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História Joaninha de fogo - O meu primeiro amigo


Escrita por: Elisynoir

Notas do Autor


Oi gente!
Aqui está mais um capítulo.
Espero que gostem!
Boa leitura!

Capítulo 8 - O meu primeiro amigo


Fanfic / Fanfiction Joaninha de fogo - O meu primeiro amigo

Pov. Marinette

Passaram algumas semanas desde o meu primeiro projeto. Este foi muito bem sucedido e ajudei muitas crianças e adolescentes a ultrapassar dificuldades.

Fui-me aproximando do Chat e da Volpina, que a pouco tempo se revelavam capazes das posições de braço direito e esquerdo.

Quando chegámos ao dia em que acabamos o projeto, quisemos festejar. Iríamos a uma discoteca ou a um bar, mas precisávamos de partilhar a nossa alegria com o mundo. Mas em que mundo é que ajudamos as pessoas e ainda ganhamos dinheiro para continuar a ajudar? Só mesmo no meu...

Apresentei-me na porta da discoteca e dei o meu nome falso ao porteiro. Ele ao ver o meu nome falso, deixou-nos passar todos à borla.

Foi uma noite deveras interessante. Não me lembro de alguma vez ter ido a uma discoteca. Nunca tivera amigos, por isso não via propósito para isso. Mas agora que experimentara, tinha sido tudo muito diferente do que eu costumava pensar.

E era espetacular ter pessoas a trabalhar para mim, sem saberem quem eu era, não podendo julgar-me pela minha verdadeira aparência, mas sim pela minha verdadeira personalidade.
E também era muito bom, a sensação de ter amigos por fim, apesar dos meus funcionários não serem meus amigos. Porém, como nunca tivera amigos, aquilo era o mais perto de amigos que eu alguma vez eu tinha tido.

Não me lembro de quase nada da noite, porque acho que me embebedei (pela primeira vez). Como não sabia dançar, isso foi a única coisa que me sobrou. A Volpina estava comigo, e lembro-me subitamente de rir sem parar enquanto me balançava ao som da música e segurava um copo de Martini.

Só saímos de lá quando fechou. Eu levava a minha mão apoiada no ombro da   Volpina, mas esta não era um apoio muito bom, pois não se conseguia manter levantada por muitos segundos. Sendo assim, a única pessoa que  ao estava bêbeda teve de me ajudar. Chat foi muito delicado enquanto me levava de volta ao escritório. E essa foi a última coisa de que me lembro, porque apaguei mal cheguei ao trabalho.

Acordei na manhã seguinte com uma enorme dor de cabeça. Como é que me tinha deixado levar daquela maneira e bebido tanto? Como é que me tinha deixado ficar naquele estado com a máscara posta? Se alguém me tivesse visto sem máscara, eu estava perdida.
Olhei em volta, à procura de alguém, mas a sala estava vazia e tinha todos as cortinas fechadas, zelando pela minha privacidade.

Ouvi um barulho no meu gabinete e levantei-me um pouco zonza. Ainda me sentia bastante tonta e com uma vontade de vomitar extrema, mas aguentaria até depois de ver quem estava no meu escritório.

Passo a passo, fui-me aproximando, segurando-me nas coisas, tentando fazer o mínimo de ruído possível.
Mas é claro que, como sou a Marinette, tive de deixar cair alguma coisa. Como não se pode chorar sobre o leite derramado, eu dei o meu melhor para chegar ao escritório o mais rápido possível, já que ele estava a uns metros de distância.

Entrei de rompante e caí, sendo segurada por umas mãos fortes que me levantaram. Dei de caras com o Chat, que estava com uma cara assustada.

-Pensava que ainda estavas a dormir, Ladybug... - disse ele muito preocupado com alguma coisa. Eu podia estar de ressaca, mas não era burra.

-Procuravas por alguma coisa, Chat?- não tive tempo para dizer mais nada, porque ele respondeu rapidamente.

—Eu estava à procura de algo contra a dor de cabeça. De certeza que deves estar com dor de cabeça.

-Hum... - é claro que não acreditei logo. Porque haveria ele de estar nervoso se estivesse apenas à procura de um comprimido para a dor de cabeça?

Ausentei a sala, pensando no que podia pô-lo naquele estado e lembrei-me finalmente. Coloquei as mãos na máscara, para ver se continuava no sítio. Soltei um suspiro ao perceber que sim. Mas nada me garantia que ele não a tivesse tirado e voltado a pôr.

Comecei a entrar em pânico e chamei-o. A minha cabeça doía demasiado e não estava a conseguir processar a possibilidade daquilo ter acontecido.

-Chat! -gritei, começando até a ter tonturas com o nervosismo.

-Sim... - disse ele a medo. Reparei nos seus dedos a serem apertados contra a sua mão com força, e anotei aquele gesto mentalmente. Poderia precisar dele para saber quando ele estava nervoso.

-Tu viste quem eu era debaixo da máscara?- se ele o tivesse feito, eu nunca mais confiaria em ninguém. Provavelmente também começaria a chorar desalmadamente, e sentir-me-ia traída.

-É claro que não, Ladybug. Eu nunca te faria isso, porque também não quero que me façam a mim. Já um velho ditado diz isso: não faças aos outros aquilo que não gostas que te façam a ti. Para além disso, eu não me ia aproveitar de ti enquanto dormias. Isso é algo desrespeitoso.

-Hum... -pensei no que ele disse, mas mesmo assim algo não estava a bater certo.

-Ladybug, eu juro por tudo neste mundo que não te vi debaixo da máscara. Se estiver a mentir que me caia um raio em cima!

-Então o que estavas a fazer nas gavetas do meu escritório?

Foi aí que ele voltou a apertar os dedos, e eu percebi que era sobre isso que ele estava nervoso.

-Eu... eu...

-Vá lá, diz-me o que procuravas tão desesperadamente que não conseguisses esperar até eu acordar.

-Ahm... eu... estava à procura de um comprimido para as dores de cabeça. Tenho a certeza de que acordaste cheia delas e queria ter a certeza de que ficavas melhor. Como costumas estar sempre prevenida para tudo, eu achei que podia estar ali o que eu procurava.- a resposta pareceu-me verdadeira, apesar do nervosismo.

-Para a próxima pedes-me. Ias ter de esperar para eu acordar de qualquer maneira.

-Tens razão. Peço imensa desculpa. Não voltará a acontecer.

-Não tens de pedir desculpa, só estavas a tentar ajudar. Além disso, ontem foste o meu herói. Não sei o que teria sido de mim se não estivesses lá para me ajudares.

-Eu não te ia deixar lá simplesmente. Não é o que um amigo faria...

Amigo. Amigo. Amigo. Aquela palavra não parava de passar na minha cabeça . Nunca ninguém tinha dito ser meu amigo, muito menos um garoto. Senti-me tão feliz naquele momento que as dores de cabeça quase que desapareceram.

-É melhor ir para casa. Já devem ter dado pela minha falta. Até logo! -tentei disfarçar o melhor que pude a minha felicidade e a minha voz saiu bastante estranha. Ele fez uma careta e impediu-me de passar a porta.

-Hey! Ainda estás com tonturas? Sentes-te bem? Essa voz não parecia lá muito bem.

Aquela sensação de ter um amigo a preocupar-se comigo tomou o meu corpo completamente. Sentia-o como se fosse uma droga. Se não fosse o Adrien, eu teria amigos e aquele sentimento não teria sido apenas descoberto por mim com dezoito anos. Mesmo assim, aquela era a minha sorte é teria de viver com aquilo, pois não podia voltar ao passado.

-É claro que não estou. Eu estou bem, melhor que nunca. Não te preocupes, que eu chego a casa em segurança. E também é melhor regressares, já devem ter dado pela tua falta.

-Não calculas o quanto. Mas eu tenho a minha independência, não me podem forçar a ir para casa.

-Bem, eu vou indo. Até logo, então!

Saí de lá a correr, perguntando-me de como se deviam os amigos despedir. Com um abraço? Com um beijo na cara? Com um aperto de mão? Fiquei feliz por não ter feito nenhum destes, e por poder pensar o que faria da próxima vez, sem me envergonhar muito.

Ao chegar a casa, os meus pais estavam preocupadíssimos. Pedi-lhes que se mantivessem calmos, e que tinha dormido em casa de uma "amiga". Tinha-me esquecido de levar o telemóvel, depois da escola e tinha-o deixado em casa.

Eles acreditaram e eu revi todas as minhas mentiras. Se bem que não eram mentiras, apenas alterações na verdade.
A Ladybug era para mim uma amiga, e o seu escritório era a sua casa. Aquilo do telemóvel devia-se ao facto de eu não querer ser reconhecida por ele no trabalho e pelos jornalistas.
Tinha ocultado apenas o facto de me ter embebedado pela primeira vez. Nada de especial...

Ao chegar ao meu quarto deitei-me na minha cama e adormeci. Tinha de ir trabalhar mais logo, e para isso tinha de descansar. Algo que não fazia há muito tempo. E não foi muito difícil, porque a minha cabeça não deixava de pensar no meu amigo. No meu primeiro amigo.


Notas Finais


Espero que tenham gostado.
Até à próxima!


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