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História Jar of Hearts - 5. Haunting


Escrita por: lylaslegend e millsregina

Notas do Autor


Quem é vivo sempre aparece, né? Tentarei não demorar tanto na próxima. Eu tinha algumas coisinhas pra falar, mas acabei esquecendo. Então é isto, boa leitura! Erros corrijo depois c:

Capítulo 6 - 5. Haunting


Henry passou o caminho falando sobre como havia sido seu dia. Mary costumava ser sua professora, mas estava de licença uma vez que o bebê estava quase nascendo, e sua substituta, Drizella, não era tão legal.

— Ela disse que seria necessário chamar minha mãe para falar sobre a minha imaginação ser fértil demais. — Continuou me contando. — Também fez com que rissem de mim na sala quando disse que conto de fadas não era coisa para meninos.

— E quem disse que existe isso de “coisa para menino” e “coisa para menina”? — Questionei, tentando não mostrar o quanto esses rótulos me incomodavam.

— Ela disse que não era normal e às vezes acho que está certa… — Ele respondeu, cabisbaixo.

Parei o carro no semáforo e virei para ele.

— Ei, olhe para mim. — Pedi e seus castanhos miraram os meus. — Nunca deixe que façam você se sentir mal pelo que gosta, tudo bem? Não há nada de errado em meninos gostarem de contos de fadas e meninas, por exemplo, gostarem de super-heróis. Você pode gostar do que quiser. Sempre. E ninguém tem o direito de falar nada a respeito, ok? — Ele concordou com a cabeça e eu sorri antes de voltar a dirigir.

Não falaria nada com Henry, mas conversaria com Cora a respeito dessa professora. Uma mulher que faz esse tipo de comentário não tem capacidade nenhuma de estar à frente de uma turma de crianças. Elas estão começando a desenvolver a própria identidade, precisam de incentivos, de inclusão. Alguém que não sabe respeitar as preferências de outras pessoas jamais deveria trabalhar em algo que exercesse tanta influência. Sem contar que atitudes assim abrem as portas para o bullying e isso é extremamente sério. Apesar de mal conhecê-lo, não quero Henry em um ambiente assim e tudo que eu puder fazer para evitar, irei. — Chegamos. — Disse, ao estacionar o carro próximo ao parque.

Henry tirou o cinto, deixou o livro sobre o banco e abriu a porta, animado. Era incrível como cada ação do pequeno me fazia sorrir. Saí logo em seguida, travando o carro e o guiando até o carrinho de sorvete mais próximo.

— Boa tarde. — Henry cumprimentou o sorveteiro.

— Boa tarde, Henry. — Ele o respondeu, sorrindo. — O de sempre?

— Sim!

Observei enquanto ele preparava o sorvete de Henry e pela cor, não consegui identificar o sabor. Ele finalizou com calda de chocolate e o entregou.

— Obrigada, Jason. — Henry agradeceu, os olhos grudados no sorvete.

— E a senhora? — Virou para mim, sorrindo.

— Chocolate, por favor. — Peguei o dinheiro no bolso da calça enquanto esperava. — Obrigada.

— Tchau, Jason. — Henry se despediu, sem tirar os olhos do sorvete e eu não consegui conter o sorriso.

— Até mais, Henry.

Andamos em silêncio até chegarmos perto do pequeno lago, sentamos embaixo da árvore e eu já sentia falta de ouví-lo falar.

— Não sou experiente no assunto sorvete — Comecei. —, qual o sabor do seu?

— Maçã com canela. — Ele respondeu, sorrindo e me encarando, como se esperasse ver algo em meu rosto. — É o favorito da minha mãe.

— Sério? Eu poderia jurar que o sabor favorito da xerife era chocolate. — Disse, dando de ombros. Para mim era justo que chocolate fosse o favorito de todo mundo.

— Mas é. — Ele respondeu, simplesmente, e desviou os olhos quando franzi as sobrancelhas. — Digo, é o segundo favorito dela. Você quer provar? — Me ofereceu.

— Não sei se devo. — Fiz uma careta, até então, sequer sabia que sorvete de maçã existia.

— Vamos, você vai gostar! — Ele sorriu, me encorajando.

— Ok, ok! — Peguei um pouco com a minha colher e levei à boca, fechando os olhos quando senti o sabor. Ao contrário do que eu pensava, era divino! Como colocar um pedaço do céu na boca.

— Eu disse que você ia gostar. — Ele sorriu, convencido.

— Sua mãe tem bom gosto. — Dei de ombros, fazendo-o rir.

Continuamos a tomar nosso sorvete em uma conversa agradável, falávamos sobre conto de fadas e pelo brilho no olhar dele, eu podia perceber o quão importante eram essas histórias.

— E qual é o seu favorito? — Perguntei, ele pensou por um momento antes de sorrir.

— O da Branca de Neve, com certeza. — Ele parou por alguns segundos. — Se você fosse uma personagem, seria a Rainha Má.

— Mas você concordou comigo quando eu disse que não era uma vilã. — Lembrei do momento mais cedo, confusa.

— Ela não é uma vilã. Ao menos não totalmente. — Abaixou o olhar, visivelmente triste. — Só é alguém que já foi muito machucada e perdeu tudo o que tinha.

— Mas não é isso que está no livro. — Me recordava bem da história da Branca de Neve e tinha certeza de que não era bem assim. Ele olhou para mim, os olhos permaneciam tristes.

— Não naquele. — Deu de ombros.

— Ainda não consigo entender a comparação entre nós duas. — Disse por fim, ele sorriu.

— Um dia eu explico.

— Que tal hoje? — Sugeri, fazendo o sorriso em seu rosto aumentar.

— Hoje não, estou cansado. — Disse, deitando-se e colocando a cabeça nas minhas pernas. De início, me assustei com seu ato repentino, mas após ver a expressão serena em seu rosto, deixei no fundo da mente a voz que gritava que eu estava ficando louca por achar o gesto tão familiar. Ele manteve os olhos fechados e um pequeno sorriso.

— Ah, você está cansado. — Passei os dedos pelos seus cabelos e me permiti sorrir. — Deixa as pessoas curiosas e depois diz que está cansado? Isso não é legal, sr. Swan. — Ele sorriu e novamente senti meu coração aquecer.

Será que era assim ser mãe? Esse misto de sensações a cada sorriso do filho? Se fosse, Emma Swan tinha muita sorte por ter Henry. Suspirei.

— Outra vez quando viermos tomar sorvete de novo, eu conto.

— Já temos outra vez marcada, senhor? — Perguntei, sorrindo.

— Claro que sim! — Ele abriu os olhos, me encarando. — E eu aposto a minha mesada que irá pedir de maçã com canela.

— Ora, ora, temos um vidente aqui. — Provoquei.

— É o meu superpoder. — Ele disse, me fazendo sorrir outra vez.

— Parece ser uma coisa de família, uh?

— Já sabe do superpoder da mamãe? — Concordei com a cabeça. — É estranho como ela sempre está certa, é quase impossível esconder algo dela.

— E você queria esconder alguma coisa? — Questionei, cerrando os olhos.

— Eu só tenho 10 anos, não há muito o que esconder ainda.

— Ainda?

— Claro, sabe como é, né? — Ele gargalhou, me fazendo acompanhá-lo.

— Você é terrível, rapaz. — Disse, quando as gargalhadas cessaram.

— Só de vez em quando.

Passamos mais alguns minutos conversando sobre as mais diversas coisas, sequer parecia que o tempo que nos conhecíamos era tão pouco.

Talvez fosse o meu lado materno aflorando, pois cada vez que ouvia suas histórias, o desejo de ser mãe crescia incontrolável dentro de mim.

— Bem, acho que está na hora de irmos. — Falei, após um rápido passeio ao redor do lago.

— Você irá me deixar na delegacia? — Ele perguntou, enquanto fazíamos o caminho até o carro.

— Sua mãe deu duas opções, mas lhe deixarei onde preferir.

— Quero ir para a delegacia. — Ele disse, seu tom de voz um pouco triste.

— Tudo bem. — Fizemos o resto do caminho em silêncio, o que não mudou quando entramos no carro. Isso era algo novo e me incomodava mais do que deveria. — Algum problema? — Perguntei, enquanto dava partida.

— Não… É só que… — Ele suspirou, olhando para a janela. — Killian está no Granny’s.

— Sim, o namorado de sua mãe, certo? — Olhei-o de canto, ainda olhava pela janela, só confirmou com a cabeça. — Você não gosta dele?

— Killian é legal.

— Mas…? — Incentivei.

— Tenho medo de que ele não faça minha mãe feliz. — Seu tom tão triste partia meu coração.

— Henry, querido, tenho certeza de que se isso acontecesse, sua mãe terminaria o relacionamento. — Tentei tranquilizá-lo.

— Regina, você acredita em alma gêmea? — Ele perguntou, virando-se para me olhar quando paramos em um semáforo. Pensei por alguns instantes, antes de concordar. — Então, eu não acho que Killian seja a alma gêmea da minha mãe.

— E por que não?

— Porque minha mãe já perdeu a dela. — Ele respondeu, a tristeza em seu tom ficava cada vez mais intensa.

— Seu pai? — Perguntei, ele negou, com a cabeça baixa.

— Era outra pessoa.

— O que aconteceu com ela?

— Ela se esqueceu da minha mãe.

— Oh… Ela ficou doente? — Perguntei, desconcertada com seus castanhos marejados.

— Eu gostaria que ela se lembrasse. — Ignorou minha pergunta, e eu voltei a atenção ao trânsito quando ouvi buzinas atrás da gente. — Minha avó sempre falou de uma estrela especial, sabe? Ela disse que se pedirmos com todo o coração, a estrela nos atende. É o que peço toda noite. Que ela se lembre.

— Eu vou torcer para que seu desejo se realize. — Eu respondi, dando um sorriso para confortá-lo.

— Você trabalha em que, Regina? — Ele perguntou, mudando completamente de assunto.

— Eu sou arquiteta.

— Uau. — Ele disse, a tristeza de pouco tempo atrás desapareceu de sua voz. — Você já desenhou algum prédio aqui?

— Alguns. Minha casa, por exemplo, foi planejada por mim. Mas o meu último projeto é o centro de eventos que será construído em breve.

— Como ele é? — A curiosidade dele me fez sorrir.

— Quando nos virmos de novo, eu trago uma cópia para você ver.

— Então vamos nos ver outra vez? — Ele brincou, rindo em seguida.

— Um vidente me disse que sim. — Entrei na brincadeira.

— Eba! — Bateu algumas palminhas, aumentando o meu sorriso. — Você tem mais CDs?

— Sim, no porta-luvas. — Respondi, e ouvi o click do compartimento.

— Que caixa bonita. — Ele disse, e sem me virar para ver, senti o sangue gelar. — O que tem dentro?

— Não abra! — Minha voz saiu mais alta do que eu pretendia, fazendo-o se encolher o banco. — Desculpe. É da minha mãe, esqueci de entregá-la mais cedo. — Menti, retirando com cuidado a caixa com detalhes verdes de suas mãos. Coloquei-a sobre o meu colo e apertei os dedos no volante, minha cabeça girando.

— Está tudo bem? — Ele questionou.

— Sim.

O nervosismo que tomou conta do meu corpo me impediu de continuar uma conversa, Henry pareceu entender e fizemos o resto do caminho em silêncio. Quando chegamos na delegacia, Emma estava do lado de fora, perto de um fusca amarelo, sorriu ao nos ver descer do carro.

— E aí, garoto? Como foi? — Perguntou, abaixando-se para ficar na mesma altura que Henry e bagunçou seus cabelos.

— Foi bom, Regina é muito legal. — Ele respondeu, olhando para mim sorrindo.

— Espero que ele não tenha dado trabalho. — Se referiu a mim agora.

— Imagina, seu filho é um garotinho incrível. — Sorri para ele.

— Henry, David queria falar com você, ele está lá dentro. — Olhou para o garoto. — Veja o que ele quer e venha para irmos embora.

— Tudo bem. Tchau, Regina. — Ele disse para mim, sorrindo e acenando antes de correr delegacia adentro.

— Você está bem? — Emma atraiu a minha atenção. — Parece que viu um fantasma.

— Estou sim. — Ela cerrou os olhos e logo me lembrei de seu superpoder. — Sério. — Afirmei outra vez. — Eu preciso ir. Obrigada por me deixar sair com Henry. — Ela sorriu.

— Imagina.

— Tchau, Emma. — Me despedi.

— Tchau. — Dei as costas, mas parei quando a escutei me chamar. — Caso aconteça algo, não hesite em me ligar. — Franzi o cenho. — Digo, para a delegacia. Caso aconteça algo estranho.

— Oh, sim. Pode deixar. Obrigada. — Sorri para ela e entrei no carro, e antes de dar partida, busquei meu celular.

Eu tinha certeza de que havia deixado aquela caixa bem guardada no cofre que ninguém mais tinha acesso e meu carro não tinha sinais de arrombamento, então não tinha o menor sentido em tê-la ali, no banco do passageiro com aquele leve brilho escapando de suas frestas. Precisava falar daquilo com alguém, precisava mostrar aquilo para alguém só para ter a certeza de que não havia perdido completamente o juízo. Procurei o número de uma das poucas pessoas que eu podia realmente confiar e mandei uma mensagem curta, dizendo que precisava contar algo e a chamando para um jantar. Bloqueei o aparelho e dei partida, diversos pensamentos vagavam em minha mente e nenhum parecia fazer sentido.

A notificação atraiu minha atenção, eu já sabia a resposta antes mesmo de enviar a mensagem. Respirei fundo e tentei me concentrar em qualquer coisa que não fosse aquele coração. Nunca fui de me assustar com tanta facilidade, mas estava começando a ficar apavorada.

Seja o que for que esteja acontecendo, sei que não conseguirei enfrentar sozinha e quanto mais demorar, mais difícil será para resolver. E eu sabia que teria todo o auxílio necessário com Kristin.


Notas Finais


Até a próxima ♥
P.S: Obrigada, srta. Helô por essa capinha ♥


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