Congelo ao observar uma linda morena que parece ter uma silhueta perfeita, bem delineada e seus cabelos negros até a cintura. Ela está sentada com as belas pernas torneadas cruzadas de forma sensual de frente para o Ryan que sorri abertamente e a encara de forma sedutora para ela que toca em seu braço com intimidade.
Engulo a seco quando Ryan sente minha presença e me encara me fazendo entrar em sua sala.
— Senhorita Martin, deseja alguma coisa? — Maldito, imbecil! Observo a mulher que se vira para me encarar com desdém. Seus lábios carnudos, maquiagem intacta e olhos amendoados com cílios volumosos e seios fartos. A mulher é uma obra prima e não posso nem falar ao contrário.
— Senhorita? — Ryan me faz voltar a mim, e pisco arrumando uma desculpa.
— Eu só vim avisar que já terminei de resolver a situação da rede de abastecimento do Congo e já estou indo. — Ryan assente a mulher se volta para frente ignorando a minha presença.
— Perfeito. Até amanhã senhorita Martin! — Ryan é enfático com seu tom de voz me avisando que é hora de deixa-lo em paz.
Eu fecho a porta da sala dele e saio a passos largos em direção ao elevador. Meus olhos começam a marejarem e um misto de raiva, tristeza, despeito e ciúmes me invadem. (Então era isso? Ryan já teve de mim o que queria e agora está com uma melhor que eu!)
Tento segurar ao máximo a vontade de chorar, Ryan não merece uma gota das minhas lágrimas. Finalmente chego ao térreo e vejo Jake encostado na limosine e tragando seu cigarro de sempre. Me aproximo dele para ver se consigo alguma dica.
— Jake! — Ele me encara intrigado. Deve estar percebendo que estou transtornada como na noite do leilão.
— Aconteceu alguma coisa senhorita? — Pergunta com o semblante preocupado colocando o cigarro para baixo.
— Não, nada. É que eu vi... você tá esperando o Ryan né? Ele deve demorar porque está com uma mulher na sala dele. — Jake parece aliviado, mas ergue a sobrancelha me encarando de forma zombeteira.
— Ah sim. Eu sei disso. Eles se encontram uma vez por semana. Já estou acostumado. — Sinto como se recebesse uma pancada no peito com essa noticia e seguro a vontade de chorar na frente do Jake. Não vou fazer isso.
— Uh... sim, então vou embora. Até mais Jake. — Engulo o choro com a voz tremula. Jake acena sem esboçar nenhuma compaixão.
— Até mais senhorita Martin.
Eu caminho vagarosamente para longe de Jake e vejo Mark vindo em minha direção com um sorriso no rosto alheio ao que estou sentindo.
— Sophie! — Eu o encaro tentando parecer inteira na frente dele e dou-lhe um sorriso falso.
— Senhor Leviels, já está encerrando o expediente também?! — Pergunto mantendo uma conversa na qual eu estou indisposta a dar continuidade. Ele para na minha frente ajeitando a armação dos óculos.
— Sim, eu... na verdade estou indo jantar no Felipe. Você não quer jantar comigo? Sabe que está me devendo uma bebida. — Ele pisca com o rosto angelical com a feição insegura e sorridente. Eu sorrio para ele e aliso seu ombro e estou prestes a recusar seu convite educadamente, quando vejo Ryan saindo da Carter com a piriguete montada aos sorrisos em direção a limusine.
Ryan paralisa assim que nos ver. Rapidamente volto o meu olhar a Mark e com raiva do senhor arrogante e frio, decido aceitar o convite no impulso.
— Claro! Vamos! — Mark sorri estendendo o braço para que eu entrelaçasse o meu. Caminho empolgada e satisfeita com Mark, porque o Felipe fica na direção contraria e com certeza, passaríamos na frente do CEO idiota Carter.
Assim que passamos diante ao Carter, ele nos encara com um olhar duro sobre nós.
— Boa noite, senhor Carter! — Mark o cumprimenta de forma animada e eu sorrio docemente para Mark.
— Boa noite, aonde vão? — Mark franze o cenho. Com certeza estranhando a pergunta de Carter que não parece ser invasivo com seus funcionários.
— Estou levando a Sophie para jantar comigo. — Mark sorri carinhosamente para mim e eu devolvo o sorriso.
— Oh sim. Então bom encontro. — Mark assente e eu me agarro ainda mais contra ele percebendo o semblante desconfortável de Ryan sobre mim.
— Obrigada senhor Carter. — Respondo educadamente com um sorriso debochativo a ele que me lança um olhar mortal igualmente ao dia em que derramei café sobre ele.
Eu e Mark voltamos a caminhar deixando Carter se retirar com seu velho brinquedo de saia. Olho rapidamente para trás e vejo a limosine sumir.
[...]
Finalmente chegamos ao restaurante e Mark pede uma bebida.
— Ufa! Até que enfim estamos tomando uma bebida juntos! — Mark sorri timidamente e eu assinto.
— Obrigada pelo convite, eu estava precisando. — Ele anui e fazemos nossos pedidos.
Enquanto os pedidos eram preparados, Mark embalou conversa sobre escritório, reunião e coisas do tipo me deixando mais aliviada. Eu sinceramente não estava em clima de flerte e agradeci mentalmente ao Mark por isso.
Nossos pedidos haviam chegado. Mark e eu comemos tranquilamente, até que o celular de Mark tocou e imediatamente ele atendeu com uma feição concentrada.
“Certo. Eu irei logo. Não se preocupe senhor Carter!” — Reviro os olhos ao ouvir esse nome. Mark desliga o telefone e suspira pesaroso.
— Sophie, surgiu uma reunião de emergência que o senhor Carter acabou de marcar pra mim. Eu tenho que ir. Sinto muito. — Assinto para ele.
— Não se preocupe. É o seu trabalho, outro dia com mais calma bebemos novamente juntos. — Mark assente se retirando e deixando o dinheiro sobre a mesa.
— Até mais, Sophie. — Ele alisa meu ombro e se retira.
Eu fico ali parada tomando meu vinho encarando a janela do restaurante. Eu não posso acreditar que Ryan Carter atrapalhou a minha única distração para não pensar nele.
Que raiva desse homem!
[...]
Volto para casa desanimada. Abro a porta e jogo minha bolsa na poltrona e caminho até a cozinha para beber alguma coisa. Apanho meu celular e observo que Lisa havia deixado uma mensagem que não era pra me preocupar que ela só chegaria de manhã hoje.
Eu suspiro colocando água para ferver e preparar um chá para acalmar meus nervos.
Fecho os olhos e só consigo lembrar do Ryan sorrindo livremente para a mulher no escritório. Um sorriso tão relaxado, tão íntimo que nunca havia dado comigo.
Por que eu fui me apaixonar pelo o babaca do meu chefe?
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