1. Spirit Fanfics >
  2. Juntos Pelo Acaso >
  3. Nossa Menina Poliana

História Juntos Pelo Acaso - Nossa Menina Poliana


Escrita por: larijones

Capítulo 4 - Nossa Menina Poliana


Narração Luísa

Ver Otto chorando foi uma surpresa mas ele me deixou sozinha com Poliana, eu não disse nada e nem liguei para o Marcelo, eu só queria voltar para casa.

Poliana me consolava muito e quando o médico me deu alta Otto me levou até o carro, e disse:

-Durval ou minha casa?

Sinceramente eu não estava com cabeça para dizer o que aconteceu e se Durval me visse daquele jeito ia pensar que tinha sido Otto, eu disse:

-Sua casa.

E ele me levou para a casa dele e eu percebia ele preocupado e nervoso, olhei para ele e vi que ele tinha chorado bastante, eu disse:

-Não precisava ter chorado com a gente.

-Sei sua dor Luísa, independente de ser um feto ou uma criança já nascida era uma vida...Podia ter me falado, sei que não somos íntimos mas pelo menos eu podia ter feito algo.

-Eu não sabia que estava...E eu queria tanto ele.

-Tia Luísa, logo você tem outro, não fica triste.

Disse Poliana, me fazendo carinho, achei que perder aquele bebê não fosse me atingir tanto mas me enganei pois eu não queria sair do quarto e chorava o tempo todo.

Narração Otto

Luísa não estava bem e confesso que fiquei preocupado com ela, mas eu precisava ver meu caso em relação a guarda da Poliana, Luísa ainda brigava na justiça pela guarda da minha filha, as leis me favorecia mas a suspeita de agressão podia complicar meu caso, e quando contei tudo a minha advogada, ela disse:

-Bem Otto, não tem provas portanto não dá para usar contra você.

-Mas é uma suspeita e a advogada da Luísa é paga pelo Marcelo, ele vai dar um jeito de virar o jogo.

-Mas ela vai precisar de provas e com o testemunho da própria Luísa...

-E se ela falar que foi eu?

-Ai teremos que recorrer.

-Mas tem chances de eu perder a Poliana?

-Por enquanto não, mas vamos continuar conforme estamos.

Narração Luísa

Ele entrou no quarto e se sentou do meu lado, eu disse:

-Otto, eu não quero sair.

-Quando a nossa Stella morreu eu fiquei do jeito que você está no momento...Muitas vezes eu acordava ouvindo ela chamando "papai" e eu saia doido pela casa procurando ela, mas eu me lembrava que ela não estava mais comigo, e um dia eu tive um sonho que parecia ser muito real...

Ele estava chorando, e continuo:

-No sonho eu estava com ela em um lugar florido e bem iluminado, e ela estava sorrindo e estava feliz e disse que eu deveria seguir, e quando acordei eu me sentia bem...Eu não sei se foi sonho ou realidade, mas ele seu bebê está bem e a dor Luísa nunca vai passar, de vez em quando a gente se pega chorando e pensando "porque o meu filho?" Mas a gente se acostuma com a dor, mas cabe a você deixar essa dor matar você...Você tem uma família que te ama Luísa, seja forte por eles.

Otto ia saindo do quarto mas eu puxei ele para um abraço e ele me abraçou bem apertado.

Era estranha minha relação com Otto mas ele sabia o momento que eu precisava de um amigo.

Dois meses depois

Narração Otto

Poliana e eu estávamos ouvindo música e inventando uns passos, éramos péssimos dançarinos mas até que nos divertiámos juntos, ela disse:

-Pai, seremos ótimos dançarinos no hospício.

-Com certeza seremos a atração principal do hospício.

Demos risadas e começamos a pular ao som do Marilyn Manson, eu amava ver como Poliana se divertia.

Luísa entrou em casa e correu para o quarto e eu soube que Marcelo tinha machucado ela de novo, sinceramente eu não estava mais suportando isso! E o pior de tudo era que Luísa não queria ajuda, era como se ela gostasse da dor.

Ah dias que eu tinha mudado Poliana de quarto e posto ela em um quarto sozinha pois ela não precisava ver a tia daquele jeito.

Claro que Luísa tinha surtado com minha decisão mas ela acabou entendendo meu lado, Poliana quis ver a Luísa e eu deixei pois quem sabe assim ela conseguia fazer Luísa descer para jantar.

E Poliana não conseguiu fazer Luísa descer para comer e depois que Poliana e eu jantamos ela levou comida para Luísa, e fiquei com as duas e Luísa estava com o rosto horrível e mau conseguia comer, eu peguei a colher e coloquei na boca dela, mas ela jogou o prato quente no meu rosto e Poliana gritou, Luísa disse:

-Isso é culpa sua!

Eu estava com o rosto ardendo mas eu não disse nada pois ela estava nervosa, Poliana foi atrás de mim, e disse:

-Pai...

-Estou bem meu amor.

-Mas...

-Queimadura é normal para um cientista maluco...Fica lá com a Luísa.

Ela deu um beijo onde tinha ficado a marca, e disse:

-Você ficou mais gato com essa marca vermelha.

-Papai gatão.

Ela saiu do meu quarto e eu estava com uma marca vermelha no rosto, mas por sorte ia sair e nem ia ficar cicatriz, minutos depois Poliana voltou no meu quarto dizendo que Luísa estava passando mau de novo e de novo levei ela no médico conversei com a polícia fiz exames para provar que eu não tinha tocado nela e novamente inocente, mas depois de 19 vezes levando Luísa no médico acho que os policiais já estavam duvidando disso.

Eu nem fiquei no hospital para saber se Luísa ia ficar bem, eu estava recebendo tanta ligação da Addison que eu precisei atender, e recebi a pior notícia e eu só precisava pegar o primeiro vôo para a Alemanha, mas como viajar com Luísa hospitalizada e com Poliana sozinha?

Narração Luísa

Acordei com Marcelo do meu lado eu esperava Otto, mas depois de jogar sopa quente nele seria bem difícil ele está comigo, eu disse:

-Marcelo?

-Shiiiiiiii, a Polícia veio me interroga sobre seus machucados.

-Marcelo, eu não disse nada, eu juro que...Tenho que ir embora, eu fiz uma coisa horrível com o Otto e preciso me desculpar com ele!

-Não acredito que você ainda vai voltar para a casa dele?

-Vou eu... Só preciso...

Eu só precisava de uma família e Otto e Poliana eram os únicos que sabiam e que respeitavam meu pedido em não denunciar.

Sai do hospital sem receber alta médica e quando cheguei em casa vi o carro do Otto mas ele não estava lá, eu não deixei Marcelo entrar para evitar problemas, chamei Sara e disse:

-Cadê o Otto?

-O senhor Otto teve que fazer uma viajem de última hora.

-E a Poliana?

-Foi com ele.

-Como assim minha sobrinha foi ele? Com que direito ele leva a Poliana com ele?

Liguei para minha advogada e disse o que o Otto tinha feito, ela disse:

-Luísa, o Otto está com a guarda dela e ele pode levar ela.

-Não, não pode! Ela viajou sem minha permissão!

-O Otto avisou para a advogada dele e o juíz, foi caso de morte o juíz não pode prender ele por isso.

-Eu não acredito que isso está acontecendo! 

-Luísa, tenha calma.

Disse minha advogada no telefone

Narração Otto

Poliana estava apertando minha mão mas ela não parecia com medo, ela disse:

-Eu adoro viajar, mas avião me deixar nervosa.

-Dorme um pouco minha princesa, a viagem é longa.

Ela colocou a cabeça no meu peito e não demorou para dormir e eu também dormir e voltei a ter o sonho maldito, e me lembrei que eu tinha esquecido meu remédio em casa.

Narração Luísa

Entrei no quarto de Otto e Sara foi me seguindo, eu disse:

-Não me segue seu robô maluco.

-O senhor Pendleton não gosta de ninguém no quarto dele.

-Aposto que ele trás as vadias dele para cá.

E no criado mudo tinha um bilhete dele que dizia:

Luísa

Poliana e eu tivermos que ir para a Alemanha de última hora, assim que possível ligamos para você.

Otto 

Confesso que eu tive medo de Otto sumir com a Poliana, mas se ele quisesse sumir não teria falado para o juíz e a advogada que estava saindo do país com a Poliana, no criado mudo dele além de um remédio estranho vi também uma foto dele com um amigo dele, provavelmente esse amigo que tinha morrido.

Naquele dia fui para a casa de Joana e Sérgio e disse aos os dois o que tinha acontecido e mostrei a Joana o remédio que Otto tomava, ela disse:

-O Sérgio toma esse remédio para não sonhar, não é perigoso só bloqueia os sonhos.

-Menos mau, estou com medo dele sumir com a Poliana.

-Luísa, não se preocupa, dá esse voto de confiança nele.

-Eu estou tentando mas...Estou quase comprando uma passagem para ir atrás deles.

-Luísa, uma confiança nele.

Joana tinha razão mas o medo tomava conta de mim, horas mais tarde Poliana me ligou dizendo que tinha acabado de chegar.

Dois dias depois

Narração Otto

Addison e eu nos abraçamos estava sendo difícil aceitar a morte de Charlie e sua esposa, Addison estava tentando me convencer a ficar com a Éster, ela disse:

-Veja bem César, a Poliana vai precisar de uma irmã.

-Addie, eu ainda estou nessa situação com a Poliana e nem sei se vou perde minha filha.

-E porque perderia? Você é o pai.

Contei a Addie o que estava acontecendo com a Luísa, e quando terminei ela disse:

-Caramba isso realmente é complicado.

-To com medo de perder a Poliana.

-Confia na justiça, você não vai perder.

-Confiar na justiça? Do Brasil? Mas fácil eu fugir com a Poliana.

-Otto, tenta entrar em um acordo.

-Eu tentaria, mas como vou deixar a Poliana com a tia dela sendo que a tia dela está com um espancador de mulheres? E se ele bate na minha filha? Aí eu mato ele.

-Otto, talvez a Luísa muda de idéia.

-Impossivel ela larga ele, ela está apaixonada.

Narração Luísa

Uma semana depois Otto voltou para casa mas ele voltou com uma menina, eu nem fiz perguntas, Otto estava um pouco abatido, mas se mantinha forte, ele disse:

-Luísa, essa é minha afilhada Éster.

-Prazer Éster.

A menina era bem esquisita mas era educada e apertou minha mão, Otto disse:

-Ela é...Um pouco antissocial.

E quando Otto subiu para seu quarto e eu fui atrás dele, e disse:

-Otto, precisamos conversar.

-Luísa, realmente não estou com cabeça para seus problemas.

-Não Otto, eu só queria pedir desculpas sobre...

-Tudo bem, só me ajuda a fazer a Éster se sentir em casa.

-Claro.

Ele baixou a calça e não resisti em olhar para ele, meu Deus que volume, ele estava tão abatido que nem percebeu que eu olhava para ele.

Narração Otto

-Pode sair do meu quarto? Preciso ficar pelado.

Ela saiu do meu quarto e entrei no banheiro e fiquei longas horas na banheira, perder um amigo quase irmão era difícil.

Semanas depois marquei terapeuta para Éster pois ela não estava comendo, mas me lembrei que Éster era alemã e provavelmente Charlie não tinha acostumado ela a comer comida industrializada, e vi algumas receitas de comidas naturais e fiz algumas das receitas, Luísa entrou na cozinha, e disse:

-Otto, a Éster...O que está fazendo?

-A Éster não é acostumada com nossa culinária e Charlie não deve ter criado ela com comida industrializada, vou fazer essas receitas para ver se ela come.

-Eu queria conhecer a terapeuta dela.

-Posso saber o motivo?

-Eu só estive pensando em passar também, eu soube que você e a Poliana passam nela.

-Uma excelente profissional.

-Será que ela aceitaria me consultar também?

-Com certeza, ela já deve ser acostumada com a família Pendleton, uma D'Ávila não é problema.

-Você pode marcar para mim?

-Claro, que horário? 

-Depois da Poliana.

-Combinado.

Quando vi Éster ela não estava brincando com Poliana e falei:

-Querida, porquê não está brincando?

-She's weird uncle otto.

(Ela é estranha tio Otto)

-Strange?

(Estranha)

Aí ai ai será que Éster sabia que ela era a mais esquisita de todas? Eu disse:

-Why do you think my daughter is weird?

(Porque você acha que minha filha é estranha)

-She does not have a scientific mind like ours.

(Ela não tem uma mente científica como a nossa)

Claro que Charlie tinha criado minha afilhada como um robô, as vezes eu me esquecia que Éster era humana, coloquei músicas de rock alemão para Éster ouvir e claro que ela amou as músicas.

Meses depois 

Narração Luísa

-Luísa, amanhã já é o dia da decisão do juíz sobre a guarda da Poliana.

-Eu sei...Eu....

-Luísa, você ja passa comigo a meses a Éster e a Poliana a meses e o Otto a anos, e por incrível que pareça você é a única que não avançou com a terapia.

-Eu estou tentando...

-Luísa, quero que pense, já percebeu que em todas nossas consultas você sempre fala que o Otto lhe protege?

-Sim.

-E o Marcelo lhe bate.

-Sim.

-Agora eu quero que você me diz o que tem de errado nisso.

-Eu não sei.

-Luísa, o fato do pai da sua sobrinha proteger você em um momento que os dois estão brigando na justiça pelo destino da Poliana, e o fato de quem te ama que deveria proteger você e não agredir... Luísa eu não posso dizer o que você vai falar amanhã para convencer o juíz a lhe dar a guarda da Poliana, mas eu quero que você pense, a Poliana merece crescer vendo a tia apanhar do marido dela? E o Otto? Merece ficar longe da filha? E você Luísa? Merece um relacionamento abusivo? E Luísa não é melhor você e o Otto criarem a Poliana juntos?

-Como iríamos criar ela juntos?

-Vocês estão fazendo um bom trabalho até agora.

Eu já estava chorando e quando chegou o dia da audiência eu estava nervosa e Marcelo estava comigo, e a audiência começou e como eu já esperava a minha advogada sugeriu que Otto estava me agredindo e vi ele ficando transtornado.

Marcelo se fazia de vítima como sempre e disse que Otto era agressivo e não tinha como ficar com a Poliana, o juíz ouviu a Poliana e ela obviamente defendeu o pai, mas quando o juíz ia fala o veredito, eu disse:

-Meretissimo, não eu não me encontro com condições de criar a Poliana...Eu quero que ela fique com o pai. Eu moro com o Otto a quase um ano e nunca conheci alguém tão carinhoso e amoroso como ele. A única vez que o Otto agrediu alguém foi para me defender, e se ele nunca denunciou a pessoa que me agredia foi porque eu disse para ele não se meter...Ele que sempre me leva no médico quando meu agressor me machuca e ele não se recusa a falar com a polícia e ainda consegue acalmar a Poliana, o Otto é um excelente pai.

E vi o juíz mudando de idéia e ainda levou mais um tempo para ele tomar outra decisão, ele disse:

-A guarda da criança Poliana D'Ávila Monteiro vai para o seu pai Otto Monteiro Pendleton, e Luísa D'Ávila você pode ver a Poliana quando o senhor Pendleton autorizar.

E foi decidido eu estava chorando e do tribunal eu ia para a casa de Durval mas quando Otto me pegou naquele abraço gostoso dele nós dois começamos a chorar, ele disse:

-Obrigado.

-Cuida bem dela.

-Nós dois vamos cuidar dela.

-Não Otto, eu não posso ficar na sua casa, eu confio em você com a Poliana.

-Fica mais tempo Luísa, eu também preciso de você, preciso da malinha enchendo meu saco.

Dei risada e abracei ele de novo e não teve jeito eu tive que voltar para a casa dele, Poliana ficou feliz por eu ainda estar com eles.




Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...