História Just a Month - Imagem e Ação

Sábado 27/02/16

7:12 AM

Acordei ouvindo o barulho dos pássaros e sentindo o vento gelado da manhã atravessar o quarto, a brisa me parecia tão gostosa que não dava nenhuma vontade de levantar-me da cama.

Após dois dias de muita chuva, hoje dava indícios de que faria sol, e isso já me deixava bastante contente. Assim como teve a chuva, também teve o jogo: Verdade ou Desafio, e confesso que depois dele o palácio ficou bem quieto, o que me deixa — de certa forma — completamente incomodado.

 O Primeiro-Ministro havia dado alguns dias para organizarmos o casamento e acredito que talvez hoje seja o ultimo dia, já que todos parecem ter terminado os preparativos. Acho estranho, pois nunca pensei que iria sequer conseguir escolher a roupa.

  Além da ajuda que Jeon havia me dado, também fui atrás do Ministro para tirar algumas duvidas e saber se apenas o que eu tinha feito já estava bom, no entanto, ele também pediu para que eu escolhesse um tema para o casamento e me deu uma lista cheia deles, dizendo depois para que eu desenhasse o momento do meu casando nem que fosse com bonecos de palitos. Sem protestar concordei com a ideia de fazer o desenho. Na lista que ele tinha me entregado havia tantas escolhas que fiquei até confuso, desde quando se precisa escolher um tema para o casamento? Não é apenas se casar e ser feliz para sempre?

 Naquele momento eu apenas optei por desenhar — da minha maneira — um casamento tradicional, já que sempre achei linda a noiva subindo no altar com um vestido branco... Lógico, que no meu caso vai ser um terno, mas não deixa de ser perfeito. Só espero que Jungkook também goste da minha escolha.

 Já estava a minutos observando a tela de plasma da tevê — na qual estava desligada — a minha frente, e decidi me levantar, fazer minhas higienes e seguir para a sala do café, pois eu tinha quase certeza que estava atrasado.

 Confesso que nesses dias o palácio anda entediante, é como se estivesse na minha casa, só que com o alfa que amo por perto...

 Cheguei ao local já vendo Hoseok e o Rei em seus lugares habituais e assim me juntei aos mesmos.

 Parece que não sou o único atrasado aqui...

 Não demorou muito para que os outros também chegassem e assim comecei a desfrutar da torta de limão que estava sobre a mesa.

 No dia anterior, Hoseok me disse que não iria mais sair do palácio e confesso que foi gratificante saber disso, acredito que não iria sobreviver nesse lugar sem meu melhor amigo. Lógico que perguntei como ele havia conseguido ficar aqui, porém nem mesmo Jung sabia, apenas disse que o Primeiro-Ministro lhe chamou e deu essa notícia. Só tento entender a mudança repentina de decisão.

 Minha "relação" com o rei anda calma, e fico muito feliz em tê-lo ao meu lado; Jeon me trata completamente bem, como se eu fosse um copo de porcelana mais caro do seu palácio, fazendo-me sentir especial. São bons os momentos que nos encontramos pelos corredores e trocamos selares rápido, me sinto em um romance proibido, é até engraçado pensar assim; realmente é bom estar mais intimo dele. Às vezes tenho dúvidas se o que ele diz para mim é real, se nosso momento na praia foi real, se tudo isso a minha volta é real. Eu nunca nem sonhei em entrar nessa disputa e agora sou noivo do rei de Thule, é completamente muito irreal tudo isso.

 Por mais que estivesse cedo, o sorriso não saía do meu rosto. A todo o momento eu me lembrava de Jeon ou olhava para ele, e essa minha atitude não é de hoje, pois já faz alguns dias que estou tento essas caras de "garoto apaixonado", no entanto, não posso fazer nada, eu realmente estou assim. Falta apenas dois dais para meu "talvez" casamento, e isso só me faz ficar mais elétrico. Ok. Pode ser meio exagerado o jeito que estou agindo, mas como já disse, é inevitável. Mesmo que em alguns momentos eu tenha dúvidas sobre os sentimentos de Jeon, me sinto feliz.

 Alguns minutos haviam se passado após todos terem começado a comer e eu nem me assustei quando o Primeiro-Ministro entrou no local com seu típico jeito de quem vem trazendo alguma noticia. Já virou costume.

 Todos imediatamente pararam o olhar no ômega mais velho esperando que ele falasse o que veio dizer. Achei ate engraçada a forma como Hoseok parou de boca cheia olhando para o mesmo como uma estátua.

 — Ué Jeon? Não vai reclamar por eu mais uma vez estar atrapalhando seu café da manhã? — O Primeiro-Ministro perguntou e Jeon riu ladino revirando os olhos.

— Hoje tem pão doce na mesa, então estou de bom humor. — Murmurou esticando a mão até a bandeja onde estavam os pães e soltei um riso leve.

— Deveria parar de comê-los, isso só te deixa com mais cu doce. — Tae, que antes estava quieto, retrucou logo recebendo um olhar mortal de Jeon.

 A amizade dos dois é às vezes engraçada.

 Lee apenas fez uma cara de quem não se importava e limpou a garganta:

 — Enfim, acho que nem preciso dizer o motivo de estar aqui, isso já está bem óbvio. — Disse e concordamos. — Eu havia dado alguns dias para que preparassem o próprio casamento, e bem hoje quero ver como tudo ficou, além de que, quero ver os desenhos que vocês fizeram.

— Espera. Desenhos? — Jeon o interrompeu confuso.

— É. Desenhos. — O Ministro disse com um ar cansado. — Pedi para que eles desenhassem a cerimônia de casamento dos seus sonhos. — Concluiu como se esse pedido fosse algo comum.

— Esse palácio agora virou exposição de arte? — Jeon soltou sarcástico se esparramando na cadeira. — Se queria arte era só ter pedido fotos minhas.

— Pff, iludido. — O ômega riu soprado. — Bem, quando terminarem o café, peguem seus desenhos, a lista que contém as coisas do casamento e me encontrem direto na sala do trono. — Disse prestes a sair do local, porém Hoseok lhe chamou.

— Mas a minha lista está em um pen drive. — Disse e segurei o riso.

— Você nem faz mais parte da disputa, idiota. — Falou por fim saindo do salão com passos pesados.

— Boa Jung. — Jeon mandou um joia para ele e o mesmo apenas concordou sem entender o que de bom havia feito.

Tudo que consegui foi apenas rir da situação e voltar a apreciar o café, do qual estava perfeito como sempre. Quando terminei, fiz o que o Primeiro-ministro havia dito: Peguei a lista e o desenho logo seguindo para a sala do trono.

Narrador P.O.V

 Os passos de Park soavam alegres pelo corredor, como se fosse uma criança pulando sobre poças de água. Estava feliz de seu desenho ter ficado pelo menos fácil de entender, e não via a hora de mostra-lo para o Primeiro-Ministro. O mesmo foi o primeiro a chegar à sala do trono dando indícios de que estava ansioso para ver o que os demais haviam feito. Logo Hoseok adentrou o salão com seu notebook em mãos, e isso fez o rosado lhe olhar confuso.

— Porque está aqui? Você nem está mais participando da disputa. — Jimin lhe olhou confuso.

— Estou entediado. — Disse e o menor apenas deu de ombros.

 Não demorou muito para que os demais se juntassem aos dois junto ao ômega mais velho.

— Bem, os quatro já estão com seus desenhos em mãos e prontos? — Perguntou Lee ficando em frente ao trono para que pudesse observar os demais ômegas.

 Minseok tinha sua feição despreocupada; Bambam parecia rabiscar seu papel, como se estivesse desenhando naquele exato momento; TaeHo continha a cara fechada, porém calma e Hoseok apenas se encontrava no chão murmurando palavras desconexas enquanto tentava ligar seu precioso notebook.

 Sem obter sua resposta, o Ministro bufou, vendo que certamente não estava tudo pronto como imaginou, mas resolveu ignorar e escolher do mesmo jeito algum deles para que falasse sobre o seu casamento, até porque piedade não existe no seu vocabulário.

— Minseok, vamos começar por você, me diga, o que preparou para o seu casamento? — Perguntou o mais velho arrancando um bufar do Kim. O mesmo se dirigiu para o lado de Lee, no intuito de ficar a frente dos demais ômegas e assim levantou a folha com a maior cara de tédio.

 O desenho contido na folha não era dos melhores, mas também não estava para os piores. Nela estava ele recebendo a coroa real de um padre enquanto trajava vestimentas totalmente pretas. Em volta havia desenhos desconexos, tendo os tons variando do vermelho para o preto, bem sombrio, talvez como sua mente.

— Quero um casamento estilo Halloween, sem mesmo estarmos na época. — Disse Minseok ainda com o tom de voz tedioso enquanto tinha o olhar do Ministro sobre si.

— Por que Jeon não está no desenho? — Bambam perguntou e todos concordaram com a pergunta pertinente.

 O Kim logo se pôs a desviar o olhar como se estivesse pensando em uma resposta. — Ele havia bebido muito champanhe e foi ao banheiro. — Disse rapidamente e todos arquearam uma das sobrancelhas, confusos com a resposta.

— Ok, ok. Obrigado por mostrar seu desenho. — O Primeiro-Ministro disse quebrando o clima tenso. Na sua cabeça dizia que havia algo de errado, mas achou melhor não contestar no momento. — TaeHo, agora é você. —Chamou o segundo ômega que se dirigiu para o lado do Ministro.

 O mais baixo levantou a folha com o mesmo jeito tímido de sempre, mostrando o desenho que parecia completamente o oposto do de Minseok. No centro da folha havia um bolo enorme, porém cheio de flores na cor rosa desenhadas no mesmo, e ao lado do bolo estava ele e certamente o rei de mãos dadas com roupas totalmente cheias de glitter. O desenho aos olhos de todos dava a entender que era apenas rabiscos, porém o Ministro — com muito esforço — conseguiu decifrar cada traço.

— Bem... — TaeHo começou e todos retiraram o olhar do desenho para escuta-lo. — Eu sempre gostei de My Little Pony, e quero um casamento no estilo do desenho. — Disse e Hoseok que agora estava calmo por seu computador ter ligado, deu um riso leve.

 Todos encaravam o ômega meio confuso com a resposta do mesmo, e Lee apenas ignorou aquela ideia “estranha” de casamento seguindo com as apresentações.

— Ok. BamBam, sua vez. — O mais velho pôs se a falar e o ômega lhe olhou assustado.

— Eu meio que não terminei meu desenho. — Riu mínimo e o Ministro fechou a cara.

— Mostre assim mesmo! — Disse sério e o ômega apenas concordou indo a frente de todos.

 BamBam levantou a folha de forma insegura logo revelando dois bonecos de palitos com roupas azuis e com um cenário inacabado.

— Bem, eu quero um casamento policial. — Sorriu e Lee cruzou os braços tentando entender em que lugar do desenho tinha algo haver com a polícia. — Ah, esse daqui sou eu e o Jeon de farda. —Apontou para os bonequinhos azuis e Hoseok mais uma vez segurou o riso.

 O Primeiro-Ministro passou as mãos sobre o rosto tentando aliviar o stress, havia dado mais de três dias para que preparassem tudo e ainda assim o ômega não tinha terminado o que foi pedido.

— Esta bem, agora é a sua vez Jimin. —Falou o mais velho, porém Hoseok como da outra vez, lhe interrompeu.

— Hey também quero mostrar meu desenho! — Jung cruzou os braços e todos fincaram os olhos em si.

— Mas você nem está mais na disputa. Lembra-se que só esta nesse palácio por conta da insistência de Taehyung. — Falou ríspido e o ruivo revirou os olhos.

— Eu só quero mostrar o desenho que fiz. — Disse já indo para onde bambam estava sem receber uma confirmação do ministro.

O mais velho então deu um suspiro alto concordando com a situação. — Mas então, cadê seu desenho? — Lee perguntou percebendo que Jung só tinha nas mãos o seu notebook.

— Esta aqui. — Disse o ômega com o semblante calmo virando a tela do computador para os demais. — Eu fiz esse desenho em um aplicativo chamado Paint Too Sai. Desenhar nele é mil vezes mais fácil. — Sorriu vendo o espanto de todos.

 O desenho se tratava dele sendo beijado por Yoongi e por Taehyung, um em cada bochecha. Os traços estavam perfeitos e o desenho bem colorido como se fosse alguma fanart de algum anime conhecido. Cada ômega ali presente estava impressionado com as habilidades de Hoseok, até porque ninguém conhecia esse lado do ruivo.

— Ok, isso tá impressionante, mas agora posso ver o do Jimin? — O Primeiro-Ministro lhe olhou com cara de poucos amigos e assim o mais novo bufou dando lugar para que Park mostrasse seu desenho.

— Eu não sou muito bom em desenho então o fiz em versão chibi. — Disse e todos concordaram parecendo saber do que se tratava.

 O rosado levantou a folha devagar assim revelando o desenho no qual era ele de frente para Jungkook, no altar. O desenho continha traços delicados e fofos como o mesmo disse que seria, as roupas eram comuns; Jeon com um terno escuro e Park com um terno branco.

— Eu quero um casamento tradicional, não gostaria que fosse muito avantajado, mas como se trata do rei, acredito que não tenha escolha nessa parte. — Riu soprado de sua resposta.

 Lee olhou para o ômega de forma diferente como tivesse gostado de sua resposta. Certamente, pois Park havia sido o único a querer um casamento tradicional.

— Muito bem, agradeço a vocês por terem feito os desenhos, no entanto agora irei ver cada lista para saber se vocês fizeram tudo corretamente. — Lee disse satisfeito e os demais apenas concordaram com a cabeça.

[...]

10:31 AM

 Já fazia mais de uma hora em que os ômegas haviam saído da sala do trono, seguindo assim os seus próprios caminhos. Bambam andava concentrado pelo corredor, olhando para os seus próprios pés e pensando na vida que estava levando dentro do Palácio.

 Certamente o mesmo sabia que provavelmente não iria conseguir a mão do rei em casamento, porém esse talvez nem fosse o seu real objetivo. Sem perceber os obstáculos à sua frente logo deu de cara com TaeHo que também estava distraído pelos corredores.

 Os dois se afastaram rapidamente pelo contato repetindo e assim começaram a se encarar de forma desconfortável. Já havia se passado dois dias em que os mesmos brigaram no jogo verdade ou desafio e por conta disso o clima tenso ficou pairando no ar.

 Bambam sabia que tinha cometido um erro ao ter começado aquela briga, não era de caráter dele se importar com o que Taeho deixava ou não de fazer ou de como ele gostava ou não de ser tratado pelas pessoas. Seu objetivo naquele momento se tratava apenas de se desculpar com o menor, o problema era como iria fazer isso...

— Será que a gente pode ir até o jardim para conversar?  — Bambam perguntou com muito esforço e TaeHo apenas o olhou confuso aceitando a proposta.

 O caminho até a entrada do Jardim foi silenciosa, porém logo um deles teria que acabar com esse silêncio.

Os dois se sentaram e um banco próximo ao muro e para Bambam o sol sobre o rosto estava confortável:

— Bem... — O mesmo começou inseguro. — Eu queria me desculpar pelo que ouve no jogo, acredito ter passado dos limites. — Disse olhando para lugares aleatórios presentes no jardim.

 TaeHo hesitou um pouco sobre qual resposta daria, era estranho ver o ômega se desculpar do nada consigo.

 — Esta tudo bem... — Murmurou o menor — Acho que também passei dos limites, deve ser por conta do estresse que essa disputa esta me causando... — Disse e o mais alto lhe olhou de relance.

— Quer conversar? — Perguntou percebendo o semblante estranho do ômega. Sabia que tinha coisas além do estresse da disputa.

— É só uma fase difícil que to tendo com meus pais, não é nada de grave... — Murmurou o ruivo observando seus pés tocando a grama baixa do local.

— É... Acho que te entendo. — Disse Bambam escorando as duas mãos sobre o banco sem encosto.  — Também estou com a mente cheia nos últimos dias...

— O problema na verdade é que... — Hesitou, porém resolveu contar — Minha mãe teve um caso com um homem antes do marido atual, porém ele a largou e se casou com outra... — Levantou o olhar para o mais alto. — O problema é que ninguém além de mim e dos meus pais sabem da minha real paternidade...  — Soltou por fim e Bambam arregalou os olhos.

— Espera... Você não é filho do seu pai? — Perguntou completamente confuso.

— Be-

 De repente um enorme barulho atravessou os ouvidos dos dois presentes no jardim, assim cortando a fala de Taeho que olhava assustado para todos os lados. Um alto alarme percorreu o enorme palácio deixando de certo modo todos assustados. E eles deveriam ficar, pois esse alarme só era acionado em casos de emergência extrema.

— O que será que aconteceu para o alarme ter tocado? — BamBam Perguntou tapando um dos ouvidos incomodado com o barulho alto.

— Eu não sei, mas é melhor nós corrermos para descobrir.

[...]

9:57 AM

Já se passara um tempo desde que Park saiu da sala do trono.  No momento rondava os corredores do térreo, talvez esperando encontrar alguém, ou melhor, Jeon Jungkook.

 E até que não foi difícil, pois o mesmo apenas precisou passar perto do quarto do rei para ser puxado com brutalidade ate o interior do cômodo.  O coração de Jimin batia rapidamente só por ter a respiração de Jeon perto de si. O corpo do rosado estava prensado sobre a porta de madeira, tendo assim seus braços presos contra a mesma.

— Aish Jeon, você me assustou... — Murmurou o ômega desviando o olhar do alfa que não parava de lhe encarar a milímetros de distância.

— Eu estava com saudades. — Jungkook soltou como um sussurro, fazendo com que o menor tremesse na hora.

 Park voltou a encarar o amado esperando receber o que ambos queriam naquele momento: um beijo. E assim foi feito, com movimentos sutis, o alfa começou a se aproximar do rosado e aos poucos acabou com a pequena distância que os separava. Ambos os lábios se tocaram logo dando inicio a um beijo terno e suave. As bocas se mexiam de forma lenta apreciando um a presença do outro, as mãos do alfa subiam até o pescoço do amado sentindo não somente o calor de sua boca, como também o do seu corpo. Esses eram um dos poucos momentos em que cada um se esquecia de tudo; da disputa, do palácio, dos ômegas e de todos os problemas em geral. Esse era um momento só deles em que eles só precisavam pensar um no outro.

 Jeon e poucos segundos começou a aprofundar o beijo, logo roçando sua língua na de Jimin, por fim se unindo em um beijo mais quente e necessitado. Era um beijo apaixonado, repleto de desejo e juventude. Sensações que Park só conhecera com o alfa.

 Não demorou muito para que o beijo fosse cessado. Ambos se separaram ofegantes pelo contato intenso, logo juntando os corpos em um abraço caloroso. Park nunca havia tido esses momentos únicos antes, por isso aproveitava de todas as oportunidades que tinha de ficar ao lado de quem agora comandava seu coração.

— Está preparado para o nosso casamento? — Jeon perguntou calmo após alguns segundos de silencio. O alfa ainda mantinha o ômega em seus braços enquanto fazia um pequeno cafuné nos cabelos rosados do mesmo.

— Hmm... Eu não sei... — Murmurou o mais baixo rente ao peito de Jungkook. — Eu não sei o que pensar sobre isso. Mês passado eu estava em casa no meu quarto jogando algo qualquer no meu celular e agora estou aqui no palácio ao seu lado recebendo o amor que nunca sonhei em ter. — Levantou o olhar fazendo com que Jeon parasse com o carinho. — É tudo tão irreal, sabe? — Disse e o alfa soltou um riso leve dando mais um selar nos lábios do ômega.

— Nada é irreal, saiba que tudo isso é verdadeiro assim como o que sinto por você, ok?! — Exclamou e o ômega concordou voltando a abraça-lo mais forte.

— Ah, eu pedi para que as empregadas fizessem dois Milkshakes para mim, e adivinha? — Jeon olhou para o mais baixo sorrindo e o mesmo lhe olhou confuso. — Um deles é para você! — Disse se separando do rosado para que pudesse lhe mostrar o carrinho cheio de guloseimas perto da cama real.

— Mas Jeon... A gente tomou café não faz nem duas horas... — Park soltou incerto apreciando a beleza dos copos cheios daquele sorvete batido com leite.

— E daí?  Agora é o nosso momento de comermos a sós. — O alfa falou animado indo direto para perto da cama.

Jimin riu com a atitude do mais alto, porém resolveu não protestar e logo foi ao encontro do mesmo se sentando ao seu lado na cama.  Jeon lhe entregou seu grande copo de milkshake fazendo o sorriso de Park aumentar ainda mais.

— Porque esta sorrindo tanto? — Jeon perguntou confuso.

— É de Baunilha. — Proferiu sugando o líquido pelo canudo.

— E? — o Alfa novamente questionou.

— Seu beijo tem gosto de baunilha, é bom. — Disse simplista e o sorriso de Jungkook pôs se a aumentar.

— Então quer dizer que meu beijo tem gosto de baunilha? — Perguntou lançando um sorriso para o mais baixo ao seu lado.

— Aish... Sim. — Disse já sentindo suas bochechas corarem, era um detalhe que poderia ter guardado apenas para si.

 — Então que tal deixar o Milkshake de lado e me beijar, huh? — O alfa disse sem tirar o sorriso do rosto.

Por brincadeira, Park aos poucos inclinava as costas para trás tentando escapar de Jeon, porém esqueceu-se de algo em sua mão: o copo de milkshake.

— Aish, caiu na minha blusa. — choramingou vendo o líquido se espalhar pela a camisa lisa na qual usava.

— Calma, pode usar o banheiro para se limpar. — O mais alto apontou para a porta em seu quarto e o ômega assentiu correndo direto para a mesma.

— Poxa, isso tinha que acontecer logo agora... — Murmurou quando já estava dentro do banheiro – bem grande por sinal – e assim começou a passar água na camiseta para que a mancha saísse.

Já fazia uns dois minutos que Park estava a se limpar, porém uma voz fez com que o menor desligasse a torneira e prestasse atenção no barulho.

— Alguém esta conversado com o Jeon? — Perguntou em tom baixo se aproximando da porta.

 Quando estava prestes a tocar na maçaneta, um estrondo no quarto o fez pular para trás.

 — Jeon? — Chamou pelo amado girando a maçaneta, porém a porta não abria. — Merda! Jungkook o que esta acontecendo? — Mas uma vez chamou e nada.

 Logo outro barulho foi se ouvido e o alarme tocado, fazendo assim o ômega se assustar e novamente tentar girar a maçaneta. Dessa vez o objeto girou finalmente abrindo a porta, porém em vão, pois ao voltar para o quarto se deparou com o carrinho de guloseimas derrubado e os vários dos doces espalhados pelo chão.

— M-Mas o que aconteceu aqui? — Murmurou assustado observando a situação do quarto. No entanto o que era mais importante para si, não estava no local. — Jeon? — Murmurou preocupado dando uma ronda no quarto.

O alarme ainda tocava deixando o ômega atordoado e em poucos minutos o mesmo foi surpreendido pela guarda do palácio entrando com brutalidade no quarto.

— Ali está ele! Peguem-no. — Um dos guardas apontou para Park, o único presente no local, e o rosado se assustou com a forma em que os homens o abordaram.

— Hey! Me soltem! Eu não fiz nada! — Exclamou quando era empurrado para fora do quarto a força.

— O Rei acaba de ser sequestrado e você agora é o principal suspeito por estar presente na cena do acontecimento. — Disse um dos guardas e Park arregalou os olhos.

— J-Jeon? S-Sequestro? — Murmurou pálido ainda sendo empurrado pelos corredores. — M-Mas eu não fiz n-nada, onde ele e-esta?! Me diga que é uma brincadeira! — Berrou já deixando que as lágrimas tomassem o seu rosto.

 Os guardas nada responderam e assim lavaram o ômega para fora do palácio, especificamente para as masmorras no subsolo, onde a entrada era atras do grande lugar; local onde ficavam temporariamente as pessoas que tentavam algo ao rei ou ao palácio em si, e assim depois, quem cuidava dessas pessoas era a polícia.

 Jimin foi empurrado para um corredor escuro, iluminado apenas pela luz fraca de algumas lampadas presentes no local. O menor logo foi jogado com brutalidade no chão empoeirado de uma das celas sendo assim, trancafiado na mesma.

— Você ficará aqui ate segunda ordem. — Disse o guarda ríspido se retirando rapidamente do local.

 O rosado ainda continha o olhar assustado. Mas que merda havia acontecido? Minutos atrás estava a beijar quem ama e agora estava preso acusado de ter dado sumiço no rei? Como que em tão pouco tempo o sua situação poderia mudar tanto?  Cada pergunta passava em sua cabeça e o mesmo para não surtar resolveu abraçar o corpo e esperar pelo o que viria.

— Aish, Jeon... Espero que você esteja bem. — sussurrou diante da situação.

[...]

Não muito longe dali ainda ouvia-se o som do alarme real. Por mais que estivessem longe e bem camuflados, aquele som, para eles, era mesmo de se apreciar.

 — Quatro minutos e vinte e sete segundos — Disse o líder do sequestro olhando em seu relógio – eles até que são rápidos em soar esse alarme, mas como puderam ver, nem isso é pareô para mim — Deu de ombros e pôs-se a rir, era cômico para si ver o rei num estado tão rebaixado como este: amarrado e desacordado, sob suas ordens e controle.

— O que nós faremos agora? — um dos homens presentes na cena perguntou ao ômega.

— Apenas voltem correndo ao palácio. Se alguém perguntar, digam que escutaram o alarme e foram procurar ameaças nas redondezas. Não se esqueçam de evitar ao máximo que os outros guardas venham para essa parte antes de eu voltar ao palácio, entendido? Se quiserem esse alfa metido fora do trono, sigam o que eu falei. – A falsa guarda assentiu e voltou correndo em direção ao palácio, deixando apenas o ômega e Jeon naquele beco.

 Enquanto o alfa não despertava, o sequestrador limpava o canivete que tinha em mãos com uma flanela branca, não suportava mais a pressão que era imposta a ele e teria que ter muito controle para não matar o rei e acabar com seus planos.

Antes de poder guardar sua flanela no bolso, ouviu sons do que pareciam gemidos de Jeon acordando. — Finalmente você acordou! Como foi sonhar com sua vidinha perfeita em um reinado perfeito? — O outro debochava.

 —... O-Onde eu... — a voz de Jeon saía quase em um fio, seu olho dilatara ao ver quem lhe trouxe aquele maldito lugar.

— Não gaste energia, aqui ninguém vai te escutar ou te salvar.

— Minseok...

— Por favor, me chame de Kim. — O ômega disse saboreando o sentimento de superioridade.