História Just Let Me Love (Original Version) - Falling In Love Part 1

Flashback off

Então, seis horas da manhã, estou de pé, para mais um dia cansativo de ensino médio. Levanto da minha cama, me arrumo, faço a higiene matinal, coloco minhas músicas do B1A4, tomo café, e me dirijo para fora, em direção ao inferno, ops, escola. No meio do caminho, passo na casa da Lye e a chamo, para irmos juntos, como fazemos toda manhã.

– Bom dia – eu disse ao ver ela descendo pela escada.

– Bom dia – ela respondeu animada.

– Qual seu truque pra estar sempre animada a essa hora da manhã? – perguntei bocejando

– Eu tenho que estar sempre bonita, não vou sair por aí igual uma doida despenteada – dei uma risadinha imaginando a cena – E hoje tem um aluno novo pra entrar na nossa sala, e eu quero impressioná-lo. Dizem os rumores que ele é um gatinho.

– Lá vai você ficar se esfregando no garoto que nem conhece – eu disse com cara de tédio.

– Me deixa, eu ainda não achei alguém pra apagar meu fogo, tenho que continuar na procura – ela retrucou.

– Pelo visto, essa pessoa vai ter um trabalhão, hein – comentei rindo.

– Cala a boca – ela disse rindo também.

Logo chegamos à escola, fomos até nossa sala de aula e sentamos em nossos lugares, falando umas besteiras até o professor chegar.

– Bom dia alunos – disse o primeiro professor do dia, que era de física.

– Bom dia – os alunos responderam juntos, ou pelo menos cinco deles.

Na escola, eu sou o que as pessoas chamam de nerd, mas tirando a parte em que fica apenas na sua, sem falar com ninguém, pois, como já disse, tenho facilidade pra fazer amizades, então me dou bem com todos. Já a Lye, vive na minha cola e da minha cola. Odeio isso, mas se não passo ela começa a apelar para o sentimental, e isso eu odeio mais.

– Hoje, antes de começar a aula, vou apresentar um aluno novo a vocês, entre e se apresente – Disse o professor, abrindo a porta.

No momento em que ele entrou na sala, todos se calaram, realmente, os rumores estavam certos, ele é bonito, muito. Podia ver as meninas babando e os meninos já perdendo as esperanças de ter alguma atenção das garotas. Ele é alto, maior que eu, e se veste muito bem. Além disso, o cabelo (que é o que eu mais noto em alguém) dele é bem arrumado, com uma curta franja pro lado esquerdo, completando o visual impecável.

Acho que me esqueci de dizer que, quando vejo um garoto bonito, sinto uma sensação estranha. Mas não é nada importante né?

– Olá a todos, bom dia, sou o Thomas, acho que vamos ser colegas pelo resto do ano, espero me dar bem com todos – o aluno novo, que agora tem um nome, disse.

Todos responderam bom dia a ele. Então ele olhou pra mim, veio em minha direção e se sentou na carteira da fileira ao lado da minha.

– Qual seu nome? – ele perguntou.

– É Daniel – eu disse olhando pra ele.

– Prazer Daniel – ele disse me estendendo a mão e me lançando um sorriso. Não, o sorriso. O sorriso mais lindo que eu j... Não, o que estou pensando, admirando o sorriso de um garoto? Não sou gay, não que eu tenha preconceito, mas eu não sou, não mesmo. De modo algum.

– Ai – gritei ao receber um tapa da Ellie, acordando dos meus pensamentos.

– Larga de ser mal educado – ela me disse e então eu me lembrei do garoto com a mão estendida pra mim.

– Ah, desculpa – dei um sorrisinho sem graça e o cumprimentei devidamente. Logo após ele cumprimentou também a Lye e se sentou ao meu lado, e o professor deu início a aula.

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– O que foi aquilo? – Lye perguntou, comendo um pedaço de peito de frango vorazmente. Credo, parece que não come há dias.

– Aquilo o que? – falei enquanto comia um pão.

– Você, ficou imóvel enquanto o Thomas falava com você, e depois te vi olhando pra ele algumas vezes – ela disse, me encarando e esperando uma resposta.

– Ah, aquilo... – nem eu sei o que deu em mim – Sinceramente, não sei.

– Eu sei o que isso parece... – ela me olhou com uma expressão que deu medo, tipo de "eu descobri seu maior segredo (risada maligna)". Eu me afastei um pouco – VOCÊ ESTÁ SE APAIXONANDO PELO GAROTO NOVO!!

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Agora eu estou escondido em uma sala com um corpo imóvel. Acho que ela desmaiou, não deveria ter batido tão forte. Mas a culpa é dela, que gritou, no meio do pátio da escola, que eu estava apaixonado por um garoto. Eu tive que sair correndo arrastando ela, morrendo de vergonha. Mas isso não importa. Eu não to me apaixonando pelo Thomas. Eu mal conheço ele. E, além do mais, sou um garoto, garotos gostam de garotas, não é? Não sou gay, não posso ser. Sentei em uma cadeira e continuei pensando.

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Bati na porta da sala de aula, entrei, o professor reclamou, mas fingi que nem ouvi, sentei no meu lugar e joguei a Ellie no lugar dela, então ela acordou.

– FILHO DA... – ela gritou

– Não termine essa frase mocinha – o professor disse – Sente-se em seu lugar e arrume esse cabelo.

Ah, eu esqueci de dizer que arrastei ela pelo pé, o cabelo dela ta uma bosta, cheio de folhas.

– Você me paga – ela sussurrou baixo pra mim enquanto eu ria da cara dela.

– Então, como foi seu intervalo? – ouvi a voz do garoto que agora senta ao meu lado.

Aish, porque ele tem que falar comigo? Eu não to me apaixonando por ele, aquela doida não sabe o que fala, primeiro, não sou gay, e segundo, não sei amar. Mas se é assim, porque minha barriga dói quando estou falando com ele? Deve ser algo que eu comi no intervalo, não tem a ver com ele.

– Foi legal – finalmente respondi, mas, porque estou nervoso? – E o seu?

– Foi bom, mas, a comida da escola é sempre estranha assim? – ele perguntou

– Pior que é – eu fiz uma cara de nojo lembrando da comida e ele soltou uma risadinha - Recomendo trazer comida de casa, se não quiser morrer intoxicado.

– Vou anotar isso – ele disse e deu um sorriso.

Ficamos conversando mais um pouco, até que o sinal tocou. Foi ai que eu fui reparar que o professor estava saindo da sala, eu não copiei nem metade do que ele passou e não peguei o visto. O que ta acontecendo comigo?

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– É MELHOR CORRER DESGRAÇADO, SE EU TE PEGAR VOCÊ MORRE – Lye gritou e eu sai correndo pra casa, morrendo de rir. Até que ela pegou uma madeira no chão e quis me acertar, aí eu vi que era sério.

– AAH, PARA COM ISSO SUA DOIDA – corri e me escondi dentro de casa, quase morrendo sem ar. Enquanto tentava recuperar o fôlego, senti um cheiro horrível – Preciso de um banho – disse a mim mesmo.

Bom, nunca falei da minha família né. Então, eu sou filho único, e amo isso. Minha mãe trabalha das 7 as 17 e meu pai trabalha quase o dia inteiro, chegando em casa só umas 22 e saindo as 4. Graças ao esforço dele, vivemos bem, como uma feliz família de classe média.

Depois do banho, fiquei um pouco na internet. No banho, refleti que preciso conversar com minha amiga sobre isso, eu conto tudo pra ela, tudo mesmo. Vou lá agora.

– Olá – assim que abri a porta, me deparei com o Thomas, sorrindo pra mim. O que ele faz aqui? E pior, como descobriu onde eu moro?