase que me causa arrepios instantâneos. — Eu tenho uma garantia.

Ela semicerra os olhos, fitando-me em dúvida.

— Qual garantia?

Engulo o nó em minha garganta, pondo-me de pé em um pulo. Forço um sorriso em meus lábios e digo em tom alto para atrair a atenção do menino.

— Vamos fazer o bolo do Kyle?

Ele corre até mim, dando alguns pulos de entusiasmo antes de afirmar efetivamente.

— Vamos!

Deste modo, fujo dos questionamentos de Ashley e de seu olhar repreensor. Embora sejamos tão unidas, temo em admitir toda a verdade e vê-la me julgar veementemente. Ela nos segue em silêncio, acompanhando com precisão cada movimento que produzo. Coloco Kyle sentado em um dos bancos altos que contornam a bancada da cozinha e inicio o processo de preparação do bolo.

— Você não vai fugir dessa conversa. — a loura avisa, em um tom sério e firme.

— Não estou fugindo. — minto, virando-me de costas para pegar alguns ingredientes nos armários e, consequentemente, fugir de seus olhos atentos. — Pare de ser tão paranoica.

Ashley se cala por alguns minutos e eu quase agradeço internamente por isso. Contudo, antes que possa dar se por vencida, ela corta o silêncio novamente.

— Selena. — giro o rosto, vendo-a me encarar fixamente. — Você está apaixonada por ele?

Em uma fração mínima de segundos, o meu celular vibra sobre a bancada. Pego-o depressa, com a esperança de que possa ser uma ligação para me livrar de lhe dar alguma resposta. A tela se ilumina à frente do meu rosto e as palavras que surgem faz com que o tremor em minhas mãos se intensifique.

"Não consigo me concentrar em nada hoje. Como você está? Queria tanto te ver." - Justin.        

Suspiro, equilibrando-me sobre os cotovelos e, posteriormente, apoio o rosto entre minhas mãos. Sinto que a atenção de Ashley permanece em mim quando a mesma pigarreia, reunindo o pouco de coragem que resiste em meu corpo, levanto a cabeça e exibo um sorriso sem graça.

— Acidentes acontecem. — assumo, com a voz fraca e o coração acelerado.


Notas Finais


That's all folks!

Chegou quem vai fazer vocês lerem o capítulo anterior pra lembrar que fic é essa, hahahah. Demorei por motivos de: preguiça, falta de criatividade, falta de motivação e etc. Próximo capítulo tem um hotzinho básico, pra quem tá com saudade.
Me desculpem se não corrigi algum erro, to bem aleatória.
Espero que tenham gostado desse, o baby Jelena está cada vez mais próximo de ser real hein.
Comentem e me digam o que acharam, por favor.

Até o próximo! Um beijo e um queijo! ❤


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