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História JohnLock - O casal


Escrita por: Sunshine00

Capítulo 5 - O casal


(Sherlock) Havíamos acabado de solucionar um caso. Eu estava eufórico diante dos últimos acontecimentos e era cedo ainda, por volta das 18h; não queria ir para casa. Sugeri que fôssemos ao Victoria Park, apenas a nível de distração. John concordou.

            Caminhávamos no parque calmamente.

            S - Você também não fica... sei lá, extasiado quando um caso como esse termina?

            J - Sim. É uma sensação boa. Dá um pouco de alívio também.

            S - Nossa, esse caso durou o que? Uma semana?

            J - Você precisa se recuperar. Comer e dormir direito agora.

            Sherlock se afastou um pouco, apontando para si mesmo – Eu pareço cansado? Eu estou a mil!

            J - Não importa como você se sente, como você é capaz de controlar suas necessidades. O organismo necessita de descanso e alimento, Sherl.

            S - Eu necessito menos.

            J - Até parece que quando você termina um caso não dorme horas e mais horas seguidas. ... Por um momento eu pensei que não solucionaríamos esse.

            S - Sério? Eu sempre penso que alguma coisa vai acontecer, alguma evidência vai surgir na minha cabeça a qualquer momento.

            J - Eu sei, mas teve uma hora que não parecia mais ter nenhuma conexão a fazer. Qual é, você fez a maior cena, Sherlock, super dramático – “esse caso é um dos mais difíceis”!

            Sherlock sorriu – E você adora. Deveria ter visto sua cara de espanto.

            Paramos de frente ao lago, observando.

            J - Aquele garoto gostou de você.

            S - Que garoto?

            J - O filho do Mr. Allen.

            S - Quantos anos ele tem? 20?

            J - É. Mas ele não tirava o olho de você. E é claro que você percebeu.

            S - Hm... Ele era atraente... Alto, né? Ombros... Tinha charme... – Sherlock não aguentou e começou a rir.

            J - Você está tentando me passar ciúmes.

            S – John, se agora você ficar regulando quem sente atração por mim vai ter muito trabalho.

            J - Eu não estou com ciúmes. Estou comentando para ver o que você acha.

            S - Eu te aviso se eu me interessar por outra pessoa.

            J - Não, eu não estou pedindo satisfação, Sherlock. Ok, então talvez eu esteja apenas um pouco com ciúmes. Mas eu tenho certeza absoluta que você tem mais ciúmes de mim que eu de você. Você não pode ver alguém se aproximar de mim!

            S – O que? Até se eu elogio alguém, você tem ciúmes.

            J - Você quase não elogia ninguém. É lógico que eu sinto ciúmes se você elogia alguém e essa pessoa não sou eu!

            Voltaram a caminhar, sentaram num banco afastado. A visão do parque de lá era muito bonita. John olhou para Sherlock, suspirou, sentou mais próximo e passou o braço por trás, sobre os ombros do amigo.

            J - É para você não me acusar também de não estar tomando nenhuma iniciativa.

            Sherlock riu. S – Do que você está falando?

            J - O que? Já estou prevendo o seu discurso – “você nunca faz nada, se não fosse por mim nada tinha acontecido”.

            S - John, se você foi passivo demais nos seus relacionamentos anteriores; enfim, não se sinta pressionado a nada. Faça o que você quiser – é a quarta vez que digo isso??

            J – Eu sei. É só que... só estou melhorando isso, então. Somos muito frios um com o outro. Poucos abraços, enfim. Eu vou ficar mais atento.

            S - Não reclamarei. Algo para eu melhorar?

            J - Sim. Não olhe para o lado. – ambos sorriram.

            S - Eu não olho para o lado! Eu sempre, só olho para você. – O encarou. John logo desviou.

            Sherlock deitou a cabeça sobre o ombro dele. John beijou seus cabelos e os acariciou.

            J - Seu cheiro... é muito bom.

            S - John... Me desculpe se eu, sei lá, for ríspido, se eu disser que isso foi um erro, que foi fraqueza minha. É difícil lidar com sentimentos. Eu acho mais vantajoso não me importar. É isso que eu tenho que melhorar...

 

            (Sherlock) Estava muito difícil esconder de Mrs. Hudson. Por mim não esconderíamos nada, mas John tinha o ímpeto de disfarçar e eu o acompanhava. Algumas vezes ela já tinha entrado e me visto abraçar John por trás, eu deitado no colo de John no sofá. Uma vez ela nos flagrou valsando na sala e John ao reparar que ela observava se afastou bruscamente:

            J - Mrs. Hudson... O Sherlock está me treinando. Você sabe, ele às vezes me ensina a valsar. Eu... Eu quero dançar bem. Agora.

            Mrs. H. - Oh, tudo bem querido. Eu só vim mesmo deixar o chá para vocês. Sherlock, você tem feito muito barulho com seus experimentos. Os vizinhos disseram que estão ouvindo uma serra elétrica.

            S - Sim. Por razões científicas...

            Mrs. H. - ... Apenas pare, mocinho. Tchau, tchau. – Ela saiu.

            S – sussurrando - ... John, acho que valsar não é suspeito não.

            Ambos rimos. J – Eu sei. Levei um susto...

            S - Ela já sabe, John.

            J - Será?;  Levantei uma sobrancelha.

            Outro dia ela nos pegou dormindo no sofá. Eu estava meio sentado, meio deitado, e John repousava sobre meu peito. Ao ouvir a voz de Mrs. Hudson, John levou outro susto e pulou do sofá. Tentei me segurar para não rir; não digo que consegui muito. John ficou desconcertado e se sentiu sem saída; ele fez o que sempre faz quando se sente sem saída: diz a verdade.

            J - Mrs. Hudson, nós somos um casal.

            O tom dele era de confissão, mas com uma entonação de indicar que estava tudo bem. Mrs. Hudson começou a gargalhar... e eu também.

            Mrs. H. - Ora, claro que são, John. Eu sei disso, e faz muito tempo. Veja só, Sherl...

            Quando ela foi embora:

            S - Eu disse que ela sabia.

            J – Como assim faz muito tempo? Ela realmente acha que nos beijávamos, que transávamos, desde que nos mudamos para cá...???

            S - Não é assim também, John. Como eu vou explicar... Eu sei que há pessoas ignorantes como você que diferenciam amizade de namoro apenas pelo beijo na boca. Não é assim que funciona. Qualquer sentimento que envolva atração, entusiasmo, queda, deslumbramento, encanto, desejo, tesão – entre duas pessoas, já caracteriza um casal. Enfim, é só pensar no que despertaria ciúmes nas suas namoradas - olhares, sorrisos mais demorados, abraços mais apertados... tudo que envolva atração. Se há tudo isso, não são só amigos. ... Quantas namoradas terminaram com você por causa de mim, mesmo?

            J - Elas terminavam porque eu deixava elas para estar junto de você... Se bem que algumas reclamavam mesmo de como a gente se olhava, sei lá... Eu achava um absurdo, sério. Mas entendi o que você quis dizer. Mas nós não somos... namorados.

            S - Não. Você ainda não me pediu em namoro...

            J - Por que eu que tenho que pedir?

            S - Sei lá, você já está mais acostumado. Mas tanto faz. Qualquer dia eu te peço, então.

            J - Mas a gente... não precisa namorar. Precisa?

            Fiz uma pausa. S - É só porque eu sou um homem. Se eu fosse uma mulher você já tinha me pedido em namoro, John.

            J - É verdade... Mas...

            S -...Se eu fosse mulher já estávamos no segundo filho, para ser mais realista. ... Enfim, não, eu não me importo, John. Odeio convenções, datas comemorativas. Acho entediante, não dou a mínima mesmo, você sabe disso. Mas eu também sei que você se importa... Então eu acabo me importando.



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