História Jogo do Prazer - Dramione - Capítulo 14 - A verdade

*Juro Solenemente Que Não Pretendo Fazer Nada de Bom*

_________________________________

Hermione encarou seu reflexo por alguns minutos, seu rosto inchado não negava que havia chorado a madrugada inteira. Agradeceu por ter acordado sozinha, mas se sentia culpada de ter tomado o quarto de Gina dessa forma.

O latejar da sua cabeça não escondia o quão bêbada havia ficado no dia anterior. Pelos céus, porque simplesmente não cancelou o jogo quando viu Pansy ali? Seus olhos logo se desviaram para o vermelho em seu braço direito. Suspirou, lembrando da força que Ronald havia a segurado. Nunca imaginara que o amigo chegaria a esse nível. 

Se vestiu com uma roupa qualquer de Gina, jogando sua capa por cima. Agradecendo pelo frio que Hogwarts havia acordado. 

Saiu do banheiro, dando de cara com as melhores amigas. Respirou fundo, abaixando a cabeça. As meninas voaram em direção de Hermione, abraçando-a. E ali nos braços das duas, deixou-se chorar mais uma vez. "não fica assim Mione" "vai dar tudo certo" "nós estamos aqui por você" elas a consolavam. Não soube quanto tempo passaram ali. A sineta tocou mostrando que o café da manhã já iria se iniciar.

- Se você quiser, nós podemos comer aqui no salão hoje. - Gina deu a ideia, mas Hermione negou. Ja havia passado por tanta coisa, não seria agora que sua coragem Grifinória a trairia. 

Gina concordou, entrando no banheiro falando que tomaria uma ducha rápida, enquanto Luna informou que havia combinado no dia anterior de encontrar Blas na porta do salão quando a sineta tocasse. Assim que Luna saiu, Hermione encarou Gina. Tinha percebido o olhar que Gina lhe lançou assim que a loira começou a contar da madrugada das duas "essa louca disse que eu fiquei sonambula a noite inteira, por isso não conseguiu dormir." - Luna falou enquanto se olhava no espelho. "O que eu acho estranho é que eu não fico sonambula a muito tempo, acho que pode ter sido a bebida" - deu de ombros cortando o assunto já saindo do quarto. 

- Gina? - perguntou assim que a amiga saiu já trocada do banho.

- Hum? 

- Luna realmente não é mais sonambula. Aconteceu alguma coisa? 

- Eu ... - ela suspirou, os olhos pareciam um pouco perdidos - Eu não quero falar sobre isso agora Mione. 

Hermione achou estranho. Gina jamais escondera algo dela. Ergueu-se da cama seguindo-a para fora do salão. 

- Seja o que for Ginny eu posso te ajudar. O que aconteceu? 

A ruiva a encarou, piscando seus grandes olhos verdes, em direção a amiga. 

- Eu vou resolver esse problema sozinha, Hermione. E eu não quero mesmo falar sobre isso agora. Tudo bem? 

- Você promete falar comigo se não conseguir resolver sozinha? 

- Claro....

Voltaram a seguir o caminho em direção ao Salão Principal em silencio. 

****

Hermione e Gina havia escolhido se sentar à beira da mesa da Grifinória. Gina ainda passou o olhar entre as mesas, percebendo Luna e Blasio sentados a alguns metros de distancia dela, sem reparar sua presença. Agradeceu a Merlin por isso.

Já Hermione não estranhou em não ver Harry ou Ronald ali, e tentava de todas as formas ignorar a mesa a sua frente, onde sabia que Malfoy estava.  Escutou uma risada ao seu lado, e logo um "shhhh ela está aqui" em seguida, olhou para o lado e Cho Chang e Marieta a encaravam. Revirou os olhos sem se importar, já estava mais que acostumada a escutar cochichos sobre ela, ainda mais do grupo da Cho Chang.

- Você conseguiu explicar tudo para o Rony? – Gina mexia desanimada o iogurte a sua frente.

- Na verdade não, ele se quer deixou eu explicar algo. Vou deixá-lo se acalmar um pouco e conversar com Harry...- a ruiva se remexeu inquieta com o nome, sem passar despercebido por Hermione. - ... acho que o melhor é contar a história juntos. - se inclinou em direção a amiga para falar mais baixo. - Não sei como ele vai lidar quando souber que nós dois somos irmãos. 

Gina concordou. Iria responder, mas o barulho das corujas chamou sua atenção. Hermione também achou estranho. Não eram corujas demais?  “Que porra é essa?” – Gina murmurou encarando o teto. De repente uma chuva de jornal começou a cair a frente dos alunos, assuntando a todos. Hermione acompanhava as corujas entrando e saindo do Salão.  Até que uma derrubou o jornal a sua frente 

Abriu, Gina se erguendo para ler com a amiga.

"HERMIONE GRANGER, OU SERIA BLACK POTTER, É A PROMETIDA DE DRACO BLACK MALFOY"

*****

Nott encarava Draco com os olhos arregalados, equanto liam o jornal, já podendo sentir os olhares sobre eles.

"Hermione! Hermione!" - a atenção de Malfoy se desviou para a voz da Gina Weasley, que gritava em direção a amiga que corria para fora do salão. Ele se levantou encarando Nott, que também entendeu a cena e apenas assentiu para o amigo. Draco correu até Gina.

- Weasley! - Gritou segurando a ruiva pelo braço. - Eu vou atrás dela, procure o Po...- o barulho de papeis sendo rasgados por todo o salão fez o menino parar suas falas ao meio. De repente todos os jornais começaram a se picotar nas mãos dos alunos. Encararam a mesa dos professores, onde Minerva já estava em pé com sua varinha apontado para o auto, encarando os meninos. 

Malfoy sorriu. Não podiam negar, Minerva era incomparável. 

Virou-se novamente para Gina. 

- Eu vou procurar por ela, você vai atrás de Potter. - E sem esperar resposta da ruiva, saiu pelo salão. 

****

Hermione corria com a cabeça baixa, segurando as lágrimas que não ousava deixar cair. Usava os atalhos dos marotos, tentando evitar as pessoas e os jornais que todos tinham as mãos pelos corredores. Ainda deu tempo de folhear algumas páginas, e Rita Skeeter não havia polpado detalhes. Estava tudo ali. O affair de Bellatrix com James Potter, Harry ser seu meio-irmão, a visita de Malfoy a casa de sua avó, os detalhes do voto perpétuo, tudo. 

Sentiu-se tola. Porque Merlin havia pedido ajuda a mulher no quinto-ano? Deveria tê-la proibido de escrever pelo resto da vida. 

Virou-se, no corredor. Já estava perto da escada que dava para o sétimo andar, quando sentiu seus braços serem puxados, sentindo suas costas bater a uma parede, abrindo os olhos no susto, e encontrando os olhos verde de Ronald. 

Ela congelou por alguns segundos sem saber como reagir na presença do melhor amigo. 

- VOCÊS MENTIRAM PARA MIM! MEU DOIS MELHORES AMIGOS SÃO IRMÃOS! - Ronald gritava, apertando novamente o braço dela.

- Você se quer me deixou explicar ontem! Você nem ao menos me ouviu! - gritou de volta tentando empurrá-lo, porém, a força do quadribol lhe dava muita vantagem sobre ela. - Me solta Ronald. - falou entredentes. 

Hermione podia ver o quão inchado e vermelho estava os olhos do amigo. Ele não estava bem. Não era ele. O cheiro de bebida exalava de sua boca, e pelas olheiras dava para perceber que ele se quer havia dormido. Tentou se soltar novamente do braço de Ronald, porém, ocasionando somente em um aperto mais forte. 

- Eu te mereço Hermione. - Sussurrou, colocando uma de suas mãos ao queixo dela, tentando aproximar seu rosto. Ela novamente tentou empurrá-lo.

- Ronald, você está bêbado, me solte, ou eu vou gritar! - as palavras da morena fizeram Ronald gargalhar, arrepiando todos os pelos de Hermione, o medo começou a subir por suas espinhas, enquanto o menino prensava-a com o próprio corpo. 

Ela chorava. 

- Você está com medo? Do seu melhor amigo? - apertou mais sua mão, forçando-a encará-lo, aproximando sua boca ao pescoço dela e seguindo até os ouvidos. Tentou se esquivar, mas sentiu seu corpo totalmente imobilizado com o peso do ruivo.  Parou sua boca a orelha dela. - Você é minha Hermione, e de mais ninguém... 

Granger não entendeu o que aconteceu em seguida, quando deu em si, Ronald estava ao chão, alguns metros de distância dela, inconsciente. Tentou correr, porém, sentiu alguém segurando-a. Olhos cinzas preocupados a encarava. "Draco" sussurrou se aninhando desesperadamente ao peito dele, ele a abraçou. "Por Merlin... eu achei que ele... Rony... ele..." ela não conseguia terminar suas frases, deixando as lagrimas enfim cair. Draco afagava os cabelos dela, abraçando-a com força contra seu peito.

Ouviu um gemido e o ruivo se mexia ao chão. Tentou ir a direção dele, acabaria com o bastardo naquele momento, mas Hermione o segurou. Seus olhos inchados suplicando que não fizesse nada.

- Draco ele está bêbado, só vamos para o salão, por favor. – Implorou. 

Malfoy a encarou por alguns segundos, segurando a raiva que sentia com a cena que havia pego. Ele iria machucá-la e mesmo assim ela ainda o protegia. – Respirou fundo – encarando os enormes olhos castanhos que lhe imploravam em silencio. 

Cedeu. Não iria discutir, não agora. 

Passou os braços por volta dos ombros de Hermione, prendendo-a nele. Em uma tentativa de protege-la de qualquer coisa do mundo.

****

Hermione estava deitada a sua cama, com Malfoy sentado aos pés dela. O menino encarava-a, as mãos dela distraidamente mexendo em um retalho de seu lençol. Suspirou fundo. 

- Hermione. – ela o encarou. – O que aconteceu naquele corredor?

Voltou seu olhar ao retalho, lembrando de cada detalhe, de cada palavra, de cada toque brusco que seu, até então, melhor amigo havia feito. Tentou segurar a vontade de chorar. Sem passar despercebido por Draco. – Vem aqui. – ele falou, e com uma pratica que Hermione não quis pensar, sentou-se ao lado dela na cama puxando-a para o peito dele. Malfoy começou a fazer movimento com as mãos no braço dela, sentindo a menina ter leve arrepios. Gostou daquilo mais do que esperava.

Passaram alguns minutos ali, Draco fazendo-lhe carinho, enquanto a menina escutava o ritmo descompassado do coração dele. Hermione gostou daquilo. A companhia de Draco pela segunda vez lhe trazia calma. Isso a fez pensar. Poderia sentir algo a mais mesmo em um casamento arranjado? Bom, ele havia falado que sentia que estava feliz, mas que não sabia se ela estava. Será que ela estava? Não, não pensaria naquilo agora, jurou para si mesma que somente dali a dois meses conseguia pensar alguma coisa relacionada a casamento. 

Primeiro, sairiam de Hogwarts.

Mas agora que todos sabiam que eles estavam noivos. Como eles iriam agir na frente das pessoas? Como falaria para a Sra. Weasley? Para Kin? Precisava mandar uma carta ao Ministro, precisavam correr para achar seus pais. 

A ansiedade voltou a dominá-la, decidiu compartilhar seus pensamentos. 

- Draco, você acha que, as pessoas vão mudar com a gente? 

- Eu... sinceramente não sei. Mas, pelo que vi na matéria, explicava a questão do voto, então não é como se tivéssemos escolha. – ela se remexeu incomodada com o assunto. - E nós sairemos de Hogwarts, e ficará tudo mais fácil. 

- Bom exceto que além do mundo bruxo, terei que lidar com as matérias do mundo trouxa. – murmurou, sentindo a tensão dele pelo corpo. Fazia algum tempo que queria tocar nesse assunto com o menino. Ela o encarou. Draco tinha seu olhar fixo a algo no teto, respirou fundo antes de encará-la também. 

- Você lê fofoca trouxa? 

- Minha avó. – admitiu. 

Silencio. Draco voltou seu olhar para o teto, sabia que não conseguiria falar se continuasse encarando aqueles olhos castanhos. – O que quer saber? 

- Quanto vocês são ligados ao mundo trouxa?

Draco novamente se remexeu inquieto com o assunto. Passou a mão nos cabelos despenteando-os. Decidindo por onde começaria a contar. 

 - ...Quando a guerra acabou, fiz como você e decidi sair um pouco da minha vida bruxa, e focar na trouxa. Meu pai sempre falou que queria que eu herdasse todas as empresas. E até comecei a me preparar para cursar uma faculdade trouxa. – Draco riu com o olhar desacreditado que a menina lhe lançava. 

- Isso é sério? - O menino assentiu apertando-a mais a ele, deitando um pouco mais seu corpo com ela.

- ... Eu acabei me envolvendo mais no mundo trouxa, começando a estar mais presente nas empresas, já que meu pai estava preso. Nossa família nunca foi vista em balbúrdia, antes só íamos em festas beneficentes que exigiam nossa presença ou festas da alta sociedade de Londres, porém, a guerra mexeu um pouco com a minha cabeça, e eu acabei me afundando em festas, e alguns escândalos. – suspirou. – não me orgulho do que fiz minha mãe passar nesse um ano e meio. A nata Londrina é bastante rígida, e minha mãe sempre gostou muito de participar disso. – revirou os olhos.

Hermione não pode deixar de se espantar. Não sabia o quão os Malfoy’s eram ligados aos trouxas. Sabia que tinham sangue azul, e que muitos até da família real eram bruxos, aliás, eles sempre se gabavam por isso. Mas, nunca imaginou que isso os fazia ter coragem de se envolver até com os trouxas em seu dia a dia. – Parou por alguns segundos. - Ela agora teria que participar disso também? Seu estomago embrulhou só de se imaginar em um evento com ele.

- Então começou a se espalhar que o único herdeiro dos Malfoy’s, era um grande mulherengo bêbado e acabou que onde eu estava, tinha um paparazzi atrás de mim para pegar qualquer erro meu, e ser capa em algum tabloide. – Sorriu frio balançando a cabeça com as lembranças. – Eu realmente não era um santo, o que ocasionou um surto na minha mãe e para acalmar os escândalos, e a própria Narcisa, decidi voltar para Hogwarts. 

Ficaram alguns minutos em silencio. Hermione processando cada informação que acabara de receber, Draco pode senti-la tensa ao seu peito. Tirou a mão que até então, estava atrás de sua cabeça e puxou o rosto dela para encará-lo. Tinha noção que esse assunto um dia chegaria, e contar naquele momento pareceu certo. Mas confessava que o silencio de Hermione não estava ajudando. 

- Malfoy... – achou palavras. – Isso é informação demais para lidar. – confessou mordendo os lábios abaixando o olhar. Ele continuou segurando o rosto de Hermione para encara-lo. Sabia que deveria avançar lentamente com Granger, ela não era direta como Pansy, ou até mesmo Luna demonstrou ser. Ela tinha um ar puro em volta dela, e conseguia ser sexy sem ao menos tentar, e era isso que ele passara cada vez mais a se atrair nela. 

- Você não precisa se preocupar, não vamos te jogar aos leões do nada. – brincou arrancando um sorriso dela. – vamos focar em Hogwarts, e depois seguiremos tudo no seu tempo, ok? - prometeu inclinando-se um pouco mais e colando seus lábios em um selinho breve.  A menina assentiu, aninhando-se novamente a ele, em uma oportunidade desesperada em esconder o quanto seu rosto havia corado. 

Draco sorriu, voltando a posição inicial, fazendo carinho leve aos braços dela. Aquilo estava bom. E pensou pela primeira vez que não ligaria que essa sensação se tornasse familiar.

 

****

Hermione acordou sentindo braços em volta de sua cintura, ela e Malfoy haviam caído no sono. Olhou pela janela e já estava escurecendo ao lado de fora, puxou seu relógio. O jantar ja estava sendo servido. 

- Draco... Draco... – tentou acordá-lo que somente murmurou algo e voltou a dormir. Não insistiu, sentindo sua barriga roncar. Por Merlin, precisava comer, e ver Gina, Luna e Harry para se inteirar e contar aos amigos tudo que havia acontecido. 

Trocou sua roupa para o suéter da Grifinório e sentiu seu estomago revirar só de imaginar em ter que comer ao salão comunal com todos. Decidiu descer e esperar os amigos no salão enquanto improvisava uma omelete. Havia mandado um patrono para Harry pedindo para ele ir até lá, mas ainda não teve resposta.

Estava comendo sua omelete quando ouviu o quadro se abrindo.  

- Gina, o que aconteceu? - perguntou indo em direção a amiga, que lhe abraçou soluçando.

- Eu fiz a pior coisa do mundo Mione. A Luna nunca mais vai me perdoar.

 

FlashBack On

Gina procurava por Luna em todos os lugares e não a achava. Precisava falar com Harry sobre Hermione, mas não tinha coragem de encara-lo sozinho, então decidiu que estava na hora de contar a Luna toda a verdade. Pediria desculpa e falaria que nunca quisera ter feito aquilo, que só Merlin sabia o porque aconteceu. 

- Gina! – ela conheceu a voz, não parou. O Moreno revirou os olhos, apertando o passo até alcança-la. Parou-a. – Gina a gente precisa conversar.

- Blas, por favor... 

- Calma ta bom. Me escuta, eu não to aqui para te pedir em namoro, ou qualquer besteira que você possa estar achando. Eu curto a Luna, curto de verdade, e você sabe disso. É so que... – coçou a cabeça nervoso. Tinha ensaiado a noite inteira o que iria falar, mas com ela ali, estava sendo muito mais difícil. Pelos céus, nunca havia passado por isso.  – Você é minha melhor amiga. E eu preciso saber, que eu não perdi minha melhor amiga. 

Gina o encarava já sentindo seus olhos se encherem de lágrimas. 

- Você jura que aquele beijo não significou nada?- o menino assentiu. 

Gina sorriu e o abraçou, aliviada por essa parte ter se resolvido, deixando as lagrimas caírem sem se importar. 

- Eu juro que vou como beijar minha irmã, e isso foi nojento. – Fez uma careta, arrancando uma risada de Gina. 

- Vocês se beijaram?

Blasio virou-se encarando os olhos azuis que lhe olhava com espanto. 

- Luna... calma ... foi um acidente, nós estávamos bêbados, não sificou nada. – Mas Luna não prestava atenção, seu olhos estavam fixos no de Gina. 

- Gina? - chamou-a. – Isso é verdade?

- Luna ... eu sinto muito. 

- Logo minha melhor amiga e o cara que eu gosto. – deu um passo para frente, encarando os dois. – eu nunca mais quero falar com vocês na minha vida!

Correu.

- Luna! Luna! – Gina e Blas tentaram, mas a menina já havia descido as escadas. Blas voltou seu olhar para a ruiva que não parava de chorar. 

- Ginny... 

- Tudo bem Blas, a gente se ver por ai. – virou-se pelo caminho contrário que Luna havia seguido. 

Tudo estava uma bagunça. Precisava achar Hermione e contar toda a verdade.

FlashBack Off 

 

*****

A neve caia ao lado de fora informando a chegada de novembro. Hermione estava a biblioteca quando um garoto do quinto ano lhe entrou uma carta.   

“Querida Hermione, convido você a suas madrinhas de casamento para esse sábado resolvermos algumas questões de como você quer a grande cerimonia.   

Te espero na Mansão as 11:00  

Atenciosamente,   

Narcisa Malfoy.”  

  Respirou fundo guardando a carta em sua bolsa. 2 semanas haviam se passado desde a publicação de Rita Skeeter. E devido a uma reunião que Malfoy, Harry e Hermione, haviam tido com Kin e McGonagall, ambos decidiriam incluir um decreto na escola, onde o assunto publicado pela colunista estava proibido de ser comentado, sujeito a detenção. Porém, ainda percebia pessoas lhe encarando, e cochichos onde ela conseguia assimilar seu nome, de Malfoy e de Harry sendo comentado.   

Sua relação com Draco havia tido um leve progresso, todos as noites conversavam sobre a vida até dormir, e cada dia descobriam mais coisas em comum, do que imaginam que poderia existir. Porem, durante as aulas e ate mesmo nos corredores, mesmo sem combinar, era nítido que ambos tentavam se esbarra o menos possível. “se for para assumir uma relação, que seja fora de Hogwarts” – Hermione falava a Gina.   

- O que era essa carta? - Gina perguntou comendo um salgadinho jogando-se ao sofá do lado da morena.   

- Narcisa. – abriu seu livro tentando de forma inútil voltar a atenção a sua leitura, mas seu coração acelerado se quer deixava-a pensar. – Quer que eu vá a Mansão amanhã conhecer a cerimonialista – não pode com ter o deboche revirando os olhos sem seguida, arrancando uma gargalhada de Gina.   

- E o que tem Mione, ela está certa.   

- Eu sei, mas... – fechou o livro encarando a amiga. – Ela quer que eu leve minhas madrinhas.   

- Mione...  

- Gina, por favor... Já fazem duas semanas, por Merlin!  Você e Luna precisam se acertar, e Harry também, ele se quer fica ao mesmo ambiente que você esteja. Isso não esta sendo justo comigo. 

Gina levantou-se do sofá encarando a morena.   

- Mione eu tentei falar com os dois, por 1 semana inteira, e eles se quer me deram atenção. Eu sinto falta deles? muita! Mas... eu não vou mais correr atrás. Eu sei quão errada eu fui, mas pelos deuses, custa ao menos conversar comigo ou me dar a chance de explicar? Na cabeça deles não! Então ... – Gina se jogou novamente ao lado da amiga encarando os enormes olhos castanhos. - ... Não insista mais nisso. Não tente salvar todo mundo, okay?

Hermione somente concordou, lembrando-se da conversa que havia tido naquele mesmo ambiente com Luna, no dia anterior.  

“Mione eu não vou perdoar Gina – Luna falava enquanto a morena a seguia entre as prateleiras.  

- Luna eu sei que você quer isso, e da para parar de andar e falar comigo? - as duas se encararam.  

- Eu sei que esta na cara que eu sinto falta dela e das nossas fofocas da noite antes de dormir, mas, esse não é o momento para perdoar. Tudo bem? 

Hermione apenas concordou, finalizando o assunto”  

Abriu novamente seu livro de Runas Antigas. Essas duas eram orgulhosas demais.  

 

****  

Draco estava sentado a mesa no salão da Sonserina com Blasio e Nott. Os 3 anotavam em cards algumas questões para poder ficar treinando. Uma ideia que não lhe agradava confessar que havia roubado de Granger.  

Um menino do quinto ano havia acabado de lhe entregar uma carta, que pelas letras caprichosas, havia reconhecido ser de Narcisa.  

- Então ela quer que você leve seus padrinhos também – Blas se inclinou em direção ao loiro para cochichar, assim que finalizou de ler a carta em voz alta. - ou seja, Nott e eu teremos que ir?

Draco assentiu. - Hermione já deve estar surtando nesse momento. – os três riram.  

- E como vocês estão?

O loiro deu de ombros, observando um grupo de quintanistas que encaram os meninos em cochichos e sorrisos.  

- Normal, nunca mais ficamos. – voltou sua atenção para os amigos. – E eu não quero forçar nada, acho melhor começar a pensar nisso após Hogwarts.  

- Mas você disse que ta todo felizinho, lembra não? - Nott provocou e Blas gargalhou. Draco revirou os olhos.  

- Feliz porque eu sei que isso vai ajudar minha reputação la fora, e enfim fazer aquelas velhas chatas da alta sociedade parar de me empurrar suas filhas mimadas e sem sal. – falou.  

Há uma semana aquela frase do bendito jogo não saia da cabeça de Malfoy, e isso foi o suficiente para ele fazer dessa questão a sua principal preocupação. Porque estava feliz? E depois de muito pensar, havia chegado a essa conclusão. O que lhe fez voltar a conseguir conviver novamente em paz consigo mesmo. Estava feliz, por puro negócio.  

Nott e Blasio voltaram a se encarar, tendo plena noção que não se tratava somente disso.  

- Olha Draco... – Theodore se esticou em direção ao frigobar pegando uma garra d’agua. - Tem duas coisas que eu realmente sou. Gostoso e Esperto, e você sabe que eu não me engano nunca. Vocês não me perceberam aquele dia, mas eu estava deitado ao sofá do Salão dos Monitores te esperando, e vi você chegando abraçando a Granger e levando-a para o quarto. Então não minta para o seu amigo gostoso. – Nott piscou com um sorriso maroto ao rosto dando um gole em sua agua.  

Blasio gargalhava.  

- Eu sinto em te dizer Theo, mas você está enganado. Tudo se trata de negócios, e só.  

- Quer aposta?

- Estou cansado de apostas e desafios. – levantou-se esticando o corpo e olhando novamente para uma das quintanistas que não parava de encara-lo, soltando um sorriso para ela. Draco não percebeu os olhos de Blasio acompanhando toda a troca, com um ar de reprovação.  

- E mesmo assim você não conseguiu levar ela para cama antes do desafio.  

Blas soltou com um sorriso brincalhão atraindo a atenção de Malfoy.  

- E quem disse que esse desafio acabou? Já disse Zabini, só estou esperando sair de Hogwarts, e Granger terá algumas amostras de como será ser minha mulher. – Sorriu conseguindo imaginar Hermione embaixo dele implorando por mais, sentindo sua cueca ficar apertada em seguida. Era ridículo como só pensar em Granger na sua cama, conseguia deixa-lo exitado.  

- Cara sua sorte é que sua futura mulher é uma gostosa. – Nott também se levantou entregando os cards que havia finalizado para ele. – Mas seu azar Malfoy, é que ela é santa demais.  

Ambos riram, seguindo em direção a saída do Salão. Draco os acompanhou, mas sem conseguir pensar, que os amigos tinham razão. E a ansiedade de sair de Hogwarts e o desejo que sentira no começo do mês, só aumentou. A ideia de Hermione Granger submissa em sua cama era encantadora demais.  

Esse 1 mês em Hogwarts tinha que passar logo.  

 

 **** 

Para a infelicidade de Hermione, sábado chegou mais rápido do que queria.  Ela se olhava no espelho com a sobretudo preto que Gina havia escolhido para si, e finalizava o cabelo em um coque bagunçado.  Malfoy já havia aparatado para a mansão na noite anterior.  

Gina e Luna estavam ao quarto da amiga, mas se quer ousavam se falar, somente desviavam o olhar quando percebiam que a outra não estava olhando. Porem, Hermione percebia, e isso estava a irritando.  

- Ainda não sinto que isso é uma boa ideia. – tentou cortar o clima com o silencio que se instaurou em seu quarto.  

- Lógico que é Mione, você vai falar com a cerimonialista. – Gina falou chegando ao lado da amiga e vendo-se no espelho.  

- Esse é o problema.  

- Ah Mione, qual é, você ainda não aceitou que vai se casar com o Malfoy? - Foi a vez de Luna levantar segurando-a nos ombros. – Não crie uma crise, vai ser super simples, você vai ver.  

Hermione sorriu encarando os enormes olhos azuis de Luna. O jeito de Luna falar sempre lhe confortava. Abraçou a amiga.  

Voltou para o espelho, dando um último retoque em seu gloss.  

- Vamos? - perguntou para as meninas, que assentiram, seguindo em silencio até a parte de fora dos terrenos de Hogwarts.  

Aparataram.   

 

___________________

*MalfeitoFeito*