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História Jauregui e Cabello - Capítulo 29


Escrita por: B1tch5H

Notas do Autor


Voltei!

Capítulo 29 - Capítulo 29


- Nenhum sinal delas? – Payne perguntou a DJ.

 

- Negativo. – DJ disse. – Já devem estar na casa da mãe da Stacy essa hora. Ainda não deram jeito nas torres de comunicação daquela região. Bom, pelo menos elas vão estar aqui logo, se chegaram sei lá... Agora na casa da mulher e saírem de lá no começo da tarde, acho que até o final da noite elas chegam.

 

Payne fez um gesto afirmativo, olhou para Dinah, ela observava um painel com uma foto de Stacy e em outro canto uma foto de George, do outro Normani e do lado de Parisa. Dinah não resistiu e tocou com certo carinho a foto de Stacy.

 

- Tão nova, né?

 

Dinah fez um gesto afirmativo.

 

- Sabe o que é mais chocante? Os suspeitos. Duas moças da idade dela, que poderiam até sei lá... Tenho idade pra ser mãe de uma delas, acredita? E o pai... O próprio pai!

 

Payne abriu um sorriso.

 

- Os hormônios maternos já mexendo com a dureza da Agente Hansen ou impressão minha?

 

- Dureza não, deixa isso pra Jauregui. – Os dois riram. – Talvez você esteja certo... Meus hormônios, acho que estão se modificando um pouco, é isso. Estou recapitulando aqui... Stacy termina com Parisa, de acordo com Parisa foi por causa de Normani, mas Normani nos desmentiu essa história.

 

- Segundo Normani não foi nada disso, Stacy e Parisa apenas ficavam, o pai de Parisa descobriu que a filha estava com uma mulher e não gostou nem um pouco, fez um escândalo com a filha na porta da faculdade e Stacy achou melhor terminarem. História comprovada, assistimos ontem o circuito de vídeos da porta d faculdade e vimos Parisa com o pai discutindo. Parisa apesar de não parecer a morte da ex namorada apresentou um álibi sólido que são algumas imagens dela na biblioteca da faculdade e o cartão que aponta o horário que chegou e que saiu.

 

Dinah virou-se para Payne.

 

- Conseguiram as imagens?

 

- Fui buscar hoje cedo, assim que saiu o mandato para pegar as imagens da área interna da biblioteca. Vamos assistir?

 

- Me convidando pra um cinema, gatinho?! – DJ brincou. – Coloca esse vídeo pra rodar.

 

Payne obedeceu e em poucos segundos imagens nítidas das gravações das câmeras internas e externas da biblioteca da BCU apareceram no monitor. Payne com o controle adiantou um pouco até o momento que Parisa entra na biblioteca acompanhada de um homem, pareciam conversaram e por algumas vezes discutir.

 

- Ela não disse que estava acompanhada.

 

- Não parece ser universitário.

 

- Talvez um professor?

 

- Pode ser... É estranho. Ela não tinha apenas o álibi, mas uma testemunha? Quem esconde uma testemunha quando é inocente?

 

Mais alguns minutos de vídeo. Parisa permanecia no mesmo lugar, apenas o sujeito levantou, talvez para ir ao banheiro. O rosto dele parecia nítido, bem familiar para Dinah, alguns segundos depois ele voltava, transtornado, nervoso, contou algo a Parisa e a puxou pelo braço com uma selvageria que fez DJ reconhecer o rosto do tal homem.

 

- É O PAI DA PARISA! – Payne apertou os olhos, sim, era o pai de Parisa, o mesmo das filmagens na porta da universidade, só que dessa vez usava boné escondendo sua calvície. Rapidamente Dinah abriu o player das imagens feita cerca de dez dias antes do crime, a briga de Parisa com o pai, o mesmo sujeito. – É ele!

 

- Que olhos, Hansen! – Payne teve que admitir. – Por que Parisa não citou o pai?

 

- Que horário eles entraram na biblioteca?

 

- Aqui no cartão esta marcado 20h:15.

 

- É o que marca ali no relógio da parede da biblioteca, certo? Passam cerca de vinte minutos ali, ora parecem brigar, outras conversam e depois ele some. Fica cerca de quarenta minutos  fora e volta transtornado e...

 

- DJ... Olha isso... O horário que ele desapareceu. Oito e trinta e cinco. Entre oito e cinquenta, nove da noite Stacy foi sufocada. Nove e quinze ele aparece de volta à biblioteca. Se ele não foi fazer nada demais na BCU, por que Parisa não nos contou antes? Qual é mesmo o nome dele.

 

DJ fez um gesto afirmativo, puxou a ficha de Parisa e olhou sua filiação.

 

- Ah Henry Tarjomani Junior. – Dinah digitou o nome de Henry, alguns dados e então sua ficha apareceu. Sorriu abestalhada, a primeira imagem na internet que apareceu de Henry foi ele ganhando o beijo de uma criança enquanto lhe entregava um pacote de presente.  Dinah leu a legenda embaixo da foto. – Henry Tarjomani Junior, dono da Tic Toy’s o homem que vende sonhos as nossas criança. – DJ se levantou animada, adora achar uma pista quente, com uma dancinha bizarra, rebolando e fazendo mil caras comemorou. – AAAAAAH, leke, leke, leke, leke... – Payne riu. – Payne, fazemos uma dupla ótima! Aposto que daqui a pouco vamos ser chamados pra gravar um série de TV: Hansen and Payne, vamos virar um sucesso.

 

- Enquanto o sucesso não bate na nossa porta, o que acha de irmos atrás de Henry Tarjomani?

 

- O vendedor de sonhos de manhã e a noite provável assassino homofóbico? Só se for agora, gato! – Pegou sua bolsa. – Vamos!

 

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O quarto da pousada era muito mais límpido visualmente do que os aposentos do motel Afrodisíaco, Lauren logo percebeu. Nem pegaram as bagagens no carro, só iam ocupar o quarto até depois do almoço, foi o tempo pedido por Emma e Thomas para organizarem sua ida a Boston. Ele trabalhava como caminhoneiro, Thomas usaria seu próprio veiculo e seguiria o carro alugado pela detetive. Como tinham dormido por poucas horas durante a noite, tanto Lauren quanto Camila sentiam o cansaço pesar, para não provocar uma tragédia maior optaram por matar as horas regularizando o sono. Uma troca de roupas bastaria praquele curto período.

 

- O que será que esta acontecendo em Boston? – Lauren perguntou enquanto deixava sua mochila de mão sobre a mesa. – Ficar sem celular só esta atrasando tudo. E se acontecer alguma coisa importante e estamos aqui, sem saber...

 

Camila fez um gesto afirmativo com a cabeça. Repetiu e deixou a bolsa sobre uma cadeira, se sentou na cama, observou Lauren retirar seu casaco se sentar na cama e retirar o sapato e bocejar, a verdade é que estavam mortas de cansaço com aquela viagem as pressas e da noite as claras.

 

- Isso é verdade. Por esse lado até que dá vontade mesmo de voltar logo para Boston, também não estou tranquila sem saber notícias de ninguém.

 

Lauren deu um meio sorriso enquanto encarava Camila.

 

- O que foi, Lauren? Que cara é essa?

 

- Por esse lado. Preocupada, tirou as meias e jogou para o lado. – Por acaso esta pensando em abandonar Boston?

 

- Não... – Camila sorriu e delicadamente beijou Lauren ao perceber uma fagulha de insegurança por ali. -  Só falei porque estava sem vontade nenhuma de sair daquele quarto de motel depois de ontem... Ou de hoje de madrugada... – Lauren sorriu, seu rosto foi tocado com carinho pelos dedos de Camila, trocaram outro beijo, mais lento que o primeiro. Camila inspirou forte. – Ai... Pra falar a verdade eu queria era morar naquele motel se fosse pra gente ficar assim sempre...

 

- Morar ali... – Lauren riu, mordeu levemente os lábios da médica. – A super doutora Cabello naquele quartinho de motel xexelento?

 

- Boba... – Deu um tapinha de leve em seu ombro. – Você entendeu...

 

Lauren fez um gesto afirmativo e voltou a beija-la. Era engraçado pensar que ficaram tanto tempo, tantos dias se privando daquilo que lhes fazia tão bem. Mesmo com o corpo cansado Lauren se sentia disposta, de bem com a vida como nenhum dos outros namorados conseguia deixa-la. Camila sempre foi como uma estrela, podia vê-la lá no céu, brilhante, linda, acesa, sonhava com ela, mas nunca pensou que algum dia chegaria tão perto daquela estrela. Agora que tinha chegado ali, Lauren queria explorar todas as possibilidades que Camila lhe oferecesse, quisesse, já estava farta de esconder seus sentimentos. O cheiro de Camila entrava em seu corpo, a pele era quente, Lauren desceu com a boca explorando seu pescoço, ouviu um gemido escapar dos lábios doces de Camila, ela arranhou seu pescoço de leve, a principio correspondeu, mas em seguida afastou gentilmente da policial.

 

- Camila? – Lauren reclamou. – Você não quer?

 

- Claro que eu quero, não é isso. – Camila roubou um beijo dos seus lábios, Lauren tentou aprofundar mais, mas Camila a impediu e a policial fechou a cara. – Eu te quero muito, mas a gente precisa dormir... – Enquanto Camila argumentava Lauren a abraçava por trás, afastou os cabelos de sua nuca, arranhou levemente com os dentes e Camila soltou um gemido mais alto. – Lauren... A gente vai ter que dirigir depois...

 

- Só namorar um pouquinho, nem faz mal...

 

Lauren virou e encontrou uma Camila sorridente como se lhe autorizasse para seguir em frente. Camila lhe roubou um beijo forte e doce, a língua preenchia sua boca, as mãos da legista a puxaram pelo colarinho da camisa, Lauren correspondeu. Ainda se beijando ouviu Camila falar.

 

- Namorar um pouquinho não... Quero namorar muito com você, em todos os sentidos... E não só hoje...

Lauren sorriu, mas não separou sua boca de Camila.

 

- Então a partir de agora estamos namorando? – Camila fez um gesto afirmativo para sua felicidade. - Namorar por quanto tempo?

 

- Por mim é para sempre...

 

Lauren abriu os olhos surpresa e sorriu mais uma vez aos encontrar os olhos castanhos de Camila abertos e ela pode ler toda a verdade em suas palavras e gestos. Entregou-se , deixou seu corpo ser explorado, venerado pela namorada. Como era bom pensar nessa palavra e associa-la a acordar com Camila, dormir com Camila, passear com Camila, dividir com Camila, multiplicar com Camila. Camila, Camila e mais Camila. E falando em Camila, essa era outra que não cabia em si de felicidade. Se só pensar na hipótese de ter uma vida incomum com Lauren lhe fazia bem, imagina tudo se tornar real? Se Camren fosse uma droga viciante, queria ter uma overdose de Camren.

 

- O senhor Tarjomani já vai atendê-los. – Avisou a secretária. – Só mais cinco minutos, por favor.

 

Dinah revirou os olhos. Já tinha mais de meia hora que estavam esperando Henry e nada do homem aparecer. Sabia que ele era um homem ocupado, mas eles eram das autoridades, não custava parar cinco minutos da reunião para responder algumas perguntas, isso se tivessem certeza que ele não era culpado, caso contrário, cinco minutos seria pouco e não seria na empresa dele que seria resolvido.

 

- Muito obrigado senhores. – Disse Tarjomani com um sorriso apertando a mão de um de seus sócios. – Vai ser um sucesso! – Ainda com um sorriso no rosto se despediu dos seus sócios, mas logo o sorriso desapareceu assim que viu que os detetives que sua secretária informou que queriam falar com ele ainda o esperavam. – Senhores!

- Senhor Tarjomani eu sou o detetive Payne e essa é a agente especial Dinah Hansen.

- Detetive, FBI... Será que podiam me explicar o que está acontecendo? – Perguntou um tanto quanto confuso, nunca teve problema com a lei. – Venham até meu escritório, por favor.

 

Henry direcionou os dois até seu escritório, ao entrarem pediu para que os dois sentassem. Estava curioso para saber sobre o que aquela visita se tratava.

 

- Em que posso ajudá-los?

- Sua filha não lhe contou que a procuramos ontem? – Perguntou Dinah. O homem lhe encarou mais confuso ainda.

- Vocês procuraram a Parisa ontem? Em que essa menina está metida agora?

- A pergunta seria em o que o senhor está metido senhor Tarjomani. – Disse Payne. – Ontem encontramos Stacy Scott, namorada de sua filha, morta em seu dormitório.

- Primeiro: Essa garota não era namorada da minha filha, só era um mau exemplo. E o que eu ou Parisa temos a ver com a morte dessa garota?

- Nós sabemos que o senhor não aprovava a relação das duas. – Disse Dinah. – Até fez um escândalo com Parisa na porta da faculdade quando descobriu.

- Claro que eu não aprovava! – Soltou um riso de deboche. – Onde já se viu, minha filha namorando uma mulher. Sabe o quanto isso me prejudicaria nos negócios? Os pais não iam gostar de comprar brinquedos para os seus filhos de alguém que tem uma filha que fica saindo com mulheres. – Dinah balançava a cabeça em negativo indignada. Henry e George se dariam muito bem caso se conhecessem. – Parisa nunca foi disso. Começou a sair com mulheres para me provocar. Garota mimada!

- Então para acabar com o “mimo” de sua filha você matou Stacy? – Perguntou Payne. Henry balançou a cabeça em negativo desacreditado. Estava mesmo sendo acusado de homicídio? – E não tente negar, temos vídeos de você com Parisa na biblioteca onde você desaparece por cerca de quarenta minutos e depois voltou transtornado.

- Quarenta minutos é tempo suficiente para se matar alguém. – Disse DJ.

- EU NÃO MATEI NINGUÉM! – Respondeu irritado. Era um absurdo, ele, um homem renomeado, com uma ótima imagem na mídia ser chamado de assassino. Fez uma pausa e se serviu de um copo de água, tinha acabado de se lembrar de algo e parecia não ser nada bom. Tomou um gole. – Mas eu acho que eu vi quem matou.

- Como você sabe que viu quem a matou? – Perguntou Payne. – Você esteve no andar os dormitórios então?

- Tudo bem. – Henry respirou fundo. – Eu vou dizer tudo que eu sei, mas não quero meu nome envolvido nesse escândalo, entenderam?

- Se seu nome vai ser envolvido ou não isso depende só de você. – Disse Dinah. – Fale logo!

- Eu fui até ao dormitório falar com Stacy. Fui mandar que ela ficasse longe de minha filha. Não queria essa péssimo exemplo andando muito menos namorado com minha Parisa, foi quando eu vi esse homem, pelo menos eu acho que era um homem, não consegui vir o rosto direito, mas estava de boné, vestido todo de preto, a gola de sua jaqueta tampava o rosto, só consegui ver os olhos, eu o vi saindo do quarto de Stacy. Pensei que essa garota era tão promíscua a ponto de ficar saindo com homens e mulheres, por que é mais o que se vê nesses dias não é verdade? Não sei onde fica tudo que os pais ensinam, por que eu não peguei na mão da Parisa e disse: “Tudo bem filha, pode ficar com mulheres, é legal!”, isso elas aprendem na rua, com essas más companhias.

 

Dinah e Payne se entreolharam. Henry estava tão indignado por saber que sua filha ficava com mulheres quanto George estava. Parecia que pouco estava importante ser condenado por homicídio ou não, por que alguém que está preocupado não fica desabafando e se perguntando onde tinha errado na criação da filha. Mas até que entendiam, o sonho de todo pai é ver sua filha casada (com um homem), podendo acompanhá-la ao altar, vê-la de véu e grinalda e poder dizer para o noivo “cuide bem do meu bebê senão te quebro a cara”, deveria ser duro descobrir por terceiros que sua filha gosta de mulher e não poder fazer nada, mas isso não explicava o fato da rejeição, da raiva, por que apesar de tudo ainda era sua filha e só por que ela não vai subir de véu e grinalda ao altar com um homem não significava que isso ia diminuir o amor, é filha dele e no final das contas tem que torcer pela sua felicidade e se essa felicidade fosse usar um vestido de noiva para se casar com um mulher o que tinha que fazer era apoiar.

 

- Senhor Tarjomani... – Dinah o interrompeu do seu desabafo. – Como o senhor sabe que foi o homem que viu saindo do quarto que matou Stacy?

- Por que quando eu entrei no quarto para falar com ela... – Fez uma pausa. Tinha certeza que ia se complicar dizendo o que tinha para dizer. – Eu a encontrei morta. Pensei que ela estava dormindo, até a chamei algumas vezes, mas não, ela estava morta.

- Por que não chamou a policia? – Perguntou Payne. – Se a encontrou morta por que não chamou a policia?

- Eu fiquei sem saber. Sou uma imagem pública, imagine... Eu chamo a policia, vem jornal, passam isso na televisão vinculando meu nome... – Balançou a cabeça em negativo. – Não mesmo.

- Então você voltou para a biblioteca e contou para a Parisa o que viu? – Perguntou Dinah. Queria encerrar logo com Henry. Retirava o que tinha pensado, ele estava sim indignado com Parisa, mas não deixava nenhum minuto de pensar em sua carreira e como isso podia afetá-lo. – Por isso que estava tão atordoado?

- Claro! Nunca encontrei ninguém morto na vida.

- Usava preto, escondia o rosto... – Payne tentava montar alguém mentalmente. – Sabe a altura dele?

- 1,80/1,82, era mais alto que eu.

 

Muito alto para ser George, pensaram. Parecia que não chegaram a lugar nenhum, o homem que Henry tinha visto poderia ser mesmo o assassino de Stacy, mas sem uma discrição mais detalhada não tinha como colocar em busca.

Fizeram mais algumas perguntas para Henry e o aconselharam não sair da cidade se não quisesse um escândalo envolvendo, de sua filha e a morte de Stacy. Claro que tinha aceitado de bom grado permanecer em Boston, tinha uma imagem a zelar mesmo com Parisa querendo acabar com ela.

 

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Lauren abriu os olhos lentamente, olhou para o lado e percebeu que já era uma hora da tarde. Não tinha conseguido resistir a “overdose de Camren” que Camila tanto desejava e tiveram que se entregar ao desejo mais uma vez antes de adormecerem. Depois, exausta conseguiu dormir por três horas. Deu para descansar bastante, não ia dormir na estrada. Não quis se mover para não acordar Camila que ainda dormia sobre seu seio nu. Ela parecia tranquila, envolvida com as batidas de seu coração. Lauren abriu um sorriso, beijou levemente seus cabelos e os acariciava tranquilamente enquanto repassava a ultima conversa que tiveram, logo após se recuperaram do ultimo orgasmo. Camila ainda estava animada, eufórica ao pós-sexo, beijava o pescoço de Lauren com carinho, mas percebeu algo no olhar dela distante.

 

- Lauren? – A detetive não lhe respondeu, Camila foi obrigada a estalar os dedos na frente de seu rosto para lhe chamar atenção. – Lauren? Que foi... Aconteceu alguma coisa?

 

- Ãh, aconteceu?

 

- Você esta ai, distante, com uma cara um tanto estranha... Esta preocupada com o pessoal de Boston? Olha, eu sei que você gosta de fazer muito bem seu serviço assim como eu gosto, mas vamos confiar nas pessoas. Tenho certeza que Payne, Styles, DJ e Lerman estão trabalhando duro por lá. Ainda tem Chris para ajuda-los. E DJ não deve ter feito nada demais além de batizar seu apartamento, também acredito que ela esteja cuidando bem de Joe Friday. Se sua mãe tiver algum problema também tem Chris, Tommy, Rondo e Lygia para ajudarem e...

 

- Camz, não é nada disso que estou pensando... Sei que eles estão bem e dedicados ao assassino de Stacy. Na verdade estou um pouco espantada e triste... Entende? Eu agora aqui com você fiquei pensando em Normani e na mãe dela... A mãe parecia adora-la tanto, aceitava tão bem... – Sorriu tristemente. – Ela devia ser muito feliz com a mãe. Devia ter muito orgulho. – Lauren baixou a cabeça e em seguida levantou. – Longe de mim querer te assustar ou algo do tipo, mas é que... É muito difícil ter esse tipo de conversa sabe? Eu não quero te pressionar nem nada,  mas talvez você devesse se preparar pra falar com Sinuhe e...

 

- Lauren...

 

- Não que ela tenha que saber hoje ou amanhã, mas uma hora ela vai saber e...

 

- Lauren...

 

- E acho que se ela souber por você o sofrimento vai ser menor para ela e para você. Quando ela foi atropelada eu vi o quanto aquela mulher e importante para você, você ama, então, não deixe ela descobrir de qualquer jeito ou....

 

- Ela já sabe. – Camila falou rapidamente. Lauren a encarou confusa. – Minha mãe já sabe de mim, Lauren.

 

Aquela era a ultima coisa que Lauren esperava ouvir.

 

- Sabe, como? – Sem entender. – Houve outra mulher antes da gente e... Você chamou Sinuhe para conversar e contou a ela, foi isso?

 

Camila fez um gesto negativo se sentou na cama e obrigou Lauren a se sentar.

 

- Não... – Camila abriu um sorriso, baixou a cabeça e deixou uma lágrima escapar de seus olhos. – Não foi isso... Ela me chamou para conversar...

 

- Camz, por que você esta chorando?  - Preocupada.  – Vai dizer de Sinuhe rejeitou ou disse algo ofensivo a você ou foi grosseira ou...

 

- Não pelo contrário... Muito pelo contrário. Levantou a cabeça, sorriu feliz. – Ela foi perfeita, Lauren. Ela nunca foi tão perfeita em toda minha vida...

 

Emocionada com suas lembranças, Camila começou a relatar a Lauren sua conversa com Sinuhe. As duas haviam se encontrado na estádia da legista em Paris. Camila tinha ficado no apartamento que Sinuhe Cabello costumava usar nas férias da família. Já estava há uma semana em Paris quando descobriu que haveria uma exposição da mãe em um das ruas cidade luz. Sinuhe ficou super feliz ao receber notícias da filha, marcaram um jantar em um restaurante próximo ao Rio Senna de onde puderam apreciar a belíssima paisagem do Rio. Depois da refeição Sinuhe e Camila resolveram caminhar já que ambas adoravam a cidade. Tudo estava indo muito bem até uma ligação que Camila foi obrigada a atender.

 

- Clara?

 

- Camila, graças a deus, como eu estávamos preocupadas com você. Eu não sabia mais a que santo pedir ajuda e Lauren nem dorme mais. O que aconteceu Camila?

 

- Lauren não encontrou o bilhete que deixei na porta da geladeira.

 

- Ela me mostrou, mas é que... Desculpe perguntar, mas o que aconteceu com vocês duas? Lauren mal dorme, mas toda vez que falo em você fecha a cara e você viajar assim sem se despedir de ninguém, nem de Lauren...

 

- Clara, não leve a mal, mas eu prefiro não falar nesse assunto. E a Lauren deve saber por que eu não tive motivos para não me despedir dela... – Sinuhe percebeu o tom desapontado de Camila. – Mas e com você, Clara, tudo bem?

As duas conversaram por mais dois minutos e depois despediram-se. Ao desligar o telefone Sinuhe percebeu algo triste nos olhos de Camila.

 

- Desculpa, eu não pude deixar de ouvir, Camila, mas você saiu mesmo de Boston sem se despedir de Lauren? Aconteceu alguma coisa com vocês? Estão brigadas?

 

- Eu sai de Boston sem me despedir de ninguém. – Camila disse em um tom agressivo de quem não aceita mais questionamentos. – Avisei a Lauren que ia viajar, ela esta se preocupando a toa.

 

Sinuhe percebendo que a filha não queria falar sobre logo trocou o assunto, levou Camila até o apartamento e seguiu para o seu hotel. No dia seguinte combinaram de almoçarem juntas. Eram dez da manhã, Camila ainda estava de roupão de seda quando ouviu o interfone. O porteiro avisava a chegada de Sinuhe. Haviam marcado uma hora da tarde, por que chegou tão cedo, foi abrir a porta a ela.

 

- Oi mãe, aconteceu alguma coisa? Eu achei que você tinha uma reunião com o pessoal do museu e não poderia aparecer mais cedo e...

 

- Camila... – Sinuhe começou. – Será que podemos conversar? Eu desmarquei a reunião com o pessoal do museu porque precisava ter um conversa séria com você...

 

- Conversa séria?

- Sim filha. – Sinuhe havia se acomodado em uma poltrona próxima a varanda que dava um vista aperfeiçoada da cidade. – Uma conversa que eu devia ter tido há muito tempo com você que eu venho notado algumas coisas desde que você era muito criança... – Camila a encarou sem entender. – Senta aqui...

 

Ainda equivocada com aquela novidade, Camila obedeceu à mãe.

 

- O que você quer conversar?

 

- Eu vim aqui... Camila, estamos aqui acima de tudo para falar de amor. Eu sei que eu tive meus erros como mãe que não foram poucos, eu fui uma mãe ausente, mas há algumas coisas que eu noto... – Fez uma pausa, respirou tudo. – Filha desde de pequena eu sempre notei que você foi e é diferente de algumas meninas, de filhas das minhas amigas... E... Camila, quero que você saiba que eu sempre quis, sempre pedi a Deus uma filha mulher. Sempre foi o meu sonho e a vida me deu você... – Camila abriu boca, suas mãos tremiam, Sinuhe carinhosamente envolveu suas mãos e apertou transmitindo carinho. – Eu não sei se eu mereço, mas você é a filha que eu sempre quis, é o meu sonho. Eu nunca vou renunciar você. Eu não vou brigar. – Outra pausa. Camila comovida sentiu um bolo se forma em sua garganta. As primeiras lágrimas já escorriam. - Camila, fala, do fundo do coração, filha, você é gay? É isso? A mãe não vai brigar com você... – Fez um carinho no rosto de Camila. – Fala filha... Pode falar...

 

Camila não conseguia nem pensar direito, da sua boca além dos soluços do choro guardado, do medo de ser rejeitada, de tudo apenas saia a seguinte frase:

 

- Eu não queria que as coisas fossem assim... Eu não queria...

 

Sinuhe não respondeu, apenas a abraçou com mais força, um abraço que estava guardado há anos. O que Camila achava que ela poderia fazer, não olha-la mais na cara, expulsá-la de casa? Deserda-la? Sentiu o coração de Camila disparado, tomou a liberdade de pegar um copo da água na cozinha.

 

- Pronto filha, olha só... Acabou... Não precisa de você me esconder nada... – Sinuhe a abraçou. – Acabou...

 

Camila precisou de um segundo copo da água para se acalmar, só quando voltou a respirar melhor.

 

- Mãe, você não esta com raiva de mim, não...

 

- Claro que não Camila, já disse que você continua sendo a minha filha do jeito que você sempre foi. Mulher eu sempre vou exigir que você seja. Só uma coisa que eu vou te falar... Continue sempre fazendo o seu melhor, filha, principalmente no seu emprego, seja comprometida. O gay burro, ignorante acaba sendo esculachado. Seja sempre a melhor no que você faz. – Camila abriu um sorriso ainda não acreditando naquele sonho, Sinuhe também abriu. – Você tem vergonha de ser quem você é? – Camila fez um gesto negativo. – Então não tenhamos vergonha... Como mãe nada mudou pra mim a não ser pelo fato que ao invés de ter um genro eu tenha uma nora, não é?

 

Camila sorriu contente, ainda limpava o rosto.

 

- E eu até imagino quem seja... Você ama a Lauren mesmo?

 

- Esta tão na cara que é ela?

 

- Tatuado na testa das duas. – Camila levantou-se um tanto confusa. – Camila, é modo de dizer... – Camila se sentou aliviada. Tatuagem dá cicatrizes assustadoras se não forem bem cuidadas. – Filha, eu torço por você e a Lauren, mas não tenha dúvida que eu apoio qualquer decisão que você tomar... Posso te dar outro abraço.

 

Com um sorriso Camila permitiu que sim, não era muito de dar abraços, mas Sinuhe lhe deu o maior presente que alguém podia lhe dado, o que custava fazer sua vontade. Ao ouvir o final do relato Lauren sorria surpresa.

 

- Quer dizer que minha sogra também shippa Camren?

 

Camila deu uma risada.

 

- Eu não sei se ela sabe o significado de shipper, mas com certeza ela shippa nós duas.

 

Camila acordou com o barulho do interfone no quarto, Lauren estendeu a mão para atender. 

 

- ok, avise que estamos descendo em quinze minutos. – Lauren desligou o aparelho. – Estão ai, hora de por a mão na massa.

 

- Vamos fazer um bolo? – Camila se confundiu.

 

- Hora de trabalhar, doutora, Cabello... – Deu um selinho em Camila. – Vamos que se você não se levantar dessa cama eu também não me levanto.

 

Manhosa, Camila se ergueu.

 

- Você estava com uma carinha tão boa quando acordei, que foi?

 

- Pensando em Sinuhe e em como eu queria agradecê-la por ter sido maravilhosa com você... Uma pena que ainda há pessoas que não tem essa sorte...

 

- Isso é verdade... – Camila deu um selinho em Lauren enquanto se vestiam. – Mas ainda acredito que as coisas ainda vão mudar, Clara, Sinuhe, Emma, nossos amigos, seus irmãos estão para provar isso...

 

Lauren sorriu.

 

- Ainda bem que eles estão por perto.

 

Como combinado, em quinze minutos estavam na recepção, Emma e Thomaz as esperavam, os dois ainda muito abalados com o que aconteceu, Lauren ofereceu seu carro, mas Thomas fez questão de viajar com Emma em seu caminhão.  Depois do almoço deixaram a cidade no fim da tarde já estavam a duas horas de chegada a Boston. O transito estava livre, conseguiram ganhar tempo, iam chegar antes do esperado.

 

A detetive conduzia o carro, Camila tinha insistido para ir dirigindo, mas Lauren não permitiu, tinha deixado a namorada dormir, mas não o tanto que deveriam ter dormido, então era melhor Camila não dirigir. Lauren não estava cansada, estava feliz por ter Camila ao seu lado, por estar de bem com Camila, por estar namorando Camila, só queria aproveitar sua companhia para sempre. Trocavam olhares, sorriam e uma hora ou outra Lauren roubava um beijo na namorada e levava uma bronca por que era para prestar atenção na estrada. Queria tanto um semáforo nessa hora para poder beijar Camila toda vez que tinha um sinal vermelho.

 

- Com quem você tanto troca sms? – Perguntou Lauren ao ver que a legista não parava de sorrir e rir sempre que recebia alguma mensagem. – Algum namorado?

 

- Larga de ser boba Lauren. – Deu um tapa de leve no braço da namorada. – Estou conversando com a minha sogra.

 

Lauren demorou alguns segundos para assimilar que a sogra a qual Camila se referia era sua mãe. Sorriu abobada. Era tão bom ouvir aquilo.

 

- Por que minha mãe está mandando mensagem para você e não mandou nenhuma para mim?

 

- Porque estamos falando mal de você. – Camila respondeu naturalmente. – Ela ainda acha que estamos brigadas e que você é a culpada de tudo.

 

- E você está concordando e ajudando minha mãe a falar mal de mim?

 

- Não fazia parte do nosso acordo de namorar escondidas? Fingirmos que estamos brigadas?

 

- Mas não ficar falando mal de mim para minha mãe. – Lauren fingiu aborrecimento.

 

- Desculpa.

 

Camila colocou o celular em cima do painel do carro. Lauren sorriu com a cara de arrependida que Camila estava fazendo e foi obrigada a lhe dar um beijo.

 

- Lauren a estrada!

 

- Eu estou vendo, eu estou vendo.

 

O celular de Camila tocou avisando que tinha chegado mais uma mensagem. Sabia que era Clara falando mal de Lauren, mas não quis pegar o celular para responder a mensagem, pensou que Lauren se chatearia.

 

- Para quem não sabe mentir está se saindo muito bem doutora Cabello. Pode continuar falando mal de mim para minha mãe, está tudo bem. Só não esqueça que minha sogra torce por mim...

 

- Sinto que falei demais e alguém vai ficar usando isso toda hora contra mim.

 

- Doutora Cabello usando sarcasmo? Lauren olhou pra cima. O tempo esta aberto , é parece que não vai chover...

 

- Lauren olhe para frente!

 

Camila abriu um sorriso e pegou de volta o celular. Mesmo brava com Lauren, Clara poderia ser divertida. Lauren achava era graça na felicidade de Camila queria vê-la feliz para sempre e sem duvidas queria continuar fazendo parte dessa felicidade.

 

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O dia estava sendo estressante na Boston homicídios. Payne investigava com DJ mais coisas sobre Tarjomani e ainda procuravam por George, queria que o homem comparecesse mais uma vez na delegacia. Já Styles trabalhava em uma possível ameaça que Stacy vinha recendo por email de um grupo que se dizia discípulos de Deus, as mensagens eram mais ou menos a seguintes:

 

- Só Jesus ira salvá-la da queimação das trevas, afaste-se da vida de mal antes que te afastem a força, esta avisada!  “Com homem não te deitarás como se fosse mulher; é abominação” e “Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles.” – Styles leu em voz alta para DJ. – Tem sete emails desse grupo desde mês passado.

 

- O que faz esse povo acreditar que um Deus que castiga, não perdoa e derrama sangue é melhor que o tal Diabo, hein? – DJ se perguntou. – Preciso da relação dos cybercafés que ele usou pra mandar os emails.

 

- São todas cidades interioranas.

 

- Vamos passar um rádio me pedir para policiais verificarem, descobrirem se acham alguma descrição física incomum ou algo do tipo. Apesar de acreditar no safado da loja de brinquedos não vamos fechar outras portas. Payne foi atrás de George parece que vamos ter um encontro em família aqui. – DJ foi interrompida pela campainha de seu celular, sorriu ao ver certo nome no visor. – Tenho que ir...

 

- Alguma notícia.

 

- Lerman achou alguma coisa.  – Ao ouvir o nome de Lerman, Styles pigarreou e Chris sorriu. – Que foi, perdi alguma coisa?

 

- Se estiver muito cansada, peça para Styles ir... – Chris brincou. Tenho certeza que Lerman vai adorar. Alias Styles, acho que você vai ter começar a perder sua aversão pelo laboratório. Vai ser bom para o relacionamento de vocês...

 

Em resposta Styles amassou uma folha de rascunho e jogou sobre Chris que entre risos desviou e acabou pegando em DJ que deixou a folha sobre a mesa de Payne.

 

- Que foi vocês dois? – DJ achava graça na implicância entre eles. – Aconteceu alguma coisa?

 

- Chris que tem uma língua que não cabe dentro da boca. Pode ir lá DJ...

 

Dinah despediu-se dos dois e pegou o caminho do necrotério. Ainda cruzou com Payne que apenas lhe acenou. Chris ainda brincava com Styles, mas nada ofensivo em relação a Lerman, apenas achava graça que agora o colega era o galã da Homicídios.

 

- Lerman chamou DJ no laboratório?

 

- Pelo jeito ele achou algo.

 

- Talvez o DNA do assassino e temos caso resolvido, pela felicidade de DJ e vocês dois. - Payne começou a organizar sua mesa. – De quem é esse papel.

 

- DJ que estava ai. – Styles falou de olho no monitor. - Deve ser para você.

 

Chris se despediu dos dois para voltar a sua patrulha, Payne colocou os olhos para ler.

 

“As pessoas dizem que o amor e tempo são incapazes de se dar as mãos, mas isso não é verdade, pois chega os dias, as noites, mudam as luas e as estações e eu continuo te amando com a mesma paixão de quando te conheci há tantos outonos atrás. Nestes dizeres quero me entregar a você de corpo alma e palavras. Nunca pertenci a outra pessoa, a dorzinha gostosa que forma no meu estomago quando você se aproxima, a saudade, o anseio de ter seu cheiro na minha pele, a vontade de te guardar em um pote para te proteger do resto do mundo e toda a doce pieguice dos amantes e amados só existe quando você esta do meu lado, disfarço com um sorriso amigo, hoje ineficaz... A distância é curta, mas devo te perguntar, sigo em frente?”

 

Com a boca seca, Payne releu tudo aquilo. Dinah era uma linda mulher, ele um modesto detetive será possível que... Sua cabeça puxou rapidamente pela memória o instante exato na manhã que Dinah falava sobre o tal suspeito dos brinquedos e brincou: devíamos ter um seriado com nosso nome Hansen e Payne. Dinah torcia pelos dois, mas devia ser envergonhada de falar e por isso botou tudo no papel. A agente Hansen era espetacular, que homem não ficaria lisonjeado em receber uma carta daquelas de suas mãos. Payne não pensou duas vezes em levantar empolgado e dançar comemorando.

 

- AAAAAAAAAAAH, leke, leke, leke, leke, leke, le... – Seus olhos encontraram com um espantado Styles, olhou para o lado Levine estava na porta da sala. – É... Deseja alguma coisa?

 

- Payne, poderia me atualizar sobre o caso da menina sufocada. – Levine disse em tom sério. Todos naquele departamento eram competentíssimos, trabalhava com uma equipe de primeira linha, sem dúvida alguma, mas cada coisa estranha que também tinha que aguentar. – Na minha sala, por favor...

 

- Cla- Claro...

 

______________________________________________________________

 

- Como você beija gostoso... – DJ confessou enquanto era encurralado por Lerman, os dois estavam trancados no escritório do necrotério, Lerman cuidadosamente havia baixado as persianas. – Alias, você é todo gostoso...

 

- A- Agente To-a... Se-nhorita DJ eu... – Lerman foi interrompido pela língua de DJ, ele agarrou suas cochas desceu um pouco com as mãos e a colocou sentada na mesa. Trocaram mais beijos. – E-Eu e-e-escre-vi. O-o que eu vou fa-lar com a La-La-La... – Irritado Lerman se separou de DJ, deu um soco no ar. – Vi-Viu não saiu o nome da La- Lau – La...

 

DJ fez um gesto afirmativo.

 

- Lauren.

- Is-so.

 

- Ok, vamos pensar. Lerman, porque os gagos são gagos?

 

- E-E-Eu se-i por-que são an-si-siosos...

 

- Então, é só ansiedade. Quando você for falar com a Lauren você vai fazer o que eu te pedi agora, respira bem fundo, conta até cinco e diz: Lauren, eu gosto de outra. Entendeu? Vai...

 

Lerman atendeu ao pedido de DJ, inspirou forte, soltou devagar e então soltou.

 

- Lauren, eu gosto de outra pessoa e... – Lerman levou a mão na boca. – Eu não gaguejei?  -Feliz. – E-eu não ga-ga... – Fez uma careta. – Dro-ga.

 

- Bobo. Quando você tá calmo as coisas saem, você tem que respirar e ficar calmo, só isso, Lerman.

 

- Será que é só isso, mesmo?

 

- Viu. - Dinah riu. – De novo você não gaguejou. – Lerman sorriu como uma criança. – Tem mais uma coisa que você tem que fazer sim. Me dá um beijo, agora...

 

Lerman abriu mais o sorriso e aproximou sua boca da de Dinah, estavam no meio do beijo quando ouviram barulhos na porta.

 

- Doutor Lerman, doutor King esta aqui fora. – Era Susie que falava. – Ele quer falar com você...

 

- Ele esta ai mesmo?

 

- Esta, já tem um tempo que ele esta com a agente Hansen ai dentro. – King forçou a porta. – Doutor Lerman?

 

Dinah e Lerman não sabia para onde correr. Camila não foi à única notificada para esquecer sua vida pessoal quando estivessem dentro do trabalho, como iam explicar Dinah e Lerman trancado a pelo menos vinte minutos no laboratório? Ainda mais os dois, ambos envolvidos em escândalos junto com Lauren e Camila.

 

- E-E-Eu vo-vou ser ti-ti-ti-rado do car-go e-e... Meu –De-Deus... E- hum – O dou-tor...

 

- Calma. – Dinah procurava por a cabeça no lugar. – Calma. – Respirou fundo, tranquilamente abriu a porta. – Antes que King e Susie pudessem entrar ouviram de dentro da sala. – É UM ABSURDO QUE UM LEGISTA AJA DESSE JEITO VIU, NÃO SE PODE FAZER UMA PERGUNTA QUE JÁ VEM COM IGNORANCIA.  – Lerman só captou que era um teatrinho após Dinah mandar uma piscadinha discreta. – UM ABSURDO!

 

- AAAAAAAAAAA- BSURDO ÉÉÉÉÉÉÉÉ UUUUUUM-A AAAAAAAAGEN... AAAAAAAAA...

 

- Agente... – Susie ajudou.

 

- A-GIR DES-SE JEITO!

 

- GROSSO! – Dinah virou-se para King. – Uma perguntinha inocente de nada sobre o perfil de um suspeito...

 

- Já dis-se que-que não gos-gosto de te-te-te...o te...

 

- Teorias. – Susie ajudou de novo.

 

- Isso!

 

- QUER SABER DOUTOR LERMAN, EU NÃO PRECISO DE VOCÊ PARA NADA! E SAIA DAQUI POIS NÃO GOSTAMOS DE VOCÊ! 

 

DJ bateu a porta do escritório.

 

- COM-COM-COM UM MUI-TO GOS-GOS-GOS...

 

- Gosto?

- ISSO AI!

 

Lerman deu as costas, King e Susie assistiam a cena pasmados. O chefe tinha pensado até em cumprir a palavra e afastar Lerman e DJ do caso por ficarem trancados sem explicações no escritório, mas depois daquela discussão não havia duvidas que se odiavam. Lerman voltou alguns segundos depois, deu batidas na porta, DJ abriu o escritório.

 

- O QUE É?

 

- O-O escritório é meu...

 

DJ olhou em volta.

 

- Droga, por isso que eu não estava encontrando meu batom... – Deu um sorriso amarelo a Susie e King. – Com licença...

 

Só esperou sair do escritório para rir com vontade. O que uns beijinhos no meio do expediente não fazem? Pelo menos o cargo de Lerman estava salvo. Se Lerman saísse da polícia de Boston talvez fosse até bom, com certeza em Washington iam aproveitar um legista da categoria dele.  Se ele não quisesse ir talvez ela pudesse ter seu bebê em Boston, perto do pai e de Lerman também. Dinah fez um gesto negativo, não estava se reconhecendo, nem dois dias que ficavam e já pensava na mudança de Lerman para Washington ou sua mudança para Boston? Os hormônios da gravidez atacavam novamente. Dinah chegou na sala dos detetives com o papel com exames na mão.

 

- Lerman encontrou uma fibra de camurça no anel da vítima. Esse tipo de material é utilizado em luvas de trabalho pesado. - Explicou a Styles e Payne. – Talvez Stacy tenha tentando lutar contra seu agressor ou agressora e ficou um pouco do material da luva que nosso João ou Maria ninguém estava usando.

 

- Será que conseguimos um mandado de busca para ver se achamos algo desse tipo na casa do pai de Parisa?

 

- Tente isso. – Dinah disse a Payne. -  Eu vou terminar esse relatório.

 

Por mais de uma hora todos passaram mudos, apenas trabalhavam. Dinah deu fim  ao seu relatório, ergueu os braços bocejando.

 

- Precisamos todos de um cappuccino. Vou lá buscar...

 

Levantou ainda se esticando, caminhou até a cantina e paralisou ao ver aquela pessoa no banco.

 

- Você aqui?

 

- Oi maninha. – Alexandra disse ao ver Dinah. – Como vai?

 

Rondo chegou com um pedido de suco, olhou para as duas.

 

- Qual eu devo servir?

 

 

George chegou a porta da delegacia acompanhado de um homem alto, negro e de cabeça raspada, os dois se vestiam de social e estava com a bíblia por baixo do braço. Lauren estacionava o carro, reconheceu o homem.

 

- Olha lá, o pai de Stacy... Bem na hora!

 

- Você sabia que ele estaria aqui?

 

- Eu pedi que Payne o convocasse, achei que seria interessante testemunharmos o encontro dos descasados. Tive a impressão que Emma não vai muito com a cara do ex.

 

- Payne e Styles estão ali já... – Camila olhou para o outro lado. – Olha lá, e ali já estão vindo Emma e Thomas.

 

- Maravilha, ele não demorou muito para estacionar. Vamos, Camz, nossa hora de descer. – Deu um ultimo selinho em Camila. – Lembra do combinado?

 

- Sim, ainda estamos nos odiando!

 

As duas desceram do carro, Payne acenou. Cumprimentaram Emma e Thomaz.

- Vamos?

 

Emma fez um gesto afirmativo.

 

Do outro lado da rua, George e o homem se aproximaram de Payne.

 

- Olá detetive Payne, esse é o pastor da minha igreja Drew Sanchez. – Payne apertou a mão do homem seguido por Styles. – Porque estou sendo chamado aqui?

 

- George? – O ex virou-se já certo de quem era aquela voz.  Emma não suporto olhar na cara do marido e lhe deu um tabefe no rosto. – ASSASSINO! ASSASSINO!

 


Notas Finais


Próximo capitulo pode ser postado amanhã
Ouuuu
Mês que vem...

Vcs podem decidir :)


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