História Jikook — Meu dono (ABO) - Chapter XXXIX

            Park Jimin Pov

Jungkook havia ficado pensativo com o meu pedido, as pontas de seus dedos batucavam lentamente no volante, apertando-o em seguida, mantendo sua atenção na estrada. 

— E então...? — Insisti ansioso. Já havia se passado mais de 4 meses que eu não via o mais velho e mesmo depois do que ele fez, eu o amo e ele continua sendo meu pai. Se dependesse de mim, nunca mais pisaria o pé naquela casa que só me trás lembranças ruins, mas irei pelo meu pai. Só de pensar que aquela mulher estará lá, meu estômago se revirava, em cogitar a ideia de ainda vê-la algum dia.

— Você tem certeza? — Se pronunciou depois de alguns segundos em silêncio, me tirando do meu transe.

— Claro. Ele é meu pai. Eu não posso simplesmente abandoná-lo assim. — Lhe olhei, vendo como seus lábios estavam crispados um no outro e sua expressão séria. Parecia receoso.

Talvez ele esteja assim pelo fato de ter que ficar de cara novamente com a pessoa à qual ele pediu o filho no lugar de uma ajuda. Não é pra menos, se fosse a alguns meses atrás. Iria pedir para o meu pai linchar o alfa.

— Mesmo depois do que ele fez, Jimin? Ele ao menos te fez uma ligação para saber se estava bem ou não. — Fiquei pensativo e dei levemente de ombros.

— Lembrar disso Ainda me machuca. Eu só quero ver se ele está bem...mesmo que ele não tenha tido a mesma preocupação comigo. — Falei triste, soltando um suspiro.

— Minie...isso não vai te fazer bem!

— Vai, Jungkookie... — Chamei seu nome com um tom manhoso e baixo. Descobri que é seu ponto fraco. Ele nunca me nega nada quando falo dessa forma com si. 

— Eu não sei...seu pai vai querer me matar. — Murmurou me fazendo dar um sorrisinho sapeca e levar minha mão até sua coxa onde deixei uma leve carícia.

— Está mesmo com medo do meu pai? — O vi me olhar de relance e negar com a cabeça.

— A única pessoa que me dá medo nessa vida é você. Eu sobrevivi ao seus ataques. Significa que estou pronto pra qualquer coisa que vier. — Sabia que estava brincando por conta do sorriso divertido que tinha em seus lábios.

— Bobo! Vai me levar ou não!?

— Você venceu. Iremos ver seu pai e não me alisa tanto se não vou querer um replay daquela nossa noite aqui no carro! — Corei no mesmo instante, apertando com força sua coxa.

— Seu pervertido!

[...]

Me senti nervoso ao estar já de frente com a porta da minha antiga casa. Meu coração faltava sair pela boca de tanta ansiedade! Toquei a campainha e não demorou muito para que a porta fosse aberta, revelando meu appa com os olhos arregalados assim que me viu.

— Jimin? Meu Deus! Que surpresa boa! Estava com tanta saudade de você, meu filho! — Mal tive tempo de raciocinar já que meu pai já veio me abraçando com tudo. — Venham, entrem. 

Deu espaço, assim que nos desvencilhamos do abraço, mas parecia ter se dado conta da presença do maior apenas quando entramos e meu pai fechou a porta.

— Jeon?

— Sr.Park. — Comprimentou se posicionando ao meu lado. O olhar preocupado do meu pai logo vasculhou meu rosto, procurando algo em mim que denunciasse mais tratos ou coisa parecida. Até seu olhar para no meu pescoço.

— Ele lhe machucou? Te obrigou a fazer alguma coisa que não queria? Não me esconda nada, Jimin! — Disparou nas pergunto mantinha seu olhar sério em Jeon. Meu appa estava ao ponto de assassina-lo apenas com o olhar.

— E essas marcas no seu pescoço? Não me diga que ele te violou!? — Rosnou enciumado, fechando seus punhos enquanto encarava Jeon, estreitando os olhos.

— Eu não... — Jungkook começou mais foi cortado bruscamente por meu pai. Até mesmo eu me assustei.

— Eu estou falando com o meu filho. Você não se intrometa! Dentro da sua empresa você manda, mas aqui é diferente! — Meu appa ditou, olhando Jungkook que deu um passo para trás mas permaneceu próximo à mim. 

Ele não havia baixado a guarda, até porque os dois são lúpus e eles sempre quererem mostras quem manda no recinto, mas moreno permaneceu calado. Por respeito...talvez.

— Pai! Não precisa disso. Jungkook não fez nada comigo! — Resmunguei sendo acolhido por seus braços, em um forte abraço paterno.

— Senti sua falta, filho...Me desculpa pelo o que te fiz, não deveria ter te vendido dessa forma. — Sussurrou acariciando meus fios com a outra mão. Um sorriso triste adornou meus lábios, ao menos consegui retribuir seu abraço.

Ele diz se arrepender mas não foi uma única vez me ver, ligou ou se importou no dia em que me viu chorando depois da notícia que ele havia me dado sobre a minha liberdade está comprometida.

— Eu também senti. A casa está tão silenciosa...cada Sun-hee? — Perguntei me afastando si devagar. O desconforto estava nítido em minha expressão. Não consigo desculpa-li assim. 

Estranhei já que a mocreia sempre gostou de se exibir para as visitas.

— É uma história longa. Ela pediu um tempo e foi embora. — O olhei surpreso com aquela notícia. Isso do nada? — Mas de qualquer forma. Isso não tem importância, estava me sentindo sufocado. — Resmungou.

— Sabe pra onde ela se mudou? — Foi a vez de Jungkook se pronunciar, seu olhar estava sério, assim como se maxilar bem moldado estava travado.

— Eu não sei, Jeon. — Meu pai respondeu, mudando seu tom doce que usava pra falar comigo, para uma mais sério. Vai demorar até que meu pai crie simpatia com o moreno...mas talvez, eu nem queira que isso aconteça.

— Vamos deixar esse assunto de lado. Mas me diga filho, parece que estão muito bem. Estão namorando? — Corei ao ouvir sua pergunta e neguei com a cabeça.

— Como não? Eu espero que você não esteja apenas usando meu filho como um objeto sexual, Jungkook! Por eu juro que se eu descobrir que é isso que está acontecendo. Você vai ver o que irá acontecer com você! — O maxilar do meu pai estava travado. Sempre foi ciumento comigo, tanto que dizia que eu só iria ter um namorado ou coisa parecida lá para os 30 anos. Exagero? Talvez, mas ele sempre foi do tipo protetor. Sempre me defendeu com unhas e dentes. Sou seu único filho, ômega Ainda por cima. Acaba que seu ciúmes duplica de tamanho.

Mas não faz sentido, quando ele me vendeu para o alfa...ele sabia que existiria a possibilidade dele me querer apenas como um mero brinquedinho sexual já que, a partir do momento em que ele assinou o contrato, eu passei a ser "posse" do Jungkook. Mas o que deixa mais aliviado com o moreno é que, ele nunca me tratou como um mero objeto.

— Eu vou pedi-lo em namoro, Sr.Park. Estou apenas esperando o momento certo! Estamos nos entendendo e recomeçando tudo novamente por agora...não quero me desesperar e fazer as coisa na pressa novamente.  — Respondeu, se posicionando ao meu lado e me estendeu sua mão. Sorri levemente, esquecendo daquelas lembranças e mágoas, segurando em sua mão e entrelacei nossos dedos. 

Aquilo havia se tornado um mania e já me via viciado na companhia do alfa. Eu fui duro com ele, mas ele mereceu e agora que estamos "recomeçando" novamente, como se estivéssemos nos conhecendo e entendo por agora, deixei meu lado egoista de  lado e parei de pensar apenas pelo meu lado e ver o dele também. 

Jungkook tem se mostrado um alfa fofo, carinhoso, atencioso e bem safado sempre que tem oportunidade. Mas não posso negar que também gosto daquilo, ele me faz sentir coisas diferentes...como se o ódio tivesse evaporado de dentro de mim, dando lugar para sentimentos bons, nunca sentidos por mim e estou liberando-o aos poucos.

— E sobre tratá-lo como um brinquedo. Eu amo seu filho e meus planos com ele vão muito além disso que está pensando! — Meus pequenos olhos se arregalaram ao ouvir aquele declaração indireta sua. Ele havia dito para o meu pai que me ama? 

Minhas bochechas ficaram vermelhas. Sentia a vergonha me abraçar em cheio. Não esperava por aquilo. Não esperava ele dizer o que sente por mim para o meu próprio pai!

Vi a expressão do meu pai se suavizar e um pequeno sorriso dar sinal de aparecer. Nem sei se foi um sorriso verdadeiro. Mas o que havia mexido mesmo comigo havia sido as palavras de Jungkook. Um futuro comigo?

 — Acho bom mesmo. Se ele não cumprir, meu bebê. Pode deixar que eu mesmo irei capar esse alfa! — Assim como Jungkook, arregalei meus olhos e engoli em seco. — Estou brincando. Venham vocês precisam me contar tudo sobre como tem sido esses últimos tempos. — Fez sinal para que fossemos atrás de si, no sofá. Iria negar já que não estava me sentindo muito bem ali.

— Meu filho tem uma personalidade difícil de lidar, Jeon. Espero que ele não tenha batida ou feito alguma coisa com você. — Sorri sem graça, tentando disfarçar ao pigarrear baixo.

— Então, Sr.Park. Iremos precisar do restante da tarde e à noite inteira para listas quantas vezes eu sofri na mão dele!

Eu fiquei apenas quieto no sofá, sem poder me defender ao ouvir o mais velho ir tagarelando com meu appa. Ele contou até mesmo do rodo! Mas logo parou ao ver meu olhar sério sobre si, mudando de assunto rapidamente e logo estavam conversando sobre assuntos empresarial.

 Parece que Jeon tem o dom de conquistar todos...até meu pai havia deixado de lhe fuzilar e já conversavam como...amigos? Acabou que fiquei de lado apenas observando. Mas não deixei de dar um pequeno sorriso fraco fitando os dois alfas, disfarçadamente.

Mesmo que ele seja meu pai, ainda existe dentro de mim a tristeza do dia em que ele me vendeu como uma bela mercadoria, sem se importar com minha escolha ou sonhos. Aquele dia havia sido o pior da minha vida ...perdoa-lo não será algo fácil, mas estou disposto a tentar já que...isso é passado, mas não agora.