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História It's Never Easy - The Truth


Escrita por: itscamren-yo

Notas do Autor


Hey pessoal, então eu sei que estou demorando para postar, mas eu tenho meus motivos e um deles é bloqueio. Odeio escrever qualquer merda e postar para vocês, então não é algo que vocês vão ver eu fazendo, porque eu odiaria escrever minha história mais rápido, estraga-la, somente para postar rapidão. Minha vida anda uma baita de uma correria e eu ando sem tempo para respirar, então me desculpem mesmo.
Espero que vocês gostem, eu pessoalmente não gostei tanto, mas sei lá.
Boa leitura:

Capítulo 30 - The Truth


Fanfic / Fanfiction It's Never Easy - The Truth

Sinto um roçar de nariz em meu pescoço e não consigo evitar de sorrir, fazendo questão de acariciar as mechas negras longas. Não queria levantar e muito menos me mexer, aquela posição estava maravilhosa e o carinho que eu recebia em meu abdômen mais maravilhoso ainda.

- Bom dia, dorminhoca. – Sorrio e Lauren ri, jogando sua perna sobre a minha e me agarrando ainda mais.

- Eu ainda estou dormindo. – Não consigo evitar de rir quando ela se aconchega melhor em meu corpo.

- Nós temos que trabalhar... – Acaricio novamente seu cabelo e ela suspira.

- Eu sei, mas aqui está tão bom... – Beija a região mais próxima de seus lábios, meu pescoço, fazendo um formigamento gostoso ficar por ali.

- Lauren... – Ela me morde e eu rio, rodando nossos corpos e ficando por cima dela – Nada disso, você não vai me comprar assim. – Sua risada de bebê ecoar pelo quarto, isso já havia acontecido outras vezes, minha namorada fica dengosa e me convence a ficar mais tempo do que eu devo na cama – Vamos levantar e nos arrumar. – Me levanto da cama e ela se cobre novamente.

- Bom banho. – Resmunga e eu sorrio.

Ela estava linda, seus olhos pequenos por causa do sono estavam semicerrados, seus cabelos completamente bagunçados e ela completamente encolhida enquanto a coberta envolvia seu corpo na enorme cama. Agora Lauren não dormia uma noite sequer longe de mim. Confesso que não havia nenhuma visão melhor do que acordar todos os dias me deparando com o amor da minha vida bem ao meu lado, da forma mais pura e segura que ela possa estar.

Mesmo morrendo de vontade de me deitar novamente com Lauren, minha cabeça me obrigou a ser sensata. Eu tinha uma reunião importante e minha namorada tinha completa noção sobre isso.

Durante o meu banho Lauren entrou no banheiro e escovou seus dentes, fazendo questão de me conferir pelo espelho diversas vezes, o que arrancou umas risadas quando ela mexeu as sobrancelhas de uma forma indicativa. Não pude evitar de ficar surpresa quando ela abriu o box e só roubou um beijo de bom dia, mas antes que eu tentasse puxa-la para dentro do box, ela se afastou e saiu do banheiro, me informando que iria tomar banho no outro banheiro, me deixando resmungando sozinha.

Já pronta fiquei esperando Lauren para o café da manhã, aproveitei sua demora para servir um pouco de café com leite na minha xicara enquanto eu lia as matérias do jornal. Minha namorada só ocupou a cadeira ao meu lado depois de alguns minutos, fazendo questão de preparar um sanduiche para nós.

- Você está nervosa? – Questiona interessada.

- É claro que eu estou. – Suspiro, mordendo o sanduiche.

- Você não precisa fazer isso, se você quiser eu posso...

- Não, está tudo bem, vai dar tudo certo. – Sorrio de canto e ela suspira – Não chegue tarde hoje, tudo bem? – Lauren assente – Se você quiser posso pedir para alguém passar te pegar na galeria.

- Não se incomode, eu consigo um táxi. – Bebe o seu suco.

Nosso café da manhã foi rápido até, por conta do horário Lauren implorou para que saíssemos mais cedo e consequentemente ela conseguisse chegar mais cedo no trabalho, o que eu fui de acordo. O caminho até a galeria foi calmo, minha namorada fez questão de ir com as mãos entrelaçadas com a minha durante todo o percurso, comentando algumas coisas que víamos pela rua e tudo.

Antes da minha namorada descer do carro ganhei um longo beijo lento e maravilhoso, o que me deixou morrendo de vontade de permanecer no carro para que mais beijos acontecessem. Não sabia o que a boca de Lauren tinha que me deixava extremamente viciada nela. Seus beijos conseguiam ser sempre carinhosos, até os mais desesperados, ela tinha uma necessidade de sempre demonstrar o quanto me amava através de nossos beijos e naquele momento, Lauren havia feito aquilo mais uma vez.

Nos despedimos e sorrindo ela entrou na galeria, me dando a chance de ver a enorme blusa na cor cinza com o número 96 na parte da frente, a blusa cobria boa parte de suas coxas e até mesmo o seu short jeans, o que a deixava extremamente charmosa, antes de entrar Lauren amarrou a camisa xadrez azul na cintura e só então empurrou a porta.

O caminho até a minha empresa não pareceu tão divertido e gostoso como o para galeria havia sido, o pouco que eu ficava longe de Lauren já sentia saudades, o que me fazia revirar os olhos por notar que eu era extremamente dependente dela e até mesmo a sufocava as vezes.

Empurrei a porta da empresa e algumas pessoas me cumprimentaram, caminhei rapidamente para o elevador e entrei no pequeno cubículo com mais algumas pessoas, que fizeram questão de puxar assunto comigo já que a notícia de que meu pai iria finalmente se aposentar e eu assumiria completamente a presidência da empresa todos queriam ficar ainda mais próximos de mim, para que quem sabe conseguissem um cargo melhor.

- Chris e Kurt já estão te esperando na sala de reuniões. – Concordo com a cabeça, estendendo minha bolsa.

- Tudo bem, não nos interrompa nessa reunião. – Minha secretária concorda com a cabeça, pegando minha bolsa – Nem mesmo se for o meu pai ou Lauren ligando, mas informe ambos que irei retornar todas as ligações.

- Sim, senhora. – Estende o copo com chá – Devo pedir algo para o almoço hoje? – Olho o relógio do meu pulso.

- Provavelmente não. – Sorrio para ela, agradecida, Marielle sempre era muito cuidadosa comigo e de grande ajuda – Bom dia. – Falo em alto e bom som assim que entro na sala de reunião, os dois prontamente se levantam das cadeiras – Me desculpem o atraso, o transito já está insuportável.

- Não tem problema, acabamos de chegar. – Kurt sorri gentil, fazendo questão de apertar minha mão e então puxar a cadeira para que eu pudesse ocupar o lugar da ponta da mesa.

- Acho melhor começarmos, temos muito o que discutir hoje. – Ambos assentem.

O primeiro assunto em pauta foi tudo o que Kurt já havia conversado com o meu pai, de todas as responsabilidades e tudo o que iria ficar sobre meus cuidados em relação a empresa, no contrato também estava a quantidade de dinheiro que meu pai iria receber por ainda continuar sendo o fundador da empresa. Claro que eu não iria me opor a absolutamente nada que meu pai havia decidido com o nosso advogado, confiava em meu pai de olhos fechados, da mesma maneira que eu sabia que ele confiava em mim para deixar tudo aquilo para mim.

O segundo assunto conversado foi algumas cláusulas de um processo que nossa empresa havia recebido de um cliente insatisfeito, mas de acordo com Kurt já tinha resolvido e nada iria dar errado, eu apenas tinha que ficar ciente daquilo.

O terceiro assunto comentado seria sobre o caso de Lauren, o que pareceu surpreender Chris conforme ele ouvia tudo o que havia acontecido com a minha namorada, e até mesmo o que fez ele me olhar de uma forma diferente. Nada que eu não estivesse acostumada. Kurt informou que eu teria que estar presente no julgamento dos bandidos e até mesmo teria que prestar depoimento sobre minha história, o que me deixou levemente tensa.

Muitas pessoas que sabiam mais ou menos da minha história com Lauren, viam tudo com olhos maldosos, como se o tempo todo eu só tivesse a ajudado para poder me aproveitar de sua fragilidade ou então ela se aproveitar do meu dinheiro, ninguém de fora conseguia enxergar nosso relacionamento como algo bom, o que me deixava frustrada.

Lauren e eu só queríamos nos amar, sem segundas intenções ou sem nos preocupar com o que todas as pessoas insignificantes por perto iriam dizer. Mas ao meu lado não estava uma pessoa insignificante e sim uma das mais importantes de todas, por isso era necessário explicar tudo da melhor maneira possível para que Chris não se virasse contra mim ou pior ainda, desprezasse Lauren.

- Eu realmente não sabia sobre isso... – Deixa escapar e prontamente Kurt o encara – Oh, me desculpe, Sra Cabello eu não quis ser rude ou invadir sua privacidade... – Suas bochechas rapidamente ficaram vermelhas.

- Como você não havia escutado ou sabia da história o que você acha sobre, Chris? Seja sincero, por favor.

- Vendo até onde vocês chegaram me parecem ser um casal verdadeiramente feliz, e eu te admiro ainda mais por ajudar uma mulher bonita como Lauren, que tem uma vida inteira pela frente, se reerguer e se encontrar em todos os aspectos da vida. – Sorrio quando noto que suas palavras eram sinceras – E tenho certeza que todos vão ver tudo da mesma forma, ninguém iria irá te julgar naquele tribunal. – Da um sorriso compreensível e eu aceno com a cabeça.

- Hum... devemos continuar? – Kurt questiona e eu respiro fundo, assentindo – O p-próximo caso é relacionado aos pais de Lauren, que devem ser levados em consideração para que a pena dos culpados seja ainda maior. – Concordo com a cabeça e percebo atenção de Chris em cada palavra que saia da boca de seu superior.

- Devemos começar revisando o caso para que então possamos discutir os argumentos. – Kurt estende os papeis para Chris – Acredito que não devemos colocar Lauren para depor, deve ser um assunto dolor... – Para de falar no mesmo momento que lê os documentos que Kurt lhe havia estendido.

Pude notar meu cunhado ficar pálido, a caneta que ele segurava caiu sobre a mesa e pude notar seus olhos ficarem cheios de lágrimas, que não demoraram nada para começar a rolar por suas bochechas. O mais novo advogado se levantou e respirou fundo, deixando os papeis em cima da mesa, passando as mãos pelas bochechas para limpar os vestígios de lágrimas.

- Clara e Michael Jauregui? – Olha em minha direção – E-Ela é... ela é Lauren? Lauren Michelle Jauregui Morgado? – Concordo com a cabeça e um soluço escapa de seus lábios – F-Foi isso? Foi isso que fizeram com ela todos esses anos? – Assinto e ele passa a mão pelos cabelos, bagunçando seu topete sempre perfeitamente arrumado.

- Ela sempre fala de vocês, Chris... – Sussurro e ele morde o lábio inferior, deixando as lágrimas rolarem pelo seu rosto sem que ele tenha qualquer controle – E eu pedi para abordar esse assunto com você, na verdade coloquei detetives para ir atrás de você e de toda a sua família, sem que ela soubesse de nada. – Chris me olha fixamente – Lauren só descobriu quem você era naquele dia que você a conheceu e desde então estamos bolando uma forma de abordar o assunto com você.

- E-Eu...

- Acredito que seria extremamente injusto você e sua irmã mais nova, assim como toda a sua família perdessem a prisão dos homens nojentos que assassinaram seus pais e manterem sua irmã mais velha em cativeiro todos esses anos... – Ele assente, sem parar de chorar em momento algum – Seu professor me contou todas as pesquisas que você fez para encontrá-la, e bem, agora você tem a chance de encontrá-la novamente.

- E-Eu posso? – Seus olhos brilham e eu me aproximo dele – Meu Deus... – Ele ri, passando as mãos pelas bochechas – Você não sabe quantos anos eu esperei ouvir que poderia encontra-la novamente? E-Eu sempre soube, sempre tive certeza, de que ela estava viva. – Em um movimento inesperado ele me abraça e volta a chorar.

Eu não era do tipo de abraçar qualquer pessoa, mas eu sabia que ele necessitava daquele abraço e foi exatamente isso que eu fiz, o abracei extremamente apertado. Chris chorava da mesma maneira que uma criança pequena chora quando algo lhe magoa, e ele não sentia vergonha nenhuma de fazer isso, e nem deveria sentir.

Não consigo imaginar a angustia que a família de Lauren passou todos esses anos, o quão horrível deve ser ter que esperar uma pessoa voltar para casa –mesmo depois de anos-, e o mais surpreendente era extremamente notável que Chris jamais havia desistido de procurar sua irmã mais velha e muito menos de acreditar que ela voltaria para casa, o que é admirável.

Kurt saiu para pegar um pouco de água para Chris, que se sentou na cadeira e respirou fundo diversas vezes, tentando inutilmente se recompor. Aquele garoto tinha toda a minha admiração desde que ouvi sua história pela primeira vez, mas agora, apenas vendo o quanto família e o quanto protege-la significava para ele, conseguiu que minha admiração fosse ainda maior.

Chris me interrogou e não pude evitar de notar que ele havia esquecido completamente de onde estava e sobre o que antes discutíamos, mas foi algo completamente compreensível, fiz questão de responder todas as perguntas que ele tinha sobre Lauren envolvendo sua saúde mental e corporal, da mesma maneira que contei sobre o trabalho e até mesmo sobre o nosso relacionamento, quando quis fazer novas perguntas informei que ele poderia faze-las hoje à noite no jantar que sua irmã mais velha havia pedido para ser feito aquela noite.

- Quero que você vá para casa... – Murmuro sincera – Quero que descanse a absorva essa notícia, sei que é muita coisa para se pensar em um único dia e tanto Lauren quanto eu iremos entender perfeitamente se você quiser mudar a da...

- NÃO. – Me interrompe – Não, por favor. – Segura a minha mão e eu concordo com a cabeça.

- Tudo bem, não se preocupe, podemos manter o jantar para hoje. – Rio baixo e ele sorri, concordando com a cabeça – Só achei que você quisesse mais tempo para pensar sobre isso...

- Eu já pensei tempo demais... – Olha no fundo dos meus olhos e eu comprimo meus lábios.

- Devo esperar mais pessoas para essa noite? – Chris parece pensar por alguns instantes.

- Tem lugar para mais uma pessoa? Tenho certeza que Taylor vai querer me acompanhar.

- Lauren e eu estaremos esperando vocês dois hoje à noite, as oito. – Aperto o botão que ligava automaticamente para a minha secretária e ela não demora absolutamente nada para me atender – Preciso que você peça para Thomas busque Chris e uma acompanhante as oito, ele vai deixar o endereço com você. E ligue para Rosa, confirmando duas pessoas para o jantar.

- Obrigada por isso, Camila. – Chris suspira – Não só pelo emprego, mas por tirar minha irmã das mãos daqueles caras, coisa que eu jamais fui capaz de fazer. – Seguro suas mãos.

- Entenda que não foi sua culpa Chris, nem dela e nem de ninguém a não ser aqueles crápulas, que jamais poderão sair da cadeia. – Ele se curva e então me abraça.

Christopher não ficou muito tempo comigo depois de trocarmos mais algumas palavras, ele simplesmente deixou seu endereço com Marielle e então foi embora, acredito que meu cunhado queria conversar calmamente com a minha cunhada e colocar tudo nos eixos para aquela noite, o que era algo completamente compreensível, mesmo que eu acredite que seja um pouco cedo para tal.

Não que eu não queira que Lauren se reúna com sua família, mas acredito que eles deveriam ter mais tempo para absorver a informação de que ela estava de volta –para ficar- e que queria reencontra-los. Achei correto o fato de Chris querer apenas sua irmã em casa, seria o melhor a se fazer não dar uma notícia dessas proporções para seus avós e aceitar que eles absorvessem tudo rapidamente, o que provavelmente deve ser algo mais fácil para ele e Taylor, já que ambos nunca desistiram de procurar Lauren.

Fiquei na empresa até as cinco da tarde, saindo mais cedo por conta do transito para garantir que eu não iria me atrasar de maneira nenhuma para o jantar daquela noite. Cheguei quarenta minutos depois em casa, encontrando Rosa ajeitando toda a área que iriamos usar naquela noite, fui até mesmo questionada se iriamos jantar no terraço ou na mesa de grande jantar, e optamos pela segunda opção por segurança.

- Não quero saber. – Passo a mão pelo rosto – Nós já conversamos sobre isso. – Escuto a porta abrindo e sorrio – Charles apenas e concerte o seu erro. – Lauren caminha em minha direção e eu a puxo para mais perto – Nos falamos depois, quero isso resolvido até amanhã. – Desligo o telefone e Lauren prontamente cola nossos lábios.

O beijo foi sedento, com paixão e uma mistura de saudade, o que me fez jogar meu celular em cima da mesa do escritório somente para levar minhas mãos até o seu rosto, apenas para que eu pudesse encaixar nossos lábios ainda melhor. Minha namorada atacava meus lábios e fez questão de me abraçar pela cintura para que nossos corpos ficassem ainda mais próximos. Encerrei nosso beijo sugando o seu lábio inferior e roubando alguns selinhos, fazendo questão de tombar seu pescoço para que pudesse plantar alguns beijos ali.

- Teremos convidados para o jantar dessa noite. – Sussurro perto do seu ouvido e ela estremece.

- Teremos? – Sua voz estava tremula.

- Sim. – Sorrio e afasto minha boca de sua pele – Dois integrantes da família Jauregui irão nos acompanhar em nossa refeição. – Seu olhar se transforma e prontamente um largo sorriso preenche seus lábios, da mesma maneira que lágrimas brotam em seus olhos.

- E-Eles vêm? – Concordo com a cabeça e ela ri, me abraçando

- Chris está doido para te conhecer... – Fecho meus olhos e ela me agarra ainda mais.

- Como ele recebeu a notícia?

- Ele chorou bastante, de soluçar. – Me encara – Então ficou muito animado, muito animado mesmo quando descobriu que poderia finalmente te rever, até mesmo pedindo se poderia trazer ou não Taylor. – Ela morde o lábio inferior – Achei que não fosse problema algum, então concordei com o seu pedido...

- E não é. – Fala mal contendo sua animação – Amor eu tenho que escolher uma roupa e nós temos que...

- Lo? – Ela estava afoita – Lauren! – Prontamente para de falar – Amor... eu não quero te magoar com as minhas palavras, mas eu quero que isso seja perfeito e que você esteja confortável com tudo. – Franze o cenho – Anos se passaram e vocês são estranhos uns para os outros, então não... não desanime caso as coisas não sejam do jeito que você imaginou, ok?

Só então notei sua expressão aborrecida, o que me deu raiva de mim mesma por ter dito o que eu disse com aquelas palavras. Eu só não queria que Lauren imaginasse que tudo seria a mesma coisa que anos atrás, porque não seria, eles eram crianças e agora são adultos, o amadurecimento foi completamente diferente e até outras coisas podem ser diferentes, algo que possivelmente possa gerar conflito e é tudo o que eu menos quero.

- Ally me alertou disso na nossa última sessão. – Murmura e eu assinto – Só estou animada com tudo isso e...

- Eu sei, você deve estar. – Sorrio largo – Você merece isso, e eles também. – Beijo sua testa e a puxo contra o meu corpo – Tenho certeza que tudo vai dar certo, mas qualquer coisa, saiba que eu vou estar aqui para você.

- Como sempre. – Sorrio quando ela beija o meu pescoço.

- Como sempre, meu amor. – Fecho meus olhos.

Nós resolvemos nos arrumar, ambas optamos por escolhermos roupas mais casuais para que pudéssemos ficar o mais à vontade o possível. Lauren optou por um vestido preto simples de mangas compridas e sapatos da mesma cor, já eu optei por uma calça jeans com detalhes rasgados e um suéter. Quando saímos do banho Rosa já tinha arrumado a mesa e estava terminando de preparar o jantar, aproveitei para ligar o ar para aquele enorme cômodo ficar em um clima agradável, não me importando em fechar a porta que dava para a cozinha ou para os quartos.

Podia notar o quão impaciente Lauren estava, o que também me deixou impaciente por ela estar tão ansiosa para finalmente rever os seus irmãos. Não a culpava, eu provavelmente estaria pior que ela, mas sabia que Lauren ainda conseguia disfarçar bem como se sentia e somente as vezes deixava escapar como realmente estava sentindo, e naquele momento eu sabia que por dentro ela deveria estar mil vezes mais ansiosa do que realmente mostrava.

Quando Rosa apareceu com um largo sorriso jurei que minha namorada iria ter um infarto, questionei se ela preferia que eu abrisse a porta e ela prontamente concordou com a cabeça, informando que estaria na cozinha pegando o vinho para parecer que não estava tão ansiosa, o que me arrancou uma risada baixa.

Foi somente o som da campainha ecoar que o som de algo caindo na cozinha, apenas respirei fundo e abri a porta dando de cara com os meus cunhados. Chris estava com uma calça jeans de lavagem escura e uma blusa polo, exalando elegância; Taylor não ficava para trás, seus cabelos eram de um castanho claro e extremamente comprido, vestia um vestido branco soltinho e curto acompanhado de saltos pretos, seus olhos castanhos puxados para o verde estavam perfeitamente maquiados e ela tinha uma expressão extremamente nervosa, a mesma de Lauren.

- Olá, sejam bem-vindos. – Abraço Chris e então Taylor.

- Trouxe um vinho, uma vez você comentou que você ama jantar com eles acompanhando. – Concordo com a cabeça e Chris sorri gentil, também nervoso.

- É u-um prazer t-te conhecer. – Taylor sussurra – Chris sempre diz coisas b-boas sobre você... – Seus olhos corriam pelo meu rosto, mas não encaravam meus olhos.

- Fico feliz com isso. – Sorrio sem graça – Espero que vocês gostem de risoto.

- Nós amamos. – Chris entra em meu apartamento, analisando tudo.

- Eu vou servir o vinho para nós, fiquem à vontade... – Dou espaço para eles entrarem e assim fazem – Podem se sentar... - Acompanho eles até a sala, apontando para o sofá – Vou chamar Lauren, ela está ajudando no jantar. – Faço um sinal com a cabeça e me afasto lentamente.

Agora eu sabia como Lauren havia se sentido quando conheceu minha família, minhas mãos nunca haviam suado tanto como naquele momento.

- Amor? – Lauren estava com as mãos apoiadas na bancada e Rosa conversava com ela.

- Eu não consigo. – Sussurra e eu arregalo os olhos – Eu não acho que consigo...

- É claro que você consegue. – Rosa me entrega a colher de pau que ela segurava – Nós conversamos muito sobre isso, a dias. – Segura o rosto da minha namorada – Você só vai saber se eles vão gostar de você ou não se você permitir que eles te conheçam novamente.

- E eles estão doidos para isso. – Coloco o vinho em cima da mesa – Você só está insegura, mas tudo vai dar certo. – Seguro sua mão – Vou estar com você o tempo todo.

- O tempo todo? – Concordo com a cabeça, envolvendo sua cintura e delicadamente a guiando para fora da cozinha.

- O tempo todo. – Beijo sua têmpora e assim que saímos da cozinha escuto ela prender a respiração.

Chris estava conversando com Taylor e quando desviou um pouco o olhar pode finalmente enxergar Lauren e eu, meu cunhado prontamente se levantou e manteve o olhar fixo em Lauren, que revezava o olhar em ambos. Timidamente soltei Lauren e ela prontamente se aproximou de Chris, que fazia o mesmo, meu cunhado já chorava e prontamente puxou minha namorada para um abraço.

Lauren abraçava Chris com tanta ternura que fez meus olhos arderem e ficarem extremamente marejados. Mas o abraço deles durou apenas mais alguns segundos, minha namorada o soltou timidamente para prontamente envolver Taylor, que fechou os olhos com força enquanto não media a força na hora de abraçar minha namorada. Mas logo os três decidiram que palavras não eram necessárias naquele momento, e Chris por ser grande demais conseguiu envolver ambas em um abraço triplo que me arrancou um largo sorriso.

Era triste de pensar o quanto todos eles haviam sofrido, cada um em uma forma e intensidade, os três tiveram que lidar muito cedo com o sentimento de perda e vazio. Eles tinham tudo uma hora e de repente tudo se transformou em absolutamente nada, algo que se para adultos já é difícil, imagine para crianças assustadas que não sabem quase nada sobre a vida.

O som de choro ecoou pelo cômodo e quando olhei para trás notei que Rosa também chorava junto deles, apenas me aproximei da governanta e a envolvi em um abraço, deitando minha cabeça em seu ombro enquanto nós observamos um abraço que nunca deveria ter ficado tanto tempo sem acontecer.

Quando eles se separaram, depois de bons minutos, um ficou encarando o outro, o que arrancou risada dos três e os obrigou a dar um novo abraço. Rosa e eu optamos por deixá-los um pouco sozinhos para que pudéssemos pegar algumas coisas para comer antes do jantar ficar completamente pronto e outras para que pudéssemos beber.

- Já faz bons meses. – Escuto a voz de Lauren conforme eu me aproximava com as taças e o vinho mais o saca rolha na outra mão – Mas não fazem tantos meses assim que eu namoro Camila.

- E você está bem em relação a tudo? – Ocupo o lugar ao lado de Lauren somente depois de distribuir as taças.

- Oh... – Ela me encara e eu sorrio, abrindo a garrafa – Foi bem difícil no começo, para ser bem sincera, eu não sabia como agir fora do mundo que eu vivia e muito menos em quem confiar, mas Camila me ajudou muito em tudo. – Pousa a mão em minha coxa – Eu ainda tenho que me encontrar com uma psicóloga uma vez na semana, mas apenas para garantir.

- Eu também me encontro com uma psicóloga, não toda semana, mas de duas em duas semanas eu acabo aparecendo no consultório. – Taylor sussurra, como se tentasse mostrar para Lauren que não havia nada demais em consultar alguém, e realmente não havia.

- Acredito que todas as pessoas deveriam ir, é algo muito bom para si mesmo. – Comento dando um sorriso encorajador.

- Eu acho que já contamos muitas histórias tristes por hoje. – Chris não conseguia parar de encarar Lauren com os olhos brilhando.

- Concordo com você. – Lauren ri – Me contem tudo sobre vocês. – Segura a taça e seus irmãos encaram um ao outro.

- Tudo? – Falam juntos.

- Tudo. Acredito que já perdemos tempo demais sem saber nada um sobre o outro. – Sorrio de canto e apoio meu braço atrás de onde ela estava encostada.

Mesmo querendo prestar atenção em tudo o que meus cunhados falavam eu não conseguia deixar de notar o olhar apaixonado da minha namorada a cada palavra dita. Lauren prestava atenção em cada mínimo detalhe e não tinha vergonha nenhuma em perguntar sobre o que tinha dúvida, e meus cunhados não tinham vergonha nenhuma em responder.

Pude descobrir mais sobre a família de Lauren em si, já que eles fizeram questão de falar muito sobre o que havia acontecido com toda a família depois do ocorrido de anos atrás, da mesma maneira que Chris informou que na manhã seguinte faria questão de dar a grande notícia da volta de Lauren e até mesmo sugeriu um almoço em família quando minha namorada se sentisse confortável, o que nos deixou muito feliz.

Nosso medo, o meu principalmente, era de que as coisas não ocorressem da maneira que queríamos, mas foi exatamente isso que aconteceu. Os irmãos Jauregui receberam Lauren de braços abertos para a família e depois de uma hora e meia foi como se eles nunca tivessem se separado, o que me deixou muito feliz ao ver que Lauren estava tão solta quanto eles, algo difícil por minha namorada ser uma pessoa fechada e tímida.

- A comida estava maravilhosa. – Chris elogia enquanto minha governanta tirava o prato de sua frente.

- Rosa é uma excelente cozinheira! Sempre da excelentes dicas na preparação dos pratos durante a semana. – Lauren sorri largo e eu concordo com a cabeça.

- Obrigada, estava tudo incrível. – Taylor sorri gentil, entregando o prato.

- Fico feliz que vocês tenham gostado. – Rosa sorri envergonhada – Devo servir a sobremesa?

- Oh, ainda não. – Deixo meu guardanapo em cima da mesa – Acredito que Lauren vai gostar de mostrar o ateliê, quando descermos comemos a sobremesa.

- Eu posso levar para cima. – Rosa sugere.

- Tudo bem, mas leve somente depois de jantar. – Cruzo minhas pernas – Obrigada pelo jantar.

- Você é muito ocupada como Camila? – Meu cunhado brinca e eu sorrio.

- Acredite, quando Lauren está trabalhando é difícil de tira-la de sua bolha. – Minha namorada ri e eu seguro sua mão – Ainda mais depois dela ter o próprio escritório.

- O escritório mais lindo de toda a Miami. – Ela sorri para mim – Nós deveríamos leva-los para cima. – Concordo com a cabeça – A vista do terraço é maravilhosa. – Lauren afasta a cadeira e se levanta – Por isso eu sempre consigo trabalhar por tanto tempo, me sinto inspirada em trabalhar com uma vista daquela.

Conforme guiava os irmãos pela casa notei Lauren abraçando a irmã, que aceitou o abraço de bom grado e fez questão de devolver, enquanto encostava a cabeça no ombro da minha namorada. Lauren empurrou a porta e nós subimos as escadas, não demorando nada para sair no terraço, arrancando suspiro dos Jauregui mais novos.

Minha namorada mostrou todo o ateliê, pude notar tanto o olhar de Chris quanto de Taylor sobre mim enquanto Lauren contava que aquele havia sido o presente que eu havia lhe dado, da mesma maneira que contava animadamente sobre o trabalho na galeria e sobre a exposição, tagarelando sem parar sobre o quanto estava feliz fazendo o que fazia.

- Lo desenha para eles verem. – Comento e seus irmãos ocupam um assento.

- ISSO. – Ambos falam ao mesmo tempo e ela ri.

- Eu não sei o que desenhar. – Puxo uma nova folha e lhe estendo.

- Desenhe o que você está sentindo, como sempre. – Ela se senta e pega o primeiro lápis que vê em sua frente.

Os rabiscos não demoraram absolutamente nada para se formarem em um lindo desenho, não foi algo extremamente perfeito porque caso ela realmente quisesse um desenho perfeito levaria horas para ser feito. Enquanto conversávamos Rosa chegou com as sobremesas e Lauren continuou desenhando, sorrindo enquanto fazia tudo, não demorando muito para terminar.

O desenho era Taylor, Chris e eu, todos nós sorriamos enquanto conversávamos, mesmo o desenho tendo sido feito com uma enorme velocidade era notável os pequenos detalhes, inclusive a parte do fundo mostrando o seu ateliê. Ambos ficaram chocados com o desenho e não conseguiram parar de elogia-la enquanto analisavam o desenho, mais elogios vieram quando ela mostrou algumas pinturas que ela fazia no tempo livre apenas para se divertir.

- Qual o segredo de desenhar assim? – Taylor questiona e direciono meu olhar para Lauren, que sorri de canto.

- Não tem segredo, você só precisa colocar seus sentimentos e automaticamente se torna lindo. – Explica, guardando o lápis – Se você quer fazer as pessoas ao seu redor sentirem, você tem que sentir primeiro. Por que você acha que quando éramos pequenos nossos pais achavam tudo o que fazíamos lindo? Porque eles sabiam que fazíamos tudo com a maior quantidade de amor possível.

- Laur eu posso enfiar muito amor no meu desenho e nunca vai sair algo assim. – Ninguém consegue segurar a gargalhada e Chris sorri feliz.

- Não custa tentar.

- Ele não consegue nem desenhar um círculo.

- Ei, não é verdade. – Lauren ri novamente e eu me limito a sorrir largo por vê-la tão feliz.

E eu tanto entendi o que falavam sobre felicidade compartilhada quando vi Lauren feliz por estar ao lado de pessoas que ela tanto amava.


Notas Finais


Não revisei porque eu tenho que terminar o meu trabalho enorme de história, então me perdoem caso tenha algum erro ou caso vocês simplesmente tenham odiado esse capítulo. Lembrando que eu vou postar o ponto de vista da Lauren em relação aos irmãos mais cedo ou mais tarde, é que eu sempre faço três POVs da Lauren e depois três POVs da Camila.
Obrigada aos poucos que estão comentando, divulgando e etc, eu sou grata por vocês!!
Qualquer coisa switch5Hearts no tt ou então me chamem no ask.fm/SushiDaMegan caso tenham vergonha de falar comigo hehehe
Natália xX(:


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