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História Juntos Enquanto Pudermos - Seja Bem Vinda


Escrita por: Monique_Dixon

Notas do Autor


Espero recadinhos

Capítulo 4 - Seja Bem Vinda


SEJA “BEM” VINDA

–  E aí, casal. Se queriam um momento a sós, era só pedir. Não precisava correr daquele jeito! –  ouvimos a voz de Glenn ao longe, soado um pouco maliciosa. Então percebi que e eu e Daryl estávamos, ainda que separados, muito próximos um do outro. E se Glenn disse aquilo só de nos vermos próximos, o que diria então se tivesse chegado alguns minutos antes, quando Daryl me puxou para si?

–  Cala a boca, garoto! O que veio fazer aqui? –  disse Daryl, ríspido.

–  É que todo mundo está te procurando Marry, pra saber como você chegou aqui e tudo mais. –  disse ele ignorando o comentário e virando-se para mim.

Eu dei de ombros e me pus a caminhar atrás de Glenn. Ouvi passos pesados trás de mim e soube que Daryl nos seguia, relutante. De volta à cela, eu senti um clímax no local; pois todos os olhares convergiam em mim e Daryl. Glenn não ajudou muito, pois entrou atrás da gente dizendo levianamente:

–  Achei os dois “pombinhos” lá fora, próximos às grades.

Houve um “hummmm” e depois risadas, o que me deixou extremamente sem graça. Olhei para Daryl em busca de socorro, ele nem ao menos me olhou, parecia que não tinha ouvido o comentário ou então não se importou.

–  Bom. –  eu disse antes que as conversas tomassem rumos inesperados... –  O que vocês querem saber?

Rick juntou as mãos e olhou para mim, seu semblante estava sério.

–  Como nos encontrou e como sobreviveu por tanto tempo sozinha no meio dos Zumbies?

“Era apenas curiosidade ou um interrogatório?”, pensei comigo. Meu corpo voltou a se contrair em tensão, eu não gostava de interrogatórios, mas todos ali esperavam uma resposta e eu precisava responder.

–  Bem, acho melhor contar do começo então.

–  Claro, ninguém vai lugar algum mesmo. –  disse Rick sorrindo para mim. Todos riram da pequena ironia, isso me incentivou a prosseguir com o relato.

–  Eu sou de nacionalidade brasileira, sudeste. Cursava o penúltimo semestre de biologia e fui, durantes anos, escoteira chefe de minha cidade, quando tudo aconteceu. –  eu pausei o monólogo, precisava esquecer aqueles velhos e bons tempos de minha vida.

Aquelas pessoas eram ótimas ouvintes, ficaram em silêncio integral enquanto eu me recompunha da avalanche de emoções que me invadira, afinal, há meses que não converso com outro ser humano igual a mim.

–  Eu e minha turma viemos para um congresso de meio ambiente que teria aqui em seu país. Mal saímos do aeroporto quando descobrimos o que havia ocorrido, foi muito confuso: aviões caindo; pessoas gritando, sendo devoradas por outras pessoas. Foi horrível.

– Imagino. – divagou Rick.

– Nós decidimos por ficar no aeroporto, poderia haver alguém que nos levasse de volta. Selamos todas as saídas e no alimentamos com as porcarias que havia nas maquinas da lanchonete, de comidas encontradas em mochilas... Até que tudo acabou. Não havia energia elétrica, não havia comida e muitos de nós, se foram. Talvez tentar a sorte em outro lugar. Quando não havia mais motivos para ficar, também decidi sair. Arrumei armas, suprimentos e descobri que o mundo não era mais como antes. Não podia mais confiar nas pessoas ao meu redor, então tenho vivido na mata desde então.

Houve um momento de silêncio, então Carl me perguntou.

– E você, não viu mais ninguém de seu antigo grupo?

– Não, não. Encontrei muitas pessoas pelo caminho, mas, nenhum deles. Fugi de minha ultima estadia, pois como eu disse o mundo não é mais como antes e há uns dois meses tenho vagando por aí solitária.

Eles me fizeram muitas perguntas. Elogiaram-me por minhas habilidades de escoteira, pois foi isso que me manteve viva por tanto tempo nas florestas. Falaram sobre eles, que vieram de uma fazenda que foi atacada por andantes, sobre a morte de alguns membros de sua comitiva, como T-Dog, Lori, entre outros. Cada um contou sua história, Daryl e Rick foram os únicos que não participaram da conversa, ficaram em um canto reservado. Então Beth, filha de Hershel, cantou uma musica com sua bela voz e quando terminou todos decidiram que já era hora de deitar mesmo que ninguém tivesse dito nenhuma palavra sobre o assunto. Então percebi que acabara de testemunhar uma das regras que Maggie me falara.

–  Você tem sorte. –  disse-me Carol, uma mulher de meia idade com cabelos curtos e grisalhos, com personalidade maternal.

– Por quê? –  perguntei instintiva. Nós andávamos por um corredor lúgubre, que era banhado apenas pela luz lunar que entrava por entre as grades das janelas.

– Por que cama é o que não falta por aqui. –  disse ela sorrindo e parando em frente a uma cela entreaberta. Eu ri também ao olhar atentamente para o corredor: era composto por dois andares e as celas se seguiam uma ao lado da outra, todas elas eu reparei, estavam com seu interior semiocultas por diversos trapos pendurados para garantir aos usuários um pouco de privacidade. Cada cela tinha um beliche com dois colchoes gastos, mas em bom estados.

– Bom, apesar de haver vários “quartos” aqui, Rick não permite que durmamos separados, por segurança. –  tornou a dizer e seu semblante enrijeceu, como se aquela informação se causasse repulsiva.

Eu apenas assenti.

–  O Rick dorme com Carl e Judith, seus dois filhos; Hershel com Beth, Maggie com Glenn e eu com Michonne, sabe ela não é muito de falar... – disse ela em devaneio. Eu sorri. – E Daryl sozinho, sabe, ele não gosta de dormir “enjaulado”, prefere o poleiro.

Ela sorriu com o que disse e seus olhos brilharam, eu não entendi nada do que disse.

– Poleiro? – perguntei.

– Eh! Ali em cima onde não há celas.

– Hum –  murmurei.

–  Bom, está aqui é a cela do Daryl, vocês a dividirão a partir de agora. –  ela apontou para a cela que havíamos parado.

Carol me entregou um cobertor que eu apanhei com as duas mãos e quando eu ia entrar na cela, ela me barrou com um braço. Olhei para ela sem entender.

– Sabe. –  disse ela muito seria. – Estamos felizes de que venha morar com a gente, mas aqui existem regras e você deve obedece-las se quiser continuar vivendo aqui.

Eu olhei-a em desafio. O que aconteceu com Carol de agora pouco? Por que ela estava me tratando daquele jeito. – Eu entendo o que você está dizendo, mas não sei aonde quer chegar.

– Ah! Você entende sim. –  ela fez uma pausa, então prosseguiu. – Daryl... Não é só porque passarão a dividir a cela significa que você pode tentar alguma coisa com ele. Entendeu?

Eu ri intimamente. Ela estava achando que eu era uma concorrente ou uma ameaça? Eu com apenas vinte e dois anos de vida em meio ao apocalipse zumbie, flertar com um cara arrogante que devia ter o dobro de minha idade?

–  Pode ficar com seu trasgo, eu não o quero. –  respondi tirando seu braço do caminho e entrando na cela com toda a dignidade que pude reunir. – Algo mais que eu deva saber?

–  Fique longe dele. –  ela me respondeu retrocedendo o corredor, desvairada. Eu fiquei ali, parada tentando assimilar o que ele havia dito. Ora, será que havia algo entre eles? Claro que não, caso contrário, porque os dois não dividiam a cela ou o tal poleiro?


Notas Finais


ate a proxima


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