História Judge Me - Misery Business

Hoje seria um dia corrido, precisava ir aos estúdios da Sony Channel pegar alguns pertences meus que haviam ficado por lá e depois acompanhar Camila até o prédio da Sony Music, onde ela finalmente gravaria seu EP. Eu estava orgulhosa de minha namorada apesar de tudo, e eu sabia que ela merecia mais do que ninguém gravar suas próprias músicas e ter seus próprios fãs, mas tudo isso tinha um preço alto e era exatamente essa parte que me deixava preocupada.

Quando assinei contrato com a Sony eu tinha por volta dos meus 18 anos, estava desesperada por não conseguir um emprego e havia brigado com meus pais por desistir da faculdade de fotografia para sair por aí atrás de uma gravadora que me ouvisse e me aceitasse. No começo eu fui rejeitada por muitas, não pela minha voz, mas me disseram que eu não tinha glamour ou coisas do tipo para me tornar uma cantora de sucesso. Mas como meu pai sempre me ensinou, eu não desisti, e continuei a tentar mais e mais vezes até o dia em que Larry me ouviu cantar.

Ele me analisou de forma minuciosa e julgadora possível, sem tirar os olhos de mim nem por um segundo enquanto eu me apresentava. Eu estava nervosa e me preparando para mais um "não" quando ele levantou-se de sua cadeira e me aplaudiu de pé, dizendo que assinaria contrato comigo. Eu estava tão feliz e desesperada que não me permiti ler o maldito papel, e então, minha vida se transformou no inferno que está hoje. É isso o que eles fazem, se aproveitam de você quando você está vulnerável e desesperado, pois sabem que você está nervoso demais para ler até as letras miúdas. Tudo o que você quer é deixar sua assinatura e iniciar sua jornada rumo ao seu maior sonho sem saber que, na verdade, você será apenas mais um porquinho de dinheiro para eles.

Ao chegar na casa de minha namorada, buzinei algumas vezes até ver sua imagem se fazer presente na porta, correndo até meu carro com um sorriso capaz de rasgar seu rosto. Acenei para Alejandro, que nos observava de longe, e destravei as portas para que Camila entrasse, e ela assim o fez.

– Meu Deus, estou tão ansiosa. – respirou fundo e me olhou, se aproximando rapidamente antes de me dar um beijo demorado –

– Calma, vai dar tudo certo. – sorri e acelerei o veículo, seguindo caminho até a Sony Channel – Vamos ter que passar no The Voice primeiro, esqueci alguns pertences meus lá.

– Sem problemas. – respondeu sem tirar os olhos da estrada – Lauren, seu telefone está tocando. – apontou para o aparelho, olhei rapidamente e vi o nome de Larry piscar na tela de meu celular –

– Pode atender pra mim por favor? – pedi – Coloca no alto falante.

Ela nada respondeu, apenas fez o que eu havia pedido e colocou o aparelho próximo aos meus lábios.

– Pode falar, Larry. – atendi – Estou dirigindo.

– Serei breve, não se preocupe. – disse indiferente – Tenho uma notícia para você, é melhor se preparar.

– Se for mais uma das suas idéias de merda, pode esquecer. – suspirei irritada –

– Tudo bem, então você não quer saber que foi indicada ao VMA, não é?

– Eu nã... Espera, o quê?! – perguntei surpresa, freando bruscamente antes de encostar meu carro – Não brinca comigo, Rudolph! – tomei o celular das mãos de Camila, que observava tudo atentamente –

– É exatamente o que você ouviu. – soltou uma gargalhada, e pela primeira vez, não foi sarcástica – Artista Revelação.

– Puta merda! – gritei incrédula – Não consigo acreditar nisso. – olhei com os olhos arregalados para Camila, que me encarava sorridente –

– Melhor acreditar até lá, mas agora preciso ir, tenho uma reunião importante com o pessoal que trabalhará no EP de Camila. – disse calmamente – Até depois, Jauregui.

Desliguei a ligação ainda sem acreditar no que acabara de ouvir. Então era verdade, meu maior sonho estava se realizando. Ser indicada ao VMA era um dos pontos mais importantes para a minha carreira, tudo o que eu sempre desejei desde que era apenas uma adolescente sonhadora, assim como a cubana ao meu lado. Ela estava tão feliz quanto eu, era visível pela maneira como ela estava soltando gritinhos estéricos comigo em meu carro. Mas precisávamos nos acalmar, ainda tínhamos compromissos para cumprir ao longo do dia.

Respirei fundo e voltei a seguir estrada até meu primeiro destino, mas minha cabeça e meu coração estavam uma completa bagunça. Nada conseguiria me acalmar naquele momento, só de me imaginar ganhando um dos prêmios mais importantes da música já era motivo suficiente para me fazer ter um ataque cardíaco. Não demorou muito para chegarmos ao prédio da Sony Channel, que por sinal, estava praticamente vazio.

– Caralho, ainda não acredito que você foi indicada ao VMA. – a cubana disse enquanto seguiamos até os bastidores do que costumava ser o The Voice –

– Nem eu. – sorri para mim mesma e respirei fundo pela milésima vez antes de ficar de frente para ela, sentando-me no que era minha bancada do programa – Talvez você esteja certa, talvez todo esse esforço valha a pena no final.

– Eu realmente espero que eu esteja certa. – rimos – Você tem a chave que tranca aquela porta? – apontou para a porta que separava os bastidores do palco –

– Sim, eu tenho. – arqueei uma sobrancelha e lhe encarei confusa – Por quê?

– Passa pra cá. – estendeu sua pequena mão, apenas lhe observei – Vamos, Lauren!

– Ok... – concordei mesmo estando confusa, lhe entregando o objeto – O que pensa que está fazendo? – vi a mais nova se dirigir até a porta e trancar a mesma, antes de voltar para mim, que continuava sentada em minha antiga bancada –

– Eu? – sussurrou contra os meus lábios, encaixando-se entre minhas pernas – Apenas realizando um dos meus maiores desejos.

– E qual é? – coloquei minhas mãos em sua bunda e lhe puxei para mais perto, sentindo seu nariz roçar em minha boca –

– Foder com você nessa bancada.

Antes que eu pudesse responder, senti seus lábios molhados e famintos tomar os meus em um beijo rápido e quente, deixando-me instantâneamente excitada. Sem perder tempo, puxei o zíper do vestido de Camila para baixo, permitindo que o mesmo caísse ao chão e deixasse a cubana apenas de lingerie. Observei seu corpo extremamente sexy e senti minha boca salivar, foi então que desci de onde estava e lhe peguei pelas pernas, sentando-a onde eu me encontrava anteriormente.

Enrosquei meus dedos em seus cabelos e puxei sua cabeça levemente para trás, depositando beijos, chupões e mordidas em seu pescoço. Gemidos espremidos saíam de seus lábios, meu corpo estava em chamas e com certeza o dela também. Com a mão livre, passeei por sua barriga antes de chegar em seu sexo, onde lhe estimulei com meus dedos por cima de sua calcinha.

– Lauren... – murmurou –

– É a minha vez de mostrar quem manda aqui – me aproximei de sua orelha e a mordi antes de sussurrar – garota cubana.

Sem mais delongas, coloquei minha mão rapidamente dentro de sua peça íntima, encontrando seu sexo completamente molhado e pulsando pra mim. Mordi meu lábio inferior e voltei a beijar seu pescoço, sentindo suas mãos pousarem em minha bunda enquanto lhe apertava de prazer. Movimentei meus dedos sobre seu ponto de prazer com cuidado antes de colocar dois de uma vez dentro dela, fazendo a mais nova soltar um murmúrio alto e demorado.

– Porra... – se agarrou ao meu corpo, permitindo-me ouvir seus gemidos mais baixos – Lauren...

Iniciei as estocadas, ouvindo meus dedos se chocarem contra sua intimidade molhada. Seus músculos se contraíam e suas pernas tremiam, assim como sua voz saía falha e contínua enquanto gemia em meu ouvido. Meus olhos estavam fechados na tentativa de me concentrar apenas no momento, precisávamos ser rápidas, mas ainda assim eu queria lhe causar um orgasmo devastador.

Aumentei a velocidade e, por consequência, ouvi seus gemidos ficarem mais altos e frequentes, seu corpo já suava consideravelmente e seus dedos se cravavam mais e mais em minha bunda enquanto ela mordia meu ombro com certa força, o que com certeza deixaria uma marca, pois eu estava de regata. Fui o mais rápido que consegui já que ela ainda estava de roupas íntimas, depositando beijos e lambidas em seu pescoço e ombro, permitindo que seu cheiro de sexo invadisse meu olfato, deixando-me ainda mais excitada.

Percebi que ela estava em seu ápice quando já não tinha mais controle sobre seu corpo, impulsionando seu sexo para que eu fosse o mais fundo possível, e assim que consegui, ela gozou em meus dedos. Sorri vitoriosa e me retirei de dentro dela, mas antes que eu pudesse fazer qualquer outra coisa, ela agarrou minha mão e dirigiu meus dedos encharcados com seu gozo até sua boca, onde os chupou da forma mais erótica possível. Lhe observei atenta, vendo uma gota de suor escorrer por sua barriga até dentro de sua calcinha, fazendo-me engolir seco. Camila era, com certeza, a mulher mais atraente com quem já tive o prazer de transar.

Peguei o que eu tinha que pegar por alí enquanto ela se vestia e tentava ajeitar seus cabelos desgrenhados, mal sabia ela que ficava mais linda ainda com eles assim. Sorri para ela e entrelacei nossos dedos, saindo do lugar antes de seguir caminho para o meu carro. Eram muitas emoções para um só dia, seria sorte minha se conseguisse permanecer viva até o final dele.

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– Tudo bem, mais uma vez. – ouvi um dos rapazes, se não me engano Josh, pedir para que eu continuasse –

Camila:

I'm breaking down, gonna start from scratch, shake it off like an Etch A Sketch
(Estou me libertando, vou começar do zero, balance como uma 'Lousa Mágica')

My lips are saying goodbye, my eyes are finally dry
(Meus lábios estão dizendo adeus, meus olhos estão finalmente secos)

Estávamos em estúdio gravando meu primeiro EP, que se chamaria Better Together. Eu tinha músicas escritas há algum tempo e as apresentei pra Larry antes de assinar contrato, e o mesmo concordou em gravá-las para meu primeiro trabalho como cantora. Eu estava nervosa e ansiosa, no estúdio estavam Lauren e mais algumas pessoas responsáveis pelo som. Sentia que a qualquer momento meu coração sairia pela minha boca, mas eu precisava manter a calma e fazer tudo certo.

Camila:

I'll never be that girl again
No oh oh
I'll never be that girl again
No oh oh
(Jamais serei aquela garota novamente
Não oh oh
Jamais serei aquela garota novamente
Não oh oh)

My innocence is wearing thin but my heart is growing strong, so call me, call me, call me
(Minha inocência está se esgotando mas meu coração está crescendo forte, então me chame, me chame, me chame de)

Miss Movin' On
Oh oh oh
Miss Movin' On
Oh oh oh, yeah
(Srta. Seguindo em Frente
Oh oh oh
Srta. Seguindo em Frente
Oh oh oh, yeah)

Assim que acabamos, saí da sala onde aconteciam as gravações e voltei para o estúdio, recebendo um abraço apertado de Lauren. Talvez ela estivesse tão orgulhosa de mim como eu estava dela, e eu nada seria sem seu apoio para me fazer seguir em frente. Apesar de não concordar com o que eu fiz sem pensar, ela continuava me dando forças e incentivo para que eu não desistisse, e isso era mais importante do que ela imaginava pra mim.

– Você se saiu muito bem, sabia que conseguiria. – disse sorridente, olhando fundo em meus olhos –

– Obrigada, Lern. – respirei fundo e me virei para os funcionários, eu não podia beijar Lauren alí e senti que estava à ponto de fazer isso –

– Você foi ótima, semana que vem tiraremos as fotos para que eu possa montar o encarte do seu EP. – uma garota chamada Lisa me disse, apenas sorri como resposta –

Peguei uma garrafa de água que havia por alí e bebi um grande gole da mesma, sentindo minha garganta se renovar. Sentei no banco onde Lauren estava anteriormente e esperei minha namorada voltar da sala de Larry, já que a mesma conversaria com o empresário à respeito do VMA. Eu estava extremamente feliz por ela, aquela premiação era muito importante para um artista, ainda mais no começo de carreira, e ela merecia mais do que tudo vencer aquele prêmio.

Joguei a garrafa no lixo e voltei a me sentar, sentindo uma raiva súbita tomar conta de mim ao ouvir o que Josh me perguntou a seguir.

– Soube que você é muito amiga da Lauren, ela já te apresentou o namorado dela? – virou sua cadeira de frente para a minha –

– Já. – respondi seca, tentando manter a naturalidade –

– Jack é um cara de sorte, quem me dera namorar a Jauregui. – riu, deixando-me ainda mais irritada – E você, tem namorado?

– Não Josh, a Camila não vai sair com você. – ouvi Lauren se fazer presente novamente no estúdio –

– Qual é, Lauren?! – levantou animado – Já que eu não posso ter você e já que a Lisa é lésbica, me deixa tentar com a Camila.

– Escuta aqui. – segurou o garoto pela gola de sua camisa e o jogou contra a parede, deixando todos os presentes assustados – Quando eu digo não, você tem que entender que é não.

– C-calma Lauren, eu estava brincando. – respondeu assustado, seus olhos observavam minha namorada da forma mais desesperada possível – Calma.

– Tudo bem. – soltou ele com certa violência antes de caminhar para a saída – Vamos, Camila.

– Josh, você está bem? – observei o garoto jogado no chão enquanto tentava recuperar o fôlego –

– Eu disse vamos, Camila. – a morena de olhos verdes disse mais uma vez – Agora!

Nada respondi, apenas me desculpei com o olhar para as pessoas alí presentes, seguindo Lauren até seu carro. Ela estava visivelmente alterada, sua respiração estava descompassada e seu maxilar travado. Acho que nunca vi minha namorada daquele jeito, e aquilo realmente estava começando a me assustar.

– Lauren, você não precisava tratar o Josh daquele jeito. – disse sincera enquanto lhe observava – Ele é só um garoto, não pense que eu também não senti ciúmes quando ele disse que tinha interesse em você, mas sempre irão existir pessoas assim e voc...

– Larry quer que eu vá ao VMA acompanhada do Jack. – me interrompeu e me olhou firme – Como meu namorado.