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História Jake Potter- Ano 1 - Capítulo 2: Aniversário do Duda


Escrita por: JuliePotter

Notas do Autor


Demorei Telefone Removido56 anos mas ta pronto :3

Capítulo 2 - Capítulo 2: Aniversário do Duda


Fanfic / Fanfiction Jake Potter- Ano 1 - Capítulo 2: Aniversário do Duda

Quase dez anos haviam se passado desde o dia em que os Dursley encontraram os sobrinhos no batente da porta, mas a Rua dos Alfeneiros não mudara praticamente nada. O sol nascia para os mesmos jardins cuidados e iluminava o número quatro de bronze à porta da entrada dos Dursley; e penetrava sorrateiro a sala de estar, que continuava quase igual fora na noite em que o Sr. Dursley ouvira a funesta notícia sobre as corujas. Somente as fotografias sobre o console da lareira mostravam o tempo que já passara. Dez anos antes havia uma porção de fotografias de uma coisa que parecia uma grande bola de brincar na praia, usando diferentes chapeis coloridos – mas Duda Dursley não era mais bebê; e agora as fotografias mostravam um menino grande e louro na primeira bicicleta, no carrossel de uma feira, brincando com o computador do pai, recebendo um beijo e um abraço da mãe. A sala não continha nenhuma indicação de que havia outro garoto na casa.

Não havia apenas um garoto na casa, certamente, havia mais dois. Harry e Jake Potter continuavam lá, no momento estavam adormecidos, mas não por muito tempo. Sua tia Petúnia acordara e foi a sua voz aguda que produziu o primeiro ruído do dia.

– Acordem! Levantem-se! Agora!

Jake acordou sonolento, soltou um grunhido que nem ele mesmo entendeu e colocou os óculos no rosto. A tia bateu à porta outra vez.

– Acordem- gritou. Jake ouvia-a caminhar em direção à cozinha e em seguida uma frigideira bater no fogão. Virou-se e encarou o irmão na cama ao lado (n/a: vamos fingir que cabem duas camas lá ok?), ele ainda dormia. Jake nunca entendeu como ele conseguia dormir com os berros da tia Petúnia. Bagunçou mais ainda os cabelos desarrumados e acordou o irmão.

–Só mais um pouquinho Jake, por favor.

–Sem mais, levanta logo.

A tia voltara à porta.

–Já se levantaram? – perguntou.

– Quase – Jake respondeu puxando Harry, que deitara novamente, pela gola da camisa.

– Bem, andem depressa, quero que Potter um tome conta do bacon e Potter dois dos ovos. E não se atrevam a deixar queimar. Quero tudo perfeito no aniversário do Duda.

Jake gemeu enquanto Harry se levantava, ele era o Potter dois e não sabia tomar conta dos ovos, a tia sempre fazia isso.

– O que foi que você disse? – perguntou a tia com rispidez.

– Nada, nada- respondeu Harry em seu lugar, com a voz mais sonolenta que o normal.

O aniversário de Duda – como podia ter esquecido? Jake esfregou os olhos e começou a procurar suas meias. Encontrou-as debaixo da cama (Harry saiu do jeito que estava nesse momento) e depois de retirar uma aranha de um pé, calçou-as. Jake estava acostumado com aranhas, porque o armário sob a escada vivia cheio delas e era ali que ele e o irmão dormiam.

Já vestido saiu para o corredor que levava à cozinha. A mesa quase desaparecera tantos eram os presentes de aniversário de Duda. Jake reconheceu entre tantos uma bicicleta de corrida. Para o quê, exatamente, Duda queria uma bicicleta de corrida era um mistério para Jake, porque Duda era muito gordo e detestava fazer exercícios – a não ser, é claro, que envolvessem bater em alguém. O saco de pancadas preferido de Duda era seu irmão, Harry, uma vez que Jake sempre conseguia fugir dele e fazia suas lições de casa, ganhando assim seu “respeito”.

Talvez fosse porque viviam num armário escuro, mas os Potters sempre foram pequenos e muito magros para a idade. Pareciam ainda menores e mais magros do que realmente são porque só lhe davam para vestir as roupas velhas de Duda (e algumas camisas de Tio Valter) e Duda era quatro vezes maior que eles. Eles tinham rostos magros, incrivelmente idênticos, joelhos ossudos, cabelos negros e olhos muito verdes. Usavam óculos redondos (Jake os detestavam), os de Harry foram remendados com uma fita adesiva após receber muitos socos de Duda no nariz. A única coisa que Jake gostava em sua aparência era uma cicatriz fininha na testa que tinha a forma de um raio, Harry tinha uma idêntica, embora Jake achasse a do irmão mais “realística”. Os dois a tinham desde que Harry se lembrava de se ver no espelho e a primeira pergunta que se lembrara de fazer à Tia Petúnia era como a arranjara.

– No desastre de carro em que seus pais morreram – respondera ela. – E não façam perguntas.

Não faça perguntas – esta era a primeira regra para levar uma vida tranquila com os Dursley. Jake não tinha uma vida tranquila com os tios.

Tio Válter entrou na cozinha quando Jake serviu os ovos em um prato e levou-o para a mesa.

– Penteie o cabelo! – mandou, não especificamente para algum dos dois, à guisa de bom-dia.

 Mais ou menos uma vez por semana, tio Válter espiava por cima do jornal e mandava um dos dois cortar os cabelos. Os dois devem ter feito mais cortes que o resto dos meninos de sua classe somados, mas não fazia diferença, seus cabelos simplesmente cresciam daquele jeito- identicamente para todo o lado.

Jake observou Harry tirando o bacon na altura em que Duda chegou à cozinha com a mãe. Duda se parecia muito com tio Válter, o que faziam todas as brincadeiras de que ele era adotado que Jake fez – o que foram duas vezes antes de levar um soco no estômago – serem inúteis. Tinha um rosto grande e rosado, pescoço curto – Jake sempre duvidou que ele tivesse um –, olhos azuis pequenos e aguados e cabelos louros muito espessos e assentados na cabeça enorme e densa. Tia Petúnia dizia com frequência que Duda parecia um anjinho – Jake dizia com frequência que Duda parecia um porco de peruca.

Jake ouviu o barulho do prato que Harry colocara na mesa chocando com o que acabara de colocar. Duda contava seus presentes. Ficou desapontado.

– Trinta e seis – disse, erguendo os olhos para o pai e a mãe. Jake viu Harry girar os olhos enquanto se sentava – dois a menos que no ano passado.

– Querido, você não contou o presente da tia Guida, está aqui debaixo deste grandão do papai e da mamãe, está vendo?- foi a vez de Jake girar os olhos.

– Está bem, então são trinta e sete – respondeu Duda e Jake se surpreendeu que ele soubesse fazer ele tipo de conta. O primo estava ficando vermelho, Jake, percebendo que Duda poderia ter um acesso de raiva a qualquer momento, começou a engolir seu café da manhã o mais rápido possível, caso o “porco de peruca” virasse a mesa.

Tia Petúnia obviamente também sentiu o perigo, porque na mesma hora disse:

– E se comprarmos mais dois presentes hoje?  Que tal Dudoca?- Jake tentou, quase sem sucesso, transformar sua risada em uma tosse.

Duda pensou um instante. Pareceu um esforço enorme. Após, alguns minutos do que pareceu uma luta interna, ele finalmente disse:

– Então vou ficar com trinta... Trinta...

– Trinta e nove anjinho – disse tia Petúnia.

-Era bom demais para ser verdade – comentou Jake, sentindo segundos depois uma dor no cocuruto do soco que o primo o dera.

– Ah. – Duda largou-se na cadeira e agarrou o pacato mais próximo. – Então, está bem.

Tio Válter deu uma risadinha.

– O baixinho quer tudo a que tem direito, igualzinho ao pai. – Jake tentou ao máximo não imaginar como “aquilo” fora feito – É isso aí, garoto – E arrepiou os cabelos de Duda com os dedos. Jake fez uma cara de nojo que passou despercebida pelos demais.

Naquele momento o telefone tocou e tia Petúnia foi atendê-lo, deixando para Harry, Jake e tio Válter a missão de assistir Duda desembrulhar a bicicleta de corrida, a câmara de filmar, um aeromodelo com controle remoto, dezesseis jogos de computador e um gravador de vídeos. Estava rasgando a embalagem de um relógio de ouro quando a tia Petúnia (Jake preferia chama-la de Cavala) voltou do telefone parecendo ao mesmo tempo zangada e preocupada.

– Más notícias, Válter. A Sra. Figg fraturou a perna. Não pode ficar com eles- e indicou Harry e Jake com a cabeça.

Duda boquiabriu-se de horror e Jake pareceu indiferente, embora a ideia de possivelmente tiver que ir com o primo pra sei-lá-onde-é-que-eles-vão tivesse passado por sua cabeça. Todo ano, no aniversário de Duda, os pais dele o levavam para passar o dia com um amiguinho em parques de diversões, lanchonetes ou no cinema. Todo ano deixavam os Potter com a Sra. Figg, uma velha maluca que morava ali perto. Jake detestava a o lugar. A casa inteira cheirava a repolho e a Sra. Figg lhes mostrava fotografias de todos os gatos que já tivera.

– E agora? – perguntou tia Petúnia, olhando furiosa para os dois como se eles tivessem entrado à surdina na casa da Sra. Figg e fraturado sua perna.

– Poderíamos ligar para a Guida  – sugeriu tio Válter.

– Não diga bobagem, Válter, ela detesta os meninos.

Com frequência, os Dursley falavam deles como se não estivessem presentes  – ou melhor, como se eles fossem alguma coisa muito desprezível que não conseguisse entende-los, como uma lesma.

– E aquela sua amiga, como é mesmo o nome dela, Ivone?

Jake não gostava de Ivone.

– Está passando férias em Majorca  – respondeu Petúnia com rispidez.

Jake suspirou aliviado.

–Vocês poderiam nos deixar aqui – arriscou Harry, ao seu lado, em tom esperançoso.

– E quando voltarmos, encontrar a casa destruída? – rosnou  – não, não, os dois não- completou murmurando.

–Não vamos explodi-la – rosnou Jake de volta, mas os tios não estavam mais escutando.

–Talvez pudéssemos leva-los ao zoológico – disse tia Petúnia lentamente  – e deixa-los no carro...

– O carro é novo. Mesmo que coubessem os dois lá não os deixaria sentados, no carro, sozinhos.

Duda começou a chorar alto. Na realidade não estava chorando, fazia anos que não chorava de verdade, mas sabia que se fizesse cara de choro e gritasse a mãe lhe daria o que quisesse. Jake experimentou isso uma vez, e ficou trancado no armário, sem comer, por dois dias.

– Dudinha, querido, não chore mamãe não vai deixa-los estragar seu dia! – exclamou, abraçando-o.

– Não... Quero... Que... Eles... Vão! – Duda berrou entre grandes soluços fingidos. – Eles sempre estragam tudo! – e lançou um sorriso maldoso entre os braços da mãe.

A campainha tocou.

– Ah, meu Deus, são eles chegando! – disse tia Petúnia nervosa, e um minuto depois, o melhor amigo de Duda, Pedro Polkiss, entrou acompanhado da mãe. Pedro era um menino magricela, com cara de rato. Em geral era quem segurava para trás os braços dos garotos enquanto Duda batia neles. Na mesma hora Duda parou de fingir que estava chorando.

Meia hora depois Jake viu o carro dos tios virarem a esquina. Harry fora com eles. Jake nunca se sentira tão feliz. O garoto foi na cozinha e arriscou comer o chocolate de Duda. Depois trocou de canal o tanto que quis na grande TV da sala. E ainda ousou usar o computador no quarto de Duda após usar sua cama como cama-elástica.

Após algumas horas Jake viu o carro retornando, um tanto rápido demais, para a casa. Ajeitou tudo muito rápido e voltou para o armário sob a escada no mesmo segundo em que abriram a porta com violência. Jake arriscou espiar pelas aberturas de ventilação da porta. Tia Petúnia parecia preocupada, tio Válter furioso, Duda estava meio assustado e Harry, o garoto demorou um pouco para acha-lo, parecia com medo. Após meia hora Jake escutou os gritos de tio Válter e reconheceu somente:

– Vá... Armário... Harry... Sem comida.

Jake se perguntou o que Harry aprontara dessa vez. Sim, dessa vez, pois Harry já fizera coisas inexplicáveis antes.

Quando o irmão entrou simplesmente disse:

– Num minuto o vidro estava lá, e depois sumiu, a culpa não é minha, foi como magia!


Notas Finais


O que acharam?


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