História Just a Dream - Previsão de Morte

A manhã do dia foi marcada por uma pequena manifestação de pobres moradores que protestavam contra o governo atual da capital. Os guardas imperiais foram acionados, e capturaram todos os manifestantes e mantiveram os mesmos nas masmorras.

Duas pessoas estavam chegando ao palácio, e estavam sendo muito bem escoltadas pelos soldados. Um homem bem alto e musculoso; loiro e de olhos alaranjados, Laxus Dreyar, atual capitão do exército. Estava acompanhado de uma pequena garotinha loira dos olhos verdes.

As portas se abriram assim que os mesmos entraram; foram bem recebidos, e seguiram caminhando para a escadaria, rumo aos andares subterrâneos.

— O que faremos aqui? — Perguntou a garota. Seu tom era muito frio e psicopata.

— Achei que estivesse entediada, não queria que ficasse o dia todo sem fazer nada.

— Eu pretendia treinar com minha farda imperial. — Aparentemente estava irritada por estar lá. — Como quer que eu melhore minhas habilidades vindo aqui?

— Não se preocupe... — Laxus virou em um andar com um sorriso no rosto. — Você poderá praticar o quanto quiser aqui.

Eles começaram a passar por muitas celas, e na maioria delas só haviam esqueletos. Estavam sendo ocupadas há muito tempo, mas, a medida que eles andavam, os cadáveres iam ficando cada vez menos velhos. Até que, no final do corredor, havia uma cela bem cheia — embora seu tamanho fosse consideravelmente grande. Nela, haviam cerca de oitenta moradores que teriam sido capturados durante a manifestação de mais cedo.

— O ministro pediu para que limpássemos esta cela, mas vou deixar esse trabalho com você. — Falou entregando as chaves para a mesma; as pessoas que estavam presas dentro dela tiveram uma expressão assustadora ao ver a garota sacando um facão logo após receber as chaves. — Quando acabar, vá até a sala do trono, temos uma reunião importante com o imperador. — E começou a caminhar na direção das escadas.

— Não se preocupe, não irei demorar. — Foi na direção das celas enquanto arrastava seu facão pelos chãos de pedra das masmorras.

Muitos gritos foram ouvidos.

[...]

Na sala do trono, além do imperador, se encontrava Laxus e mais duas peças importantíssimas para o exército imperial:

Gajeel Redfox, atual tenente. Um homem alto de um longo cabelo negro e olhos vermelhos, o mesmo já havia lutado contra Natsu, há alguns dias atrás na capital.

Elfman Strauss, major. Muito alto e musculoso, talvez o mais forte na sala. Tinha olhos pretos, pele morena e cabelos brancos. Irmão mais novo de Mirajane Strauss, e irmão mais velho de Lisanna Strauss, duas assassinas da Fairy Tail.

Estavam lá há mais ou menos vinte minutos, aguardavam somente a chegada da garota que Laxus treinava para iniciarem uma pequena reunião.

Gajeel já estava se demonstrando impaciente, e estava prestes a falar algo, mas ouviu a porta da sala ser aberta. Era ela, e a mesma entrou na sala. O homem a olhou com olhar de espantado; suas roupas eram brancas, mas estavam completamente cobertas por uma gigante quantidade de sangue.

— Desculpem, acabei me atrasando. — Foi caminhando até a direção dos mesmos.

— Alteza, poderia informar ao ministro que terminamos a limpeza da cela na masmorra? — Laxus perguntou ao imperador assim que a garota parou ao seu lado.

— Pode deixar que eu informo, e bom trabalho. — Olhou para a garota.

— A propósito, Laxus. — Chamou Elfman. — Onde está o outro?

— Ferido. — A loira respondeu por ele.

— Certo, chega de bate-papo. — O imperador chamou a atenção dos três. — A partir de hoje, vocês serão afastados das funções do exército.

— O que? — Gajeel perguntou surpreso, mas os outros pareciam entender o que estava prestes a acontecer.

— Para nos afastar do exército, é provável que tenha outros planos para nós. Certo, alteza? — Perguntou Elfman.

— Com certeza. — Abriu um sorriso no canto da boca. — Eu chamei os quatro até aqui porque quero que formem um grupo.

— Um grupo com eles? — Gajeel apontou para para eles, o moreno nunca teve uma das melhores relações com Elfman e Laxus. — Para quê?

— Ultimamente, a Fairy Tail veio nos trazendo sérios problemas. É capaz que com o tempo, o povo comesse a se aliar a eles, e as coisas ficarão complicadas para nós. Precisamos dar um fim neles, e por isso, eu decidi criar a Raven Tail, o grupo responsável pela caça deles! — Disse apertando o punho como se estivesse estrangulando alguém.

— Entendo... — Falou Gajeel com um sorriso no rosto. — Então nós poderemos usar 100% do nosso tempo para focar em investigações e informações? — Perguntou.

— É por isso que estou os afastando. — Disse com um sorriso. — Mas para lhes dar tanta liberdade, eu preciso de algo que me traga confiança... — Falou o imperador.

— O que você quer, alteza? — Perguntou Laxus. — Com certeza traremos.

— A cabeça de um deles... até o fim da semana.

— Não se preocupe, alteza. — O loiro deu um pequeno sorriso. — Em breve teremos seu presente.

— Mal posso esperar. Estão liberados.

Com isso, fora criada a Raven Tail, um grupo que seria responsável pela caça e execução dos membros da Fairy Tail. Eram inferiores em números, mas em poder, poderiam até ultrapassá-los; e claro, não era o único grupo que o imperador pretendia criar...

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— Fala sério!

A beira de uma cachoeira, um garoto de cabelos rosas estava em cima de uma pedra no rio que ia em direção a queda d'água. Estava em um treinamento, mas não acreditou no que viu quando uma onda de mais de 6 metros se formava em frente a uma garota loira que o encarava.

— Não se preocupe! Se cair, você não morre com a queda. Ao menos que bata a cabeça, é claro! — Após isso, a onda começou a ir na direção do rosado em extrema velocidade; era como se ela estivesse a controlando, e era isso mesmo que estava acontecendo.

O garoto se segurou com todas suas forças na pedra, e logo sentiu o enorme impacto da onda. Era forte, muito mesmo; suas mãos estavam começando a escorregar de seu apoio, e aquilo seria um sério problema.

Em menos de cinco segundos, a onda passou completamente por ele. Por pouco não foi expulso da pedra — estava caído, mas segurou-se com suas mãos —, o que resultaria em uma enorme queda da cachoeira dentro de alguns instantes.

Se levantava enquanto pensava em belos xingamentos para gritar para a loira, mas, quando ficou totalmente de pé, outra onda o atingiu. Dessa vez, ele estava despreparado, e foi lançado na água.

A correnteza que levava até o final do rio — que acabava em um enorme abismo, provocando a queda d'água — era tão forte que era impossível nadar contra. Mas mesmo assim, ele continuou a tentar, sem sucesso.

— Lucy, me ajuda! — Dizia desesperado enquanto chegava cada vez mais perto da queda.

— Desculpe, Natsu! — Acenou. — Você vai ter que se virar! — Ela pegou uma mochila e começou a descer pela trilha, como se fosse lhe esperar lá em baixo.

— M-Maldita... — Disse após a mesma ir embora; em seguida, olhou para trás e soltou um enorme grito quando reparou que não tinha mais rio atrás dele; logo depois, começou a cair. — AAAAAAAAAAH!

[...]

Aos arredores da cachoeira, duas garotas adoráveis estavam fazendo um piquenique na hora do almoço. Haviam acabado de estender a toalha e botar uma cesta sobre a mesma quando ouviram um enorme barulho vindo da água.

— Que alto! — Reclamou uma azulada. — O que foi isso?!

— É o Natsu. — Uma ruiva apontou para o rosado como se fosse normal alguém simplesmente cair da cachoeira do nada. Ele notou a presença das garotas e foi nadando até elas.

— Flare! Levy! — Disse seus nomes enquanto saia do rio.

— O que foi isso? — Perguntou a azulada com uma gota na cabeça.

— Treino da Lucy. — Falou enquanto retirava água de seus ouvidos. — Às vezes ela é tão maluca quanto você. — Escapou naturalmente.

— O que disse?! — Ela ficou um pouco irritada, mas direcionou sua atenção para um barulho vindo da floresta.

— Oh, que surpresa! — Lucy saiu do meio das árvores e se surpreendeu ao ver as garotas lá.

— Olá, Lucy. — Flare a cumprimentou.

— Olá! — Deu um sorriso para a mesma. — Poxa Levy, por que não me chamaram pro piquenique? — Perguntou fazendo drama.

— Eu perguntei pro Gray onde você estava assim que ele chegou no esconderijo, mas ele disse que você e o Natsu iriam fazer treinos extras. — Explicou a azulada, que foi realmente o que aconteceu.

— Ah, sim. — Coçou a cabeça meio sem graça.

— Há bastante comida aqui, pode comer com a gente. — Falou Flare enquanto abria a cesta.

— Demais! — Abriu um sorriso enquanto se sentava com a azulada.

Enquanto isso, o rosado aparentava estar indo embora.

— Já vai, Natsu? — Perguntou Levy. — Come com a gente! — Chamou.

— Eu como no esconderijo. Vai que tentam me matar de novo. — Olhou mortalmente para Lucy.

— Não sei do que está falando. — Desviou o olhar enquanto ria.

— Tudo bem, até mais então. — A azulada acenou.

— Até. — Se despediu e foi caminhando até a trilha.

Porém antes de chegar, não pôde deixar de ouvir um pequeno diálogo que Levy e Lucy tiveram.

— Esse sanduíche tá muito bom! — Falou a loira após dar uma mordida. — Você que fez?

— Não, foi a Lisanna. Ela ia almoçar com a gente, mas precisou fazer algumas coisas. — Explicou.

E no momento seguinte, Natsu praticamente se teletransportou para onde ela estavam, e sentou com elas.

— Mudou de ideia? — Perguntou Levy.

— Acho que minha barriga não vai aguentar até lá. Me passa um sanduíche! — Desviou o olhar.

— Sei... 

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No jantar, todos estavam reunidos. Era o último que teriam antes da operação, alguns deles poderiam não estar presentes nos próximos caso alguma coisa acontecesse. Antes de começarem a comer, Erza colocou uma enorme caixa com várias roupas em cima da mesa.

— O que é isso? — Perguntou Natsu.

— Disfarces. Como não vamos eliminar todos que nos verão — ela se referiu aos civis —, precisamos esconder nossas identidades. Alguns não precisarão — falou dos membros que já tinham sua identidade revelada. — Explicou Erza.

— Deve ter uma fantasia do batman pra você, aposto que vai cair bem! — Lisanna provocou.

Muitos membros começaram a rir, o que irritou Natsu.

— Calada! Você nem precisa de fantasia, aposto que vão te confundir com o ogro se for desse jeito! — Respondeu.

A risada deles aumentou ainda mais, e dessa vez foi Lisanna que ficou irritada.

— Quem é o ogro aqui? — Encostou sua testa na dele e começou a empurrá-lo com a cabeça.

— Você! — Pôs força na cabeça para também empurrá-la.

— Chega! — Erza os separou; o que foi triste para os outros membros, que estavam se divertindo bastante com a briga deles. — Quero que acordem cedo amanhã. Para não levantar suspeitas, vamos nos espalhar pela capital ao longo do dia; quando a hora estiver chegando, se encontrem nas posições. — Olhou seriamente para cada membro.

— Não podemos cometer nenhum erro... — Falou Gildarts. 

— Há chances de darmos de cara com algum usuário de farda imperial? — Perguntou Juvia, preocupada.

— Segundo minhas informações, não. Os usuários de farda imperial do governo estão muito ocupados lidando com outros grupos rebeldes nas fronteiras, dificilmente o imperador designaria alguns deles para uma simples escolta.

— E se tiver nos acabamos com eles! — Falou Natsu confiante, mas foi olhado por todos após falar aquilo. — O que foi?

— Não é tão simples assim, Natsu... — Falou Flare.

— Por mais que as diferenças de habilidades sejam grandes, não há certeza de quem irá ganhar o duelo. Isso porque a farda pode impactar drasticamente na batalha, e decidir o resultado. — Explicou Gray. — Já perdemos pessoas muito fortes, para adversários mais fracos; mas isso só aconteceu porque a farda do inimigo era muito mais poderosa do que pensávamos.

— Ou seja... — Completou Juvia. — Em um duelo de usuários de fardas imperiais, só há uma certeza.

— Q-Qual? — Perguntou assustado.

— Alguém morre... — Foi respondido por Lisanna em um tom frio e assustador. — Se nos encontrarmos com um usuário de farda, é uma previsão de morte, pois alguém irá morrer...

Continua...