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História Jovem guerreiro - Esperança


Escrita por: shotosolitario

Notas do Autor


Yohu~

Capítulo 60 - Esperança


Assim que cortou o último pescoço, Izuku se ajoelhou no chão em busca de apoio. Todo seu corpo doía, como se fosse pisoteado por uma manada de cavalos, e seus pulmões ardiam em busca de ar. O cheiro pesado de sangue não ajudava, era como colocar sal em sua ferida. Vendo esse sofrimento, Tokoyami se aproximou e ajudou-o a ficar em pé. Com muita calma o levou até a janela para que respirasse ar puro.

Pela janela viu as pilhas de corpos que ficou para trás, no pátio alguns dos escravos recolhiam os restos e colocavam fogo. Essa cena era muito triste para Midoriya, que odiava e se sentia horrível quando matava. Mas, nessa situação, não existia uma segunda escolha, assim como na guerra. As palavras de Tokoyami sobre gentileza não ser retribuída são reais, sabia disso, mas aceitar é doloroso. Desde pequeno seu temperamento foi calmo e gentil, sair matando não era exatamente algo que alguém imaginasse dele.

Ainda lembrava do sentimento ruim e pesado que sentiu quando matou pela primeira vez. Não tinha mais de cinco anos quando sua casa foi invadida, seu vizinho sorria de maneira estranha, sem entender o motivo, apenas cumprimentou educadamente o bêbado. Naquela noite, descobriu que seu pai morreu, naquela noite, violaram e mataram sua baba, naquela noite, quando viu a mulher morta, sentiu muita raiva, pela primeira vez na vida sua tristeza foi convertida em puro ódio. Não lembrava direito como, mas suas ações de pegar uma adaga, presente de seu pai, e enfiar na garganta do vizinho foi natural e rápido, o velho bêbado nem percebeu, estava entretido demais com o corpo morto da sua babá.

Essa foi a primeira pessoa que matou, e surpreendentemente a memória mais antiga que tinha. Não lembrava de seu pai, nem sua mãe, apenas de matar seu vizinho. Como ainda pode ser gentil tendo a primeira memória de sua vida matar? Era hipócrita e hilário, sequer sabia o motivo de sua gentileza. Talvez fosse esperança? A mesma esperança que o levou até a cama de Stain. De que adiantava? Talvez... Tsuyu e Bakugou fossem joias raras entre os humanos, os únicos que não o machucariam.

— Midoriya, eu peguei alguns remédios e panos úmidos, venha, eu sei um pouco sobre curativos e posso ajudar. — Tokoyami se aproximou com uma caixa de madeira — Eu pedi para encontrarem água fresca e comida, logo você pode se alimentar.

A ação do jovem foi muito natural, como se visse Midoriya como uma criança ferida. Sem perceber, começou a rir, estava aliviado, ainda existia pessoas boas que se preocupavam com um completo estranho.

— Obrigado, você me salvou. — Midoriya sorriu gentilmente, estava sendo sincero, a linha de pensamento negativo não pararia se não fosse essa ação pequena.

— Bobagem, quem me salvou foi você. — Tokoyami estalou a língua em desgosto — Vai fazer o que depois daqui? Eu posso só ir embora?

— Estou sendo treinado, então vou viajar para onde me levarem. — Midoriya respondeu automaticamente — E sim, você é livre para ir. Quem não tiver casa para voltar pode se tornar um servo, pegar um pedaço de terra do general e pagar com serviço. Os que quiserem voltar para suas famílias podem ir, o general vai escoltar cada um de volta. Ouvi também que o rei vai fornecer algum dinheiro a eles, dinheiro esse que os nobres que nos assistia ganharam em apostas. Mas essa ultima informação não é totalmente confiável, eu apenas ouvi dos soldados um dia.

— Que resposta completa. — Tokoyami sorriu de lado, gostava de pessoas que falavam bastante — Deixe-me te ajudar com as feridas, depois vou pensar no que fazer.

— Tudo bem. — Midoriya se sentou na cadeira do antigo administrador na torre e estendeu os braços, esperando para ser tratado.

Analisando os papéis com nomes de todos os colaboradores da arena, Aizawa fechou a cara. Um dos nomes é de um padre, o homem é amado e intocável. Não era primeira vez que esbarrava no nome, alguns de seus informantes viviam lhe dizendo sobre essa pessoa ser um dos maiores traficantes de crianças escravas do reino. Segundo eles, os bordéis pagavam muito mais por crianças de cinco a dez anos, eram os preferido deles. Alias, seus instintos lhe diziam que Midoriya era um dos seus. Talvez por sorte conseguiu ser comprado, se livrando de um destino pior que a morte.

Na lista também indicava o nome de alguns oficiais da corte, não era nenhuma surpresa esse povo corrupto apoiar em busca de aumentar suas riquezas. O nome do príncipe em particular lhe deixou bem satisfeito, agora existia uma maneira de recusar o trono a essa pessoa, só precisava entregar esses papéis ao rei. Não era um segredo que ninguém apoiava esse bêbedo, até Endeavor preferia a princesa, mesmo não apoiando uma mulher no trono.

A coisa complicada mesmo era lidar com o padre. As igrejas eram uma força sozinha, que se instalava em todos os reinos. Mexer com eles era muito difícil, sua força era de igual ou superior a coroa. Para se livrar dele, precisava de um plano bem elaborado, não era necessário derrubar a igreja em si, apenas essa pessoa e seus parceiros. Se não estivesse enganado, esse homem estava atualmente em uma das igrejas do reino, na segunda maior cidade, que não perdia em nada para capital. Precisava infiltrar alguém nesse esquema, e isso seria perigoso e de máxima importância.

— O que vai fazer? — Mic perguntou ao ler o pergaminho pelas suas costas.

— Preciso colocar alguém entre eles, mas não sei quem. — Aizawa massageou sua têmpora e se apoiou na cadeira — Precisa ser de confiança e convencer os idiotas que tem fé.

— Nem pense em mandar o izuku, ou te denunciarei a Hakamata. — Hizashi repreendeu sem pensar duas vezes.

— Não confio nele, então não vou coloca-lo nesse assunto. Talvez alguém que já esteja no meio? Momo foi criada na igreja, em quem ela confia? — Aizawa fechou o olhos para pensar.

— A kendo, talvez? — Mic tentou ajudar.

— Não... ela é esposa de Monoma, que é amigo íntimo do príncipe, toda essa gente é suspeita. — Aizawa negou, não queria ficar devendo nada a eles — Pensei no Koda, foi amigo dela enquanto estavam na igreja e ele parece ser o típico garoto tímido.

— Quer que eu investigue ele? — Mic assentiu, era um boa ideia.

— Sim, quero saber de tudo, até sua rotina diária. — ordenou enrolando pergaminho — Pergunte a princesa sobre o que ela acha do garoto também.

— Estou livre de ter que ir ao reino Shiketsu? — perguntou com expectativa — Eu não gosto muito deles.

— Nem eles de você. — Aizawa sorriu de lado — Mas, não. Você vem comigo, apenas mande uma carta ao Shin, ele resolverá o caso de Koda.

— Shinsou está nas garras do príncipe, tenho certeza que ele nem quer te ver por conta disso. — Mic respondeu de maneira direta — Nem cartas ele escreve mais.

— Meu filho é profissional, e eu duvido que o príncipe ou qualquer pessoa do castelo consiga ver através dele. — Refutou um pouco orgulhoso — Quanto a estar bravo, creio que eu não posso fazer nada. Eu precisava colocar alguém no castelo para ajudar a princesa, e Hakamata quase me deu um soco quando sugeri Bakugou.

— Foi estúpido. — Mic gargalhou — Você sabe que o conselheiro real vê o irmãozinho mais novo no menino, eles são extremamente parecidos.

— É assustador. — Aizawa concordou — Deixando isso de lado, vá escrever ao Shin, quero sair dessa arena ainda essa semana, e... Ah! Esqueci do garoto, talvez ele esteja em apuros, vamos.

— Já mandei cão imundo para ajudar, péssimo professor. — Mic torceu os lábios em desagrado — Vou escrever a carta, e se eu fosse você ia pensar em como se ensina uma criança.

Assim que deixou a sala, Aizawa coçou a nunca envergonhado. Realmente, esquecer seu aluno foi o cúmulo. Precisava melhorar seu tratamento com o menino sapo, apesar de não confiar nele.

Ainda na sala principal da torre que tomou a força, Midoriya sorriu admirado pela maneira rápida que Tokoyami enfaixou seus cortes, talvez alguns dias na tribo fariam dele um excelente médico.

— Você só precisa descansar, vai se recuperar rápido. — O menino corvo aconselhou enquanto quadrava os materiais que usou.

Antes que Midoriya pudesse responder, ouviu uma risada alta da porta. O guarda de Aizawa que estava sempre por perto, assistia os dois com diversão.

— Brincando com o jovem, senhor? — perguntou achando graça.

— Brincando? — Tokoyami perguntou de volta, confuso e se preparando para ficar com raiva.

— Jovem Midoriya é um médico, mestre em venenos. — Cão imundo contou — Talvez queira usar as pomadas que ele faz, são mágicas.

— Você está exagerando, eu apenas sei um coisa ou outra. — Midoriya balançou a cabeça, desamparado. Seu conhecimento sobre essas coisas é por causa da tribo e comparados a eles não passa de um mero aprendiz.

— é o melhor que conheço. — Refutou o guarda sem se importar — De qualquer maneira, vim avisar que está tudo bem nas outras torres. O general também capturou os nobres, você pode descansar aqui por alguns dias se quiser.

Tokoyami vagou em sua própria mente quieto, sem se importar muito com a conversa dos dois. Quanto mais tempo passava com Midoriya, mais curioso ficava. A pessoa em si o intrigava, e queria saber mais e mais.

— Ei, posso ir com você nesse treino? — Tokoyami interrompeu os dois, perguntando a Midoriya.

O garoto ficou surpreso, depois começou a murmurar um debate interno com uma expressão vaga, por fim sorriu brilhantemente.

— Acho que tudo bem você vir, mas vou precisar consultar meu mentor!


Notas Finais


Midoriya ta todo negativo... vai dar um trabalho fudido consertar os traumas desse bebê

Um pouco do passado do protagonista? Ta ai o pq dele nao hesita em matar, a primeira lembrança que tem é isso.

Ohoh, menção a outros personagem?? Ja tem quase toda a classe 1-a aqui

Kendo coitada, ser noiva do monoma KKKKKKKK

Beleza, a treta com a igreja vai ficar em paralelo com a primeira guerra, assim como a tribo do sapo está agora junto do treino.

Conseguem chutar quem é o vilão? Crianças, trafico...

Aizawa percebeu que é horrivel, finalmente? Tem uma boa gente que quer sentar ele na porrada

Meu passarinho vai junto??? Nosso primeiro amigo homem de vdd??

Bom, obrigada por ler e pelos comentários anteriores. 💛


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