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História Juliet - Um fundo sem sentido


Escrita por: CaldodaAlma

Notas do Autor


Oie!

Então, sobre esse capítulo:

Eu estou com receio de não ter conseguido passar todas as informações que queria :? , mas talvez vocês, como leitores, consigam entender de alguma forma que os pequenos detalhes irão levar a um plot twist :))

Boa leitura! Se estiver ruim, me fale por favor, pq daí revejo com mais cuidado

Monte Pedroso

Capítulo 2 - Um fundo sem sentido


O quarto dos pais sempre fora uma enorme incógnita. Mesmo Juliet já tendo 17 anos, nunca pode explorar totalmente o quarto dos dois, pois sempre era, de alguma forma, supervisionada. Por isso, ao percorrer o corredor de forma cuidadosa, sentiu um calafrio ao tocar a porta de madeira do aposento. Entraria ali sozinha. Apoiou a mão na porta barroca, entalhada, os detalhes definindo-a.

Ao empurrar o objeto a os raios do sol entraram em seu campo de visão, o pingente de flor refletindo um pouco da luz. Seus olhos se ajustaram à imensidão do cômodo, a enorme cômoda formando a penteadeira da mãe, com os detalhes dourados que Juliet, quando criança, delineava com os dedos. A cabeceira suspensa da cama, fazia ela sentir-se em um quarto da realeza, a seda translúcida pendendo de uma peca de madeira fixada no teto.

Mesmo com toda a riqueza do cômodo, só tinha os olhos para a pequena e simples caixa que ficava na cabeceira de seu pai. Foi a primeira coisa em que ela colocou os olhos, mesmo com todos os outros detalhes dali. A caixa de sua avó era algo que sempre tentou levar para seu quarto, para ficar observando o objeto, passando a mão sobre o veludo macio que forrava-a por dentro até cair no sono, lembrando-se de sua avó.

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— Os sóis virão e virão, querida, e você terá que fazer de tudo para manter a sua flor florescendo, todos os dias. — dizia ela, a voz fraca passando as ideias antigas para a neta.

— Como assim vó? — debatia a pequena, curiosa, enquanto a vó a aninhava no colo, sentada na cama da menina.

— Ainda é muito nova para entender, Juliet. — dizia, passando os dedos enrugados sob os cabelos escuros dela, os olhos brilhando enquanto observava-a .

Quando o estado de saúde dela começou a piorar, Juliet sentava-se do lado dela, durante todo o dia, conversando e observando-a dormir.

— Vó? — dizia a menina, receosa, quando via sua avó abrir vagamente os olhos.

Um sorriso se esboçou no rosto da velhinha.

— Cada um tem a sua flor, Juliet. — falou ela, a força parecendo esvair de seu corpo. — E, finalmente encontrei a minha. — balbuciou, fraca, enquanto tirava o bracelete com cuidado e dava à ela.

A menina estava confusa e assustada ao perceber a vida saindo da avó.

— Não. — chorou, baixo, aproximando a mão dos cabelos finos e escuros da avó, tremendo.

A avó alcançou a mão de sua neta, colocando o bracelete em sua pequena mão, logo depois fechando-a.

— Você é a minha flor, Juliet. — balbuciou, fechando os olhos. — Agora tem que encontrar a sua. — disse, em seu último suspiro, fechando os olhos, e relaxando o corpo, parecendo dormir.

A menina estava e choque, mas não chamou ninguém, Simplesmente manteve-se ali, segurando a mão dela, esperando-a acordar, as lágrimas, mesmo assim, descendo pelas rosadas bochechas, os ritmados e delicados soluços enchendo o silêncio do quarto.

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Aproximou-se da caixa, pegando-a com a mão. Sentou-se na borda cama, apoiando-a em seu colo e abrindo-a. Vários objetos moldaram o seu conteúdo, fotos e pequenas joias, as quais Juliet lembrava de enfeitarem a avó.

A foto de sua avó fez uma luz translucidar o rosto de Juliet, ela não havia esquecido nem um pouco dela, todos os seus traços muito bem impressos em sua memória, a imagem dela formando-se diante de suas pupilas, igual à foto.

De alguma forma, o vazio que sentira antes de sair de seu quarto, a tontura que a assolava sumiu, sua respiração finalmente se acalmando. Deixou a foto descansar ao seu lado, o mínimo peso do papel sendo envolvido pela seda da cama. Os olhos escuros dela exploraram novamente o conteúdo da caixa, procurando algo inédito. As mãos pálidas da moça moviam o pouco conteúdo do objeto, chegando ao fundo, ao fim da caixa.

Juliet nunca tivera permissão para mexer na caixa, apenas podia vê-la de forma superficial, mas agora que tivera a chance, a saudade a motivando uma característica da caixa a chamou atenção. Ao mexer nos objetos, percebeu que haviam algumas imagens impressas no fundo da caixa. Uma flor jasmim, uma Lírio Branco, uma Tuberosa, uma Iris, uma Edelvais e uma Urze roxa transformando o fundo da caixa numa espécie de jardim.

A moça franziu as sobrancelhas, a testa agora enrugada, confusa. As flores moldavam uma mistura confusa, não harmônica. A forma como estavam organizadas era apenas errada, pensava a menina.

Passos fizeram com que Juliet, rapidamente, guardasse os itens e restaurasse a caixa ao seu local de origem, como se nada tivesse acontecido. Tentava ignorar a terrível arrumação das pintura das flores pintadas no fundo da caixa, mas isso ela não conseguia ignorar. Seus olhos pareciam focar apenas naquilo, tanto que não conseguiu levantar-se. Estava, de alguma forma, presa num transe.

– Juliet? – indagou a mãe, confusa com a filha sentada na sua cama. – O que faz aqui minha filha? – A menina finalmente conseguiu sair do breve transe e virou-se, encontrando a mãe já dentro do cômodo, com o cabelo enrolado num penteado muito elaborado.

Juliet semicerrou os olhos, um pouco confusa com o traje da mãe. Um vestido de baile com vários alfinetes espetados nas longas mangas, ainda na fase de ajuste.

– Juliet. – falou a mãe, tentando chamar a atenção da filha, que parecia divagar nas inúmeras camadas de seu vestido azul. – Tens que se arrumar. O baile será em apenas algumas horas. – disse ela, com um tom levemente arrogante, impaciente com a filha.

A moça concordou com a cabeça e levantou-se, caminhando a largos passos, controlando-se para não correr.

– Não se esqueça. – frisou ela. – Essa ocasião é muito importante para seu pai. – concluiu ela, observando os cabelos de Juliet balançarem naturalmente junto ao andar nervoso da moça.

 


Notas Finais


Comente segundo o seu coração!

Monte Pedroso


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