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História Jaded - Jaded - Capítulo único


Escrita por: DooDeVenus

Notas do Autor


Mais uma oneshot (porque eu curto escrever nesse estilo), não é kpop pq não só de kpop vive o mundo, mas Aerosmith é tão bom e poético que vale a pena dar uma ouvida nessa obra prima que é Jaded.
Sem mais delongas,
Boa leitura.

Capítulo 1 - Jaded - Capítulo único


Fanfic / Fanfiction Jaded - Jaded - Capítulo único

Hey... Insensível
Tem o estilo da mãe
Mas você é criança de ontem para mim
Tão insensível
Acha que está onde devia
Mas será que está no lugar certo?
Você está me contagiando
Exaurida

Faz quantos anos? Sete… oito… ou três… o tempo passa rápido quando você não está sozinho. Ainda bem que não estou sozinho. Depois de dez anos de casado viver sozinho se tornou uma tormenta, geladeira vazia, muito trabalho, dormir no sofá apenas para não precisar arrumar a cama de manhã, pode se chamar isso de vida? Também não importa agora. No início pensei em arrumar uma nova parceira, egoísmo meu, machismo, é como minha garota chamaria. No fim eu não precisei por que ela chegou ou melhor, voltou para mim. Quando o advogado ligou e disse que ela havia saído de casa por conta de uma briga com a mãe e o padrasto fiquei com medo, era culpa minha sua revolta? Apenas aquela fase difícil? Ela recém tinha completado treze anos, o cabelo que antigamente sempre estava preso mostrando seu belo rosto agora estava curto, igual ao meu. Ainda lembro daquele dia, estava calor, comprei sorvete e aluguei filmes, quando ela era pequena amava sorvete, amava filmes da Disney, mas agora havia uma jovem alta e com feições cansadas na minha porta, aquela jovem não gostava de filmes bobos, mas o sorvete foi irresistíveis. Só tinha certeza que era minha filha pelos seus traços faciais,os lábios superiores levemente arrebitado, as bochechas rosadas, os olhos castanhos amendoados, ela estava identica a  mãe, inclusive na falta de afeto.

Hey... Insensível
Em toda a sua miséria
Será sempre aquilo que amei... e odiei
E talvez viaje para o outro lado
Que imaginamos
Vamos escorregar em luvas de veludo
E ser insensíveis
 

Ela nunca me deu problemas na escola, nem orgulhos, “é como se nem estivesse aqui”, foram as palavras da professora quando fui em uma  reunião. Nunca soube bem o que se passava com ela, sempre no seu quarto ouvindo música ruins, ela ouvia músicas onde os cantores pareciam prestes a morrer de falta de ar de tanto gritar, como pode? Eu era assim com treze anos? As roupas rasgadas e o cabelo azul. Eu dava dinheiro para ela comer e ela comprava revistas. Todo adolescente é assim?
Quando ela era uma  garotinha, vinha correndo me encontrar quando eu chegava do trabalho: “ Papai, você pode brincar comigo hoje ou está muito cansado?”, sempre estava cansado, mas sempre brincava.
No inverno compramos luvas de veludo e escorregamos pelo corredor de madeira com as mãos na frente do corpo, a ouvia rir por horas, agora só a ouvia rir quando as amigas estavam lá. Até hoje não sei os nomes delas, mas isso não importa né?

Você é tão complicada
Eu tinha tudo até aqui
Mas é tanto exagero
Que amor e ódio
Não resolveriam
Ame-me insensível!

Quando ela fez catorze senti saudade dos treze, uma ano muda tanto uma menina, isso é normal? Agradeci quando o cabelo verde sumiu, mas o loiro a deixava tão… Não sei. Talvez a deixasse apenas bonita demais, ser bonita demais é um pecado. Devia ter a proibido mais de sair, quem sabe assim aquele garoto nunca a tivesse ido buscar na tarde de domingo, ele não parecia um cara decente, casaco de time, loiro, aquela bicicleta bacana, estava na cara que a magoaria e tenho certeza que foi por ele que a ouvi chorar naquela estação quente. Por que ela se afastava mais conforme eu tentava puxar assunto?
Tão complicada, mas era assim também quando ela era bebê, não conseguia saber se ela chorava por necessidade ou apenas por manha, na adolescência eu não sabia se ela chorava por um garoto ou se era mesmo por não ter ganhado aquela blusa transparente de mais.

Hey... Insensível
Não há nada amor, por favor
Quando estou ao ar livre com ela
Quando tudo o que você vê é um borrão
E êxtase é o que você prefere

Os quinze, ela disse “papai, posso comemorar meu aniversário em uma lanchonete com meus amigos?”, definitivamente eu não fazia parte dos seus planos, aquela banda de rock ruim era mais emocionante, mas tudo bem, na vida adulta você não comemora o aniversário mesmo. Ela passou os aniversários seguintes assim, com os amigos, “esse é meu presente pai, não precisa de mais nada”.
Cabelos crescem tão rápido ou dormi por dois anos?
Não comemoramos o natal, não era do nosso feitio, eu gostava de me encostar em minha poltrona e ver um filme de terror enquanto bebia cerveja e esperava a pizza, nunca disse nada, mas gostava ainda mais quando ela chegava e sentava junto para comer e ver teve, ela sorria quando alguém morria no filme, devia eu me apavorar?


Minha garotinha triste
Eu estive pensando em você
Minha, minha garotinha triste
Você ficou tão insensível

Depois dos dezessete ela se tornou tão adulta. Trabalhava em uma loja de flores, com aquele garoto magrelo de cabelo comprido, nunca gostei dele, aquele cabelo ridículo. Ela voltou ao verde, os cabelos batendo nos seus ombros, tão bonita. Minha única obra prima. Que inveja Da Vince sentiria se a visse.
 Ela não voltava pra casa com frequência. No fim de semana, quando eu voltava da casa de uma mulher qualquer, a via na rua, cercada de amigos e bebidas e cigarros e sabe se lá mais o que. Não quero saber, o que os olhos não vêem…
 “Você devia arrumar uma namorada pai”, que tipo de homem sou eu que escuta conselho de filha sobre a  vida? De fato, eu arrumei. Já havia arrumado quando ela falou aquilo, mas não sabia da sua real intenção diante daquilo.
No fundo eu sabia que uma hora você iria, assim como eu no passado fui. “Vou passar um tempo na europa com a mãe“, ela conseguiu te roubar novamente. Você não teve pena nem medo de partir, eu a criei assim, insensível. Talvez se eu conversasse mais ou chegasse mais cedo em casa nós estaríamos aqui juntos, mas não sou um exemplo de pai, então tudo bem não chorar ou trocar um abraço de despedida. Jaded, sua insensível, sei que não vai voltar ou chorar de saudades, mas tudo bem. Ok!?

Porque fui eu quem a deixou assim


Notas Finais


Obrigada pela leitura!


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