História Juntos Pelo Acaso - III - Novos Parceiros Parte 1

À distância, é possível ver uma tempestade se formando: As nuvens e Relâmpagos no horizonte vindo na minha direção. Eu espero pela tempestade. E quando ela chega leva com ela os pesadelos e as lembranças. E eu não tenho medo.

A lógica inexplicável da minha vida, Benjamin Alicia Sáenz

Ainda estamos ligados. Meu vestido está no chão, minha calcinha em farrapos e a única peça que me resta é o sutiã. Ele continua de calça e cueca, sua camisa não sei onde foi parar e tão pouco me importo, a única coisa que quero nesse momento é continuar a me perder nele. Nossas respirações estão misturadas e aceleradas, minha cabeça descansa em seu peito enquanto ele faz uma leve carícia em meu cabelo. Levanto o rosto para olhar em seus olhos e vejo a chama de desejo ainda bem viva, crepitando de modo quase surreal. Seus lábios se curvam em um sorriso malicioso, quando compreende onde quero chegar ao entrelaçar minhas pernas em sua cintura. Com agilidade ele me toma em um beijo feroz, nossas línguas batalham por espaço em minha boca e me fazem sentir mais uma vez seu gosto de álcool e menta.

Rapidamente ele segura em ambas as coxas e em um movimento rápido me impulsiona para cima dele. Me agarro mais ainda, o aperto de minhas pernas ao seu redor aumenta e meus braços se enrolam em volta de seu pescoço. Ele me põe na cama e se levanta, fazendo nos desconectarmos de uma só vez. Ele sai de dentro de sua calça e cueca e se volta pra mim. Com seu corpo sobre o meu ele começa a me beijar enquanto se ajusta entre minhas pernas. Sinto seu membro entrar lentamente o que me causa um gemido logo de prazer ao senti-lo completamente abraço-o cravando minhas unhas em suas costas.

Seus movimentos vão começando de uma forma torturantemente lenta, mas que eventualmente vão acelerando e as estocadas ficam cada vez mais fortes. O quarto é tomado por uma atmosfera quente e indescritível, com seus movimentos rápidos e precisos. Cravo mais forte minhas unhas em sua pele a medida que sinto minha libertação chegar. Gozo veementemente, ele se movimenta mais algumas vezes até que tem seu orgasmo. Seu corpo cai ao lado do meu, estamos ofegantes e nos saboreando dessa deliciosa libertação. Seus olhos verdes-mar estão em mim e minha íris cinzas não deixam seu abdômen tão suado quanto o meu. Dou uma risada e subindo em seu colo começo a beija-lo mais uma vez.

Acordo em um pulo com o despertador, estou ofegante, suada e toda molhada. Que ódio. Já é a oitava vez que tenho um sonho desse gênero, desde a festa do Leo, há duas semanas. É como se minha mente seguisse um padrão daquela noite. No domingo após a festa sonhei que estava transando em cima de uma escrivaninha, na segunda tive o mesmo sonho de agora a pouco, na terça sonhei que transava na cama, mas dessa vez  comigo por cima e na quarta sonhei com uma casa e o som do que parecia ser de sinos de vento. Quando foi na quinta o padrão se repetiu e assim vem se segundo.

Eu Não consigo entender o porquê disso e muito menos o que isso me causa. Todos os sonhos “errados” que venho tendo são com o Jackson e toda vez que acordo por algum motivo que não entendo eu restou neste estado – ofegante, suada e molhada – e eu gosto. Eu não deveria gostar, caramba é do Percy Jackson que eu estou falando, o cara que odeio.

Olho o visor do meu celular e vejo a barrinha que informa: quarta, 07h05 da manhã. Dou um suspiro e deixando meus ombros caírem levanto da cama. Hora de trabalhar.

Hoje o tempo se encontra um pouco frio, então decido optar por uma blusa cinza de tricô e gola rolê, uma calça jeans branca, uma bota cano curto cinza de camurça, o trench coat  longo cinza e para enfeitar um colar longo. Thalia já está na sala com seu tão amado café e vestindo uma calça jeans preta com cortes no joelho, uma blusa de frio também preta e sua jaqueta marrom se encontra no braço do sofá.

– Bom dia. – Comprimento me dirigindo a cozinha.

– Ah, oi Annie, bom dia. – Responde me olhando de uma forma estranha e engraçada – Tá tudo bem Annabeth? – Pergunta desconfiada, me seguindo até a cozinha.

– Sim… – Digo – Por que a pergunta? – Questiono.

– Nada, é só que… Desde segunda passada você tem agido um pouco estranha, tem acordado de bom-humor e… Relaxada, eu acho. E só achei estranho. Não pensei que superaria o Luke tão rápido, considerando o tempo que ficaram juntos e tal.

Você também acordaria relaxada se acordasse com um orgasmos.

– Pois é amiga. Vida que segue não é mesmo. – Falo – Agora, me dá licença que eu tô morta de fome e temos que ir trabalhar.

Thalia solta uma risada e volta para sala, preparo meu café da manhã e sento à mesa da cozinha para comer. Devoro tudo de uma só vez e ao terminar “corro” pro trabalho.

→§→§→♥←§←§←

Estacionando o carro  na minha vaga da half blood e reparo na BMW SUV preta dele, é impossível não lembrar de segunda passada.

Estou em minha sala trabalhando em um  novo projeto, (afinal a half blood não é apenas uma agência de serviço secreto). Ouço baterem na porta e sem nem olhar quem quer que seja digo para que entre, assim que ouço o “click” indicando que a mesma foi fechada levanto meu olhar e vejo quem eu menos queria ver hoje (ou sempre).

– O que você quer comigo Jackson? – Pergunto fitando seus olhos.

– Eu Sei que não quer me ver nem pintado de ouro, acredite o sentimento é recíproco, mas preciso perguntar. Não há chances de você, você sabe… – Ele deixa que a frase morra visivelmente incomodado.

– De eu estar o que Jackson? – Pergunto ríspida e sem paciência. Perseu respira fundo e solta.

– Eu não lembro nada daquela noite, mas sei que não nos protegemos, então queria saber se tem como você estar grávida. – Ele só pode estar de brincadeira, veio mesmo atrapalhar meu trabalho pra perguntar isso?

– Não Jackson, eu não estou grávida. – Respondo sem paciência, ele me olha com uma expressão de “tem certeza?” e me segurando para não jogar a mesa que estou apoiada em sua cabeça respondo. – Perseu Jackson eu tomo a injeção que comigo dura cerca de dois meses, eu tomo a minha na grande maioria das vezes uma semana antes de completar esse período, minha última injeção só vence semana que vem então sim, eu tenho certeza absoluta que não estou grávida, principalmente de você, agora se já acabou dá pra ir embora da minha sala?

Ele me olha um pouco espantado, mas graças a Atena vai embora sem demora ou mais perguntas.

Reviro os olhos com a lembrança, ele é mesmo um completo idiota. Abro a porta e saio do carro, mas ao ficar de pé sinto uma tontura enorme me atingir e sou obrigada a me apoiar na lateral do veículo.

– Tá tudo bem com você Annie? – Thalia pergunta saindo pela porta do passageiro.

– Talvez tenha levantado rápido demais. – Respondo. Retomo o equilíbrio e entro no prédio.

Na recepção comprimentamos rapidamente Helena com um “bom dia” e começamos a ir em direção a nossas salas, mas me detenho ao ouvir sua voz alegre dizer:

– O Quíron quer te ver na sala dele Annie.

Retrocedendo alguns passos e ficando de frente para a morena pergunto:

– Você sabe pra quê?

– Parece que é sobre seu novo parceiro, mas não tenho certeza.

Confirmo com a cabeça e após deixar minha bolsa em minha mesa me dirijo ao escritório de Quíron. Bato na porta algumas vezes e espero até ouvir um “entre”, abro uma  fresta e pondo apenas a cabeça para dentro pergunto:

– Quiron? Desculpa te interromper, mas acabei de chegar e a Helena disse que você queria falar comigo. Há algo errado?

Quíron está em sua mesa conversando com um cara de cabelo cor de petróleo e jaqueta de couro preto – não posso ver seu rosto, pois o mesmo se encontra de costas pra mim. – Ao notar que sou eu, Quíron me oferece um sorriso amigável enquanto se levanta e vem a meu encontro.

– Annabeth minha querida, bem na hora. Gostaria de te apresentar seu novo parceiro – Informa ele, o cara se vira pra mim e logo que meus olhos encontram suas íris verdes-mar, sinto meu mundo cair.

– Di Immortales.