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História Je poétique - Fim


Escrita por: MaNaMa

Notas do Autor


Esse eu realmente me surpreendei! Tem toda uma história oculta por trás desse poema que...eu nem consegui escolher uma foto pro capítulo, todas que eu achei eram vazias de alguma forma...mas acho que não vamos prercisar de fotos!

Boa leitura!

Capítulo 4 - Fim


Não se renda...

Não se renda...

Não se renda...

...

Tarde demais.

 

Doía muito, muito mesmo.

Era pior que um golpe

certeiro nas costas,

de chegar atravessar a alma.

Era um pesadelo.

Ou antes fosse.

 

“A traição dói porque nunca vem dos nossos inimigos”

 

Eu não sabia o que era.

Eu não sabia o que eu sentia.

Era medo, 

Desconforto, 

Ansiedade,

e uma intensa vontade de me jogar de um prédio

ou de dormir e nunca mais acordar.

 

Estava confusa,

não conseguia pensar.

Meu coração palpitava.

A respiração acelerava.

 

Eu queria gritar, e gritei.

Eu queria chorar, bem, já estava chorando.

...

Um sentimento nunca sentido antes

Por essa minha alma tão azarada.

 

Eu não estava bem.

Escutava meu nome à ser chamado,

mas não voltaria atrás.

Olhai para trás, pela última vez.

Rostos preocupados me encaravam,

apressei o passo. Passei a correr.

 

Não posso continuar assim.

Não posso continuar aqui.

Não quero e não posso suportar tudo isso.

Ah como dói.  

 

Não quero que ninguém jamais passe por isso.

Nem meu maio inimigo.

O amor.

Foi ele quem me desmoronou.

 

Porque eu sou tão tola?

Porque ele fez isso comigo?

De novo.

Eu não sou de ferro.

Muito menos de material indestrutível. Sintético.

 

Já me cansei de ser apunhalada pelas costas.

Facadas doem sabia?

Antes fossem facadas.

Mas esse tipo de dor que estou sentindo,

Só o amor pode fazer.

 

Eu não aguento mais.

Os gritos pelo meu nome iam ficando menos nítidos. 

Eram vozes feministas e masculinas.

Eram os meus amigos.

Nenhum deles imagina o que eu estou passando.

Quero dizer, eles sabem, mas nunca passaram por isso.

 

Queria ter me despedido.

Apressei o passo.

Rumei ao ponto de ônibus.

Sente-me e fiquei esperando.

 

Dois minutos.

Esse foi o tempo que levei pra tomar minha decisão.

 

Respiração ainda ofegante.

Entrei no ônibus decidida.

Por incrível que pareça não estava com medo.

Estava determinada e leve.

 

Não havia mais vida, não em mim.

Eu cansei.

Cansei de ser iludida.

De alimentar falsas esperanças,

de ser feita de boba por todos.

 

Precisava de consolo.

Talvez isso me fizesse mudar de ideia.

A memória de meus pais me veio em mente.

Decidi telefoná-los.

 

Chamou...

Chamou...

Chamou...

 

Caixa Postal.

Droga!

Onde estavam?

Preciso tanto deles!

Não seja egoísta — disse a mim mesma.

 

Liguei para o celular de casa.

Nada.

Deixei um recado.

Mas soou mais como uma despedida.

Afinal, era o que era.

Eu estava partindo, para nunca mais voltar.

 

Disse para não ficarem preocupados.

Que nada daquilo era culpa deles.

E que os amava,

mais que tudo.

Ou quase tudo.

 

Mas que não dava pra continuar,

do jeito que está.

Disse que não me esperassem pro jantar.

E que eu nunca mais vou voltar.

 

Pois quando esse recado escutarem,

se Deus quiser,

ao seu lado eu vou estar.

 

Acredito em vida após a morte.

Reencarnação.

Quem sabe não nos encontramos de novo?

Espero vocês.

Mas não se apressem tá? Curtam bastante.

 

Adeus papai, adeus mamãe.

Sinto muito por tudo acabar assim.

Sinto muito por não me despedir.

E por estar fazendo isso com vocês.

E peço para que cuidem um do outro.

Mas por favor, vejam pelo meu lado.

 

Eu estava infeliz.

Preconceito;

Inveja;

Bulimia,

Bullying.

Ah sim, eu sofro bullying!

E umas coisinhas mais.

 

Vocês não sabiam não é?

Se soubessem teriam feito de tudo, eu sei.

Só não queria deixá-los preocupados.

E vejam aonde eu estou agora.

Prestes a me jogar da ponte.

 

Tudo por conta dele.

Vocês o conhecem.

Ele é famoso.

Os trataram bem.

Ele também.

Tudo ilusão.

 

Aquele garoto que foi lá em casa semana passada.

Ah, sempre tem um garoto.

Ficou quase uma hora conversando comigo.

Ele queria terminar. Estávamos namorando.

Agora entendo por que não queria assumir.

Disse que eu era só mais uma.

 

E no fundo eu sabia disso.

Mas eu temia profundamente a verdade.

Quis acreditar que ele havia mudado.

Por mim.

Ilusão a minha não?

 

Fiquei mal claro.

Decepcionada.

Não queria mais viver. E é isso que estou fazendo agora.

Burra, eu era só mais uma.

Mas ele nunca vai me esquecer.

E esse é meu consolo agora.

 

Ele vai sofrer também.

Ele vai ter o que merece.

Não sujem suas mãos,

por favor.

 

E nem fiquem de luto por muito tempo.

Sabem que eu nunca gostei de vê-los tristes.

Pensem que eu estou feliz onde estou.

Que essa foi minha decisão.

A decisão da minha vida.

 

Eu sempre vou amá-los.

Vocês são tudo o que eu tenho de valor.

Vocês me ensinaram o valor da vida.

Obrigada, de verdade.

E amo vocês, papai e mamãe.

Da sua filhota do coração.

 

 

 

Fim.

 


Notas Finais


...


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