História Joshifer - Uma História, Um Amor - Revelações...

P.O.V JENNIFER

O barulho do salto de Lorrayne é o único som reproduzido na casa.

— Que carinhas são essas, amores? — ela pergunta — Viram um fantasma?

Ela sorri debochadamente

— Então... sentiram minha falta? — pergunta Lorrayne

Ben olha com uma cara de deboche pra ela, com o cigarro na boca

— Ah, olá, Ben. — ela diz — Sempre é um prazer te reencontrar.

— Não posso dizer o mesmo. — ele diz

Posso até estar maluca, mas Junior, Luiza e Gabi parecem não estar surpresos com a "volta dos mortos" da Lorrayne

Ela caminha lentamente até a mesa de centro, pega um morango e começa a comê-lo bem devagar.

— Andrew, querido! — ela diz — Que saudade... vem dar um beijo na mamãe 

Andrew caminha lentamente até ela

— O que você está fazendo viva, Lorrayne? — ele pergunta seco — Você não sabe o que eu passei pra superar sua morte "mamãe"...

Ele faz aspas com os dedos

— Nossa, querido! — ela diz sorrindo — Parece que a Luiza preencheu bem o meu lugar a ponto de você me esquecer, não é?

Ela faz uma cara de choro. Logo depois começa a gargalhar

— Sim, Lorrayne. — diz Andrew — A Luiza preencheu bem o seu lugar.

— Ai, estou c.o.m.o.v.i.d.a, querido, sério! — diz Lorrayne olhando para as unhas — Ai, preciso mais desse esmalte... ele é divino.

— OLHA PRA MIM, MÃE!!! — grita Andrew e Lorrayne o encara surpresa

Tento me levantar para tirá-lo de lá, mas Josh me segura

— Deixe eles resolverem... — ele sussurra — são mãe e filho.

Balanço a cabeça

— VOCÊ NÃO SABE O QUE EU PASSEI PRA SUPERAR SUA MORTE, MÃE... VOCÊ ERA TUDO O QUE MAIS IMPORTAVA PRA MIM, EU TE AMAVA INCONDICIONALMENTE... EU QUERIA MORRER, MÃE, QUERIA SIM, PORQUE VOCÊ ERA QUEM EU MAIS AMAVA NESSE MUNDO... — Andrew começa a chorar — LORRAYNE, VOCÊ ACABOU COM A MINHA VIDA. MEU SONHO DE SER VIOLONCELISTA MORREU JUNTO COM VOCÊ, MÃE. SABE, AGORA EU POSSO TER A CERTEZA ABSOLUTA DE QUE VOCÊ NUNCA ME AMOU E QUE ESTAVA MELHOR MORTA...

Lorrayne se levanta

— OLHA SÓ, MOLEQUE. — grita Lorrayne — QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA FALAR ASSIM COMIGO? QUEM É VOCÊ NA FILA DO PÃO? — ela coloca o dedo no rosto de Andrew

Estremeço

— LORRAYNE, NÃO! — grita Junior — Eu vou contar tudo à eles.

Todos o encaramos

— Não, maninho... — ela diz — Eu mesma conto.

— Maninho? — todos perguntamos juntos

— Vou começar do início... — diz Lorrayne

Assentimos

— Tudo começou no orfanato há muitos anos atrás... — ela começa — Eu fui mandada pra lá com doze anos de idade e era muito abusada pelas crianças mais velhas e até mesmo pelo padre Joseph. Quando completei meus dezesseis, decidi que aquela não era a vida que eu queria pra mim. Então, fugi sorrateiramente de madrugada com Mark e Fernando (meus melhores amigos, que na época tinham quatorze) e fomos para o posto gasolina que ficava praticamente há um quarteirão do orfanato. Cada um levou um galão de cinco litros; enchemos e levamos para dentro do orfanato. Espalhamos toda a gasolina pelo lugar, até não faltar nenhuma gota e nenhum lugar sequer... Ao terminar todo o processo, eu os abracei forte. Logo, o padre Joseph despertou no meio da madrugada para poder tomar seu remédio para a pressão e sentiu um cheiro forte de gasolina e olhou pro chão e viu todo aquele líquido jorrado por todo o orfanato... ele procurou para ver quem era o culpado e nos avistou de longe, e automaticamente pegou seu telefone e ligou para a polícia. E foi nesse momento que eu risquei o fósforo e o larguei no chão; e então o fogo consumiu todo o orfanato em pouquíssimos segundos. Cada um correu para um canto tentando achar algum escape... eu corri para um canto do orfanato que tinha um muro gigante e tentei pular, mas não conseguia pelo fato do muro ser muito grande e eu ser muito pequena. Olhei ao meu redor e vi o padre Joseph ardendo em chamas, e depois de minutos ele faleceu. Eu conseguia ouvir os gritos de desespero das outras crianças desfalecendo. Então as chamas aumentaram e me cercaram no muro... "é agora que eu vou morrer"  pensei, pois não tinha nenhum lugar para correr... todos os lados estavam ardendo em chamas e eu estava no meio do fogo. Logo, Mark deu um pulo nas chamas e apareceu do meu lado, suando... ele disse que  só um de nós poderia sair vivo de lá, então ele optou em me salvar. Eu olhei em seus profundos olhos azuis, passei a mão em seus cabelos loiros e ele me puxou para um beijo. Então eu também o beijei de volta, sem me importar se morreria ali ou não. Ao beijo cessar eu perguntei "... Mark, cadê o Fernando?" perguntei "Foi tentar salvar a Gabi." ele respondeu "Mas vocês disseram-me que odiavam ela." eu disse "O Fernando ama aquela garota, desde que a viu pela primeira vez. Ele só me ajudou a estuprá-la porque eu o obriguei e ameacei matá-lo." disse Mark. Arregalei os olhos. Abracei Mark, dizendo que não iria à lugar nenhum sem ele... "Fernando foi tentar socorrer Gabi e pode estar morto agora, e nós dois também estaremos em breve se você não pular... Lorrayne, você merece viver, se não tudo o que fizemos terá sido em vão. Eu te amo! Precisava falar isso antes de morrer... agora sobe!" eu o beijei, ele fez um degrau com as mãos e eu peguei impulso, ficando sentada no muro. Olhei para Mark lá de cima e pulei fora do orfanato, caindo na grama. Deitei-me ali e comecei a chorar fortemente e com força... "eu matei o homem que eu amo" pensei. "Eu também te amo, Mark" sussurrei sozinha ali deitada, enquanto as chamas ardiam com força atrás de mim. Logo, senti alguém se deitando atrás de mim... de primeira achei que fosse qualquer sobrevivente ou até mesmo um policial, mas  ao olhar para o lado, vi Mark deitado com vários arranhões graves e queimaduras leves em todo o seu corpo e rosto. Ele tossia muito, seu rosto estava negro pela fumaça... Mark me olhou e sorriu "ama mesmo, é?" ele perguntou brincalhão. Sorri, com uma felicidade que jamais havia sentido antes. Foi então que eu o beijei apaixonadamente ali na grama.

Ficamos boquiabertos

Eu já posso ver umas lágrimas no rosto de Andressa. Então percebo que também há lágrimas no meu rosto quando Josh as limpa e beija minha testa.

Gabi e Jena ficam boquiabertas com a revelação

— Então foi você que incendiou o orfanato... — diz Gabi preocupada

— Euzinha... — diz Lorrayne

— VOCÊ SABE QUANTAS CRIANÇAS INOCENTES VOCÊ MATOU??? — grita Jena

— Sei sim, amorzinho... — diz Lorrayne — E pra ser sincera, eu não ligava pra nenhuma delas mesmo e tal...

— Então Mark não morreu no incêndio... — diz Gabi

— E nem o Fernando. — diz Jena — Não sei se vocês lembram daquele amigo meu que trouxe a arma pra cá pra ameaçar o Nicholas. Então, é ele.

— O Fernando salvou minha vida... — diz Gabi — E eu  nem pude agradecer

— Mas ele te fez muito mal... — diz Andrew 

— Mas ele me salvou, gatinho... — diz Gabi — E ele me amava... eu nem sabia

— Você ainda não falou o porque de forjar sua própria morte... — diz Ben

— Vou chegar lá! — diz Lorrayne — Quando acabou o incêndio e os bombeiros vieram, Mark e eu nos separamos para viver nossas vidas. Fui levada para um abrigo junto com os outros sobreviventes, e foi aonde que os pais de Junior me adotaram... Benjamin e Alexa, junto com seu filho menor Junior (que na época tinha dez anos e eu dezesseis) me acolheram e eu sempre serei grata à eles. Então, eu retomei meus estudos, e encontrei Mark na mesma classe que eu... Logo, começamos a namorar sério. Ficamos juntos por dois anos até irmos para a faculdade... ele foi para a Inglaterra e eu para o Canadá. Nós tivemos que terminar devido à distancia. Então, na faculdade eu conheci Ben e comecei a namorá-lo... Logo, com um mês de namoro eu descobri minha gravidez de Mark. Foi assim que comecei a transar direto com o Ben para falar que o filho era dele. Mas meu irmão, Junior, avisou para Mark que eu estava grávida e ele me chamou com urgência para a Inglaterra pra resolver tudo. Então eu disse à Ben que iria para uma excursão e fui ver Mark... O acordo ficou que Mark assumiria a criança e eu entrei em pânico, com medo de Ben descobrir... Assim que Andrew nasceu eu o levei para a Inglaterra e Mark o registrou lá. Então, quando voltei ao Canadá, mudei de número, deletei todas as informações que ele tinha de mim e vim para Nova Iorque com Ben e Andrew. Largamos a faculdade  e começamos nossa vida do zero. Meus pais não queriam me aceitar de volta, então eu vim morar aqui. Assim que Andrew chegou, mamãe mandou Junior para um colégio interno, aonde ele conheceu Jennifer e Luiza. Junior voltou pra cá com vinte e quatro anos de idade, ou seja, esse ano. Isso explica o porque de vocês não o terem conhecido antes como meu irmão caçula. Logo, quando Andrew fez o recital, um jornal da Inglaterra que não tem nada de melhor para publicar, publicou que o sobrinho da grande Jennifer Lawrence... o Andrew Stevens Lawrence, filho de Lorrayne Stevens e Ben Lawrence, estava detonando no violoncelo. E foi então que Mark descobriu que falsifiquei os documentos da criança... e então Mark conseguiu meu número e ameaçou me denunciar por falsificação de documentos. Logo, mantive a identidade de Junior oculta para executar meu plano. Então, chamei Luiza e Gabi... Lembram quando vocês fizeram O Pique-Nique, assim que vocês começaram a sair? Então... eu, Luiza, Junior e Gabi estávamos no mesmo campo que vocês, planejando tudo para o grande plano. Logo, quando o psicopata do Nicholas ameaçou a vida do Josh e mandou você terminar com ele, eu mandei Luiza para poder "tranquilizá-lo" e Jennifer ficar com ciúmes e só assim ela recorreria ao meu irmão, Junior, para desabafar e enciumar o Josh. Como euzinha sabia que Jennifer recorreria ao Junior? Simples... ela é a melhor amiga dele e ambos contam suas vidas amorosas um pro outro. E como todo o expert em colocar ciúmes, Jennifer chamou Junior pra sua casa. Fazendo minha missão estar quase completa. Então, meu irmão precisava de algum motivo para ficar na casa... e não podia ser a Jennifer, porque nós sabíamos que ela e o Josh voltariam a namorar. E a única pessoa solteira aqui era nossa amiga Jena, então ele fingiu estar "gamado" nela... ele me pediu ajuda para poder tentar conquistá-la, e eu dei uma ideia de flores e um bilhete, e sugeri ele levar no quarto dela. Então, quando ela leu o bilhete, passou a gostar do meu maninho e eles passaram a namorar... fazendo assim, então Junior ter um motivo convincente para ficar na casa. Ele não podia contar que era tio do Andrew para não estragar o disfarce. Então, quando Junior se infiltrou aqui no meio do pessoal eu pude "morrer". Junior estava aqui esse tempo todo para ficar de olho no seu sobrinho, para ver se nenhum capanga de Mark viria pegar Andrew... ele me manteve sempre informada todo esse tempo. Nesse período que eu "morri" , fui para a Inglaterra junto à Mark, e assim que eu cheguei, ele me abordou perguntando aonde estava seu filho... eu disse que Andrew estava em um campeonato de violoncelo e que estava sob cuidado de meus pais e de meu irmão. Então eu passei à me filiar a Mark para podermos pegar a criança e sermos "felizes". Então nós nos casamos e ele pôs meu nome e de Andrew na herança. Logo, quando íamos pegar nosso filho... paguei dez milhões à empregada, Sthefany que estava precisando muito dessa grana, para ela poder botar veneno no suco de Mark e fugir do país. Ela o fez. Eu fiquei milionária, queimei os documentos originais do Andrew... e então eu voltei.

Ficamos boquiabertos

Ao terminar sua confissão, a campainha toca... não era ninguém, mas avistei um envelope preto e vermelho que se remetia à Lorrayne

Lorrayne pega o envelope e sorri.

— De quem é? — pergunta Luiza

— Uma velha amiga... — diz Lorrayne sorrindo

— Então o Ben não é meu pai biológico? — pergunta Andrew

— Nops... — diz Lorrayne

Ben põe a mão na boca em pânico

— LORRAYNE, VOCÊ É MALUCA? — berra Ben com um tom de ódio na voz

Ele se levanta

— Se te conforta o core, querido, eu não te traí enquanto estávamos juntos. — diz Lorrayne debochada — Eu descobri a gravidez um mês depois de estar com você. Então eu decidi abafar o caso, já que você achava que o filho era seu...

Ben caminha em direção de Lorrayne e coloca suas mãos no pescoço dela, mas não aperta.

— É porque eu sou homem que não vou tocar um dedo em você. Se não eu te matava... — bufa Ben com ódio no ouvido de Lorrayne

Andrew sobe chorando

Vejo um certo semblante de desespero nos olhos de Lorrayne

— O Andrew ainda é meu filho, independentemente de tudo, eu ainda o amo e nunca o abandonaria... — diz Ben 

Lorrayne revira os olhos e sorri debochada

Logo, Ben solta do pescoço de Lorrayne e sobe atrás de Andrew.

— O Ben não pode te encostar mas eu posso... — diz Jena se levantando rapidamente 

Logo, ela dá um tapa na cara de Lorrayne extremamente forte, deixando lá a marca de suas unhas.

Junior segura Lorrayne e Luiza segura Jena

— ME SOLTA!!! — grita Jena

— Junior, me solta, irmão — diz Lorrayne

— Tá maluca? — pergunta Junior — Ela tá grávida, esqueceu?

— Ah você me disse... parabéns. — diz Lorrayne se acalmando para não fazer mal ao seu sobrinho

— Jena se acalma... — diz Luiza — Vai fazer mal pro bebê

Jena se acalma e se senta. Lorrayne faz o mesmo

— Então Gabi... não tem nada para nos revelar não? — pergunta Lorrayne gargalhando maliciosamente

Gabi fica pálida ao extremo e encara Josh

— Josh, eu... — começa Gabi — eu sou sua irmã

Josh me olha confuso

— Não, Gabi... — diz Josh — Você não e

— S-sim, sou... — diz Gabi

— NÃO, VOCÊ NÃO É. — grita Josh — EU JÁ TENHO UMA FAMÍLIA BIOLÓGICA, SUA LOUCA!

— Então me explica isso... — diz Gabi pegando um retrato em sua bolsa e entrega à Josh

Josh olha a foto e coloca a mão na boca, com lágrimas nos olhos. Ele me passa a foto e eu vejo Josh com uns quatro anos e a Gabi com uns três. Eles estão em uma cozinha velha tomando suquinho na mamadeira e rindo, felizes.

Josh olha para Gabi assustado, sem palavras

— Josh, você já se perguntou o por quê de você não ter nenhuma memória antes de ter oito anos? Ou então o por quê de seus pais não terem nenhuma foto sua antes de você ter oito anos? Ou o fato de você sonhar quase todos os das que está caindo de um prédio? Ou então o fato de você ter flashbacks de um pique-nique no campo quando você era criança? — pergunta Gabi

Josh põe as mãos na boca e uma lágrimas escorrem no seu rosto

— C-como você sabe disso? — pergunta Josh — Eu nunca disse à ninguém...

— Está tudo ligado com o nosso passado... — diz Gabi

— Por favor... — diz Josh chorando — Me conta...

— Bom, tudo começou quando você tinha sete anos e eu seis... — começa Gabi e todos prestamos atenção — Nossa família passava por sérios problemas financeiros e você, Josh, precisava de muitos tratamentos médicos, pois você nasceu com um sério retardamento físico, que impedia você de crescer como as outras crianças (o que explica o fato de você ser pequeno), e um sério retardamento mental... e nossos pais não estavam em condições de cuidar de você. Então passei a roubar remédios na farmácia, mas não era o suficiente. Logo, passado alguns meses, mamãe e papai passaram por um sério distúrbio mental por não terem condição de cuidar dos próprios filhos... então eles passaram a falar que você era um erro, que era pra mamãe ter abortado, que você era filho do demônio, que preferiam que você fosse um câncer do que um filho. Papai tentava acalmá-la, mas ele estava em um estado psicológico crítico também e não conseguia controlar mamãe, nem a si mesmo... ele estava cheio de dívidas e estavam ameaçando despejar-nos do prédio abandonado e caindo aos pedaços que morávamos. Então, certo dia, mamãe surtou de vez e disse que queria te matar para poder haver paz dentro da nossa casa... mas eu de todas as formas tentei impedi-la. Ela me deu um tapa na cara e eu voei longe... foi assim, então, que a mamãe pegou a arma de papai em seu guarda-roupas e apontou para você. O papai não fez nada para impedi-la, mas eu fiz... pulei em cima dela e retirei a arma de sua mão. Rapidamente ela pegou você no colo e te jogou lá em baixo (morávamos no nono andar de um prédio velho), então, pelo desespero, eu sem querer apertei o gatilho e pegou no olho esquerdo da mamãe, saindo por trás da sua cabeça e ela já caiu morta. Papai se ajoelhou diante dela e chorou; alguns segundos depois, ele me olhou e pulou da janela. Por um instante pensei que fiquei órfã, mas quando olhei da janela, te vi agarrado na grade do ar condicionado do terceiro andar, chorando em desespero. Gritei para você aguentar firme, larguei a arma no chão e desci para te socorrer. Assim que cheguei lá em baixo, suas mãozinhas escorregaram e você caiu em cima de mim, mas sua cabeça bateu fortemente no chão, fazendo-me ficar preocupada... mas você ainda respirava. Eu queria chamar uma ambulância, mas não podia, pelo fato de ter dois corpos mortos no local... mamãe e papai; então, sentei-me e coloquei sua cabeça no meu colo e fiquei fazendo carinho na sua cabeça até você acordar. Quando você despertou e me olhou nos olhos, se levantou rapidamente e perguntou quem eu era e quem era si próprio. Então, ao olhar ao redor do ambiente, você viu o corpo morto de papai (que estava com o cérebro espalhado pelo chão, pois o impacto foi tão forte que sua cabeça estourou) você chorou e perguntou se a gente podia ajudar aquele moço. E foi nesse momento que eu percebi que que você havia perdido a memória... eu disse que não podia ajudar o moço. Logo, eu disse que era para nós subirmos porque lá em cima tinha bala e você logo se animou. Então a chegar lá em cima, mandei você esperar na sala para não poder ver o corpo da mamãe. Foi no quarto, aonde o corpo da mãe ainda se encontrava, peguei um remédio de dormir dela na gaveta, quebrei-o na metade e te dei falando que era uma balinha nova que tinha gosto de chocolate... você como tinha sérios problemas de retardamento mental, acreditou e tomou. Dormiu quase de imediato. Então, fui à cozinha, peguei a faca e fiz alguns cortes no meu corpo e rosto. Logo, fui te arrastando nas costas (você era muito pequeno e leve, então deu para te levar)  até a casa dos Hutcherson's  (que nos deviam um favor por meus pais salvarem o filhinho pequeno deles, o Connor, de um incêndio) e toquei a campainha. Eles me viram toda cortada, suja com você no colo e eu contei toda a história à eles... e pedi para que cuidassem de você e do seu sério problema (afinal, eles tinham uma condição muito boa). Quando acabei de contar, eles entraram em choque, mas depois eles disseram que cuidariam de mim e dele... mas eu disse que não podia ficar pois a polícia logo chegaria e eu não queria causar problemas à eles. Os Hutcheron's insistiram, mas eu neguei e eles perguntaram se eu ficaria bem e eu assenti. A senhora Hutcherson me ofereceu um sanduíche, eu peguei e te entreguei à eles. Eu dei um beijo em seu rosto... "Fica bem, irmão... eu te amo" sussurrei em seu ouvido. E então continuei minha jornada... Caminhei um quilômetro para achar um orfanato bem longe de casa. E assim que cheguei no Orfanato de Crianças Carentes a chuva começou a cair fortemente. Me deitei ali na chuva mesmo e dormi... toda cortada, machucada, molhada e descabelada... No dia seguinte fazia muito sol, a Irmã Abigail foi pegar o jornal logo cedo e me viu molhada, descabelada, cortada e suja. E foi então que ela me acolheu no orfanato...

A voz da Gabi começava a desfalecer... ela queria chorar

— Gabi... deixa eu contar o resto... você não vai conseguir contar tudo. — diz Junior 

— Conta... — diz Gabi

— Naquele mesmo ano em que a Gabi foi acolhida, eu e minha mãe fomos lá fazer nossa visita mensal ao orfanato. Na época, eu tinha dez anos e ela sete. Eu a vi sentada no banco lá de dentro chorando... e eu fui perguntar o que havia acontecido. De primeira ela não se abriu, mas depois de alguns dias que eu fui voltando lá, ela se abriu comigo. Me contou toda a história dos pais dela e do irmão maior, Josh... eu lembro que fiquei chocado com a ideia, e acabei comentando inocentemente que um menino chamado Josh Hutcherson tinha se mudado lá pra minha rua também... a Gabi ouviu o sobrenome e disse que esse era o nome do irmão dela. Ela pediu pra mim ficar de olho nele pra ela, e eu o fiz. Mas quando eu fiz doze anos, eu me mudei para estudar no colégio interno assim que Lorrayne ganhou Andrew. Mantive Gabi informada enquanto pude, mas eu me mudei e perdi até mesmo o contato com ela. Logo, doze anos depois eu voltei e a reencontrei. E ela disse que estava sem notícia do irmão há anos e quando a Jennifer bateu na minha porta pedindo conselho e disse que um tal de Josh estava com uma menina chamada Luiza, eu me liguei que o Josh era o irmão da Gabi e bolei um plano com ela. Usamos Luiza pra chegar no Josh e fazer ciúmes na Jennifer. A Jennifer recorreria a mim para fazer ciúmes no Josh. Obviamente ela me levaria até sua casa... a Jena foi o motivo de eu ficar aqui então pude ficar fixamente. E só assim eu poderia trazer a Gabi pra cá para rever o irmão. — diz Junior

Todos ficamos boquiabertos

Josh começa a chorar fortemente e Gabi também. Então eu o abraço forte e ele me abraça também, soluçando. Josh afunda seu rosto em meu pescoço e chora mais forte... Junior também abraça Gabi

Josh olha para ela, com os olhos cheios de lágrimas e arregalados. Gabi o encara chorando também.

— Josh... — ela diz

— N-não, Gabi... não! — diz Josh — Eu estou muito confuso, deixa eu pensar... por favor!

Josh sobe correndo para meu quarto. Gabi chora soluçando e abaixa a cabeça.

— Vai lá ficar com ele... o Josh precisa de você mais do que nunca agora. — diz Jena — Nós vamos ficar com ela aqui em baixo.

Balanço a cabeça e subo

Ao chegar, vejo Josh no meu quarto, deitado na minha cama, chorando feito criança e com o travesseiro em seu rosto.

— Josh... — chamo-o sentando na cama

Acaricio seu cabelo

— Jennifer, eu estou me sentindo um nada. — diz Josh soluçando — Minha vida toda foi uma mentira. Meus pais biológicos queriam que eu tivesse morrido

— Josh, eles passavam por muitas dificuldades... Era muita barra para eles aguentarem e isso acabou afetando o psicológico deles. — digo — Não foi culpa deles e muito menos sua...

— Minha mãe morreu porque queria me matar... — diz ele — Eu sou o culpado pela morte deles.

Mais lágrimas escorrem em seu rosto e eu as limpo com a minha ão

— Eles te amavam, eu sei disso. — digo —  Mas os problemas foram muitos

Dou-lhe um beijo, ele pede passagem com a língua e eu cedo. Nossas línguas se entrelaçam e eu me jogo por cima dela e ele deita na cama. Josh passa a mão na minha barriga por debaixo da blusa e um arrepio percorre meu corpo. Logo, alguém bate na porta

Mordo seu lábio inferior

— Vamos com calma, garotão. — digo — Entra.

Josh bufa em decepção

— Atrapalhei? — pergunta Lorrayne entrando

— Sim... — diz Josh mau-humorado

— Ótimo... — diz Lorrayne debochadamente — Então... ganhei três ingressos na área vip, bebida liberada e camarote fechado pro show de relançamento da banda Burning of Dark

— E... — pergunto

— Eu só vim pra esfregar na cara de vocês mesmo. — diz Lorrayne — Brincadeira! Queria que vocês dois fossem comigo... sei lá, pra descontrair dessa barra toda.

— Acho melhor nã... 

— CARAMBA! — diz Josh — Eu gosto dessa banda desde moleque... eu não acredito que eles vão voltar. — ele parece animado — Vamos, Jenn... vais ser bom.

— Vamos sim... — digo

— Ótimo... — diz Lorrayne — Espero vocês lá em baixo às sete horas

— Mas já são seis e cinquenta... — diz Josh

— Ótimo... — diz Lorrayne — vocês têm dez minutos.

Ela sorri e sai balançando os ingressos na mão

Olho para Josh e saímos correndo juntos para o banheiro.

Ao sair do banho, Josh pega uma roupa que ele deixou há uns dias aqui e veste. Uma bermuda preta, um tênis canela-longa, um boné de aba reta preto e uma blusa branca gola v apertada no corpo escrito "Believe in your #SELFIE" confesso que achei bem criativo o duplo sentido da estampa. Já eu coloco um shortinho cós alto jeans, uma camiseta azul escura e um tênis canela-longa branco. Passo um babyliss  rápido para deixar meu cabelo ondulado e passo base, pó compacto, blush, rímel, uma sombra azul escura, um delineador e lápis de olho. 

Descemos e encontramos Lorrayne com um vestido branco curto até a altura da bunda, com um corpete que a deixava com um corpo perfeito. Usava um scarpin preto com um salto alto, usava seu rayban preto e seu  negro cabelo jogado para o lado, ondulados batendo na bunda. Estava linda...

— Vamos? — ela pergunta 

— Ainda não... — diz Josh — vou falar com a minha irmã antes. 

Gabi olha para Josh e sorri de lado

Ele caminha até ela e a abraça. Então ele sussurra um "quero falar com você depois..." em seu ouvido e logo em seguida dá um beijo em sua testa.

Todos sorrimos e então fomos para o show

Chegamos e a fila estava enorme. Mas para a nossa sorte a fila para a área vip estava vazia e fomos direto. Entramos e vimos lá de cima do camarote a enorme quantidade de gente lá... fiquei impressionada, mas também é o show de relançamento. 

Assim que o show, a vocalista Andy Realize falou umas palavras e o show começou. O rock foi pesado e nós três só sabíamos de nos acabar de dançar... Todo mundo no camarote e lá em baixo só sabia pular e fazer roda punk (que nem eu, Josh e Lorrayne participamos). E então começamos a beber e nos soltar mais ainda. Mas Lorrayne acabou passando dos limites, bebeu tanto que acabou dando em cima do Josh na minha frente. Ficou alisando-o, empinando a bunda contra o membro dele, ficava piscando pra ele e apertando a bunda dele. Eu não gostei nada, nada daquilo.

— Lorrayne, você tá maluca? — grito — Para de dar em cima do meu namorado

— Que foi, querida? Não se garante com seu macho, não? — Pergunta Lorrayne debochada

Temos que assumir que a Lorrayne apesar de ser linda e sexy, a cachorra ainda é gostosa.

— Josh, para de dar mole pra ela... — grito — Que saco!

— Jennifer, relaxa... estamos só dançando. — diz Josh

Como se roçar no meu namorado fosse só dançar

— ENTÃO FICA COM A SUA AMIGONA AÍ QUE EU ESTOU INDO EMBORA! — grito

Saio andando na frente

— Deixa ela ir, Josh... — escuto Lorrayne dizer — esquece essa neurótica e aproveita o show

Acelero meus passos

Ao chegar lá fora, vejo que está chovendo e que Josh não veio atrás de mim, ótimo. Que ele seja feliz com a gostosona lá. Como não trouxe guarda chuva, vou andando na chuva mesmo.

— Jennifer... — vem Josh correndo atrás de mim — Jennifer, espera.

Continuo andando na chuva

— Vai lá com a sua amigona do coração, vai Josh... não enche. — digo

— Jennifer, eu te amo! Não faz isso comigo. — diz Josh — A única mulher que eu quero é você.

— Que bom né? — digo 

— QUE DROGA, JENNIFER! — grita Josh — ERA PRA ESSA SER UMA NOITE ESPECIAL.

— Deixa a Lorrayne fazer sua noite especial, Josh. — digo

— JENNIFER, NÃO ESTRAGA TUDO. — ele diz

— AH, EU QUE ESTRAGUEI, NÃO É JOSH? — pergunto

— PORRA, JENNIFER! — ele grita — EU ACABEI DE DESCOBRIR QUE EU NÃO SOU FILHO BIOLÓGICO DOS MEUS PAIS, QUE EU TENHO UMA IRMÃ QUE EU NEM SABIA DA EXISTÊNCIA, QUE MEUS PAIS QUERIAM ME MATAR. QUE DROGA... ERA PRA SER UMA NOITE PRA DESCONTRAIR.

— OLHA, A CULPA NÃO É MINHA SE SEU PASSADO NÃO É UM DOS MELHORES, OK? — grito

— QUE DROGA... NÃO ESTRAGA TUDO, JENNIFER! — diz Josh

Paro, me viro e olho em seus olhos

— Não estraga meu pedido de casamento... — diz Josh — Que droga!

Meu cabelo molhado, minha maquiagem borrada... olho para Josh em choque.

— N-não estraga o-oque? — pergunto

— Meu pedido de casamento... — Josh senta no banco do lado do carro e abaixa a cabeça — era pra essa noite ser perfeita, que droga!

Ele se levanta e bate com força no carro

— J-Josh eu... — tento dizer

Ele se senta novamente, abaixa a cabeça e passa a mão nos olhos. Acho que estava chorando, mas não deu pra ver por causa da chuva

Sento-me do lado dele

— Josh... me desculpa. — digo — Eu não queria estragar a noite...

— Eu ensaiei tanto... pra nada. — ele diz

Começo a chorar

— Josh, me perdoa por favor... — soluço

Josh me abraça e eu deito minha cabeça em seu ombro

— Não chora, meu amor... — ele diz segurando um choro

— Eu estraguei tudo! — digo

Eu o olho nos olhos

— Jennifer... — diz Josh com lágrimas nos olhos — Q-quer casar comigo?

— É o que eu sempre quis... — digo chorando — Josh... me beija!

Choro forte e ele me beija, também chorando. 

Ao cessar o beijo, ele pega uma pequena caixa em seu bolso e se ajoelha diante de mim. Eu estendo minha mão e ele desliza o lindo anel em meu dedo e me beija.

— Eu te amo, Jennifer. — ele diz

— Eu também te amo, Josh. — digo

Sinto meu coração acelerar.

Josh me abraça, pega em minha nuca e nos beijamos violentamente no banco. Ele morde meu lábio inferior e sorri.

— Vamos pra casa? — pergunta

— E a Lorrayne? — pergunto — ... Ah, ela se vira... 

— Eu não quero nem saber... — ele diz — Eu só quero aproveitar o resto da minha noite com a minha noiva.

Sorrio

Entramos no carro e fomos para casa.