História Is It Love Adam - Com você ao meu lado - As grandes emoções da inauguração

Depois de longos dias finalmente chegou a noite da inauguração, ainda faltava uma hora para os convidados chegarem, mas estávamos todos para cima e para baixo conferindo tudo. Charlote corria por todos os lados e ainda tinha que se preocupar em deixar seu cabelo bem penteado e alinhado. Lá na frente eu estava sentada com a equipe da recepção, compartilhando nervosismo e insegurança, estávamos todos tensos com esse momento.

- Até você Lisa está nervosa? – perguntei para minha amiga.

- Um pouco, não estou acostumada a receber em eventos....

- Não se preocupe, é só sorrir e ser simpática... E se alguém ficar com gracinha você avisa o pessoal da segurança. – disse Carlos, o rapaz que trabalharia com ela.

- Isso costuma acontecer? – perguntou ela.

- Às vezes, quando eles bebem muito, mas ninguém vai deixar nada acontecer aqui, por isso estamos juntos! – disse ele sorrindo.

Ele realmente era um rapaz atencioso, ele trabalhava em um salão de festas antes de vir para cá e sabia lidar com esse tipo de situação, mas não era tão bom com agendas e organização como a minha amiga.

- Minha maior preocupação é eles não gostarem da comida! – disse eu tentando conter a minha ansiedade.

- Ela está ótima, vocês fizeram um bom trabalho! – disse Fiona.

Tenho que dizer que fiquei impressionada diante de um comentário positivo vindo dela, mesmo que nossa relação tenha melhorado e se tornado tolerável.

- Verdade, todo mundo comeu e ninguém achou ruim! – disse Layla positiva.

- E se não gostarem do cardápio?

- Ai eu vou chorar pelos próximos três dias sem parar... – disse ela.

- Acho que temos que nos manter calmos, demos o nosso melhor e vamos continuar dando sempre, para fazer isso dar certo! – disse Fiona.

- Com certeza! – disse Lisa e Carlos.

Eu e Layla concordamos e assumimos o nossos postos, cada um o seu lugar, esperando as portas se abrirem. Eu estava na recepção do restaurante, junto com Fiona. Ficou decidido que era bom eu estar lá e falar sobre o cardápio para os convidados, junto com ela. Era estranho estamos uma ao lado da outra assim.

- Tenta relaxar! E não gaguejar... – disse ela em um tom de deboche.

- Eu não vou, estou me treinando para não passar essa vergonha na sua frente.

- Bom mesmo, senão eu vou ter que rir!

- Mais um motivo para eu evitar passar por isso!

Senti meu celular vibrar no bolso e logo olhei, era uma mensagem de Adam:

“Boa sorte paixão, quando você chegar quero todos os detalhes, nem que você tenha que me acordar.”

Sorri para mim mesma e respondi rapidamente:

“Pode deixar, vou te dar todos os detalhes importantes.”

Guardei meu celular agora de vez, pronta oficialmente para essa noite. Quando os convidados começaram a chegar eu fiquei impressionada com o número deles e feliz em ver suas caras surpresas e animadas enquanto olhavam para o espaço todo, que estava perfeitamente decorado.

Lisa e Carlos faziam muito bem o seu trabalho de receber e encaminhar com clientes, os quais eu e Fiona guiávamos até as mesas e comentávamos sobre o cardápio do jantar que seria servido em breve. Fiona realmente agia de forma prestativa, sendo simpática e sorridente com todos que chegavam, nem parecia a mesma mulher que eu conheci ano passado. Ela realmente não parecia ser uma má pessoa, mesmo depois de tudo que aconteceu, ela agora parecia bem e parecia lidar melhor com toda a situação. Adam estava certo, talvez a gente realmente pudesse se dar bem.

Charlote fazia seu serviço de anfitriã da noite lindamente, passando pelas mesas que já estavam com convidados, conversando com todos, falando sobre o hotel, suas vantagens, sua localização e outras muitas coisas que dizem respeito a suas vantagens comerciais. Todos pareciam satisfeitos, pelo menos por enquanto, com o que viam. Fiquei fazendo o meu trabalho, conversando com as pessoas que me era solicitado e falando sobre o menu até que uma voz conhecida me surpreende absurdamente.

- Helena querida! – disse Babara Peterson atraindo totalmente a minha atenção.

Eu olhei para aquilo surpresa, os pais de Adam estavam na minha frente, como convidados dessa inauguração, o estranho é que não me lembrava deles serem parceiros dos Makalister.... Ignorando completamente meu estado de choque, minha futura sogra me abraça e me olha da cabeça aos pés com carinho, enquanto Oliver Peterson se mantem na mesma posição distante e observadora de sempre.

- Eu estou tão feliz por você! É uma grande oportunidade!

- Obrigada senhora Peterson, eu estou muito feliz com isso...

- Não me chame de senhora por favor, seremos uma família em breve. Eu estou tão feliz por você e pelo meu filho, ele te ama muito, eu vejo isso nos olhos dele!

Quando eu achei que ela fosse continuar, seu marido se manifestou, me deixando bastante surpresa.

- Querida, acalme-se... sei que está animada com isso, mas agora a Helena tem que trabalhar, vocês ainda vão ter chance para falar sobre casamento. – disse tanto para a esposa como para mim. - Viemos aqui conhecer o lugar e ter a chance de conhecer seus talentos na cozinha.

- Espero que o cardápio esteja ao agrado que que a experiência de hoje seja bem positiva para vocês...

- Eu tenho certeza que vai! – disse o senhor Peterson, sendo seguido de sua esposa.

Acomodei os dois em uma mesa, conforme as indicações de Fiona e falei para eles rapidamente das opções da noite. Mesmo eu estando tranquila agora, os olhares analisadores de Oliver Peterson caiam frequentemente sobre mim, é como se ele estivesse aqui apenas para me olhar e julgar. Talvez para ver se eu era digna de carregar seu sobrenome. Não sei ao certo, apenas que ele conseguia me deixar tensa da cabeça aos pés em apenas dois minutos de conversa.

Depois de recebe-los, quando quase todos os convidados estavam acomodados e Charlote já havia falado com todos, me aproximei sorrateiramente dela, para tirar a dúvida, sem que fossemos percebidos por todos.

- Os pais do Adam estão aqui. – falei para ela baixo, sem perder a minha postura.

- Eu vi, os Peterson compraram convites... eu jamais ia imaginar que eles eram os pais do seu noivo, se vocês não tivessem me contado nunca ia dizer que ele é herdeiro de uma das maiores empresas de petróleo do país. – disse ela para mim, rápido no mesmo tom.

- Eu sei... eu não imaginava que eles fosse vir...

- Eu também, eles compraram convites, mas quando ele mesmo confirmou presença eu fiquei chocada...

- E quando foi isso?

- Ontem à noite, nem tive tempo de te contar.

- Eu teria preferido do que descobrir de surpresa.

- Desculpa amiga, mas eu estou adorando a presença deles, isso é muito bom para mim, dá muita visibilidade, imagina se ele resolve fazer sociedade com a gente, para mim é um prato cheio, vou dar o dedo para os Hilton!

Nossa conversa foi interrompida por mais pessoas que chegaram e não tivemos mais a chance de falar sobre esse assunto, continuei fazendo meu trabalho e depois fui para a cozinha, onde Layla estava supervisionando tudo, e estava quase sem unhas diante da ansiedade.

- Está na hora! É nossa prova de fogo gente! – disse ela.

- Vai dar tudo certo!

- Certo?

- Certo!

Saímos todos da cozinha para ouvir o discurso de Charlote, sentido o coração saltar freneticamente no peito, até Bertô estava conosco hoje e parecia igualmente animado.

- Prezados convidados, sejam bem vindos a inauguração do novo The Meridian, que pela primeira vez chega a Nova York. É com muito prazer que eu e todos os membros do grupos Makalister recebemos vocês hoje, para que vocês conheçam esse maravilhoso espaço que estará agora a serviço de vocês. Toda a nossa equipe se empenhou para isso e espero que vocês tenham uma maravilhosa noite e bom jantar a todos!

Todos aplaudiram a minha amiga e começamos a servir o jantar, primeiro pela entrada, obviamente. Eu andava de um lado para o outro, tendo certeza que estava tudo certo, que a aparência estava boa, parecia um ser obcecado, o que eu era exatamente naquele momento. Tentava não transparecer a minha ansiedade em relação as reações dos convidados diante da comida, que não pareciam insatisfeitos com o que tinham a sua frente.

Na hora que foi servido o prato principal eu olhei de longe para Layla que parecia querer poder ficar lá para ver como eles iam reagir, mas eu que teria que fazer isso por ela. Senti meu coração triplicar de velocidade no peito quando ouvi os elogios nos meios da conversa e as pessoas me chamando para cumprimentar a cozinha pela comida. Fiquei tão feliz e emocionada que tive que ir para a cozinha contar para todas, que estavam tão ansiosos como eu. Fui tão rápido e chamei tanta atenção que Layla já achou que tinha acontecido algo errado.

- O que foi? O que aconteceu? – perguntou ela preocupada.

Observei os rostos de todos ansiosos e logo falei o que eles queriam tanto ouvir:

- Eles amaram a comida gente!

Todos pularam de alegria e a cozinha parecia uma festa, com todos se abraçando.

- Ai sim porra! – ouvi um gritando.

- Ainda falta a sobremesa, espero que continue assim.

- Todos esperamos! – disse Bertô.

Voltei para o restaurante e quase dei de cara com Oliver Peterson na saída da cozinha.

- Eu vim cumprimentar a chef pelo bom serviço, ainda temos a sobremesa, mas imagino que ela não vai ser decepcionante.

- Obrigada, fico feliz que a noite esteja sendo do seu agrado.

- Sim esta, fico satisfeito com o que vejo de você Helena, você é uma mulher inteligente com muito potencial.

- Obrigada. – disse novamente sem saber o ponto que ele quer chegar.

- Espero que saiba que pode contar com o meu apoio, se estiver interessada...

Ele fala isso e eu simplesmente não entendo, mas ele é chamado por um colega e acaba se afastando.  Após o prato principal foi servida a sobremesa que também foi muito elogiada, o que me deixou feliz, já que era um prato original meu. Agora muitos estavam andando pelo espaço do hotel, bebendo o que era servido pelos garçons e conversando, era aquele momento que os sócios de Lote iriam fazer negócios...

A parte que me cabia tinha sido realizada e pelo visto com sucesso, eu não podia estar mais feliz. Pensei até em mandar uma mensagem para Adam, mas uma infeliz aparição me impediu de fazer isso.

- O que você faz aqui?! – disse recuando diante de sua aproximação.

- Eu vim como convidado, comprei convite e tudo... – disse Eliot tentando se aproximar. – Eu queria pedir desculpas pelo outro dia.

Recuei me mantendo distante dele.

- Eu reagi muito mal e fiz coisas que não deveria, lamento muito por isso, eu não queria te machucar de forma alguma.

- Eu não tenho mais nada para falar com você e eu tenho que trabalhar.

- Sei que isso é ruim, que você deve me odiar mas eu realmente sinto muito. Queria também te dar os parabéns por hoje, você se saiu bem e disseram que a comida estava ótima, sabia que você se daria bem nisso.

Senti uma raiva queimar dentro de mim, ele nunca me apoiou, sempre disse que eu deveria desistir disso, que não tinha que ficar trabalhando para os outros e agora vem com essa? Deve ser uma brincadeira, não é possível! Quando eu percebo a minha indignação mental saiu toda pela minha boca e Eliot me olhava surpreso e um pouco nervoso.

- Não quero que você pense isso de mim!

- Então não deveria ter dito o que disse, agora por favor você pode ir que eu tenho que trabalhar.

Eliot não me responde e parece agora focado em minha mão, eu já imaginava o que ele tinha percebido nela.

- Isso é um anel de noivado? – perguntou ele.

- Não é da sua conta!

- Vai me dize que está morando com ele!? Que pensa mesmo em casar com outra pessoa!

- Sim, agora pode ir! – disse para ele me mantendo firme, eu não ia me amedrontar, eu não ia sentir medo dele, estávamos no meio de muita gente para ele fazer alguma coisa.

Mesmo assim Eliot segura meu braço e me aproxima dele. Puxei meu braço bruscamente fazendo a raiva se acender em seus olhos. Mas, novamente, eu fui salva por uma pessoa de bom coração, que dessa vez era a inesperada Fiona.

- Acho que é melhor o senhor se retirar! – disse ela de forma firme e educada.

- Eu também acho! – disse em seguida.

Ele me soltou e saiu andando para a recepção, enquanto eu ainda estava lá, perto da escadaria. Sem entender a intervenção da Fiona, que estava me olhando de forma gentil com um copo de café na mão.

- Você quer? – perguntou ela.

- Sim!

Aceitei o café e fui na cozinha com ela pegar outro, e fomos juntas tomar um ar na sacada, onde não haviam mais pessoas. Como as coisas estavam mais calmas, tínhamos um tempo para poder sentar em paz e eu sabia, pela forma como ela me olhava, que ela queria falar algo.

- Seu ex? – disse ela olhando para seu café.

- Sim...

- Entendo. Alguns homens são assim....

- É.... escrotos...

- Acham que você pertence a eles e não sabem ouvir um não...

- Como se eles fossem as pessoas mais interessantes do mundo e você nunca poderia ser feliz a não ser com ele.

Ficamos as duas em silêncio, tomando nosso café até que ela toma a iniciativa e fala:

- Eu já tive um namorado assim sabe... abusivo...

Eu voltei minha atenção rapidamente para ela.

- Quando foi isso? – perguntei curiosa.

- No ensino médio, foi meu primeiro namorado.

- Que droga. – falei para ela.

- É mesmo, ele queria controlar o que eu fazia, o que eu vestia, com quem eu deveria andar, era como se ele fosse meu dono e a única pessoa que soubesse o que era bom para mim era ele.

- E como você saiu dessa?

- Há... eu nem sei direito, sei que uma hora eu me dei conta que não estava feliz e que provavelmente nunca ia ser feliz com ele.

- Você estava certa.

- Sim, eu sei. Muita coisa aconteceu depois claro e sou mais feliz e livre.

- E vai encontrar alguém que goste de você de verdade...

Ela me olhou estranho e falou:

- Você falando isso para mim?!

- Você merece amor, as pessoas merecem isso, quando tratam os outros com respeito.

- Há sim...

- E uma hora você vai achar alguém que corresponda seus sentimentos. O que no caso não é o Adam.

- Obrigada por me lembrar disso. Mas eu vou ficar bem, o que tiver que acontecer vai acontecer...

Fiona e eu continuamos sentadas lá fora, trocando algumas palavras. Aquilo tinha sido bom para eu ver um pouco mais sobre ela e descobrir que sabia tão pouco sobre uma pessoa que passei tanto tempo sentindo raiva. Descobri que realmente tinha coisas boas nela, como sua simpatia, seu humor e até sua pro atividade para ajudar os outros, agora eu entendi um pouco melhor porque meu noivo prezava sua amizade.

Voltei ao trabalho e logo a noite acabou, como um grande sucesso. Charlote estava satisfeita e parece que os Peterson queriam uma parceria... Cheguei em casa tarde e cansada, tão cansada que nem acordei Adam. A conversa sobre os detalhes dessa noite cheia de emoções ficaria para nosso café da manhã.