História Jogando com Prazer - I like hurting her.

"Você não me vai me deixar nada para recordar? Baby, cala a sua boca e me vira do avesso! Mesmo que a gente não dure para sempre, baby. Você sabe o que eu quero neste exato momento. Vem para mim mais uma vez, é tão encantador."

Britney Spears - Inside Out

POV HARRY

"Fez sim. Você me usou, me usou para se satisfazer. Enquanto eu fazia por amor você fazia por divertimento. Você me enganou, me iludiu. Podia ter dito desde inicio que eu não era nada pra você, se tivesse falado isso eu nunca, mas NUNCA, me tinha envolvido com você!"

Essas palavras vinham outra e outra vez na minha mente. Não era totalmente mentira o que ela falou. Na verdade, era tudo verdade o que ela falou. E o pior de tudo é que eu não sinto arrependimento de a ter magoado. Eu gostei de a magoar. 

É estranho gostar de a ver sofrer, mas eu gostei. Gostei de ver ela sofrendo por mim. Ela está aqui do meu lado mas eu simplesmente não consigo dormir. Eu sei que ela também não está a dormir, só pela sua respiração irregular. Ela só está com os olhos fechados. Mexi minha mão, que estava na sua cintura, e senti sua pele se arrepiar. Ela abriu lentamente os olhos e eu mordi meu lábio com força. Eu tinha que pelo menos a beijar uma última vez. 

Ela arregalou os olhos e se chegou um pouco para trás mas eu empurrei seu corpo para mim. A deitei de costas na cama e me deitei por cima dela. Ela me encarava com.. Medo? Gostei dessa sensação. Eu sempre gosto de ter o controle. Me abaixei lentamente sobre ela e mordi o lóbulo da sua orelha. 

- Quero que seja minha uma última vez. Por favor, me deixa te tocar uma última vez. - supliquei no seu ouvido.

Ela se contorceu por baixo de mim e meus olhos encontraram os dela. Ela estava assustada e tímida, como sempre. Rocei meus lábios nos dela e fechei os olhos lentamente quando seus olhos já estavam completamente fechados. Ela queria!

Rocei meu nariz no dela e peguei suas pequenas e delicadas mãos, entrelaçando nossos dedos. Comecei um beijo lento, desfrutando dos seus lábios. Seus braços envolveram meu pescoço e eu sorri mentalmente. Nossos lábios se encaixavam na perfeição. 

Ela me afastou de repente e saiu correndo da cama. O que? Me levantei indo atrás dela. Vi ela entrando no banheiro e logo de seguida ouvi ela a vomitar. Suspirei e me encostei a parede do lado do banheiro. Será ainda da bebida? Minutos depois ela sai do banheiro com as mãos segurando o cabelo sujo. 

- Sujou muito? - perguntei e ela assentiu envergonhada - Se quiser pode tomar banho.

- Ah, não. Não quero abusar. Eu dou um jeito nisso. - ela falou baixo.

- Acho melhor você tomar banho. - praticamente mandei e ela me olhou.

- Você é muito insistente. - dei de ombros - Eu não tenho roupa aqui.

- Te dou uma roupa minha.

- O que? - ela corou - Não. 

- Porque não? Nunca vestiu roupas de homem? - perguntei cínico cruzando os braços

- Já. - respondeu e eu senti uma coisa estranha, uma coisa que eu já senti antes. Ciúmes.

- Então, qual o problema? - perguntei num tom mais bruto.

- Nenhum. Problema nenhum.  - resmungou bufando e voltou para dentro do banheiro.

Revirei os olhos e fui pegar uma toalha. Bati na porta do banheiro e como ela não respondeu, eu entrei. Ela estava só de calcinha e encarava um arranhão na lateral do seu corpo. Ela olhou assustada para mim e eu fechei a porta pendurando a toalha.

- Que arranhão é esse? - perguntei encarando o arranhão que não era nem pequeno.

- Eu.. E-eu não sei. - ela gaguejou.

- Como não sabe?

- Eu s-simplesmente n-não sei. - gaguejou de novo.

- E porque tá gaguejando? - me aproximei dela.

- Não t-tou gaguejando. - gaguejou de novo e eu ri balançando a cabeça.

- Tá nervosa porque eu estou te vendo seminua? - perguntei pondo minhas mãos na sua cintura - Já te vi nua. - mordisquei o lóbulo da sua orelha - Uma bela visão, devo admitir. - falei e encarei seu rosto pelo espelho que estava vermelho.

Seus cabelos cobriam os seus seios não me permitindo vê-los. Subi minhas mãos na lateral do seu corpo e afastei os cabelos tendo a visão dos seus lindos seios. Ela encarava o chão, com vergonha talvez.

- Tem de deixar de ser tão tímida comigo. - falei no seu ouvido.

Ela não respondeu. Liguei o chuveiro e voltei para trás dela. Deslizei minhas mãos pela lateral do seu corpo parando na barra da calcinha. Selena me olhou através do espelho e eu sorri de lado. Me agachei ficando ao nível da sua bunda. Deslizei a sua calcinha para baixo até elas caírem aos seus pés. 

Mordi uma das suas nádegas e voltei a subir para cima. Apontei com a cabeça para o chuveiro e ela entrou. A água molhou lentamente o seu corpo e o seu cabelo. Mordi os lábios. Ela era realmente linda, tanto por fora como por dentro. Selena passou várias vezes champo no seu cabelo.

Me sentei na privada, com a tampa fechada, e apertei meu membro que implorava por atenção. Ela dá comigo em doido. Eu não queria sair desse banheiro, eu queria vê-la debaixo daquela água. Eu a queria. A queria tanto. 

Tirei minha regata e minha calça, me livrei das meias e da boxer. Aproveitei que ela estava de olhos fechados tirando a espuma do cabelo, e entrei. Fiquei bem atrás dela e a ajudei a tirar toda aquela espuma do cabelo. 

POV SELENA

Me assustei quando senti uma mão no meu cabelo. Me virei de repente vendo o Harry pelado. Corei e desviei os olhos. 

- O que tá fazendo? - perguntei envergonhada.

- Tomando banho. - respondeu se molhando.

Passei para trás dele e o observei. A água cai sobre o seu corpo numa forma sensual e sedutora, ele estava de costas para mim. Meus olhos desceram das suas costas para a sua bunda branca. Num momento você chora por ele e no outro você está tomando banho com ele e observando a sua bunda. Meu subconsciente falou bravo voltando costas para mim e caminhando para a sua poltrona vermelha. 

Suspirei. É verdade. Ontem eu estava despedaçada e agora estou tomando banho com ele. O que há de errado comigo? Não consigo ficar simplesmente longe dele? Balancei a cabeça. Eu estou me envolvendo demais e vou acabar me machucando mais ainda. Mas eu não consigo evitar, parece que minha vida é ele.  

Mas eu preciso de aprender com os meus erros. Tenho apenas vinte e um anos e nunca sofri por amor, até agora. Acho que nunca tive um amor tão forte. Eu.. Eu não sei o que fazer. Por um lado não quero ficar longe dele mas por outro só quero distância. Não sei qual dos lados é o mais correto.

- Vai ficar olhando? - ele perguntou num tom grave e rouco me olhando.

Imediatamente olhei para o seu rosto e corei. Merda. Ele desligou o chuveiro e colocou as suas mãos na minha cintura, me empurrando para a parede fria. Uma das suas mãos ficou na minha cintura enquanto a outra subiu para a minha nuca. Seus lábios se aproximaram do meu pescoço.

Me arrepiei quando senti a sua respiração bater no meu pescoço, ele soltou um riso abafado. Prendi a respiração assim que seus lábios se chocaram com a minha pele. Harry começou a sugar a pele e eu prendi a respiração. O que ele está fazendo?

Coloquei uma das minhas mãos no seu peito para o afastar mas ele grudou o seu corpo pelado no meu. Senti sua ereção no meu ventre e engoli em seco. Ele era muito maior que eu, se eu lhe dava pelos ombros era o muito. Quando senti ele a chupar de forma bruta a pele do meu pescoço eu me debati.

- Harry. - soltei o ar de forma desesperada.

A dor aguda foi intensificando a medida que ele ia mordendo. A sua respiração fazia arder meu pescoço enquanto eu tentava desesperadamente fugir de seus braços que cada vez me seguravam com mais força. Quase fiquei sem ar quando ele passou a sua língua por minha pele sensível. O senti soprar de leve fazendo uma corrente eléctrica passar por meu corpo inteiro.

- Harry! - implorei de novo para que ele me soltasse.

Estava ardendo muito. Ele tirou a cabeça da curva do meu pescoço e me encarou com um sorriso perverso. Eu encarava os seus olhos verdes escuros, com medo. O que ele ia me fazer? Me obrigar a ter relações com ele? Como se não quissese! Meu subconsciente disse ainda bravo, sentado na sua poltrona. 

- Gostei de ouvir meu nome saindo da sua boca. - ele sussurrou mordendo os lábios.

- Para. - sussurrei e minha voz saiu tremula.

- Não estou fazendo nada. - falou e colocou suas mãos na parede do lado da minha cabeça.

- Você me fez um hematoma. - falei chocada e levei minha mão até ao hematoma, que doeu assim que lhe toquei.

- Pra você saber que é minha. - ele murmurou trazendo seu rosto para perto do meu.

- O q-que? - perguntei arregalando os olhos.

Ele não respondeu e seus lábios tocaram nos meus. Eu ainda tentava processar tudo. Seus olhos estavam fechados  e eu os encarava mesmo fechados. Seus lábios começaram a se movimentar enquanto os meus estavam parados. 

O que ele está a fazer? Ele só está me confundindo. Isso torna tudo mais difícil. Mas droga, eu o amo tanto. Nunca pensei que se pudesse amar tanto uma pessoa. Mas a verdade é que eu estou completamente apaixonada por ele, e a conta disso eu só me ferro. Eu me apaixonei pela pessoa errada. 

- Para. - supliquei.

Ele não respondeu e me prensou na parede pressionando seu quadril no meu. Prendi a respiração e ele descolou seus lábios dos meus. Ele me olhou com um olhar frio e misterioso. Ele tem tantas sombras. 

- Você não quer que eu pare. - ele murmurou.

- Eu quero. - falei firme num tom baixo.

- Você me deseja. Você me quer. - ele sussurrou com a voz totalmente rouca.

- Eu não te quero. - menti desviando o meu olhar do seu.

Vi a mandíbula de Harry se apertar, os músculos se contraírem, a pupila crescer e as sobrancelhas se juntarem. Ou seja: Ele estava extremamente bravo. Olhei assustada para ele e ele apertou meus pulsos.

- Você me quer sim! - falou bruto - Fala que me quer. FALA! - ele se exaltou e senti meus olhos arderem.

- Harry, pára tá machucando. - falei com um nó na garganta, eu tinha certeza que iria chorar.

- Fala que me quer! - ele disse de forma bruta olhando nos meus olhos e eu solucei, senti as primeiras lágrimas caírem.

- Para. - sussurrei - Por favor, para. - supliquei.

Ele era um monstro, maníaco do controlo. Fechei os olhos quando as lágrimas começaram a cair com mais densidade. Ele soltou meus pulsos e senti seus longos dedos percorrerem meu maxilar e levantando meu queixo. Abri os olhos e o vi desfocado por conta das lágrimas. 

Seu olhar estava mais suave do que a um minuto atrás. Ele não falou nada e só se inclinou sobre mim me dando um longo e molhado selinho. Ele me soltou e voltou a ligar o chuveiro. Enquanto ele estava de costas passei a língua pelos lábios sentindo o sabor das minhas lágrimas e o seu.

Acabei de tomar banho e peguei a toalha, que ele me deu, embrulhando meu corpo nela. Voltei para o quarto ainda soluçando. Eu não chorava mais mas se eu falasse as lágrimas iriam voltar. Entrei no quarto e me sentei na ponta da cama. Olhei para o relógio no criado mudo. Cinco e quarenta da manhã. 

Baixei a cabeça. Não sei ao certo quanto tempo passou mas ele entrou no quarto com uma calça moletom e uma regata branca. Onde ele se vestiu? Ele passou pela minha frente e abriu o roupeiro dele tirando uma calça moletom cinzenta e uma T-shirt preta. Peguei nas roupas e fui no banheiro.

Não me iria vestir na frente dele. Não depois do que ele me fez no banheiro. Entrei no banheiro e tranquei a porta. Tirei a toalha de volta do meu corpo. Peguei a minha calcinha que eu tinha despido. Eu não iria dormir sem roupa interior. Peguei a calça e a vesti. Ficou largo e eu ri um pouco. 

Afastei meu cabelo e escorri a água. O atei num coque alto. Voltei ao olhar para o espelho e arregalei os olhos assustada. O hematona estava vermelho e tinha leves manchas roxas. Meus olhos arderam e suspirei para não chorar novamente. Ele me fez isso. Ele me fez um hematoma e não se importou. Ele não se importa com ninguém a não ser ele mesmo. 

Vesti a T-shirt e lavei o rosto. Destranquei a porta e saí. Entrei no quarto e ele estava deitado com os braços atrás da cabeça e uma perna estava sobre a outra. Assim que fechei a porta os seus olhos se fixaram em mim. Dei a volta a cama e me deitei no meu espaço. 

Me deitei na cama de costas para ele. Senti ele se remexer ao meu lado e logo seu braço vir para em minha cintura, me abraçando. Não tirei seu braço nem protestei. Ele deu um beijo no meu pescoço e me puxou para si me fazendo ficar aninhada em seus braços. Soltei um longo suspiro e ele pegou na minha mão, que estava repousada sobre minha barriga, entrelaçando nossos dedos. 

Senti sua respiração perto do hematoma e fechei os olhos reprimindo um gemido de dor. Ele apertou os seus dedos a volta dos meus. Voltei um pouco a cabeça para trás e ele encarava o hematona que me fez a cerca de vinte minutos.

- Fica bem em você. - sussurrou e eu entreabri a boca chocada.

Suspirei e voltei a minha posição inicial. Como ele tem coragem de falar que isso me fica bem? Ele riu no meu ouvido e eu estremeci. O riso dele é tão atraente. Para! Você tem que decidir que porra quer fazer. Ou ficar com ele e se magoar a si própria e aos outros ou então se afasta dele e sê feliz com uma pessoa decente. Meu subconsciente disse vermelho de raiva cruzando os braços acima do peito.

Mas eu não consigo! Não consigo ficar longe dele, mesmo que ele me machuque eu necessito de ficar perto dele. Eu sei que o que estou fazendo é errado, super errado. Eu vou fuder com a minha vida desse jeito, mas eu tenho que saber se vale a pena. Tenho que tentar de novo, todos merecem uma segunda chance. Porque ele não haveria de merecer?

Ele me apertou mais contra o seu corpo e tornei a sentir a sua ereção. Eu continuava sem sono algum. Abri os olhos e encarei qualquer ponto iluminado pela luz que entrava através da janela. A respiração dele tornou-se suave e percebi que ele adormeceu. 

Tentei tirar meus dedos que estavam entrelaçados com os dele mas me surpreendi quando ele apertou meus dedos de novo a volta dos seus. Adormeci rapidamente pensando na minha vida.