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História Jogo das Paixões - Capítulo XIX - Suspeitas


Escrita por: UnicornSilver

Notas do Autor


Tia UnicornSilver como sempre mto cansada, mas vem aqui primeiro postar capítulo fresquinho com a promessa de responder os reviews passados depois de ir descansar um pouquinho!

Boa leitura! =))

Capítulo 20 - Capítulo XIX - Suspeitas


Snape ainda ficou um tempo remoendo o que Dumbledore tinha lhe acabado de falar antes de voltar ao salão. O fim do Baile de Inverno não impedia de ele fazer a ronda, uma vez que havia mais casaizinhos formados do que o habitual e por isso poderia flagrar pares mais afoitos nos corredores escuros a caminho dos dormitórios das Casas.

Ele passou pelo saguão e deu uma rápida olhada pelo Salão Principal e viu Dumbledore com alguns professores ainda reunidos numa mesa bebericando e conversando notando que nem Luísa e nem Karkaroff estavam presentes e ficou com uma péssima sensação. Afastando pensamentos ruins sobre os dois, Snape seguiu pelo caminho das escadarias movediças a fim de fazer sua ronda habitual.

Snape entrou por um corredor escuro e aparentemente vazio até que ouviu um leve murmurar de vozes fazendo-o ir mais rápido, mas ao mesmo tempo com muito cuidado, porque conforme se aproximava, as vozes iam ficando cada vez mais claras e familiares, embora ainda não conseguisse distinguir a conversa.

“Será que você não entende que é arriscado demais ficar em Hogwarts, Luísa?!”

Snape logo reconheceu a voz grave de sotaque arrastado de Karkaroff antes de dobrar a esquina entre dois corredores. Devagar ele se aproximou e espichou o pescoço conseguindo vislumbrar Karkaroff e Luísa na penumbra de archotes mal iluminados e pareciam discutir como velhos amigos de sempre, pois estavam muito próximos um do outro. Karkaroff estava agitado e Luísa encostada na parede aparentava mais calma. Com muito cuidado, Snape se escondeu dos dois numa boa distância de ouvi-los.

— Você deve muito à ele! Eu, não! – Luísa disse mais calma, ainda que sua voz tivesse um timbre de indignação.

— A Marca está mais forte! Isso é um sinal! Você não percebe? – Karkaroff mostrava mais nervosismo na voz – Estamos todos ferrados!

— Eu já te disse, Igor! – Luísa estava irritada – Eu te ajudo a fugir! Eu vou ficar!

— Ele é vingativo! Acha que ele te esqueceu?! – Karkaroff falou mais baixo e mais nervoso — Será muita tolice insistir...

— Basta, Igor! Não vou discutir isso com você! – Luísa aumentou o tom de voz — Se você quiser minha ajuda, estou à disposição, mas se quiser continuar a tentar me persuadir, pode esquecer! Eu sei o que faço. Como disse, não devo nada à ele, já você...

— Luísa! – Karkaroff chamou e Snape espichou o pescoço novamente, vendo Luísa se afastar rapidamente com o diretor de Durmstrang correndo atrás dela.

Snape ficou chocado com o que acabara de ouvir e precisava relatar para Dumbledore o que aconteceu. Estava cada vez mais convencido de que Luísa era uma Comensal da Morte.

Ele bem que gostaria de ter um tempo para conversar com Dumbledore às sós, mas os dias que sucederam o Baile de Inverno estavam agitados, fora do habitual. Parecia que ninguém havia tirado férias: Mesmo proibida de entrar em Hogwarts, Rita Skeeter parecia rondar pelo castelo caçando notícias escandalosas e publicando na sua coluna e por isso havia a desconfiança de que alguém estivesse passando informações para ela.  Moody, por sua vez, a todo momento queria revistar sua sala e seu depósito, o que era extremamente irritante. Luísa quase não saía da sua torre e a via muito pouco com Madame Maxime o que pareceu à Snape que ela evitava Karkaroff depois da discussão que tiveram. E ele próprio evitava o diretor de Durmstrang, que não podia vê-lo, pois corria para lhe lembrar da maldita Marca, que toda vez que Snape ia se banhar ou trocar de roupa, acabava olhando para ela e notando que de fato estava cada vez mais nítida.

Em meio à tantas atribulações, o aniversário de Snape chegou e por sorte ninguém se lembrou, exceto Dumbledore que lhe deixara um bolo confeitado com muito glacê e uma garrafa de um bom uísque de fogo.

Ele abriu o uísque e encheu um copo ignorando completamente o bolo que parecia apetitoso aos olhos de quem gostava de doces. Passando seu aniversário sozinho, se lembrava de cada detalhe das conversas que conseguira captar entre Karkaroff e Luísa e dado o que ouviu, queria entender o que Luísa fizera para Voldemort também querer vingança contra ela. Entretanto, não queria perguntar para Karkaroff qualquer coisa à respeito de Luísa e assim, mais do que nunca precisava ter um tempo livre com Dumbledore.

Algumas noites depois, Snape fora despertado por barulhos estranhos vindos do corredor perto do seu dormitório. Aquela parte do castelo era sempre muito quieta, pois Snape tinha o sono muito leve e por isso até os fantasmas ficavam meio proibidos de circular por ali. Snape fechava os olhos e os barulhos continuavam.

— Mas o que é isso? – Snape disse se levantando rapidamente vencido pela pertubação e se esquecendo de vestir um robe.

Saiu de pijama pelo corredor, passou pela sua sala e a encontrou aberta com os archotes acesos. Surpreso, ele entrou e viu a porta entreaberta de um armário seu. Saindo e trancando sua sala novamente, ele seguiu depressa pelo corredor e encontrou Filch subindo as escadas apressado.

– Filch? Que é que está havendo? – Snape sentia o sangue fugir do rosto.

O zelador parou a poucos degraus e se virou para Snape que estava ao pé da escada.

– É o Pirraça, professor – murmurou Filch maldosamente. – Ele atirou este ovo escada abaixo.

Snape galgou depressa os degraus e parou ao lado de Filch.

– Pirraça? – exclamou Snape baixinho, olhando para o ovo nas mãos de Filch, sem ainda entender o que estava acontecendo. – Mas Pirraça não poderia ter entrado na minha sala...

– Esse ovo estava na sua sala, professor?

– Claro que não – retorquiu Snape. – Ouvi batidas e lamentos...

– Foi, professor, isso foi o ovo...

– ... vim investigar...

– ... Pirraça atirou o ovo, professor...

– ... e quando passei pela minha sala, vi que os archotes estavam acesos e a porta de um armário estava entreaberta! Alguém o andou revistando!

– Mas Pirraça não poderia...

– Eu sei que não poderia, Filch! – respondeu Snape com rispidez. – Lacro a minha sala com um feitiço que somente um bruxo poderia desfazer! – Snape olhou para o alto da escada, depois para o corredor embaixo. – Quero que você venha me ajudar a procurar o intruso, Filch.

– Eu... claro, professor... mas... - Filch mirou as escadas, relutante. Afinal, não podia deixar passar uma oportunidade de encurralar Pirraça – A questão, professor, é que – disse Filch com voz queixosa – o diretor vai ter que me escutar desta vez, Pirraça andou furtando de um estudante, talvez seja a minha chance de o ver expulso do castelo para sempre...

– Filch, estou me lixando para esse desgraçado desse poltergeist, é a minha sala que...

Snape parou de falar muito abruptamente. Ele e Filch, os dois, olharam para o pé da escada onde Moody apareceu mancando. Ele estava usando sua velha capa de viagem por cima do camisão e se apoiava na bengala como sempre.

– É uma festa em que todos vão de pijama? – rosnou ele para os dois na escada.

– O Prof. Snape e eu ouvimos ruídos, professor – informou Filch imediatamente. – Pirraça, o poltergeist, atirando coisas pelo castelo, como sempre, e Prof. Snape descobriu que alguém tinha invadido a sal...

– Cale a boca! – sibilou Snape, muito nervoso interrompendo Filch porque não queria dar satisfações para o velho auror que cismava com qualquer coisa.

Moody deu mais um passo em direção à escada e seu olho mágico passou por Snape e, depois um pouco mais além.

– Eu ouvi isso direito, Snape? – perguntou ele lentamente se voltando para Snape – Alguém invadiu sua sala?

– Não tem importância – disse Snape com frieza.

– Muito ao contrário – rosnou Moody –, é muito importante. Quem iria querer invadir sua sala?

– Um estudante, eu diria. – Snape estava cada vez mais nervoso e muito desconfiado. – Já aconteceu antes. Desapareceram ingredientes para poções do meu estoque particular... sem dúvida estudantes tentando fazer misturas ilegais...

– Acha que eles andavam atrás de ingredientes para poções, é? – perguntou Moody, desdenhoso. – Não está escondendo mais nada em sua sala, está?

– Você sabe que não estou escondendo nada, Moody – respondeu Snape em um tom de voz suave e perigoso –, porque você revistou pessoalmente a minha sala, e exaustivamente.

O rosto de Moody se contorceu em um sorriso.

– Privilégio de auror, Snape. Dumbledore me mandou ficar vigilante...

– Acontece que Dumbledore confia em mim – disse Snape por entre os dentes cerrados, completamente indignado. – Recuso-me a acreditar que tenha dado ordens para revistar minha sala!

– Claro que Dumbledore confia em você – rosnou Moody. – Ele é um homem de boa-fé, não é? Acredita em dar uma segunda oportunidade. Mas eu... eu digo que certos traços de uma pessoa não mudam nunca, Snape. Traços que não mudam nunca, entende o que eu quero dizer?

Snape subitamente segurou o braço esquerdo convulsivamente com a mão direita. Mais um para lhe lembrar da maldita Marca!

– Volte para a cama, Snape. – disse Moody depois de rir da reação de Snape.

– Você não tem autoridade para me mandar a lugar algum! – sibilou Snape, soltando o braço zangado consigo mesmo, pois fora instintivo – Tenho tanto direito de andar por esta escola depois do anoitecer quanto você!

– Então ande o quanto quiser – disse Moody, mas sua voz estava carregada de ameaça. – Espero um dia desses encontrá-lo num corredor escuro... a propósito, você deixou cair uma coisa...

Moody apontou para o que parecia ser um velho pergaminho amassado e dobrado caído na escada. Snape e Filch se viraram para olhar, e Snape estendera a mão para apanhar o mapa, finalmente entendendo tudo.

“Maldito Potter!” – ele pensou.

– Accio pergaminho! – Moody berrou no mesmo momento, apanhando o pergaminho no ar que escapou dos dedos estendidos de Snape — Me enganei – disse ele calmamente. – É meu, devo ter deixado cair hoje mais cedo...

Mas os olhos negros de Snape correram do ovo nos braços de Filch para o mapa na mão de Moody e não podia acreditar na ousadia daquele garoto.

– Potter – disse ele baixinho.

– Que foi que você disse? – perguntou Moody calmamente, dobrando o pergaminho e guardando em seu bolso.

– Potter! – rosnou Snape e ele virou a cabeça para a escada, procurando o menino – Esse ovo é o ovo de Potter. Esse pergaminho pertence ao Potter. Já o vi antes e estou reconhecendo! Potter está aqui! Potter está coberto pela Capa da Invisibilidade!

Snape estendeu as mãos para a frente tentando sentir alguma coisa e começou a subir a escada.

– Não há nada aí, Snape! – disse Moody com rispidez. – Mas terei prazer em contar ao diretor como os seus pensamentos rapidamente voaram para Harry Potter!

– Está querendo dizer o quê com isso? – rosnou Snape, voltando-se mais uma vez para encarar Moody, as mãos ainda estendidas.

– Quero dizer que Dumbledore está muito interessado em saber quem é que está querendo acabar com aquele garoto! – respondeu Moody, mancando mais para junto da escada. – E eu também estou, Snape... muito interessado...

Snape encarou Moody, muito zangado e completamente abismado abaixando lentamente suas mãos.

– Eu meramente pensei – disse Snape, com uma voz de forçada calma, porque queria cruciar Moody – que se Potter anda outra vez passeando por aí a altas horas da noite... é um hábito indesejável que ele tem... deviam obrigá-lo a parar. Para... para sua própria segurança.

– Ah, entendo – disse Moody brandamente, completamente debochado. – Você sempre tem em mente o que é melhor para Potter, não é mesmo?

Houve uma pausa. Snape e Moody continuaram a se encarar. A gata de Filch, Madame Nora, miou alto, por trás das pernas do seu dono espiando em volta.

– Acho que vou voltar para a cama – disse Snape secamente, não queria que Moody vigiasse o que se passava pela mente dele em relação à Harry Potter.

– A melhor ideia que você já teve esta noite – comentou Moody. – Agora Filch, se me fizer o favor de me entregar este ovo...

– Não – exclamou Filch agarrando o ovo como se fosse um filho primogênito. – Prof.Moody, ele é a prova do comportamento traiçoeiro do Pirraça!

– É a propriedade do campeão de quem ele roubou – disse Moody. – Entregue-o, agora.

Snape desceu com arrogância e passou por Moody sem dizer mais nada e seguiu rapidamente para o seu dormitório fervendo de raiva, passando pela sua sala e constatando que estava trancada tal como ele deixara um pouco antes de encontrar Filch.

— O que aquele moleque queria na minha sala, mexendo nas minhas coisas?! – vociferou Snape ao entrar no seu dormitório e selar a porta – Amanhã vou verificar...

Snape se deitou na cama ainda pensando em Moody com muita raiva. O velhor auror não o deixava em paz. Ele não podia ficar muito na presença dele, uma vez que seus planos com Dumbledore poderiam ser descobertos e seus sentimentos em relação à mãe de Harry Potter também. Sentimentos? Snape se remexeu inquieto debaixo das cobertas e seu pensamento recaiu sobre Luísa. Zangado, ele se sentou.

— Mas que porra... – Snape disse sentindo angústia com a forte imagem de Luísa em sua mente – Por que você invade meus pensamentos dessa forma?

Snape voltou a se deitar e se ajeitar nas cobertas se sentindo muito sozinho e repentinamente lembrou com saudade da tórrida noite que teve com Luísa, demorando para adormecer, pois suas inquietações não lhe deixavam.


Notas Finais


N. A.: Contém trechos adaptados da obra de J. K. Rowling, 2000


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