História Isso é por Hinata - Família Hyuuga

O dia começava barulhento como todos os outros no apartamento dos Hyuuga. Os vizinhos já estavam acostumados a escutar o barulho de confusões e gritaria, mas ninguém ousava reclamar. Afinal, todos que moravam naquele prédio estavam envolvidos com alguma coisa errada, então era comum fingir não ter "visto/ouvido nada".

Hiashi Hyuuga era um homem arrogante e exibido. Mandava em um ponto de tráfico de drogas da cidade bastante movimentado, que constantemente dava lucros altíssimos. Mas, por querer viver uma vida extremamente luxuosa, gastando dinheiro loucamente, permaneciam nesse prédio antigo. Ele dizia ao seus colegas de trabalho que ainda morava ali apenas porque gostava do sigilo que o local oferecia, o que não era completamente mentira. Seu apartamento ficava no quarto - e último- andar, tendo apenas um vizinho que ele raramente via. Não o conhecia.

Depois de terminar uma discussão muito desagradável ao telefone, Hiashi foi até ao quarto de Hinata. Acordando a menina aos berros por ainda não ter levantado. Ela estava atrasada para fazer os afazeres domésticos.

—ACORDE SUA INÚTIL— Disse enquanto levantava as cobertas da garota e jogava um copo de água fria na cara dela, que levantou num pulo.

—Me desculpe, pai— Murmurou a garota, afastando o cabelo molhado.

—Não vai se curvar?—Olhou estressado decidindo se bateria nela ou não pela falta de respeito.

—Sim, senhor— Falou a morena se curvando para o pai —Bom dia— Concluiu, mas não obteve resposta. Seu pai já tinha saído do seu quarto.

—Desgraçado...— Murmurou baixinho quando ele saiu de seu quarto. Hanabi que passava na mesma hora escutou e deu uma risada maldosa.

—PAI, A HINATA TE CHAMOU DE DESGRAÇADO DE MERDA— Falou a mais nova correndo em direção ao pai, deixando a mais velha irritada e com medo do que viria acontecer por isso.

Hiashi voltou para o quarto dela com raiva. Seus olhos a olhavam furioso e ele não sentiu remorso ao espancar a filha, mesmo escutando os gritos de súplica dela "Por favor pai, pare" Ele continuou "ME DESCULPA PAI, POR FAVOR PARA" Bateu mais forte "Para... por favor..." Apenas quando ela estava caída no chão, ele parou de batê-la.

—Que isso jamais se repita— falou olhando com indiferença para ela.

Hinata ficou alguns minutos no chão. Sangue escorria pelo seu nariz, mas ela não limpou. Reuniu toda força que conseguiu e se levantou, precisava ir pra cozinha tomar café e não queria apanhar de novo por faltar esse... momento em família.

Ao chegar na cozinha, encontrou um ambiente vazio. Aparentemente todos já tinham comido, caminhou em direção a sala de estar e viu sua mãe -Hyuuga Ko- praticando yoga em um pequeno tapete de frente para a televisão.

—Bom dia, querida— falou a mãe sem deixar a pose complicada em que estava. —Quero que você vá ao mercado da esquina comprar leite, acabou e sua irmã só toma isso no lanche— Hinata acenou em concordância já se virando para sair de casa, quando ouviu sua mãe chamá-la outra vez —Hinata, limpe o rosto querida.— Falou como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo e voltou a prestar atenção nas instruções do yoga na tv.

Hinata se virou, lágrimas despencaram de seus olhos. O dia tinha apenas começado e já estava uma merda. Ela não se importava mais com os maus tratos do pai, mas toda vez que sua mãe ignorava o sofrimento nítido em seus olhos era como se tivessem tirando um pouco da sua vida. Dor era o que sentia naquele momento.

Abriu a porta saindo do apartamento e esbarrou em um homem alto. Ele tinha cabelo loiro e olhos azuis parecidos com o céu, só conseguiu prestar atenção nas roupas sujas de terra e o olhar de cansaço dele. Deveria ser o seu novo vizinho.

—Me desculpe, não o vi— Falou tentando esconder o rosto machucado.

—Tsc.— Foi a única coisa que respondeu. Hinata se surpreendeu quando o homem lhe estendeu um lenço, ela o pegou ainda sem entender e ele continuou seu caminho para o apartamento ao lado.