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História Jauregui's bawdy house - Epílogo - Parte II


Escrita por: Beecolors

Notas do Autor


OPA, OLHA ELAAAAAAAAA
VOLTEI, ABELHINHAS >< Eu prometi o final dessa porra e estou cumprindo \o
Eu juro que dei o meu melhor, vocês me pediram a visão da Camila, a morte do Michael e aí está. Espero de coração que vocÊs gostem.

Eu gostaria imensamente de agradecer a cada um de vocês que tirou um tempinho para ler essa minha loucura, foram exatos 435 favoritos - até a postagem desse capítulo - e nem em sonhos eu esperava isso. Muito obrigada, muito obrigada mesmo.
Agradeço também a toda galera envolvida, que me ajudou a tirar essa ideia da cachola e finalmente escrever.
Eu postei uma one ontem e disse que mais surpresas viriam, pois bem, a fic está oficialmente terminada >< Sentirei saudade dessa história.
MAS NÃO DESANIMEM, TEM FIC NOVA NO DRIVE!! AGUARDEM PORQUE EM AGOSTO VOCÊS IRÃO QUEIMAR OS NEURÔNIOS ~SPOILER ALERT ~FIC DE SERIAL KILLER
Mais uma vez vou fazer algo diferente dos clichÊs e romances ><

GOSTARIA DE CONVERSAR COM VOCêS, ACABOU, VOU SENTIR SAUDADE DE VOCêS. VOU LIBERAR O WPP, ASSIM COMO FIZ PARA QUEM PEDIU PRA ENTRAR NO GRUPO.
SE VOCê VAI AO SHOW DAS MENINAS NO RIO, ME GRITA.
SE VOCê QUER ME XINGAR PELA DEMORAR, ME GRITA.
SE QUER ME AMAR PELO FINAL, ME GRITA.
SE QUER SÓ CONVERSAR, ME GRITA.
PASSE AS BARREIRAS DOS COMENTÁRIOS E VENHA ME VISITAR NO MEU WPP
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Amo vocÊs, beijos de mel

Capítulo 37 - Epílogo - Parte II


Fanfic / Fanfiction Jauregui's bawdy house - Epílogo - Parte II

 

 

Eu não lembrava de ter sentido aquela sensação de medo, não com aquela intensidade. Se as meninas sumissem eu seria uma pessoa desempregada, ou pior..morta!

Chegar em casa e dar de cara com uma Normani desesperada foi o fim, meu coração batia descompassado e eu estava prestes a ligar para a delegacia quando elas abriram a porta e entraram sorrindo no apartamento.

Ao mesmo tempo que eu senti um alivio, também senti raiva. Elas estavam bem, sim, muito bem! Enquanto nós estávamos preocupadas com as duas bonitinhas.

Ao verem nossas expressões de pânico as duas trataram de se explicar, eu já estava com o sermão pronto se Lauren não tivesse berrado e se retirado. Ela era a mais difícil.

Eu entendia seu trauma, entendia os motivos para não confiar plenamente em mim, afinal ela tinha medo. Mas ela precisava entender que não tinha outra opção, eu era sua melhor solução. Eu tinha pena da garota! Eu não queria que ela visse aquilo como uma prisão e sim como um refúgio. Eu queria que ela tornasse as coisas mais fáceis assim como Maia, mas não! Depois daquele dia eu tomei uma decisão, não esquentaria a cabeça com Lauren, não me envolveria, afinal a garota doce que eu havia conhecido no prostíbulo parecia não existir. Me concentraria apenas em Maia, ela estava disposta a ajudar e eu a proteger.

Depois daquele dia as coisas correram devagar, os meses foram se passando e meu relacionamento com Maia era bom. Ela havia me ajudado com algumas coisas da investigação, nomes, apelidos, tudo que poderia ser útil. Explicou sobre o esquema e eu concordei em achar sua família. Por outro lado, Lauren e eu mal nos falávamos até que um dia ela acordou de madrugada, após mais um dos pesadelos que ela tinha toda noite, e começamos uma conversa. Lembro-me de ter acordado com o som do piano e me deparei com uma Lauren banhada por lágrimas enquanto cantava uma canção. As coisas estavam indo bem, ela parecia querer se abrir até que novamente vestiu sua armadura.


- Eu não consigo mais confiar em ninguém, Camila. -Segurei o seu rosto com as mãos e tentei passar o máximo de carinho que conseguia.

- Insegurança e medo são sentimentos normais, Lauren. Todos temos! Você tinha tudo e de repente viu sua vida desmoronar. Você tinha planos, sonhos, estava prestes a realizá-los e uma bomba explodiu ao seu lado. Pode parecer que não entendo, mas eu também cheguei até o fundo do poço, eu também sofri. A diferença é que eu aceitei a ajuda que me ofereceram, eu tentei levantar, tirei forças para ajudar pessoas que precisavam de mim, as pessoas que ainda estavam precisando de mim. O sofrimento me fez crescer, me tornou quem eu sou hoje.

- Ser traída pela namoradinha não se compara ao que passei, Camila. - Eu senti raiva pela ingratidão. Eu só queria ajudar. A Lauren doce do nada se fechava sem razão.

- Você não sabe nada mesmo né? Ser traída não foi nem 1% do que passei. Olhe ao seu redor, o destino te colocou na minha vida. Não percebe que não foi por acaso que logo você foi comprada pelo Tony? Estou te oferecendo uma vida nova, uma oportunidade de recomeçar.

- Pelo que você passou então?

- Um dia você vai saber, Lauren. Talvez quando você passar a confiar que eu sou a ajuda e não o problema. Tente dormir, se precisar de mim sabe onde me encontrar.
 

Eu tentava, mas entender Lauren estava cada vez mais difícil. Sinceramente já tinha perdido as esperanças de que um dia ela pudesse querer ajuda, até que no dia seguinte ela me surpreendeu. Eu entrei no apartamento e ela me esperava sentada no sofá da sala. Eu estava cansada, era para ter ido direto para o apartamento de Keana mas queria deixar uns papéis em casa.

Lauren me olhou e perguntou se podíamos conversar, eu não podia deixar aquela oportunidade passar. Se ela queria conversar era porque estava pronta para algo. Concordei em ter uma conversa com ela, desmarquei com Keana - que odiou - e saímos para jantar.

Foi uma noite maravilhosa e pela primeira vez em meses eu conheci Lauren Jauregui. Ela abriu seu coração, contou sobre tudo que havia passado e eu me senti tão a vontade que me abri com ela. Contei sobre meu avô, sobre minhas razões para estar na polícia  e o quanto estava envolvida com aquele caso. Naquela noite eu fiz promessas, prometi que cuidaria de Lauren com todas as minhas forças. Eu faria de tudo para protegê-la. Prometi que protegeria sua irmã e ainda a ajudaria com algumas coisas que ela havia solicitado. Naquela noite eu descobri muito mais sobre Lauren, descobri que seu coração despedaçado não tinha só um nome. Que aquele coração, aparentemente de gelo, havia tido um amor. Cara. Naquela noite enquanto ela dormia bêbada em meus braços eu senti pena novamente ao ouvir o nome da desconhecida sendo pronunciado. Ela precisava de alguém, de um porto seguro e eu seria esse alguém.

Me lembro da primeira vez que precisei servir de porto seguro. Estávamos em um show do Coldplay e eu percebi que o corpo de Lauren parou de balançar no ritmo da música e ela começou a andar pela multidão. Ela andava com a cabeça baixa e seus passos eram apressados como se quisesse fugir dali. Fui atrás e quando me aproximei toquei em seu ombro a fazendo virar para mim. Seu olhar estava confuso e seu rosto molhado pelas lágrimas, não pensei muito apenas a puxei para mim e quando seu corpo colidiu com o meu a garota explodiu em lágrimas. Ela estava com saudades de casa.

Por alguma razão aquela música a fez lembrar de casa, da sua mãe e irmã e ela chorou. Naquela noite eu prometi mais uma vez que cuidaria de Lauren, que cuidaria para sempre. Vi seu lado sensível de garota assustada assentir e acreditar em mim. Eu tinha que cumprir.

Eu tinha um plano e não descansaria enquanto não o concluísse, por isso pedi permissão a Allyson para que eu mesma fosse atrás da família de Lauren.

Anunciei minha viagem e deixei as duas garotas com Normani e Ryan. Quando pisei em Miami não sabia muito bem o que me aguardava, mas sabia que seria ótimo para Lauren e para as investigações. Os primeiros dias foram de investigações na surdina, apenas observava os passos de Taylor de longe. Quando descobri que a garota fazia Direito foi uma festa, comecei a colocar meu plano em prática. Liguei para um amigo, para que ele começasse a frequentar a Jauregui’s e disse que precisaria dele mais tarde para forjar um namoro. Entrei em contato com o reitor, fiz algumas ligações e logo foi lançada uma oportunidade única para os alunos -Taylor- de irem para Nova York e de quebra ganharem um estágio. Esperar Taylor se inscrever foi bem perturbador, não sabia se ela o faria. Mas quando fez foi tudo tranquilo.

Abordar a garota, do nada, oferecendo carona e jogando uma bomba em cima dela era suicídio, mas foi o que eu fiz. Por sorte Taylor acreditou em mim e as coisas começaram a andar. Ela e Wes começaram a namorar e Taylor tentava conseguir as informações que eu queria. Passei um mês em Miami e quando Taylor disse que o aniversário de Lauren estava próximo, vi a oportunidade de presentear a garota. Levei Taylor para Nova York comigo!

Nem preciso dizer que Lauren ficou emocionada com a surpresa e que eu amei ver o sorriso em seu rosto. O abraço das duas, aquela interação. Impagável!

Passei momentos agradáveis com Taylor e ela agradeceu mil vezes porque eu estava cuidando de sua irmã, que ela e sua mãe poderiam ficar tranquilas em casa.

Cada história que Taylor contava sobre Lauren me fazia admirar cada vez mais a garota.  

Após a partida de Taylor nossas vidas seguiram normalmente. Lauren não sabia, mas ela ainda teria mais uma surpresa. As investigações estavam correndo bem e eu já tinha o nome do comprador de Dinah, só faltava localiza-lo.

A semana se arrastou enquanto eu trabalhava nos muitos casos na delegacia, o pouco tempo que tinha passava conversando com as meninas, diga-se de passagem mais com Lauren, dentro do apartamento. Mal tinha tempo para Keana e os planos de engatar um namoro foram ficando para trás.

 

-Você nem me dá mais atenção - Eu fazia o maior esforço para não deixar o aparelho cair da minha orelha enquanto o apoiava com a ajuda do ombro.

- Eu tenho trabalhado muito, Kea. - Deixei alguns papéis caírem e ouvi a garota bufar do outro lado da linha.

- A noite você também trabalha?

- Eu chego cansada, baby. Sempre como algo e du…

- Você não dorme, Camila. Sabe disso…

- Eu estou com visitas em casa, sabe disso.

- Acho que você está envolvida demais nisso. - Ela estava certa, eu estava realmente envolvida.

- É o meu trabalho, Keana! - Ela suspirou e decidiu não discutir.

- Okay! Quando tiver um tempo me ligue. - Sem que eu me despedisse ela desligou.

 

Eu estava cansada dessas brigas e cobranças, mas eu conseguia entender que ela só queria atenção. Uma atenção que eu não podia dar.

Ela não estava errada, talvez eu estivesse envolvida sentimentalmente com o caso da Jauregui’s. Talvez Lauren e eu estivéssemos ligadas de alguma forma e por isso eu preferia passar meus tempos livres com ela, eu não fazia por mal. Não queria magoar Keana, mas era assim.

Mais um final de semana havia chegado e novamente eu desmarquei meus planos com Keana para sair com Lauren e as meninas. Dessa vez tinha um motivo maior: Dinah.

Havíamos conseguido trazer a garota para Nova York e como Lauren não tinha comemorado seu aniversário durante a semana, decidimos fazer uma surpresa. Após levar a garota para jantar e a mimar com alguns presentes, a levei até o local combinado e apenas esperei que ela chorasse quando seus olhos avistaram Dinah. Mais uma sensação maravilhosa.

Dinah era divertidíssima e nos animou durante toda a noite. Entre bebidas e mais bebidas eu via as garotas se divertindo na pista de dança. Estava feliz, minha missão estava sendo cumprida. Estava perdida em meus pensamentos quando um jato de bebida atingiu meu corpo.

 

-Mas que….Keana? - Seus olhos estavam carregados de raiva - O que...o que você está fazendo aqui?

- Eu que pergunto, Camila. Para sair comigo você não tem disposição, mas com seus amigos….Quando vai me apresentar eles? - A garota olhou em volta

- Breve, Kea. Eu tenho uma explicação. - Toquei nos braços da garota e ela se afastou. - Keana, a gente pode conversar? Você pode ao menos me ouvir?

 

Sem que ela respondesse, uma Lauren competente bêbada apareceu ao meu lado. Encarou Keana um pouco confusa e abriu um enorme sorriso. Se virou para mim e falou algo embolado que não consegui entender. Keana nos encarava e parecia querer matar a garota.

 

-Acho que você já bebeu demais por hoje. - A garota colou o seu corpo no meu e beijou minha bochecha.

- Quem é essa, Camila. - Antes que eu respondesse Lauren se virou e estendeu a mão para Keana. Falou seu nome com certa dificuldade e derrubou bebida no sapato da morena. - Essa é a sua visita?

- Sou o trabalho dela. - Falou com a voz embargada - Vamos embora, Camz. - Olhei para Keana e dei um sorriso me desculpando, tentei endireitar Lauren para sairmos dali.

- Eu te ligo, Kea. Me desculpe!

- É… Você se envolveu mesmo. - Foi a ultima coisa que ouvi Keana dizer antes de sair dali com Lauren.

 

Precisei colocar a garota na cama e mais uma vez a cena de Lauren pedindo para eu ficar no quarto se fez presente. Não demorou muito e ela apagou. Eu tentei dormir, mas me perdi analisando suas feições. Cada detalhe daquele rosto perfeito, aquele corpo sobre o meu.

Eu já havia visto Lauren de toalha, por uma brincadeira do destino, e não tive como evitar os pensamentos pecaminosos, mas agora eu a olhava diferente.

Também era diferente do olhar de pena que eu tinha no começo, agora eu estava...conectada. As coisas em minha mente pareciam fazer sentido. Eu estava quebrada, Lauren também. Nossas histórias por mais diferentes que fossem acabavam em um mesmo lugar, fundo do poço. Eu tinha sido destinada a Lauren para ajudá-la a subir, mas não sabia que ela também tinha sido destinada a mim para me libertar da escuridão.

Eu adormeci fazendo carinho na garota que estava comigo, adormecido abraçada com a pessoa que estava tomando conta dos meus pensamentos. Eu precisava me afastar, precisava afastar qualquer pensamento que envolvesse Lauren. Não podia deixar o profissional e o sentimental se misturarem e ainda tinha Keana. Eu gostava da garota,  não era certo pensar em outra. Não era certo, mas estava acontecendo. Eu precisava me afastar e tomar uma posição quanto a Keana, eu iria me afastar….se o destino deixasse.

O destino era mesmo um filho da puta e no dia seguinte eu fiz tudo, menos começar a me afastar.

Eu acordei com Lauren gritando por causa de um pesadelo e ver a garota aos prantos me fez ter vontade de fazer apenas uma coisa: a abraçar para não soltar mais. Era horrível presenciar o sofrimento dela.

Keana não atendia minhas ligações e quando o fez eu já tinha feito planos, com Lauren. Passei o dia tentando distrair a garota e decidi que era hora de uma aventura.

Fiz ela colocar uma roupa e fomos até uma praia, minha ideia era simples...tomar banho de mar a noite.

Dirigi cerca de uma hora até uma praia um pouco deserta e quando chegamos algumas pessoas caminhavam pela orla. Levei Lauren até a areia e nos sentamos. Estávamos completamente perdidas olhando para o mar.

Eu só tinha um pensamento: Como  não pensar em Lauren!

Sabe aquelas éticas profissionais? Todas elas batiam em minha cabeça cada vez que eu olhava para ela e sua boca me convidava. Ela era minha cliente, eu devia proteção a ela, não podia me envolver daquela forma. Ao mesmo tempo eu não estava nem ai para nada. Ela era uma pessoa incrível e eu sentia necessidade de estar perto dela, uma necessidade maior que o meu dever.

Algumas vezes durante o nosso momento de silêncio, pude observar Lauren me encarando.

 

Dios, cómo cree que no la estoy viendo? (Meu Deus, será que ela acha que não estou vendo?) - Ela pareceu assustada quando falei em meu melhor sotaque latino.

- Oi?

- Puedo darte una foto mia si quieres admirar sin miedo de que te atrapen. (Posso te dar uma foto minha se quiser admirar sem medo de ser pega.) -  Pisquei de leve.

- Camila.. - A bochecha dela estava rosada, eu havia deixado a garota envergonhada.

- Eu to vendo você me encarando, Jauregui. Você não sabe ser discreta.  Vamos pular? - Eu ja estava em pé e retirei o meu casaco. A garota negou e continuou sentada - Vamos, Lauren.

Os minutos que se passaram foram de Lauren gritando e correndo atrás de mim, após negar a ida até a água e eu a molhar. Éramos duas crianças correndo pela areia da praia. Todos os problemas haviam sido esquecidos.

A cena de Lauren caindo com tudo na areia teria sido a melhor cena da noite se depois disso tudo nós não tivéssemos parado em uma posição perigosa.

Eu estava sentada sobre o corpo de Lauren, encarava sua boca com desejo e sentia suas mãos tocarem com calma a minha cintura. Fechei os olhos e mordi meus lábios. Um filme rápido sobre todos os pontos negativos daquilo passou em minha mente. Do porque eu não poderia beijar Lauren, quanta merda aquilo traria e em um fio de sanidade disse que me afastaria. Mas ela não deixou.

Dizer que ela ainda pensava em outra ou que éramos clientes não foi desculpa o suficiente para a garota que parecia querer o mesmo que eu. Eu a beijei!

A beijei com o desejo que estava reprimindo, minha língua invadiu sua boca e sentiu aquele gosto maravilhoso. Seus lábios macios se encaixavam perfeitamente nos meus e eu não queria que aquele momento terminasse.

Quando nos separamos sorrisos foram trocados mas no fundo, talvez, ela pensasse a mesma coisa que eu. Eu não queria...ou melhor, eu não podia me apaixonar. Era tarde demais, eu já estava apaixonada.

Depois daquele beijo o meu relacionamento com Lauren foi fluindo naturalmente, nenhuma das duas forçava a aproximação, ela acontecia.

Nós tínhamos conversado sobre nossos sentimentos, Lauren pareceu receosa, com medo de tudo. Eu compreendia, era tudo muito novo. Além disso ainda tinha Keana e eu precisava me resolver com ela.

Acordei naquela segunda-feira afim de colocar um ponto final antes que alguém se magoasse. Fui até a cozinha e enquanto tomava meu café mandei uma mensagem para Keana, que não demorou em me responder.

Estava concentrada marcando de me encontrar com a garota quando aquela voz rouca invadiu o meu espaço, Lauren estava linda como sempre. Perfeita!

Ficar admirando sua beleza tinha se tornado o meu hobbie preferido. Conversamos um pouco, trocamos carícias e eu disse que passaria o dia um pouco ocupada, ela não gostou muito mas entendeu.

Eu olhei para o relógio do notebook constatando que a hora do almoço havia chegado, peguei meu celular e haviam duas mensagens. Uma de Lauren, me chamando para almoçar e outra de Keana, confirmando nosso almoço. Respondi as duas, cada uma conforme deveria e juntei minhas coisas depressa para sair.

Quando cheguei no restaurante Keana já estava sentada na mesa de sempre, assim que me aproximei ela levantou o olhar e deu um sorriso torto. Eu tinha certeza que ela já imaginava o que iria acontecer.

 

-Ei, Mila. - Se levantou para me abraçar.

- Hey, Kea. - Beijei sua bochecha com carinho e me sentei. - Você está bem?

- Na medida do possível e você?

-Trabalhando muito? - Eu soltei um suspiro e concordei com a cabeça.

- Os dias tem sido agitados.

- Que bom que encaixou um tempo para conversarmos.

- É, precisávamos desse tempo. - Ela pegou o cardápio e levantou a mão chamando o garçom.

- Então…- Deixou que eu começasse e antes que eu abrisse a boca o homem alto e sorridente parou ao lado de nossa mesa. Ela me olhou fazendo uma pergunta muda e eu não precisei responder. - Salada, para as duas e dois sucos de…- Parou um pouco e me olhou - Laranja. - Sorri e balancei a cabeça.

- Me conhece bem.

- Melhor do que você imagina. - Deu uma piscadela e sorriu.

 

Não tive coragem de iniciar o assunto e ficamos conversando sobre coisas aleatórias até que nossos pratos chegaram. Keana perguntava sobre os meus casos na delegacia, perguntava se a investigação estava indo bem e eu respondia conforme podia, sempre sem mencionar meu envolvimento com Lauren. Por vezes parecia que Keana queria forçar isso, mas não entrei nesse jogo.

 

-Acho que podemos ir para o assunto principal. - Ela disse tomando o último gole do seu suco.

- Kea, nós… Bem, eu acho que ...É que..

- Não precisa gaguejar para me dar um fora, Camila. - Mordi o canto da minha boca e a fitei fundo dos olhos. - Você tem andado distante, aquele dia na boate eu já sabia que tinha te perdido...pra ela. - Ela finalizou.

- Keana, não é bem isso. É que…

- Não precisa mentir para mim, Camila. Qualquer pessoa enxergaria isso, não sou cega.

- Eu sinto muito.

- Ta tudo bem. Eu poderia dizer que vou insistir e tentar te conquistar, mas sei a hora de tirar o meu time de campo.

- Você é uma pessoa maravilhosa, Keana. Merece alguém que goste de você da mesma forma que você gosta dela, alguém que te faça feliz.

- Eu espero encontrar esse alguém. - Segurei a mão da garota por cima da mesa.

- Vai sim.

 

Eu não esperava que Keana fosse ser tão compreensiva, na verdade não esperava que ela fizesse escândalo ou chorasse, mas a reação dela me surpreendeu. Ela era uma pessoa incrível e merecia alguém que fosse ao seu alcance, alguém que a amasse de verdade.

Naquele dia eu passei mais tempo no escritório, precisava acertar algumas coisas da investigação do Michael, o caso estava cada vez mais perto de ser solucionado. O que eu mais queria era chegar logo em casa e abraçar Lauren, beijar aqueles lábios sem peso na consciência agora que era completamente livre. E foi exatamente o que aconteceu, passamos uma noite maravilhosa juntas. A levei ao cinema e ficamos abraçadas como adolescentes que estavam descobrindo o amor.

Meses se passaram desde que Lauren e eu estávamos juntas. Bem, não tínhamos firmado nenhum compromisso, ainda, já que essa era a minha intenção. Eu estava viajando muito a trabalho e nas últimas viagens havia decidido que pediria Lauren  em namoro assim que chegasse em casa.

Aquele dia foi um tanto quanto cansativo, o frio castigava e a neve caía do lado de fora da janela. Lauren tinha tido um pesadelo durante a noite e estávamos sentadas assistindo filmes na sala juntamente com Dinah.

Quando a campainha soou e eu vi Allyson parada na porta meu coração acelerou. A mulher não sabia do meu envolvimento com Lauren, mas bastou apenas nos olhar para saber que algo estava rolando. Ela não achou uma boa ideia, mas era a minha vida. Desde que não atrapalhasse as investigações eu poderia fazer o que quisesse. Ela nos mostrou alguns vídeos que tinha recebido, eram vídeos da Jauregui’s. Da câmera de vigilância. Eu segurava forte as mãos de Lauren enquanto ela olhava as imagens na tela do notebook. Eu sabia que eram imagens fortes, mas ela havia insistido em ver.

Eu já tinha arrumado tudo para o pedido naquela noite e mesmo com medo de que ela estivesse pra baixo e não quisesse sair, resolvi seguir com o plano.

Levei Lauren até o Central Park, jantamos, conversamos e eu a levei para patinar.

 

-Consegue andar de olhos fechados?

 

Minha surpresa estava apenas começando e eu estava torcendo para que ela gostasse. E foi ali, ajoelhada naquela neve, em frente aquele boneco enorme que eu pedi Lauren Jauregui em namoro e ela….aceitou. Eu fiquei em um estado explosivo de alegria. Meu coração saltava em comemoração. Meu corpo reagia a cada impulso, inclusive os que estava sedentos por ter nossas peles grudadas.

Dentro daquele carro, no meio do Central Park, nós trocamos carícias intensas. Nossas respirações se fundiram em uma só e o calor era intenso. Eu precisava mais de Lauren, eu queria experimentar o seu gosto, mostrar todo o meu amor, mas ela ainda não estava preparada.

 

-Não! - Ela gritou e eu parei o que estava fazendo no mesmo minuto.

- Eu fiz algo errado?

- Não… Não é isso. É só que...eu não estou preparada.

 

É claro que ela não estava, ainda estava traumatizada por tudo que tinha acontecido, eu era idiota por não pensar nisso. Decidi que respeitaria o tempo de Lauren, ela já era minha de alma, seria de corpo quando achasse que era a hora.

Estávamos vivendo uma fase perfeita. O natal estava se aproximando e tudo indicava que Michael seria preso antes do fim do ano.

Minha casa estava cheia de amigos, Allyson havia aceitado Lauren como minha namorada e eu estava feliz por isso. Em meios as comemorações, horas antes do natal, a campainha tocou, o que era estranho já que todos os convidados estavam ali. Me levantei e fui até a porta e quando abri vi uma figura desconhecida para mim, mas pela reação de Lauren e suas amigas era alguém que não deveria estar ali.

Seu nome era Cara e ela tinha acabado de destruir o jardim que estava o meu namoro. Por tudo que me contaram a garota deveria estar morta, mas ao invés disso estava em um dos meus quartos de hóspedes junto com uma criança que com certeza era seu filho. Entrei no quarto em que Lauren conversava com Taylor, responsável pela surpresa indesejável, e a garota me sorriu triste. Se sentia culpada pelo clima estranho, a culpa não era dela.

Eu poderia xingar e reclamar, mas não tive tempo para isso porque Lauren juntou nossos lábios e tratou de me dar o meu presente de natal, ela.

Foi a nossa primeira vez e eu não consigo colocar em palavras o que eu senti ao ter Lauren em meus braços. Foi mágico! Em meio a todo aquele tumulto e a minha insegurança por causa da garota que havia aparecido de repente em minha porta, não poderia ter acontecido coisa melhor.

Eu poderia dizer que a parte mais difícil foi ter Cara em meu apartamento, mas nem chegava perto do que estava nos esperando. Na manhã de natal ela e Lauren saíram para conversar e eu fiquei em casa arrumando as coisas com as meninas.

 

- Acha que..

- Não complete - Dinah interrompeu Maia. Eu estava na cozinha ajeitando os ingredientes para o almoço.

- É que ta na cara que ela ainda sente algo pela Laur.

- Não interessa, Maia. Ela sumiu por anos e simplesmente apareceu como se nada tivesse acontecido.

- Meninas, pode ser que tenha acontecido algo.

- Mani, só..não tenta defender. - Dinah estava irritada com a volta da garota. - Ela não passa de um fantasma para mim e eu espero que a Laur não perdoe ela.

- Não seja assim!

- Não ser assim? - Ela riu. - Lauren sofreu achando que ela tinha morrido, sabe o quanto ela sofreu?

- Não, mas pos…

- Não diga que pode imaginar, você não pode, Normani. - Dinah abriu a geladeira e pegou uma garrafa com água, em seguida caminhou até a bancada e encheu um copo. - Tudo lá dentro é mil vezes mais intenso do que aqui fora. O que elas viveram foi real. - Me corpo travou, eu não queria ouvir sobre a relação amorosa das duas. - Elas estavam lá uma para a outra, o tempo inteiro. Dava para ver que era amor. - Tomou um longo gole da água. - Do nada a garota sumiu e Lauren recebeu a notícia que ela estava morta, ela ficou sem chão. Ai agora, quando ela está seguindo a vida ela vem e bate na porta, não da pra aceitar.

- A gente pode...sei lá, falar de outra coisa? - Interrompi e elas assentiram. - Acho que isso é coisa dela com a Lauren, não temos que ficar falando.

 

Eu estava agoniada com a demora das duas, minha insegurança martelava em meu peito, será que isso atrapalharia o meu namoro com Lauren?

Algumas horas depois as duas entraram, eu estava colocando os pratos na mesa e sorri para Lauren, tentando esconder o quão preocupada eu estava. A refeição seguiu tranquila, sem grandes emoções. Tudo estava bem até demais.

 

- Vamos para alguma balada hoje? - Dinah perguntou animada e as meninas concordaram em ir. Com exceção de Lauren que me abraçou de lado e disse que preferia ficar comigo.

- Eu tenho que estar no departamento amanhã bem cedo, preciso acertar os últimos detalhes antes de viajar e finalmente prender Michael. - As meninas ficaram sérias, todos sabiam da gravidade da situação, mas estranhamente, assim que terminei de falar, Cara se levantou da mesa. Sem dizer uma palavra se dirigiu para o quarto. Aquela atitude era no mínimo estranha, mas preferi não falar nada.

Passei o restante do dia curtindo a minha namorada, lhe entreguei o seu presente que havia escolhido com tanto carinho, fiquei feliz em saber que ela tinha amado. Assistimos filmes, séries, ficamos abraçadas e eu adormeci ao seu lado. Tudo tranquilo e calmo, mas a tempestade viria no outro dia.

Cara já estava na porta do apartamento se preparando para ir embora, Lauren insistia em levá-la para o aeroporto, ela negou todas as vezes.

 

- Que isso, loira. Vamos todas! - Maia disse e apertou o ombro da garota que estava parada em frente a porta.

- Não! - Respondeu ríspida. - Que inferno! Fiquem aqui, é muito mais seguro para todos.

 

De repente minha mente começou a se abrir, eu estava com uma implicância com Cara devido ao ciúme? Sim! Porém desde o início algo me deixou intrigada, a garota se incomodava e ficava completamente desconcertada sempre que tocávamos no assunto Michael ou Jauregui’s, mas eu estava tentando ignorar isso, afinal não podia acreditar que a garota fosse capaz de …

 

- Eu armei para você, Lauren. - Eu estava perdida em meus pensamentos e suposições quando a garota confessou. Era possível ouvir uma agulha cair no chão, o silêncio era perturbador. Uma onda de ódio percorreu o meu corpo, eu lutei todo esse tempo para proteger Lauren e as pessoas que ela ama para uma filha da puta ressurgir do inferno e destruir tudo? Não, não mesmo!

- Sua filha da puta! - Meu corpo se moveu quando minha mente se encheu de ódio, fui para cima da garota e a empurrei com força contra a parede, pouco me importava se o filho dela estava vendo, se ela ia se quebrar inteira ou morrer, eu estava com ódio. Ódio pelo sofrimento que ela tinha feito Lauren passar e agora provavelmente por causa dela passaria novamente. Eu sentia braços em mim, mas não sabia identificar se eram de Cara tentando se soltar ou das garotas, eu não escutava nada ao meu redor, apenas o barulho da minha mão em seu rosto. Eu socava a loira sem piedade. Senti braços fortes me segurarem e me arrancarem de cima de Cara, era Ryan. Ele saiu praticamente me arrastando até o meu quarto, eu tentava apoiar meus pés firmes no chão para que ele me deixasse, mas era em vão. - Me solta, Ryan! - Ele me jogou dentro do quarto e fechou a porta, assim que Normani entrou ele fechou e ficou na frente. Eu comecei a gritar e xingar tudo que conseguia. - Me deixem acabar com aquela vadia.

- Não vale a pena..- Trinquei os dentes ao ouvir Normani falar.

- Não vale? Você está louuca? - Gritei - Ela armou, destruiu toda a minha investigação.

- Ela deve ter uma explicação, Cami..

- Que porra de explicação, Ryan? Não existe explicação! Me deixem voltar pra terminar o que eu comecei.- Ryan me empurrou pelo quarto e me jogou dentro do banheiro, pegou a chave e me trancou pelo lado de fora. Eu comecei a gritar e dar socos na porta. - Você está maluco? Abra essa porra, Ryan!

- Você vai ficar aí até se acalmar e ser capaz de ir ajudar sua namorada que deve estar passando por uma merda na sala. - Foi como um tiro que me acordou, eu estava ali enquanto Lauren estava sozinha na sala com aquela garota. Eu ainda nem sabia o que ela tinha feito mas já temia pela vida de Lauren.

 

Me joguei no chão do banheiro tentando me acalmar, eu ouvia Ryan e Normani conversando do lado de fora e pedi algumas vezes para que eles abrissem, depois de um certo tempo e eu completamente calma, eles abriram.

Os dois me abraçaram e eu me permiti chorar um pouco, tinha medo, tinha muito medo que algo acontecesse e eu quebrasse a minha promessa. Após mais alguns minutos me recompus e voltei para a sala, esperava encontrar Cara fora da minha casa, mas a cena foi diferente. Lauren estava abraçada com Maia, chorava baixinho e Cara ainda estava escorada na parede, em silêncio.

 

- Que porra você ainda está fazendo aqui? - Tentei avançar para cima dela, mas Ryan me segurou novamente.

- Garota, você ainda não foi embora? Você quer morrer? Alguém liga para a polícia.

- Eu sou a polícia! - Gritei e tentei me soltar. - Me solta que eu vou matar essa vadia. - Lauren se aproximou de mim, parecia querer me acalmar. Como ela conseguia? A garota ia destruir a vida dela.

- Eu só quero explicar. - A garota falou baixo, mas em um tom que todos escutassem.

- Quero que você e suas explicações vão para o inferno. - Em uma atitude desesperada mordi o braço de Ryan e ele gritou, mas não me soltou. - Me solta, seu estúpido!

- Lauren, por favor. Você precisa me escutar. - Eu não podia acreditar naquilo, Lauren ia cair naquele truque dos olhos caídos? - Você me conhece, sabe qu..

- Você vai escutar essa garota, Lauren? - Não deixei que ela terminasse de falar - Tirem essa piranha do meu apartamento agora! - Me virei para a garota, meu olhar era mortal.

- Você sabe que teve um motivo, Laur. - A garota soltou o apelido e Lauren caminhou em direção a ela. NÃO!

- Não me chame de Laur, só meus amigos me chamam assim - Se fodeu.

- Lauren, eu..- Lauren soltou um tapa no rosto da garota, o barulho ecoou pelo apartamento e eu quase gritei de euforia. A garota não se abalou, olhou para o chão, para o garoto que estava lá e continuou. - Era isso ou perder a coisa mais preciosa da minha vida.

- Mentira! - Gritei novamente tentando me soltar dos braços de Ryan.

- Quando você for mãe vai saber que é capaz de qualquer coisa, até mesmo vender sua alma ao demônio para que seu filho fique bem. - Pela primeira vez em toda aquela conversa a garota havia acertado em cheio. Pela primeira vez eu vi em seu olhar que ela poderia estar falando a verdade. Não interrompi mais, deixei que a garota se explicasse. Todos ali decidiram fazer o mesmo, escutavam com atenção as explicações dela.

 

Estávamos atentos ao que Cara falava, minha mente já trabalhava pensando no que fazer com cada informação daquela. Seria útil se eu soubesse usar

 

- Eu não confio em você - Me aproximei com a cara fechada - Mas se o que você está falando é realmente verdade eu vou precisar saber de mais coisas para tentar virar o jogo que a gente achava que estava ganhando. - A loira se levantou e colocou o seu filho no sofá da sala.

- Eu sei que errei. Sei que traí sua confiança, Lauren. Mas eu me arrependi.

- Então prove e continue falando! - Puxei Lauren pela cintura e deixei nossos corpos colados, Cara nos analisou bem antes de continuar a falar.

 

Após mais alguns minutos de histórias e de como ela foi forçada a ajudar Michael, eu já estava convencida de que ela falava a verdade.

Cara contou tudo o que havia falado para Michael e que não sabia o que fazer para resolver a situação, pelo menos havia sido sincera em cada detalhe.

 

- Ele vai me matar. - Lauren falou baixo.

- Não vai! - Segurei o seu rosto e a fiz olhar para mim - Eu prometi que te protegeria e vou continuar fazendo isso. - Beijei a testa da morena e voltei o olhar para Cara. - Olha, garota...Eu não gostei de você desde o momento que entrou pela porta do meu apartamento sem ser convidada, no início era ciúme porque eu sei que você gosta da Lauren e quer ela para você…

- Eu respeito vocês duas..

- Não terminei. - Cortei a garota falando um pouco mais alto. - Mas quando você revelou sua verdadeira intenção deixou de ser ciúme, você é um perigo para Lauren e sendo assim é minha inimiga.

- Não sou mais um perigo, eu quero ajudar. - Revirei os olhos.

- Vamos fazer o seguinte..eu finjo que acredito em você e você cala a boca! - Tirei meu celular do bolso e liguei para Allyson, pedi unidades para a prisão de Michael e pedi que todos estivessem no aeroporto, eu tinha o plano perfeito. - É melhor você colaborar ou o único enterro que teremos será o seu. - Falei séria e virei as costas, precisava me preparar seria uma guerra fodida.

Eu estava tensa, o caminho para o aeroporto era silencioso. Não sabia o que me esperava, poderia dar tudo certo ou tudo completamente errado. Um mínimo erro detonaria tudo. Tinha que ser tudo perfeito. As garotas seguiram com o combinado e já esperavam que Michael as abordasse, eu olhava tudo de longe. Estava preocupada porque não via sinal nenhum da polícia, se as coisas ficassem feias eu estaria morta. Foi quando ele apareceu, de longe eu vi quando ele puxou Lauren para mais perto, o rosto da minha namorada era tomado de medo, ela tinha medo da morte. Eles começaram a se movimentar e eu fazia o possível para não perdê-los de vista enquanto ao mesmo tempo chamava reforços. Desceram as escadas e eu senti um frio percorrer minha barriga, o subsolo seria mais difícil ainda. Michael era esperto, ele sabia que alguém iria atrás dele, afinal tinha contado com uma ajudinha extra. Me arrastei  atrás de alguns carros e dei um passo em falso, foi quando os capangas de Michael me viram e eu achei que seria o meu fim. Levantei minha arma e apontei para Michael, caminhava lentamente enquanto algumas armas eram apontadas diretamente para a minha cabeça, apertava a arma com tanta força que parecia que meus dedos iriam se fundir.

Ele ameaçava atirar em Lauren e eu tentava ganhar tempo para que o reforço chegasse, eu cheguei a duvidar que ele seria capaz de atirar em sua própria filha, mas me lembrei de tudo que ele já havia feito. No meio da discussão dei um tiro para o alto apenas para ver Michael gargalhar enquanto debochava da minha cara, ele não estava errado. Eu era apenas uma.

 

- Não seria tão ruim assim matar essa puta na sua frente. - Meu rosto queimava de nervoso, eu só queria atirar nas bolas daquele nojento.

- Solte a garota, Michael! Você não tem para onde ir, não dificulte as coisas. - Eu já escutava algumas sirenes do lado de fora, sentimento de alívio, mas não estava acabado. Não até que eles chegassem ali. Ele ficou desesperado ao ouvir os carros, balançava a arma freneticamente e com um único golpe soltou Lauren no chão. Achei que ele me deixaria ali, mas senti suas mãos segurarem os cabelos da minha amada, golpeou forte seu rosto e enquanto o sangue descia eu podia ver o desespero em seu olhar.

 

Ele estava transtornado por ter sido enganado, ele não aceitava que estava perdendo. Cada vez mais ele mexia a arma, estava nervoso. As coisas estavam complicadas, mas estavam dando certo, estávamos com tempo, o reforço já estava chegando, mas novamente cometemos um erro.

Cara gritou e chamou a atenção de Michael, ele disparou contra ela e eu corri para trás de um dos carros, eu estava em desvantagem, precisava pensar. Ainda escondida procurei uma posição favorável e atirei contra um dos capangas de Michael, o rito atingiu sua perna e ele caiu gritando de dor, os tiros continuavam e Michael estava abaixado com Lauren ao seu lado. Eu não conseguia ver nada.

 

- Droga, Allyson! Onde está você? - Praguejei enquanto continuava trocando tiros. Precisei recarregar minha arma duas vezes e continuava tentando, me abaixei e acertei mais um tiro, também na perna do outro capanga, os dois estavam caídos. Respirei fundo e virei o corpo dando dois tiros certeiros, um em cada. Os tiros pararam e eu não sabia o que aconteceria em seguida, não tinha tanta visão e Michael. Me levantei para atirar bem na hora que vi Cara se jogando contra o corpo de Michael, ele atirou em Cara e eu disparei contra ele, o tiro acertou e ele caiu.  - Jogue sua arma para longe, Michael. Acabou! - Eu gritei enquanto me aproximava. Ele chutou sua arma para mim e eu deixei o ar sair devagar, estava acabando. Mas antes que eu pudesse reagir ele disparou um tiro certeiro em Lauren. O desgraçado tinha uma arma escondida. Eu corri gritando em direção a garota sem nem me preocupar que Michael estava fugindo. Me joguei no chão perto da morena e em poucos minutos minhas mãos estavam cobertas por sangue.

- Vá...atrás...dele - Ela tentou falar com dificuldade. - Poo-or favor. - Eu negava com a cabeça, não a deixaria ali. Puxei meu telefone e pedi uma ambulância, as lágrimas desciam correndo pelo meu rosto. Ouvi o carro de Michael sair pelo estacionamento, tentei atirar em seus pneus, mas foi inútil. Olhei para Lauren e ela suplicava que eu a deixasse e fosse atrás de Michael. Droga!

- Onde está a droga do reforço, Allyson. - Eu gritava no telefone - Porra! Lauren e Cara estão gravemente feridas e eu estou indo atrás do Michael...certifique-se que elas ficarão vivas! - Olhei para Lauren e antes de sair beijei sua testa, corri para um dos carros e acelerei o máximo que consegui.

 

Meu coração pedia para ficar, mas minha mente queria vingança, vingança por Lauren, vingança por todas as meninas que ele tinha maltratado. Eu iria matar Michael, não queria ele vivo, ele iria pagar!

Avistei  o carro indo rápido pela rodovia e acelerei ainda mais, quando me aproximei do carro tentei disparar contra, mas não adiantava. Michael pegou uma entrada que estava um pouco mais deserta, eu sabia onde aquilo daria, mas ele não. Entramos por uma estrada de chão, a poeira subia impedindo a visão, mas nada me atrapalharia, eu pegaria aquele desgraçado. Quando a estrada de chão teve fim começamos a subir a serra, era a chance perfeita. Atirei sem dó no carro de Michael até que finalmente acertei seus pneus. Vi o carro parar aos poucos e Michael sair do carro tentando correr, de longe eu atirei em sua outra perna e ele caiu no chão, assim que me aproximei ele pegou a arma para atirar em mim, mas eu dei um chute em sua mão fazendo a arma cair. Chutei entre suas pernas e ouvi o seu grito de dor, apontei minha arma para sua cabeça e ele mal conseguia ficar com os olhos abertos.

 

- Olá, Camila. Finalmente estou conhecendo a pessoa que anda comendo a puta da minha filha. - Ao ouvi-lo falar pisei em sua barriga e o grito dele ecoou pela montanhas, acertei um chute forte em seu rosto fazendo com que ele cuspisse sangue. Ele sorriu, doente! - Nossa, ela é forte!

- Você é um animal!

- Você ainda não me viu na cama, detetive - Fiz uma cara de nojo. - Mas você não gosta da fruta não é mesmo? - Apertei meu pé contra o seu pescoço enquanto a arma permanecia apontada para sua cabeça.

- Acabou, Michael!

- Você não pode me matar, sua vadiazinha de merda. - Apertei mais o seu pescoço.

- Tem certeza, eu não posso. - Dei mais um chute em seu rosto e o puxei pela blusa, seu corpo se arrastava no asfalto quente. Eu escutava seus gemidos, mas não me importava com eles. Retirei minha algema do bolso e prendi o braço de Michael na porta do carro.

- O que você vai fazer? - Ignorei sua pergunta e fui até o capo do carro onde abri e soltei algumas coisas para que o óleo vazasse. - Você não pode fazer isso! - Ele gritava. Eu dei a volta e entrei no carro, ligando e preparando as modificações necessárias para minha ideia. - Você tem que me levar para  a polícia.

- Eu sou a polícia! - Peguei meu isqueiro e acendi jogando-o sobre o capo do carro. Entrei rapidamente e prendi o pedal do acelerador. - Queime no inferno - Ele gritava enquanto o fogo se espalhava e seu corpo era arrastado pelo chão. O carro seguia sem direção e eu observava os gritos de Michael enquanto o carro chegava cada vez mais perto de cair. Sorri vitoriosa quando não escutei mais os gritos do cafetão e seu corro rolava morro abaixo.

 

Eu havia vingado Lauren e estava satisfeita com isso, já estava sentada observando a garota enquanto ela perguntava sobre o seu pai


- Ele morreu, Lo. Não sei como aconteceu!


Notas Finais


Até a próxima ><


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