História Italiano? Espanhol? - Capítulo 3

By: Evangeline Howell

Depois de arrumar a mesa de jantar. Troco de roupa, vestindo minha camisola vermelha. - Não era bem uma camisola, era quase uma lingerie, de alças bem finas e bem decotada. - Típico da Nany, pra onde ela achou que eu estivesse vindo? Para um Motel?
Logo após o jantar, escovo os dentes e ligo para Megan:
– Meg, você quer vir aqui pra assistir um filme? Não sei o porquê, mas não estou com sono.
– Desculpe Evy, mas estou fazendo minhas anotações das plantas. - Ela também parece cansada.
– Tudo bem. Irei assistir sozinha. Boa noite. - Me despeço.
– Boa noite querida.
Vinte minutos depois, estou assistindo a serie "If Tomorrow Came", quando alguém bate na porta:
– Estou indo. - grito enquanto pego meu Robbie no quarto e o coloco sem amarrar, cobrindo apenas a parte de traz da camisola.
– Deve ser a Megan, ela deve ter terminado o seu trabalho. - Sussurro para mim mesma.
Abro a porta e vejo...
– Mas que diabos você está fazendo aqui? - Pergunto com raiva. O que ele está fazendo aqui?
– Nossa, se soubesse que me receberia assim teria vindo antes. - disse olhando para o decote da minha camisola.
Percebo que o Robbie está aberto e me apresso em fecha-lo.
– Tenho três perguntas a lhe fazer: Primeiro: O que está fazendo aqui? Segundo: Como ficou sabendo que esse era o meu quarto? E terceiro, mas não menos importante, por quê não me deixa em paz?
– Quantas perguntas, e você nem me convidou para entrar, tomar alguma coisa. Srta. Howell, onde está sua educação? - E me dá o seu sorriso irônico.
– Minha educação? Bem, minha mãe me deu "educação", mas acho que não merece que eu a use com você. Agora lhe pergunto onde está a sua educação? o que está fazendo aqui?
– Bem estava sozinho em meu apartamento, e pensei em lhe fazer uma visita.
Por quê????
– Não tinha mais ninguém em seu caderninho, pra você acordar? - Arqueio a sobrancelha esquerda.
– Em meu "caderninho"? Do que está falando? - Ele finge não entender.
– Não se faça de inocente, homens como você sempre tem um caderninho. - Reviro os olhos casada demais para discutir agora.
– Eu não. Você não vai me convidar para entrar? - Seu sorriso sensual está de volta.
– Claro... Que não. Está louco? Eu não sei nada sobre você, você pode até ser um psicopata. - falei com ironia.
– Não seja por isso... Meu nome é Guilhermo D'Angelo. Tenho 27 Anos. Estou solteiro. Moro sozinho, trabalho na empresa da minha família há sete anos, gosto de correr e nadar. E pode ficar tranquila, não sou nenhum psicopata - ele entra no apartamento.
Como assim? Ele pensa que isso aqui é o que??
– Satisfeita? Agora você, eu também não a conheço. - Ele continua.
Fecho a porta e o sigo até a sala, o encarando quando ele para e me olha.
– Não, eu não estou satisfeita e não vou falar de mim. Não tenho motivos para fazer isso. - o idiota ainda sorri.
– O que eu posso fazer para que mude de ideia? - ele pergunta seu olhar é malicioso.
– Nada. - Respondi decidida, afinal quem ele pensa que é? Ele acha que pode chegar aqui, entrar sem ser convidado. Fazer perguntas da minha vida particular. Me dar esse sorriso lindo e acha que vou fazer tudo o que quer? Está completamente enganado.
– Sempre tem alguma coisa. - ele diz e dá um passo em direção a ela.
– Não desta vez. - digo dando um passo para trás e o encarando, com um olhar que estava esperando ser fatal.
– Vamos ver. - ele diz me encosta a parede. Pressionado seu corpo ao meu e sussurra em meu ouvido - e agora vai me responder? - Sua voz é suave, mas ainda assim controlada.
Responder? Responder o quê?
Pensa Evy! Tente se lembrar, o que vocês estavam discutindo um segundo atrás? É bem difícil, com um cara assim sussurrando em seu ouvido, te fazendo ficar toda arrepiada!
– E ai, vai responder? - ele diz se afastando.
Graças a Deus! Não teria controle de mim mesma se ele continuasse fazendo aquilo.
– Você precisa parar de fazer isso. - disse tentando respirar normalmente.
– Por hora, eu concordo. - Ele brinca.
Como assim? Por hora?
– Perguntas... - eu preciso sair desse assunto.
– Ótimo! Coisas que ainda não descobri. - E dá de ombros.
– Como assim "coisas que você ainda não descobriu"? Você estava me investigando? - Pergunto dando um passo em sua direção. Encarando-o.
– Sim, bem... Não exatamente, apenas li um relatório sobre você, que a empresa fez. - Disse como se não fosse nada demais.
– Então não há o que saber saia do meu apartamento agora! - disse chegando mais perto e apontando o dedo em sua direção.
– Mas por quê? O que aconteceu? - Parece confuso.
– O que aconteceu? Vocês colocaram detetives pra me investigar e você me pergunta o que aconteceu? - ando em sua direção, fazendo com que ele dê passos para trás até chegar a porta.
– Nós estávamos indo tão bem. - diz me olhando nos olhos.
– Não tanto quanto você gostaria, não é? Agora saia! - A ira devia ser visível em meus olhos.
– Ok! Tudo bem. Até amanhã. - e sai sem entender direito o que estava acontecendo.

By: Guilhermo D'Angelo

Tem como entender essa mulher? Não, com certeza não. - Me perguntava enquanto chegava ao bar-restaurante do hotel.
Sentando-me no balcão peço um Drink. - Começo a relembrar tudo o que se passou desde que cheguei ao seu apartamento.

Droga! Ela estava completamente sem armas. E na verdade eu também... Se não me afastasse de seu corpo rápido, teria problemas em fazê-lo depois.
Agora ficou ainda mais difícil de conquistá-la, terei de pensar em um plano melhor dessa vez. Quem sabe uma abordagem mais direta. Mais tarde penso nesse detalhe, agora - viro-me em minha cadeira, e observo o bar. - O que teremos para hoje? - olho para as mesas ocupadas no bar e vejo uma mulher sozinha em uma mesa distante e rodeada de papéis, com uma taça de vinho na mão e muito concentrada no estava lendo.
– Muito ocupada. - Falei para mim mesmo e continuei procurando por uma companhia. - ah ela parece perfeita. - sussurrei indo na direção de uma loira, de olhos castanho brilhantes que está do outro lado do balcão. Sozinha. - Sempre tive preferência pelas loiras mesmo.
– Boa noite querida, você está acompanhada? - Digo quando me aproximo.
– Agora estou. - disse sorrindo e olhando-me nos olhos.

.*.*.*.*.*.*.

No dia seguinte:

By: Evangeline Howell

– Bom dia, Senhorita Howell. - Disse um homem, moreno, alto e forte. Com olhos castanhos bem claros, vestido em um terno Armani. - Ele com certeza era italiano, pois tinha traços fortes.
– Bom Dia - O cumprimentei com a voz profissional.
– Sou Tyler Anthony Milan, Prazer em conhecê-la. - Apresentou-se e estendeu a mão para mim.
– Igualmente, Sr. Milan. - Lhe retribuo o sorriso educado.
– Temos uma reunião com o Vice-Presidente daqui à 15 minutos. - Comentou.
– Temos? - Perguntei querendo saber em que aquele pecado trabalhava na empresa.
– Sim. Me desculpe eu sou o Arquiteto chefe do grupo D'Angelo. - Desculpou-se meio sem graça.
– Ótimo - falei sorrindo, olhando para Megan que estava conversando com a assistente de Guilhermo. - Megan, - Encaro-a enquanto ela vem em nossa direção.- Megan, esse é o Sr. Tyler Anthony Milan, ele é o Arquiteto Chefe do grupo. E Sr. Milan essa é Megan Jackson, Arquiteta que está projetando o novo prédio.
– Prazer em conhecê-la, Sra. Jackson? - pergunta e sorrio ao perceber seu interesse.
– Srta. por favor, - Ela lhe dá um sorriso tímido - o prazer é todo meu.
– Desculpe, Srta. Jackson. - ele com toda a certeza é o tipo de homem que Megan gosta. Moreno, alto, forte, inteligente... Alguém atraente e com conteúdo.
– Parece que o Sr. Guilhermo se atrasou. - Comentei com sarcasmo.
– Deve ter acontecido alguma coisa. - disse Anthony.
– Há quanto tempo trabalha no Grupo D'Angelo? - Perguntei.
– Quatro Anos. Na verdade eu sou sobrinho da esposa do dono. Então desde que me formei, trabalho aqui. Claro que não comecei como chefe, mas com muito esforço, hoje estou neste cargo.
– Você é primo do Sr. Guilhermo? - Megan parecia realmente curiosa.
– Sim, mas, por favor, não me julguem pelo que conhecem dele. - ele diz e todos nós rimos.

By: Guilhermo D'Angelo

Finalmente cheguei. Aquela loira não me deixava em paz! - penso enquanto saio do corredor e sigo para a sala de reuniões. Ouço vozes vindas da recepção e me aproximo.
– Por favor, não me julguem pelo que conhecem dele.
É o Anthony?
Quem está rindo?
Chego perto o suficiente para ver, Anthony, Evangeline e outra mulher...
– Pode deixar, até agora você me parece bem diferente dele. - Evangeline diz e sorri.
Então ela sabe sorrir sem ironia? Um belo sorriso por sinal.
Entro na sala e cumprimento-os:
– Bom dia! - faço uma pequena pausa e continuo. - Posso saber de quem estão falando? - todos me encaram, ela faz uma careta e diz:
– De você. - Sorri ironicamente e cruza os braços.
– Bom dia Guilhermo, podemos começar a reunião? - Anthony perguntou.
– Claro, não vai me apresentar sua amiga Srta. Howell? - pergunto e Anthony me encara.
– Desculpe. - Ela sabe pedir desculpas? - Essa é minha amiga e Arquiteta Megan Jackson.
– Prazer em conhecê-la Srta. Jackson. - Nos cumprimentamos com um aperto de mãos.
– O prazer é todo meu. - Ela disse com um sorriso encantador. - Deveria ter acreditado em você Evy, ele é muito bonito. - Evangeline Howell me acha bonito? Ganhei meu dia!
– Não diga? Obrigado. Ela nunca me diria. - sorri e antes que ela protestasse, sai em direção à sala de reuniões.

.*.*.*.*.*.

– Essa com certeza foi uma longa reunião! - Digo quando chegamos a meu apartamento.
– Sim e eu notei que o Sr. Guilhermo não parava de olhar para você. - Seu comentário me surpreende. Hesito por um momento, mas antes que ela perceba, mudo minha expressão. - Não deve ter prestado atenção em metade das coisas que eu disse.
– Não diga besteiras - falo enquanto deito na cama, eu nunca vou falar o que aconteceu ontem a noite naquela sala – isso me lembra, o que você estava pensando quando disse aquilo? - Perguntei quando as lembranças de suas palavras me vieram a mente.
– Na pura e simples, verdade. - ela diz e sorri.
– Verdade de quê?... Quer saber? Deixa pra lá, vamos tomar alguma coisa no restaurante? - Gostaria de esquecer um pouco a existência daquele homem. Daquele pecado de homem.
– Tudo bem, mas não vamos demorar ok? Tenho que arrumar minhas malas.Marquei meu voo, para ás 10 da manhã. - Disse se aproximando e sentando na cama.
– Ahh Meg, não me deixe aqui sozinha. - digo deitando em seu colo. - por favor?
– Evy, você sabe que eu não posso ficar mais tempo. Desculpe. - Ela acaricia meu cabelo. Sabe que eu amo quando fazem isso. Que me acalma.
– Não precisa se desculpar, é que eu tinha que pelo menos tentar. - dou meu sorriso tímido.
– Tudo bem, você ainda quer ir ao restaurante do hotel?- Agora parece animada.
– Claro, temos que comemorar. Hoje o dia foi maravilhoso.
– Eu sei. Nossa aquele Anthony é uma maravilha. - nós duas rimos juntas.
– Olha que nem deu pra notar que você gostou dele Meg. - Digo rindo.
– Não me faça falar do Sr. Guilhermo. - Ela ameaça.
– Tudo bem, eu paro. Só quero tomar um banho antes tudo bem? - Falei me levantando.
– Claro, acho que vou fazer o mesmo.
– Daqui a meia hora, nos encontramos lá embaixo?
– Ok.
Meia hora depois.

Tomando meu drink no restaurante do hotel. Tento manter uma conversa civilizada com minha mãe ao telefone. mas Dona Patricia não é alguém fácil de se lidar. - Não somos parecidas apenas fisicamente.
– Não, mamãe já disse está tudo bem. - Tento convencê-la.
– E as reuniões como foram? - Sua curiosidade não tem limites.
– Foram ótimas, a Meg vai voltar amanhã. - Aviso-a.
– Vocês já apresentaram as plantas que ela fez para o novo prédio?
– Sim, a Meg fez um ótimo trabalho. E acho que ainda ficarei aqui por no máximo duas semanas. - Digo.
– Tão rápido assim?
– Mamãe pra mim isso é uma eternidade. - Minha voz demonstra meu cansaço.
– Evy, me diga o que está acontecendo? - E ela tem o dom de saber quando algo está errado.
– Por quê estaria acontecendo algo?
– Porque você estava muito ansiosa por essa viajem, e agora de uma hora pra outra quer ir embora. - Touché. Todos sabem que meu sonho era conhecer a Espanha.
– Tudo bem, é um cara. Mamãe ele me irrita. Não suporto a ideia de ter que ficar aqui por mais duas semanas, sabendo que vou ver ele todos os dias. - Tentei me acalmar..

Ela fica em silêncio por alguns segundos e diz:
– Evy, não acredito! Isso significa que esqueceu o que aconteceu com Steve?
– Nunca vou esquecer o que aconteceu. Mas não quero falar sobre isso. - Desconversei.
– Ok! Então me diga. O que ele fez que te deixou assim?
– Acho que ele é simplesmente... Ele. O tipo de cara que não pode ver mulher que joga o seu charme, que se tem certeza e que é muito sarcástico, irônico, e tem um sorriso safado muito... - procuro pela palavra certa.
– Bonito. - ela completa minha frase.
– É, isso serve. - digo com sarcasmo.
– Querida, por quê você disse que veria ele todos os dias?
– Não li contei esse pequeno detalhe? Pois bem, ele é simplesmente o Vice-Presidente do grupo D'Angelo.
– E você gosta dele?
– O que? Mamãe claro que não. - Rio de suas palavras. - Ele é mais filhinho de papai mimado, que não consegue aceitar não como resposta e ainda não desistiu. - digo e ela ri.
– Ele é bonito? - Sua curiosidade novamente.
– Sinceramente? - pergunto.
– Sim.
– Pra minha infelicidade sim, ele é. - Admito.
Megan se aproxima e se senta a mesa.
– Mamãe, vou ter de desligar a Meg acabou de chegar. - Me despeço.
– Ok, tudo bem. Eu quero saber mais sobre esse "filhinho de papai mimado". Tchau e fique com Deus.
– Tudo bem, a senhora também. - falei rindo.
– Tia Patrícia? - ela pergunta.
– Sim.
– Está tudo bem? - Megan pergunta desconfiada.
– Sim, o que vai querer beber? - Pergunto querendo mudar de assunto.
– Que tal um Coquetel de Frutas? - Sugere.
– Ótimo, também vou querer um. - Concordei.
Quinze minutos depois já estamos tomando nossas bebidas, quando faço uma careta ao vê-lo entrar no restaurante. Ele anda sempre seguro de si. Exalando todo o seu poder e beleza. Seus ombros largos e fortes escondidos atrás de um terno fino. Ele definitivamente não deveria parecer tão atraente sempre.

– Eu não acredito. - sussurro e Megan segue meu olhar.