1. Spirit Fanfics >
  2. Jogos de Poder (Jungkook) >
  3. Alguém que vai sempre te proteger

História Jogos de Poder (Jungkook) - Alguém que vai sempre te proteger


Escrita por: bunny_c

Notas do Autor


Oi amores! Capítulo novo para vocês aproveitarem!
Espero que façam uma boa leitura e gostem!

Capítulo 16 - Alguém que vai sempre te proteger


Fanfic / Fanfiction Jogos de Poder (Jungkook) - Alguém que vai sempre te proteger

  Comigo ainda nos braços, começou a subir as escadas e, pouco depois, me pousou na cama do quarto dele. Reconheci ao abrir os olhos. Foi onde acordei esta manhã.

 

— Ah-ro… – fez um carinho na minha bochecha. – Você está bem? – se deitou me abraçando. – Por que está bêbada ao invés de estar no hospital?

— Não foi um acidente sério. Foi superficial – respondi baixinho.

— E o que aconteceu para se acidentar? Foi aquele cara? – perguntou como se pisasse em ovos.

— Eu também tive minha parcela de culpa... Ele me avisou, mas não ouvi.

— Ele significa algo para você? – perguntou.

— Não mais. Só quero esquecer – vi-o suspirar com minha resposta.

— Eu vou preparar um banho para você. Precisa ficar sóbria.

 

  Levantou-se da cama e saiu em direção ao banheiro. Depois de alguns minutos, voltou para o quarto. Com cuidado, tirou minha roupa e me carregou nos braços no caminho até a banheira, onde me depositou com delicadeza.

 

— Eu já volto. Vou fazer um café e trazer um snack para você comer. Vão te ajudar – me deu um sorriso cheio de ternura.

 

  Quando saiu, automaticamente desabei a chorar. Me encolhi insignificante e coloquei o rosto entre os joelhos para deixar as lágrimas rolarem. Nunca me senti tão merda. Tudo isso só por causa de um imbecil que não me quer. Por que ele me afeta como ninguém? Por que ele me faz sentir coisas estranhas? Por quê? POR QUÊ?! Foram minutos assim, até que meu corpo começou a deslizar para o fundo da banheira. Poderia dizer que é um movimento inconsciente, mas eu sei o que estou fazendo. Posso resolver tudo com essa simples ação. Pôr um fim a todos esses sentimentos. Quando finalmente mergulhei de vez, não tive vontade de subir e me deixei ficar. Não sei se é o álcool, mas me sinto tão tranquila que nem quero reagir. Os segundos começaram a se passar enquanto, de olhos abertos, eu observo o teto do banheiro através da água. Mas pouco depois, um rosto turvo subitamente surgiu e rapidamente me puxou para fora da água.

 

— QUE MERDA VOCÊ ESTÁ FAZENDO?! – Jin gritou desesperado apertando meu braço e uma lágrima solitária caiu do meu olho. – Eu vou te tirar dessa banheira agora! – sem pensar, nem ir atrás de uma toalha, me agarrou no colo e me tirou do lugar em um piscar de olhos. Me levou para o quarto de volta e me sentou na cama, buscando uma toalha enorme em seguida para me cobrir. – Me diga que você estava prestes a se levantar – questionou-se ajoelhado na minha frente. – Diga que era um mergulho rápido! – seu tom é tão desesperado que não tive coragem de olhá-lo e mirei os meus dedos em vergonha. – Você não pensou em mim? Nem em Hoseok ou Jimin? – segurou meu rosto com as duas mãos. – AQUELE IMBECIL! – gritou ofegante e hesitou um pouco pensando nas palavras que não queria pronunciar. – Ele vale… a sua vida?

— Me desculpa… – murmurei de cabeça baixa, cheia de vergonha.

— Não peça desculpas… – falou cheio de dor. – Não é você quem tem de pedir desculpas… – se levantou, me abraçando de pé. – Não esqueça que tem a mim e aos rapazes. Nós vamos sempre cuidar de você e te proteger – beijou o topo da minha cabeça. – Você disse que quer esquecer. Eu vou te ajudar! É uma promessa – me olhou nos olhos.

 

  Ficamos abraçados por um tempo, até que ele começou a cuidar de mim. Me enxugou, me vestiu, com cuidado penteou meus cabelos e, por último, me fez beber café e comer para me deixar sóbria. Finalmente comecei a me sentir um pouco mais humana.

 

— Eu vim falar com você – revelei deitada na cama entre as pernas dele.

— Você comentou isso quando chegou – falou baixinho com os braços ao meu redor.

— Essa manhã eu devia ter te ouvido. Devíamos ter fugido para algum lugar. Se eu tivesse te escutado, nada do que aconteceu hoje seria agora uma memória.

— Já passou. Nada disso importa mais – alisou meu cabelo e beijou-o.

— Próxima semana eu tenho um evento nos Estados Unidos. Se você disser que sim, nós vamos amanhã ou hoje mesmo! – me virei rapidamente, ficando de joelhos em cima dele. – Vamos em segredo, sem contar a ninguém. Preciso me desligar da Coréia por uns dias. O que me diz? – implorei com os olhos. – Você disse que queria que eu fosse sua pelo fim de semana. Eu posso ser sua pela semana inteira!

— Estados Unidos? Só nós dois? – acariciou minha bochecha. – Estaremos de volta antes da festa no próximo fim de semana? – acenei que sim com a cabeça. – Então vamos – respondeu baixinho. – O que acha de irmos agora?

— Agora? – sorri com a ideia. – Então vamos agora! – dei um selinho nele.

— Quer ir para casa arrumar suas coisas? Eu te deixo lá – ofereceu.

— Não precisa. Posso ficar e te ajudar – sorri me sentindo mais aliviada.

— Mas e suas coisas?

— Elas vão ter comigo – pisquei.

 

  Fui atrás do telefone. Foi a única coisa, além da garrafa, que segurei comigo na saída do hotel. Liguei para Mi-do e pedi que preparassem o avião. Além de meu pai, não quero mais ninguém sabendo dessa viagem. Aproveitei e pedi que alguém arrumasse minha bagagem e levasse meus documentos direto para o aeroporto. Olhei as mensagens de Hoseok, Jimin, Yoongi e Namjoon e apenas respondi que falaremos em breve. O único a quem continuei sem responder foi Jungkook. Preciso me afastar dele. Foi nessa mesma noite que apanhamos o avião para os Estados Unidos. O evento era em Nova York, mas decidimos ficar antes em Las Vegas ao lembrar de uma conversa que tivemos num jantar.

 

  Nesse período, eu me perdi. Me senti um lixo, uma merda, e fiz questão de colocar isso para fora. Antes de terça feira, quando começou o evento, não houve um segundo em que eu me tenha mantido sóbria. Fiquei bêbada o tempo inteiro, da manhã até a noite. Fomos aos casinos, discotecas, transamos o tempo inteiro em todos os lugares. Até subornei um policial por sermos apanhados em um lugar público. Estava tão fora de mim que até me ofereci para chupá-lo. Seokjin queria me fazer parar vez ou outra. Principalmente quando essa situação se decorreu. Mas eu conseguia arrastá-lo comigo desde que ele pudesse se satisfazer me dando uma surra com o açoite no final da noite. Eu gosto da dor, preciso dela e ele sabe, por isso não demonstrava pena comigo, nem eu queria.

  Mas o pior foi quando fomos para um clube de strip. Eu cheguei ao fundo do poço. Enquanto ele foi para a fila do banheiro, me aborreci sozinha no meio daquele lugar. Foi então que, do nada, subi no palco e comecei a tirar toda a roupa. Fiquei só de calcinha, dançando e me esfregando no poste, abrindo as pernas, apertando e mostrando meus seios para toda gente ver. Começaram a me jogar dinheiro. Um monte de homens se aproximou colocando notas na minha calcinha, batendo na minha bunda, querendo tocar minha intimidade. Deixei. Finalmente me tornei a vagabunda, a puta, aquela qualquer de quem todos sempre falaram. Desci do palco e comecei a dançar para um homem qualquer. Esfreguei os peitos na cara dele, a bunda, até que ele disse para irmos para uma das cabines privadas. Dancei para ele em cima da mesa, tirei a calcinha e deixei-o me usar como quisesse. Foi quando me ofereceu algo para me deixar mais… "acordada". Estava prestes a usar aquilo quando Seokjin chegou de repente me arrancando dali. Ele aturou toda a minha merda, mas, dessa vez, eu havia chegado ao limite.

 

— DROGAS?! – gritava comigo no quarto do hotel. – FOI PARA ISSO QUE QUIS SE AFASTAR? PARA VIRAR ISSO?! – se ajoelhou na minha frente quando eu estava sentada no sofá. – Ah-ro… – me olhou desesperado. – Acorda, por favor! Você é uma mulher tão forte! Merece muito mais do que essas merdas que está passando! Você quer dar a volta? Ótimo! Mas não é se mostrando fraca que se vence a guerra! Você pode ter o mundo aos seus pés. Faça isso acontecer. Faça todos aqueles que te machucaram, pagarem em dobro!

 

  Depois dessa noite, ele não me deixou tocar em uma gota de álcool, sequer, e fomos direto para Nova York. Lá, aproveitei para mudar o visual. Cortei o cabelo na altura um pouco abaixo do queixo, pintei-o de loiro e comprei novas roupas. Nesse tempo, Seokjin e eu nos aproximamos muito e ele se tornou um amigo valioso. Nesses dias escuros, mostramos nossas verdadeiras faces um ao outro e cuidamos um do outro como sabemos que quase ninguém mais faria.

  Durante toda a viagem, eu recebia mensagens diárias dos meninos, mas respondia pouco. "O que está acontecendo?", "Por que Jungkook não para de perguntar sobre você?", "O que aconteceu entre vocês dois?", eram as perguntas mais comuns. "Falamos depois", era a resposta que dava. Jungkook também não parou de insistir. Todos os dias, uma mensagem nova chegava. "Me perdoa pelas coisas que falei, pela forma como te tratei", "Preciso te ver", "Por onde anda?", "Por que não tem vindo às aulas?", "Não posso deixar que me odeie, ou me odiarei também". Ignorei todas. Yoongi também mandou mensagens, mas, ao contrário dos outros, percebeu que preciso de espaço. Depois de um tempo, só agradeceu o convite para a festa de Seokjin. "Sei que foi você, moça dos dez mil!", lembro de sorrir com esse comentário.

  Na sexta-feira, pouco mais de uma semana depois do início da viagem, voltamos para a Coréia. Me senti renovada. Percebi que precisava me afogar para poder ser salva.

 

— Quem é esse amigo para quem você pediu o convite extra? – Jin perguntou durante o voo.

— Ele é um rapper talentoso, mas ainda não fez sucesso. Sua festa pode trazer bons frutos se ele souber falar com as pessoas certas.

— O nome dele é Yoongi? – acenei que sim. – Nunca ouvi ninguém com esse nome.

— Ele é famoso no underground, mas se apresenta com outro nome: Suga.

— Suga? Eu acho que já ouvi falar. Em algum clube, talvez? – ficou pensando.

— Posso apresentar vocês – sorri marota. – Acho que vão se dar bem.

— A gente vai se dar bem porque você acha que vou facilitar a vida para ele? – riu. – Não faço favores assim.

— Não espero que faça. Ele é talentoso de verdade. Não precisa que ninguém mastigue nada para ele. Na verdade, eu queria apresentá-lo pros rapazes, também. Algo me diz que vão ser amigos!

— Você está montando algum clube da Ah-ro, por acaso? – ele riu.

— Sim – dei uma risada. – Depois penso no nome – me distraí olhando pela janela.

— Como se sente? – perguntou. – Depois desses dias, das coisas que aconteceram… Agora estamos voltando para Seul…

— Estou bem! – respondi firme e descontraída. – Só precisamos saber se Seul também vai continuar bem – sorri e me sentei no colo dele, que me abraçou para um beijo.

— Gosto do que fez com o seu cabelo – tocou nos meus fios. – Ficou bonito – sorriu.

— Você não vai pintar seu cabelo, também? Para a nova fase?

— Que tal eu pintar nesse mesmo tom de amarelo que o seu, para combinarmos? – gargalhou.

— Você? De cabelo amarelo? SIM! Por favor! Tem todo o meu apoio! – exclamei.

— Olha que eu pinto mesmo!

— Estou dizendo o contrário?! – ri.

— Eu avisei! – sorriu e me puxou para mais um beijo.

— Quer ir para a cabine? – perguntei rouca e manhosa. – A cama é confortável…

— Você não cansa? – colocou a mão dentro da minha calcinha para sentir a umidade.

— Do teu pau? Impossível – abri mais as pernas.

— Meu pau é assim gostoso? – riu enfiando os dedos em mim.

— Se quiser descobrir, tem que vir – me levantei e fui até a cabine, chamando-o com o indicador.

 

  Sábado foi o dia do descanso. Recebi massagens no hotel e fui para a sauna. Recebi vários elogios pelo meu novo look, apesar dos funcionários mal me reconhecerem de primeira. Foram anos com a mesma aparência. Recebi mensagens dos meninos perguntando se eu iria para o evento de Seokjin, mas não respondi. Prefiro fazer surpresa. Quando chegou o início da noite, fui finalmente me arrumar. Para combinar com o novo cabelo, comprei um vestido ainda nos EUA, digno do tapete vermelho de uma premiação. O vestido é verde escuro, todo em brilhantes. Sob a luz, vai chamar bastante atenção. É uma peça de alças finas bem cavado nas costas e com um decote de tecido caído na frente. É longo e todo solto, exceto na cintura, onde a costura marca minhas formas. Já que é para mudar o look completamente, aproveitei para ondular o cabelo, dividido ao meio. A maquiagem foi apenas para dar um tom suave à pele. Não ousei com o batom vermelho, sequer. Finalizei alguns retoques e desci para o lobby, onde Seokjin ficou de me buscar. Quando desceu do carro, fiquei logo chocada.

 

— Você pintou mesmo o cabelo?! – comecei a rir.

— Eu disse! Vamos combinando! – piscou vindo até mim.

— Você está bonito – abracei-o.

— E você está deslumbrante – me abraçou de volta e beijou minha testa.

 

  Trocamos algumas palavras e entramos na limousine, onde ele abriu uma garrafa de espumante. Esta noite será nossa. Só teremos o que celebrar. O percurso não demorou muito, tanto que rapidamente chegamos no centro de eventos. Há uma fila de carros na nossa frente. Um a um, ou em grupos, saem artistas ou pessoas importantes de cada um desses carros, para andar sobre o tapete vermelho rodeado de fãs e paparazzis. Quando finalmente chegou a nossa vez, um calafrio me tomou e Jin segurou minha mão.

 

— Você está pronta? – me olhou nos olhos.

— Sim – respondi depois de uns instantes.

— O mundo te espera – sorriu por fim e abriu a porta, saindo primeiro.

 

  Ainda de dentro do carro, pude ouvir os gritos do lado de fora e ver as luzes dos flashes acendendo sem parar. Seokjin me estendeu a mão e segurei-a para sair do veículo.

 

— Vou estar sempre aqui – falou no meu ouvido quando o monte de fãs começou a gritar o nome dele e os paparazzis se viraram para nós.

 

  Ele fechou a porta do carro, passou a mão pela minha cintura e me incentivou a andar. Juntos, acenamos e posamos para as câmeras, que pareciam tão curiosas sobre nós. “Aquela não é Kim Ah-ro, das indústrias TDK?”, ouvi um dos fotógrafos e logo os outros confirmaram, tornando os gritos ainda mais constantes. Todos queriam nos fazer perguntas: “Senhorita Kim, vocês estão juntos?!”, “Seokjin! Você vai anunciar, na festa, o relacionamento com a herdeira do grupo TDK?”, “Vocês vieram combinando o visual como casal?”, “Há quanto tempo estão juntos?”. A maioria das perguntas se resumiram a isso, então ninguém se deu ao trabalho de responder. É melhor manter o silêncio. As pessoas interpretam como acharem mais conveniente.

 

— Se eu soubesse que você ia chamar tanta atenção, tinha repensado essa ideia – brincou. – Ninguém quer saber do meu álbum! – gargalhou.

— Você quer propaganda melhor que eu? – sorri para a câmera. – Vai correr tudo bem – passei a mão pela cintura dele.

— Cuidado com onde passa a mão – provocou falando no meu ouvido.

— A malícia está nos olhos de quem vê – pisquei.

— Ah-ro?! – uma voz conhecida irrompeu pelos ruídos. – Finalmente te encontrei! – quando me virei, vi Yoongi. – Quase não reconheci pelo cabelo!

— Ah! Oppa! – abracei-o quando nos aproximamos. – Jin, esse é Yoongi. A pessoa de quem falamos – sorri marota.

— Ah… O tal rapper talentoso – sorriu. – Prazer! – os dois se cumprimentaram e se curvaram.

— Obrigada aos dois pelo convite! – se curvou outra vez. – Nem sei como agradecer devidamente.

— Não foi nada! – respondeu Seokjin. – Confio no gosto dela – sorriu.

— Ao invés de conversarem sobre isso, por quê não tiramos uma foto juntos? Hoje é a noite dos golpes publicitários, vamos aproveitar! – sorri.

— Uma foto com vocês dois? – Yoongi parecia não acreditar.

— Até parece que nunca me viu antes – segurei os dois pelo braço e nos posicionei para a foto. – Yoongi-oppa! Se prepare! Sua vida vai ficar de pernas para o ar depois dessa foto! – avisei-o.

— A noite promete – os dois responderam em coro e tiramos a foto.

— Tenho uma pessoa me esperando agora – comentou Yoongi. – Mas quero conversar com você e saber o que aconteceu. Andei preocupado.

— Precisamos falar, sim. Vamos nos encontrar depois – sorri. – Mas você tem alguém aqui? Quem? – perguntei curiosa. Não imaginei que fosse ter alguém conhecido aqui.

— É minha companhia, só – olhou para os pés. – Nos vemos daqui a pouco!

 

  Nos despedimos e ele se foi. Jin e eu cansamos dos paparazzis e entramos. Automaticamente nos tornamos, os dois, o centro das atenções. Muitas pessoas vieram nos perguntar se estamos juntos, mas ele soube evitar responder muito bem. Pela noite inteira sofremos com interrogatórios.

 

— Ah-ro?! Você veio? – escutei uma voz vindo na minha direção enquanto Jin foi buscar mais bebidas.

— Jimin? – olhei-o e ao seu lado estava Hoseok. – Hobi… – sorri apesar de me sentir sem jeito. Afinal, eu saí fugida da Coréia e nem falei com eles.

— Você está diferente – Hoseok comentou.

— Verdade – sorri sem graça. – Mudei bastante o visual.

— Não é só isso – falou sério. – Tem algo a mais...

— Precisamos conversar – disse Jimin. – Você sabe como ficamos preocupados? Surgem notícias de você no hospital; depois você some; Jungkook vindo todos, os dias, perguntar sobre você como se soubesse de algo; sua única resposta às mensagens da gente foi "falamos depois"; e agora você reaparece toda diferente, como se nada tivesse acontecido – enumerou.

— Vocês estão aqui! – Jin interrompeu me entregando um copo. – Estão gostando da festa?

— A festa seria bem melhor se Ah-ro respondesse alguma coisa – disse Hobi.

— A gente conta o que aconteceu depois. Aqui não é lugar para isso – respondi.

— "A gente"? Como assim "a gente"? – voltou a falar. – Hyung sabia dela?!

— Eu estava nos Estados Unidos e ele veio comigo. Mas pedi que não comentasse com ninguém.

— Ya… Vocês dois estão saindo os perfeitos traíras – Jimin reclamou.

— Me desculpem – passei a mão pela bochecha dos dois. – Eu precisava de um tempo longe daqui. Mas vocês sempre continuaram no meu coração – agi fofinha e eles responderam com uma careta.

— Por que é difícil ficar chateado com você, hein? – Jimin perguntou fazendo um biquinho.

— Mas e vocês dois? – Hobi interrompeu. – Por que estão com a mesma cor de cabelo? 

— Até você anda perguntando isso? – revirei os olhos e Jin riu.

— Ela me implorou – brincou.

— Ya! Ah-ro! – me chamaram e me virei, vendo Yoongi de novo. – Eu já disse que te amo?! – parecia nas nuvens, o sorriso em seu rosto é contagiante.

— Ya! Ya! Ya! – Jimin se intrometeu. – Quem é você, rapaz? Ama Ah-ro? Por quê? O que ela fez? Ela não tem espaço no coração para mais ninguém! – queria parecer desafiador, mas parecia uma criança falando.

— Ya! Ah-ro, quem é esse maluco? – Yoongi levantou a sobrancelha.

— Jimin-ah! Hoseok! Esse é o Yoongi! Ele é meu amigo. Eu que o convidei para a festa. Oppa! Esses são meus amigos da universidade!

— Ah… Vocês são colegas de Jungkook, também? – minha cara fechou no mesmo instante e Jin reparou, tanto que passou a mão pela minha cintura como se fosse um abraço. Foi a forma mais discreta de me confortar. – Ele é meu primo!

— Você é primo do Jungkook? Woah! – Hobi ficou surpreso. – Você anda na faculdade, também? Nunca te vi por lá! Ou estuda em outro lugar?

— Universidade é perda de tempo para alguém como eu – comentou e os outros acharam engraçada a confiança dele.

— Certo, bacana – eu quis mudar de assunto. – Mas o que foi que aconteceu para você chegar aqui com uma declaração de amor?!

— Um monte de produtores ficou com interesse em mim depois de ouvirem que eu conheço você e Seokjin! Recebi um monte de cartões de agências importantes!

— Eu disse que sua sorte ia mudar – sorri e o abracei.

— Minha sorte se chama Ah-ro! – me abraçou de volta. – Obrigada!

— Então vamos brindar! – disse Seokjin levantando o copo.

— À amizade! – propôs Hoseok.

— Ao sucesso – disse Yoongi.

— Aos que se levantam das cinzas! – Jin falou me olhando nos olhos e brindamos todos.

— Ya! Yoongi! Cadê a sua companhia? Como você deixa a pessoa sozinha? – perguntei.

— Você vai ter a chance de ver! Mas preciso ir agora! – beijou minha bochecha e se foi.

— Ele parece legal – Hobi comentou.

— Vem – Jin me chamou no ouvido. – Quero fazer uma pergunta.

— Nós precisamos ir agora, mas nos falamos depois! Prometo! – disse para os outros dois. Apesar dos protestos, nos despedimos e nos afastamos. – O que foi? – perguntei quando chegamos a um lugar mais calmo.

— Esse Yoongi… é primo do Jungkook? Eles são próximos?

— Sim. Moram juntos, até – respondi.

—  E você ainda chamou esse cara aqui?

— Não é bem assim. Yoongi é diferente do primo. De certa forma, nos tornamos amigos por causa de minhas divergências com Jungkook.

— Você não entendeu! Os convites dão direito a um acompanhante. Quem é a acompanhante dele? Ou "o"... – agora que cheguei no ponto de vista dele. Meu coração apertou.

— Oppa… você… me dá licença? – abandonei-o e comecei a correr para me esconder.

— Ah-ro! – escutei ele chamar, mas não parei de correr.

 

  Péssima decisão foi o banheiro. Quando entrei no corredor às pressas, me esbarrei justo com quem não quero. Que coincidência infeliz.

 

— Ah-ro! – Jungkook me chamou com o olhar brilhando.

— Não chegue perto de mim! – fiz um gesto de X com os braços.

— Você está linda… – me olhou parecia hipnotizado.

— Vá dizer isso à sua namorada – respondi fria, andando de costas.

— Por onde andou? – perguntou triste. – Por que sumiu? – deu um passo à frente. – Nos últimos dez dias, meu coração tem doído como jamais doeu... Eu só penso em você, em como fiz você sofrer e no fato de que… eu não posso deixar você me odiar.

— Cale a sua boca – disse séria. – Então seu coração doeu? Você tem uma namorada para resolver isso. Você pensa que sabe como sofri? – ri. – Você não tem ideia de como foi a última semana e meia – só o pensamento me quebrou. – Você não pode me deixar te odiar? – meu coração apertou. – Apenas pare! Você sabe o que eu sinto, tem uma namorada que não vai largar e quer ficar nesse impasse comigo, me fazendo criar expectativas. Isso é crueldade. Você disse para te esquecer, mas fica perguntando sobre minha vida aos outros. Você é maluco? Se eu disser que te perdoo da discussão naquele dia, você se afasta de mim?

— Como assim?

— Eu te perdoo! – soltei da boca para fora. – Pode ir embora, agora?

— Agora eu sou o desprezado. A sensação não é nada boa – riu de nervoso. – Eu escutei os rumores… Você e Kim Seokjin? É verdade?

— Isso não é da sua conta – se aproximou lentamente e me afastei até bater com as costas em uma parede.

— Eu não sei o que estou fazendo – balançou a cabeça olhando para baixo. – Achei que precisava do seu perdão, mas parece que não me sinto diferente nenhum pouco – colocou a mão na parede, me prendendo. – Você me enfeitiçou? – olhou em meus olhos. Algo me pareceu diferente em seu olhar. – Por que não paro de pensar em você? Eu vim aqui, hoje, na esperança de que ia te encontrar. Estava certo. Você parece um sonho de verão o qual não quero largar…

— O que quer de mim? – virei a cabeça para o lado. Olhá-lo assim de frente me deixa fraca.

— Não faço ideia – a mão na parede caiu. – Mas não posso deixar que sinta mágoa de mim.

— Você me é indiferente. Uma formiga num mundo de gigantes. Não tenho tempo para pensar em ter mágoas de você – falei. – É o suficiente para me deixar em paz?

— Por favor. Não seja assim. Não é você.

— Sua namorada sabe que está aqui? 

— Não estamos bem, ultimamente – disse envergonhado.

— Então aconselho que voltem a ficar bem. Não quero que o que eu passei tenha sido em vão – respondi fria.

— O que aconteceu com você? – tocou em meu rosto, mas desviei.

— Eu poderia te contar e ter o prazer de fazer você se odiar. Mas são memórias duras e vergonhosas demais até para mim.

— Me desculpa – olhou para o chão.

— Quem se importa? Eu tenho que ir agora – comecei a me afastar.

— Não! – me segurou pelo braço. – Fica aqui, por favor!

— Não temos nada para conversar – rebati.

— Eu só quero poder te olhar... 

— YA! O que está acontecendo aqui? – Jin interrompeu. Percebi que Jimin, Hobi e Yoongi estavam atrás. – Você não tem vergonha na cara? O que veio fazer aqui? Não fui claro quando disse que não é bem vindo? – perguntou segurando Jungkook pelo colarinho.

— Hyung! Por que você está falando assim? – Jimin perguntou afastando-os. – Esse é Jungkook! Ele é legal! – fez uma voz divertida que não combina com o momento.

— Legal? Parece que você não contou o que fez, não é? – Jin olhou para Jungkook.

— Peço que não fale assim com ele – Yoongi falou educadamente.

— Não? Então pergunta ao teu primo o porquê de ele andar tão desesperado atrás de Ah-ro… – Seokjin provocou.

— Ya! Jungkook! Do que ele está falando? – perguntou como se fosse seu responsável.

— Você fala ou eu falo? – perguntou o mais velho ao me puxar para ficar atrás dele e Jungkook baixou a cabeça envergonhado.

— Oppa… – chamei-o por trás ao pousar as mãos em seus largos ombros.

— Eu… – começou Jungkook.

— Ah-ro foi parar no hospital por causa dele – Jin tomou a frente, já perdendo a paciência. – Sem contar as coisas que ele falou para ela… Não é? – perguntou em tom de sarcasmo.

— As notícias disseram que ela se desequilibrou – Hoseok comentou.

— Se desequilibrou depois de ele empurrá-la por causa de um simples abraço – Jin parece chateado.

— Ya! Jungkook! Isso é verdade? – Yoongi perguntou em um tom pouco simpático.

— Sim, hyung. Peço desculpas – se curvou.

— Você ficou maluco?! – segurou ele pelo colarinho.

— Então foi por isso que você tem agido assim, ultimamente? – a aura de Jimin também mudou.

— Por isso que você me implorou para vir? Para importunar ela e estragar minhas chances aqui?! – Yoongi socou a parede, parece possesso. Já Jungkook tem um ar mortificado.

— Eu vim para conversar com ela, pedir desculpas pela forma como agi – me olhou, mas Jin me escondeu.

— Não olhe para ela. Você não tem esse direito! – disse como um comando.

— Seu fedelho! Eu devia te dar uma coça! – Yoongi ameaçou. – Vamos embora, agora! – puxou-o. – Desculpa por isso, Ah-ro. Não o teria trazido se soubesse disso – beijou minha testa. – Nos vemos depois!

— Hyung, por favor! – Jungkook implorou ao ser puxado. – Ah-ro! – me chamou olhando para trás.

— Não olha para ele – Jin se colocou na minha frente e me abraçou. – Você está bem? – beijou o topo da minha cabeça.

— Foi cedo demais para voltar a vê-lo – encostei o rosto em seu peito e deixei uma lágrima cair.

— Chora – disse com a mão no meu cabelo. – Coloque toda sua tristeza para fora – disse em tom gentil.

— Nós… vamos deixar vocês dois a sós – Hoseok falou.

— Lembre que nós também estamos aqui para te ajudar, gatinha – Jimin falou ao fazer um carinho na minha bochecha. – Fica bem – sorriu gentil e se foram nos deixando a sós.

— O que você sentiu ao vê-lo? – perguntou.

— Que eu vou enlouquecer – desabei a chorar e ele me apertou.

— Você vai ter o que quer – beijou minha testa.

 

  Nesse instante, fomos interrompidos por um flash na nossa direção.

 

— Então vocês estão juntos?! – perguntou um fotógrafo que não parava com as fotos.

— Senhor, aqui é a região dos lavabos! Não pode usar câmera aqui. Peço que se retire! – Seokjin respondeu firme e o homem correu de medo.

— Amanhã vai ser um grande dia – comentei olhando para o fim do corredor.

— Você está com medo?

— Eu tenho mais medo de voltar a ser patética.

— Seu pai, Jungkook, Yu-ri… – pousou a mão no meu rosto. – Eles vão pagar – plantou um beijo delicado nos meus lábios.

— Obrigada – murmurei. – Se não fosse você… sabe-se lá onde eu estaria agora.

— Só estou ajudando uma amiga – sorriu. – Você acha mesmo que seu pai vai cancelar a ideia de casamento?

— Se toda a gente achar que eu estou com você, não vai cair bem para a empresa se ele me fizer trocar o queridinho da Coréia por um CEO qualquer. Sem contar que vai me dar uma imagem de mulher fácil, a coisa que ele tem evitado vazar por esses anos todos.

— Espero que dê certo. Já tenho nojo desse seu noivo e olha que nem conheço – riu. – Caras com esse tipo de comportamento só merecem ficar sozinhos.

— Ah… Esse vai sair com o orgulho ferido… – pensei alto.

— E Jungkook?

— Você não viu a cena que ele fez? Me dói a forma como ele me tratou. Você sabe como isso me deixou, mas eu não descanso enquanto não tiver o que eu quero. Eu disse a você na viagem. Ele vai rastejar, implorar por uma chance – sorri. – Ele pode ser um homem correto, mas esse é seu maior defeito. Quanto mais eu o desprezar…

— Mais ele vai enlouquecer – Seokjin completou.

— E quanto mais ele enlouquecer…

— Mais Yu-ri vai ficar cega de ódio.

— É aí que ela vai me atacar de novo e eu vou ter a desculpa perfeita para arruinar a vida dela.

— Aquela bronca valeu a pena – disse ele.

— "Eles são gado. Esquarteje-os, coma-os e jogue a carcaça fora" – lembrei de sua frase.

— Você me citando assim… – ele sorriu.

— Você quer beijar essa boquinha esperta? – brinquei.

— Não… Eu quero foder – sussurrou no meu ouvido. – Eu quero enfiar meu pau nessa sua boquinha esperta e fazer você chupar ele todo...

— Aqui não – sorri ao empurrá-lo. – Não podemos fazer nada em público, você sabe. Uma das vantagens de ficar quieto é que podemos jogar toda a culpa na imaginação das pessoas.

— Você não vai mesmo contar esse plano para Jimin e Hoseok?

— Envolver eles nisso seria muito egoísmo. Não posso pedir que eles mintam e se metam nesse tipo de coisa…

— Você que sabe. Eu estou aqui só pra te ajudar.

— E agradeço a ajuda – sorri. – Que tal a gente voltar? – mudei de assunto. – As pessoas já devem estar sentindo sua falta.

— Bando de puxa saco! – revirou os olhos.

— Vamos! – comecei a puxá-lo para fora do lugar e começamos a andar de volta até o salão, onde todos nos olham.

 

  Festas como essa não são muito burocráticas, mas podem ser muito chatas. Principalmente tendo em conta o monte de perguntas que não param de fazer.

 

— Já estou de saco cheio daqui. Não quer ir embora? – me perguntou.

— Você não tem que ficar? Não é o anfitrião?

— Você já me viu preocupado com essas coisas? Eu faço o que quiser, é assim que funciona. Vamos – deu a palavra final, passando a mão pela minha cintura para andarmos juntos.

— Queria me despedir dos meninos antes de ir. Sabe onde estão?

— A última vez que os vi, estavam dando em cima de umas garotas perto do bar – respondeu com uma risada.

— Típico – revirei os olhos apesar de achar divertido. – Quer vir comigo? – concordou.

 

  Depois de irmos atrás dos rapazes, lá estavam eles, sozinhos no bar, e Hoseok com a cabeça no ombro de Jimin.

 

— Levaram assim tantos foras? – perguntei bem atrás deles, que deram um pinote.

— Ya! Quer dar susto na gente?! – Hobi reclamou.

— Só viemos nos despedir… Nenhum de nós tem muita paciência para continuar aqui – falei.

— Vocês vão juntos? – Jimin perguntou desconfiado.

— Ele me trouxe, ele que me leve de volta para casa – impliquei com Jin.

— Ya… Pareço seu empregado? – fez uma careta.

— O que se passa entre vocês dois? – Hoseok não se segurou. – Cabelos combinando; viagem para os Estados Unidos; Jin-hyung em cima do Jungkook…

— Ya! Oppa! Você é mesmo do tipo que presta atenção a fofocas? – dei uma de sonsa.

— Pergunto isso como seu amigo, então não me trate feito um idiota dando uma resposta dessas – disse firme. – Ou vocês estão juntos ou é encenação – começou a desenrolar tudo. – E pela forma como fogem dessas perguntas toda vez que as fazem, só pode ser encenação – suspirou ao me olhar, como se sentisse algum peso. – Você precisa de espaço, já percebemos isso. Mas somos amigos e nos preocupamos com você. Esse tempo que sumiu, sentimos muito a sua falta – segurou minha mão. – Quando se sentir pronta para falar, estamos esperando pela verdade. Aqui, ninguém tem voz para julgar – sorriu de leve.

 

  As palavras dele me desarmaram. Não sei como pude presumir que eles seriam tão estúpidos a ponto de não juntar as peças. Afinal, eles conhecem parte da história, já.

 

— Me desculpem – sorri. – Prometo que vamos conversar sobre isso! – puxei os dois para um abraço. – Obrigada.

— É assim que amigos fazem – Jimin piscou. – Vamos estar sempre aqui para você – passou a mão no meu cabelo. – Agora vão. Os adultos aqui vão começar a noite em um lugar mais animado! – brincou.

 

  Depois de nos despedirmos, Seokjin e eu saímos do centro de eventos juntos sob o flash de um monte de câmeras. Aparentemente, a foto dele me beijando a testa já deve ter vazado.

 

— Esses abutres só trabalham rápido quando lhes convém – revirei os olhos falando para Jin.

— Você não quer resultados rápidos? – brincou.

— Isso eu quero. O que não quero é a dor de cabeça que vem de acompanhamento – suspirei.

 

  Ele abriu a porta do carro e me deu passagem para entrar primeiro. Durante o percurso, coloquei a cabeça no ombro dele e ficamos só conversando sobre coisas aleatórias. Amanhã vai ser difícil. Já imagino a reação de meu pai quando ficar sabendo dos boatos. Agora preciso esvaziar a mente.

 

— Quer subir? – perguntei quando chegamos em frente ao hotel. Minha voz é desanimada.

— Você está bem?

— Você me fez acostumar a dormir com alguém do lado – sorri de leve e ele ergueu a sobrancelha. – Na verdade, só não quero ficar sozinha, hoje – segurei sua mão. – Eu quero te usar outra vez para me sentir melhor… – olhei para nossas mãos. – Eu sei… Eu sou egoísta.

— Eu sei. Eu sei que que só quer me usar para atingir os outros. Não me importo. Também não me importo que me use só para se sentir melhor consigo mesma – levantou meu queixo. – Eu também te usei pela minha satisfação. Somos os dois egoístas, e daí? Não somos nós que vamos nos queimar.


Notas Finais


E aí, gostaram? :3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...