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História Juntos Enquanto Pudermos - Estiagem


Escrita por: Monique_Dixon

Notas do Autor


Olá galera...eu quero agradecer a todos os comentarios que recebi, gente meus dedinhos estão doendo de tanto responder ( mas eu AMO MUITO)
Quero dedicar este post a todos que favoritaram a fic, pois são vcs que acompanham e favoritam que me motivam a continuar sempre sempre.
Então mais aqui vai mais um capitulo.
ATENÇÃO: Este capitulo em alguns palavrões e termos impróprios.
Boa leitura:

Capítulo 27 - Estiagem


Seis meses se passaram desde o episódio trágico onde eu e Carol finalmente nos atacamos fisicamente, em outras palavras...

... Nós brigamos.

Eu e Daryl vivíamos bem, quero dizer... É claro que ainda tínhamos nossas brigas e, de vez em quando, trocávamos ofensas e insultos. Mas fora isso, até que convivíamos muito bem a nossa maneira.

Timoti não me procurou mais para tentar alguma investida, na verdade passou a me tratar com respeito e delicadeza, seu novo alvo agora era Beth...

Carol devia ter aprendido a lição. Ela ainda procurou por Daryl várias vezes para se reconciliarem. Com as pazes feitas seu relacionamento (Carol e Daryl) ficou mais “largo” e distante. Eu nunca impliquei de sua amizade. Ela pelo menos parou de implicar comigo. Percebi que ela e Pool estavam se dando muito bem. Passavam muito tempo juntos e sempre que um tinha que fazer alguma coisa o outro ia junto para ajudar.

Entretanto, apesar de as coisas terem se encaixado em seus respectivos lugares, todos nós estávamos diferentes agora, nossos cabelos mais compridos e no caso dos homens, barbas maiores e por fazer. Enfim... Nossa situação não podia ser menos digna de pena.

Estávamos mais magros também, pois o cultivo na horta não ia muito bem. Enfrentávamos um período de estiagem e as folhas estavam secas e murchas. Os frutos e legumes mal alcançavam o tamanho adequado e já amadureciam e apodreciam. A caça também estava prejudicada, e mesmo Daryl e os outros saindo quase que todos os dias sempre voltavam de mãos vazias.

– Encontrou alguma coisa? – eu perguntei a Daryl quando ele entrou na cela. Eu estava dobrando as nossas roupas que eu havia tirado do varal a pouco. Ele me olhou sério.

– Não. – respondeu e eu pude notar uma nota de decepção em sua voz.

Pousei na pilha de roupas a ultima peça dobrada e olhei para ele e vi que sua expressão além de estar séria estava preocupada.

– Oh, Daryl amanhã você tenta de novo. Os cervos não devem ter ido tão longe assim.

– Não, Marry. – disse ele balançando a cabeça negativamente. – Precisamos achar algo que valha a pena comer o mais rápido possível. A horta não vai bem e temos crianças aqui que precisa se alimentar direito e você... Você está abatida e sei está cansada de comer somente essas folhas secas.

– Daryl, não se preocupe comigo. Eu sei que você está se esforçando, mas devemos aguentar como já fizemos antes e logo todo esse calor vai passar e a chuva vai voltar...

Eu passei a mão por sobre seu cabelo despendendo-os. Sorri-lhe para acalma-lo. As coisas na prisão não iam bem e eu não queria deixa-lo mais preocupado do que já estava. Ele apenas se desvelhenciou de mim e me deu um beijo na testa antes de sair cela.

Eu sentei na cama exausta. Passei as mãos pelos cabelos que estavam pelo menos dez centímetros maiores para aliviar minha frustação.

Eu me sentia incapacitada.

Nesse meio tempo Daryl, quando não estava caçando, me ensinava a andar de moto e com isso, eu sempre que podia juntava-me com Maggie e íamos á cidade atrás de alimentos. Até que as cidades mais próximas começaram a ficar escassas e a cada vez precisávamos ir mais longe. E depois de uma briga com Daryl, na qual sua preocupação para comigo explodiu, decidimos que eu não me arriscaria mais nas furtivas e que com minha experiência em cultivo eu devia ser a responsável pela horta.

Mas confesso que era um trabalho difícil. Tínhamos que economizar água, pois as caixas d´água de chuva estavam quase vazias, então sobrava pouco para regar a plantação.

Eu sentada ali na cama, mesmo cuidando da plantação, mesmo ajudando nos afazeres da prisão me sentia aflita e sabia que Daryl, sempre tão preocupado com o bem estar dos outros, também sentia o mesmo.

E o que mais me matava era o fato de não poder consola-lo.

Precisávamos fazer algo e logo para resolver o problema da comida e água. Havia muito mais pessoas agora convivendo na prisão e nem todos estavam tão desempenhados a ajudar.

Eu me levantei da cama, respirei fundo e sai da cela. Eu não achava justo que apenas Daryl, Rick, Michonne e Glenn tivesse que sair para ir atrás de comida. Não havia só eles na prisão. Eu ai atrás dos outros habitantes para colocá-los para trabalhar. Teriam que ajudar de uma forma ou de outra.

Ao chegar ao pátio franzi os olhos e elevei minha mão ao rosto. O sol estava em seu apogeu. O primeiro que avistei foi Raú que estava sentado em uma cadeira tomando sol enquanto comia algo em uma tigela. Eu caminhei para ele.

– O que está fazendo Raú? – eu perguntei me aproximando.

– Tomando sol. – respondeu apenas.

– Percebi, só não entendo por que não está com os outros procurando por comida. – eu debati.

Ele apanhou um punhado da comida com a mão e levou a boca antes de me responder.

– Não é minha obrigação.

Ouvir aquilo fez meu sangue ferver. O meu Daryl todo queimado dos raios solares e cheio de cortes feitos pelos espinhos dentro da floresta se matando para encontrar comida para alimentar gente como aquele nojento, enquanto o mesmo “tomava sol”? Eu me aproximei e me inclinei para frente. Tomei o prato de sua mão e o joguei longe.

– Não é de sua obrigação?! – eu quase gritei, mas minha voz estava fina de indignação. – Eu não vejo você mover uma pena para ajudar o grupo, fica sentado nessa porcaria o dia inteiro!

Ele se levantou da cadeira e apontou um dedo gorducho e sujo de comida para mim.

– Você cala essa boca, sua mandona idiota! Eu faço o que eu quiser aqui, você não é nada sua vadia! – ele gritou para mim.

– Vadia é sua mãe seu vagabundo! – eu respondi também gritando. Mas admito que estava pouco me lixando para a ofensa. Ele podia me xingar do que quisesse desde levantasse aquela bunda gorda da cadeira e fosse ajudar os outros. – Agora eu quero que você guarde essas coisas e vá fazer alguma coisa de útil!

– Ou você vai fazer o que hem? Vai chamar o teu macho? – disse ele zombeteiro. – Ou que sabe ele não dá mais conta e agora você esteja andado com o xerife?

Eu apenas encarei-o sem dizer nada. Realmente estava sem palavras para o que acabara de ouvir.

– Sim. – afirmei com a cabeça. – é isso que eu vou fazer, vou chamar meu xerife. Vamos ver o que ele vai dizer do seu comportamento. – então me virei para voltar à prisão, eu ia atrás de Rick e lhe contaria tudo.

Quando Raú viu que eu estava decidida puxou minha mão me fazendo virar com violência.

– Você não vai a lugar nenhum! Sua vagabunda! – Então ele avançou mais ainda para mim e ergueu sua mão enorme e pesada.

Antes que pudesse me desferir um golpe, foi impedido por Daryl que apareceu naquele momento e segurou seu braço. Em questão de segundos, os dois estavam rolando no chão e conforme se moviam a poeira levantava.

Não havia muito que eu pudesse fazer, então olhei ao redor e avistei Rick que por acaso, acabara de sair pela porta e ia em direção à horta.

– Rick! – eu o chamei e ao me ouvir ele sacou a arma de seu coldre e correu em minha direção.

Eu não precisei dizer nenhuma palavra, pois ele se aproximou dos dois e agarrou Raú pelo pescoço dando-lhe uma chave de braço e depois o guindando para cima.

– Já chega Daryl! – Rick gritou. – Se afasta, agora.

Como Daryl não obedeceu, Rick olhou para mim e disse gritando:

– Marry! Por favor, segura ele!

Eu assenti mesmo sabendo que seria impossível atender a seu pedido, corri até Daryl e o abracei por trás afastando-o.

– Calma, Daryl, para!

– Me acalmar uma Porra! Esse filho da P#*@ vai aprender a não levantar a mão para uma mulher. Larga esse covarde, Rick. – ele gritou para Rick e depois para Raú. – Vem cá panaca! Me enfrenta se você é macho? Chama ela de vadia na minha frente agora!

Daryl tentava, a todo custo, driblar-me para desferir um chute ou, o que era mais provável, uma voadora, no homem.

– CHEGA!

Daryl parou na hora ao ouvir meu grito. Eu estava farta de tanta baixaria.

– Ele te xingou! – ele me disse indignado.

– Eu sei o que ele fez! Eu não sou surda!

Rick percebendo que o pior havia passado soltou Raú que começou ofegar.

– O que está acontecendo aqui? – ele perguntou descansando as mãos nos quadris. Pela primeira vez o vi irritado. Eu expliquei tudo que aconteceu, sendo interrompida por comentários de baixo calão de Daryl. Rick ouvia tudo em silêncio, por fim balançou a cabeça como se tivesse entendido mais do que havíamos dito. Então se virou e saiu em silêncio para o pavilhão.

– Vamos sair daqui. – eu disse puxando Daryl para a horta. Ele ainda ficou um bom tempo calado e depois me abraçou. Eu retribui.

– Tudo vai melhorar... – eu disse-lhe na tentativa de reconforta-lo e assim ficamos por um bom tempo.

Após umas duas horas, Rick voltou para falar com a gente.

– O Raú vai embora da prisão.

– Ele disse isso? – eu perguntei. Ele balançou a cabeça negativamente.

– Não. Eu conversei com os outros e expliquei o que aconteceu. Não estava dando mais, eu já não o queria aqui e depois dessa... Tomei minha decisão, essa é minha ultima palavra. – ele respondeu ponto um ponto final na questão, ele não veio pedir nossa opinião ele só veio nos comunicar.

Daryl confirmou com a cabeça e seus lábios se crisparam em um quase imperceptível sorriso. Ele era a favor da decisão de Rick. Eu não era a favor e nem contra, mas algo me preocupava.

– Rick... tem certeza disso? – eu perguntei.

– Sim. – ele respondeu me olhando atentamente. – Por que a pergunta, achei que você fosse ser a primeira a concordar?

– E sou, mas ele sabe onde é a prisão. Eu temo que ele se junte com um grupo errante por aí e depois queira nos atacar.

– E por que ele faria isso? Aqui já não tem mais alimentos e a água está escassa. Do jeito que ele é vai querer procurar algum lugar e acabar com a comida de lá e depois sair e procurar por outro. – Rick tornou a dizer.

Eu ainda não me convencera.

– Talvez não por comida. Mas por vingança?

Ficamos em silêncio por um momento. Então Rick pôs a mão em meu ombro e aproximou seu rosto de mim.

– Já tomei minha decisão. Depois a gente conversa sobre isso. O próprio Pool, que o foi o primeiro a conhecê-lo, disse que não devemos confiar nele. Eu não vou arriscar a vida das pessoas aqui dentro. Você vai ficar bem? – me perguntou e eu sabia que sua pergunta não era motivada pela partida de Raú e sim da forma como eu fui tratada pelo mesmo.

Eu lhe sorri.

– Não me senti ofendida. Estou bem sim.

– Essa é minha menina. – ele me disse bagunçando meus cabelos como se eu fosse uma criança. Então se voltou para Daryl. – Cuida dela.

– Claro que vou... – falou Daryl malicioso. Por sorte só eu entendi e percebi que nossa noite ia ser quente. E não só literalmente (já que era época de estiagem) mas também figurativamente.

Nós observamos Rick se afastar ao mesmo tempo em que caminhava para a entrada. Glenn saiu com dois sacos de roupas e os depositou no chão ao lado de Rick. A população da prisão apareceu para se despedir de Raú. Eu e Daryl ficamos ali mesmo onde estávamos. Eu não quis me aproximar. Observamos Rick dar-lhe um dos carros, um pote com gasolina e um pouco de mantimento. Raú enfiou tudo no carro e só se despediu de Kari e de seu filho Dean. Entrou no carro e saiu ao mesmo tempo em que o sol ia sumindo pelo horizonte.

– Venha... – Daryl me disse após o carro sumir estrada adentro com alguns andantes atrás. – Eu vou cuidar de você...

Eu sorri para ele, pois li nas “entrelinhas” o que ele queria dizer. Eu peguei sua mão e seguimos para a nossa cela.

Apesar de não aparentar, eu ainda estava preocupada. Raú saiu da prisão humilhado e com sua personalidade eu tinha certeza que o assunto não morreria ali, daquele jeito. Minha intuição nunca falhava.

 

 


Notas Finais


E aí galera, o que voces acharam da atitude do Raú?
Ele mereceu ser banido?
Voces acham que ele pretende se vingar?

Spoler:
A prisão é invadida... os habitantes tem que tomar uma decisão muito difícil....


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