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História I've never met anyone quite like you before - T-e-m-p-t-a-t-i-o-n


Escrita por: bamtori

Notas do Autor


stephany eu te amo demais, vei
capa por: @princenonu <3 te amo, thales

Capítulo 1 - T-e-m-p-t-a-t-i-o-n


Park Seonghwa nunca conheceu alguém como Kim Hongjoong.

Não, Park Seonghwa nunca conheceu alguém como Kim Hongjoong.

Durante estes seus vinte e dois anos de vida, quatro destes trabalhando numa farmácia fuleira, Seonghwa conheceu um monte de gente: de olhos azul-impassíveis, cinza-carrancudos, verde-simpáticos; conheceu crentes, punks, rockeiros, satânicos, moralistas, enfim, gente de tudo quanto é laia, mas ninguém de mente genial e criativa. Ninguém com um gosto musical tão jurássico e, ao mesmo tempo, irreverente. Ninguém que conseguia remendar roupas num piscar de olhos e, neste mesmo “piscar de olhos”, também capturou o seu coração.

— Up, down, turn around — cantarola Hongjoong ao ritmo da música que sai do toca-discos ali em cima da mesinha de madeira, seus dedos entrelaçados aos de Seonghwa. Ambos exasperam sofregamente, encharcados de suor e raios de sol, à medida que giram na relva úmida numa espécie de dança vertiginosa-gelatinosa.

Saudar a chegada da primavera, no quintal de casa, sob um céu alegre de dia mormacento — cheio de nuvens branquinhas sussurrando odisseias e segredos dos astros —, dançando música “das antigas”, suando à beça e recebendo salpicos d’água do irrigador descontrolado ali, foi ideia de Seonghwa. Bem, na sua mente daria certo. E deu, afinal de contas, pois tudo dava certo quando Hongjoong, nada surpreendente, topava.

— Please… don’t let me… hit… the ground…? — isso, apesar de ser uma parte da música, soou como uma súplica vinda de Seonghwa, sua voz, sua bela e aveludada voz, tremulante e entrecortada por risadinhas ofegantes.

De nada adiantou…! Um Hongjoong, meio grogue, desequilibrou-se durante a “dança”, caindo de costas na grama. Seonghwa caiu por cima dele, sendo laçado carinhosamente por braços acolhedores que dão uma sensação quente de lar. Casulo de aconchego; abraçado como se fosse um todo. Sua selva de cabelos preto-constelação-de-Áries, úmidos, tornou-se o refúgio para a face ruborizada de Hongjoong.

E não há nada para Seonghwa fazer senão devolver o súbito carinho, as bochechas gordinhas, elastecendo graças ao seu sorriso primaveril, ardendo de vermelhidão.

Ardendo de amores, também. Principalmente de a-m-o-r-e-s.

— Jamais… — Seonghwa ouviu Hongjoong murmurar, a voz abafada por entre seus fios macios, após alguns segundos de silêncio onde os pássaros e as borboletas e as nuvens são os maestros da orquestra. Oh, sim, e o New Order charmoso, ao fundo. Estranhou a súbita resposta. — Você é meu cristal marciano. Minhas mãos não serão descuidadas — e em menção, Hongjoong firma mais os braços nas costas nuas e quentes de Seonghwa, trazendo-o mais para perto (como se fosse possível). Dedos pequeninos desenhando linhas tortas e invisíveis e deleitantes por sobre as escápulas sobressalentes.

A posição é meio desconfortável: a relva pinica a bunda de Hongjoong, coberta apenas por um short de cetim azul-hoje-já-é-amanhã, e ele segura todo o peso de Seonghwa, mas é como segurar seu mundo e galáxia inteirinhos. Ele é miúdo como um caracol, embora gostasse da sensação de proteção que é tê-lo acima do seu corpo magricelo.

— Você tá drogado, Joongie? — Seonghwa vai afagando, carinhosamente, as madeixas do dito-cujo; notou a raiz preta já evidente, rasgando a perfeição ondulada meio laranja-pôr-do-sol. Ri pelo nariz, que comicha. Estão meio molhadas.

— Hum… — Hongjoong ri abobalhado contra os cabelos de Seonghwa, enchendo o seu pulmão ao roçar o seu nariz por entre os fios negros, bem próximo do nariz. Ui, faz ondular arrepios na pele caramelada, que parece cintilar como constelações. Tem cheirinho inocente de manhã ensolarada. — Acabei de descobrir que a fragrância do amor é “morango”. Digamos que isso é viciante demais. E, bem, se o amor é uma droga, então, sim, tô drogado, Seonggie.

As gotículas de água do irrigador, quando chocadas às cortinas macias de raios de Sol, viram pequenos fragmentos de arco-íris cintilantes, adornando ainda mais a figura adorável de Seonghwa. I-r-i-d-e-s-c-e-n-t-e. Ele tem o rosto sereno afagado por Apolo, pelas mãos pequeninas de Hongjoong; seus lábios rechonchudos se repuxando num sorriso que cura a alma, o cabelo pingando, os olhinhos transbordando brilho pueril. O inferno, perante tamanha criatura esculpida pelo mais cuidadoso artista, virou apenas um rumor; o Paraíso se consumou na Terra — é esse simples quintal cheio de plantas e ervas estranhas, e músicas de velho.

Ao se entreolharem, lindos e etéreos sob o Sol primaveril que dança hula-hula com outros Sóis, Seonghwa teve certeza.

Os olhos azul-impassíveis, cinza-carrancudos, verde-simpáticos parecem tão ordinários e sem valor algum perto desse castanho-escuro cósmico que o encara com muita ternura.

Park Seonghwa nunca conheceu alguém como Kim Hongjoong. (“Você é muito bonito”, disse Seonghwa. “E você é a minha dose diária de serotonina”, disse Hongjoong).

Não (ele sorri mais ainda enquanto pensa, enquanto o admira), Park Seonghwa nunca conheceu alguém — tão irrevogavelmente apaixonante — como Kim Hongjoong.

— Sério…?

— Nunca falei tão sério na minha vida — assegura Hongjoong. Seu semblante é igual ao de uma raposa e, de certo modo, com estes cabelos afogueados, ele parecia, de fato, estes bichinhos. Seonghwa quase entrou em combustão apaixonante.

— Se o amor tem um cheiro — Seonghwa se curva até certo ponto onde pode colar a sua testa na de Hongjoong, seus narizes se tocando docemente, cílios resvalando as peles, os sorrisos tão bestas e largos —, então ele deve ter um gosto também, certo?

— Evidentemente.

— Você quer tirar a prova?

— Contigo quero todas as coisas, Seonghwa…

Isso soa como uma promessa. Que foi selada.

L-i-t-e-r-a-l-m-e-n-t-e


Notas Finais




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