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História Just like water - Capítulo V


Escrita por: lovisacansino

Notas do Autor


Dei um sumiço mas garanto que valeu a pena!

Capítulo 5 - Capítulo V


“Não, Eugênio”, insistiu ela, “não tem como”

“Como não, Violeta? Você mesma acabou de dizer que era possível”

“Eu não disse isso! Eu falei que da Elizabeth a gente podia esperar tudo porque ela é uma agente secreta aposentada, mas daí a dizer que ela está envolvida no roubo dos diamantes…”

“Pois eu acho muito plausível, até porque o ex-marido dela de repente apareceu morto na casa daquele traficante”

“Então coloque a culpa no ex-marido, oras!”

“Se o marido está envolvido, é bem provável que a esposa esteja também, Violeta”

“Ah, pelo amor de Deus, Eugênio”, riu, exasperada. “Então quer dizer que se você saísse por aí roubando diamantes ia esperar que sua esposa roubasse também?”

“Não sou casado”

Ela revirou os olhos. “Você entendeu o que eu quis dizer! Você sempre entende o que eu quero dizer e sempre finge que não entende só para me encher a paciência”

“Não é assim que você gosta?”, disse ele, num tom repentinamente sedutor que fez sua espinha gelar.

“O-o que?” gaguejou ela.

“E por acaso você ia preferir alguém que concordasse com você em tudo? Com esse espírito competitivo, eu tenho que falar sua língua se quero chamar sua atenção”

“E por que você quer chamar minha atenção?” perguntou ela, sem ter certeza se queria ouvir a resposta.

“Ah, Violeta”, suspirou ele, sorrindo, e ela lembrou do Eugênio do sonho que teve alguns dias atrás, o Eugênio que se curvou sobre ela na espreguiçadeira para beijá-la, as mãos percorrendo toda sua espinha e deixando um rastro de fogo por onde passavam, “para muita coisa, Violeta. Muita coisa”

Eugênio se levantou e caminhou até a piscina, mergulhando e sumindo debaixo d’água antes mesmo de Violeta poder reagir.

E foi até melhor mesmo, porque a reação que Violeta queria ter não era nada apropriada para um lugar aberto cheio de câmeras de segurança.

x

Eugênio e Violeta caíram em uma rotina agradável pelos próximos dias: se encontravam na piscina todas as manhãs às 7h e discutiam o livro por alguns minutos enquanto tomavam sol. Às vezes ele mergulhava, às vezes não, mas Violeta sempre nadava por algumas voltas enquanto ele a observava.

As conversas, conforme os dias foram passando, não ficaram só nos livros (Violeta não queria admitir, mas estava atrasando deliberadamente a leitura, para não chegar logo ao final. Suspeitava que Eugênio estivesse fazendo o mesmo). Falavam também sobre cinema, sobre música, sobre trabalho, sobre suas vidas. Violeta descobriu que Eugênio era diretor em uma multinacional de logística, que era filho único e que sonhava em visitar a casa de Gabriel García Marquez, na Colômbia. Era solteiro (se sentiu aliviada ao saber dessa informação), sem filhos, e que foi noivo por um tempo de uma namorada da época de faculdade, mas terminou o noivado quando soube de uma traição. Descobriu que, no dia do bar, estava em um happy hour com alguns colegas e que não tem o hábito de sair muito - quando quer ver os amigos, prefere chamá-los para sua casa e cozinhar. Risoto de cogumelos era sua especialidade. 

Descobriu muito mais coisa, tudo isso à beira da piscina. 

Descobriu também que estava completamente hipnotizada por Eugênio.

Pensava nele a todo momento. Acordava cedo todos os dias já com um frio na barriga por saber que o encontraria em breve. Se via alguma notícia interessante ou algo engraçado na internet, salvava para compartilhar com ele. Se estava triste ou cansada, sabia que uma conversa rápida com ele, por mensagens ou até mesmo no elevador, mudaria completamente seu humor. Em conversas com amigos ou com Heloísa, se pegava mencionando o nome dele várias vezes, tantas que sua irmã até já havia chamado sua atenção, brincando e enchendo sua paciência. 

Violeta sabia que isso tinha nome. Ela sabia exatamente o que estava sentindo. Mas não queria, de jeito nenhum, admitir isso para si mesma ou para qualquer outra pessoa. 

x

No sábado, Violeta acordou animada. Não só porque veria Eugênio na piscina (já era o terceiro final de semana que se encontravam), mas porque tinha finalmente terminado o livro e mal podia esperar para dizer a ele que ela estava certa o tempo todo! Tinha adivinhado o criminoso na metade do livro, mas Eugênio não tinha dado bola. Hoje ele ia ver só! 

Ela tinha até encontrado um outro livro que poderiam ler em seguida. Não queria perder esse elo com Eugênio e temia que o final do livro que estavam lendo juntos acabasse os afastando, agora que não teriam mais desculpa para os longos debates para desvendar o mistério. Então, tratou de comprar dois exemplares de um livro de Agatha Christie que sabia que ele também não tinha lido, embrulhou um deles com cuidado e subiu, ansiosa, até a piscina.

Mas Eugênio não estava lá. Eram exatamente 7h da manhã, o horário padrão deles, e ele nunca se atrasava. Violeta achou estranho, mas não se importou muito. Às 7h20, no entanto, mandou uma mensagem para ele.

- [Não quer encarar o fato de que eu descobri o final do livro primeiro?]

Ele não respondeu. 7h30, 7h40, 7h50, e nada. Violeta tentou ignorar a voz na sua cabeça que dizia que alguma coisa estava errada; ele provavelmente só tinha perdido a hora. Em breve acordaria e se sentiria mal por tê-la feito esperar. 

Às 8h30, Violeta finalmente voltou para casa, sem mensagem e sem Eugênio. Passou o dia inteiro apreensiva, checando o celular a cada cinco minutos. Não conseguiu se concentrar em nada. Havia marcado um almoço com Heloísa, Olivia e Clara, e nem as brincadeiras das crianças conseguiram apaziguar a sensação estranha que carregava no peito. Várias vezes, digitou uma mensagem perguntando se estava tudo bem e deletou sem enviar. Ao voltar para casa, já tarde, pensou em subir até o andar dele e bater na porta, perguntar se tinha acontecido algo, mas não teve coragem. Ela se sentiria péssima se interrompesse algo. Era sábado à noite, afinal. Sabe-se lá o que ele poderia estar fazendo. E com quem.

Mas, pouco antes de dormir, enviou uma nova mensagem.

- [Preferiu sumir a admitir que eu estava certa?]

Desligou o celular e foi dormir para não ver a resposta.

x

Na manhã seguinte, Violeta ligou o celular. Nada. Abriu a conversa com Eugênio e lá estavam as duas mensagens que havia mandado ontem, ambas sem resposta. Antes disso, a última mensagem também era dela: um link que tinha enviado na sexta à tarde, para uma matéria sobre a estreia de um documentário sobre Joan Didion, escritora norte-americana que ambos gostavam. Também sem resposta.

O estômago dela embrulhou. Será que Eugênio estava com alguém, alguma namorada, e por isso estava evitando conversar com Violeta? Ou será que ele apenas não queria mais ter qualquer vínculo com ela? Qualquer uma das duas opções a entristecia profundamente. Mas era a única explicação. Da última vez que se encontraram, na sexta de manhã, haviam se despedido com um “até amanhã”. Ele não havia mencionado nenhuma viagem ou ausência. E se tivesse acontecido algo, certamente ele contaria a ela, não? Ou não tinham esse tipo de relação?

Tomada por dezenas de pensamentos, nenhum deles muito feliz, Violeta acabou perdendo a hora do seu costumeiro mergulho na piscina. Aos domingos, ia ainda mais cedo, para evitar os vizinhos que tomavam a piscina com suas cervejas e caixinhas de som. Preferiu não ir, já sabia que Eugênio não estaria lá. E se estivesse, ótimo, bem feito pra ele. Com certeza ele enviaria uma mensagem perguntando onde ela estava e ela teria o maior prazer de ignorá-lo.

Mas ele não mandou mensagem alguma. 

Nem durante todo o dia do domingo mais longo de que Violeta tem lembrança, nem na segunda-feira de manhã, quando ele faltou à piscina mais uma vez. 

Não tinha mais graça. Violeta amava a rotina que tinha construído para si, com seu banho de sol diário e seu mergulho, mas agora não tinha mais graça. Nas últimas semanas, Eugênio havia se tornado o atrativo principal das suas manhãs. E Violeta se repreendeu por ter deixado isso acontecer. Nunca tinham ido para a cama, nunca tinham sequer se beijado, mas ele já havia virado um hábito do qual ela não queria se livrar. E agora, forçada a retornar à uma rotina sem a presença dele, se sentia triste, deprimida, como se o sol não fosse mais tão forte nem o céu tão azul. 

Violeta não ficou muito tempo lá - se irritou consigo mesma por não conseguir parar de olhar em direção ao elevador, como se Eugênio fosse sair de lá a qualquer momento. Nem se deu ao trabalho de abrir o livro, sabia que não ia conseguir se concentrar. Depois de 15 minutos, juntou suas coisas, resignada, e voltou para casa. Afundou-se em trabalho até tarde da noite, para não pensar em quem não deveria. Não funcionou.

Ela queria apenas uma resposta, alguma coisa, qualquer coisa, que explicasse esse sumiço repentino dele. Sabia que isso era uma prática comum - alguns amigos adeptos de aplicativos de paquera já haviam explicado o que era ghosting, mas não imaginava que ele fosse fazer isso com ela. E moravam no mesmo prédio! Por quanto tempo ele achava que ia conseguir continuar ignorando-a? Mais cedo ou mais tarde iam se esbarrar, e aí ela queria ver com que cara ele ia dar bom dia pra ela. 

Raiva era bom. Antes raiva do que tristeza. Violeta se concentrou na sua raiva e indignação quando subiu para a piscina na terça-feira, mais cedo que de costume. Eram exatamente 6h quando ela se deitou na espreguiçadeira, e tentou justificar que estava indo mais cedo para evitar encontrar com Eugênio caso ele decidisse aparecer, mas a verdade é que não tinha conseguido dormir nada na noite anterior e cansou de se revirar na cama, inquieta. 

O livro de poesias que estava lendo - evitou o de Agatha Christie; tinha comprado para ler com ele, agora não fazia mais sentido - permanecia fechado em seu colo enquanto sua mente divagava. Por um lado, esse afastamento de Eugênio tinha sido algo bom. Violeta estava se apaixonando por ele. Agora que ele não estava mais por perto, ela podia admitir isso para si mesma. E Violeta não gostava da pessoa que se tornava quando estava apaixonada. A última vez - talvez a única - havia sido com Matias, e daquele relacionamento ela só lembrava da ansiedade, da tensão, do medo constante de dizer ou fazer algo errado, das brigas e discussões por besteiras. Era melhor que aquela relação com Eugênio, que ela nunca havia conseguido definir exatamente o que era, terminasse logo de uma vez.

Ela estava tão absorta em seus pensamentos que não percebeu que não estava mais sozinha na piscina.

“Violeta”

A voz dele, tão baixinha e suave, não conseguiu evitar o susto que ela levou. “Eugênio?” Ao olhar para ele, se levantou em um pulo. Ele não estava com seu costumeiro traje dos encontros matinais: uma regata branca e calção de banho. Vestia uma calça jeans e uma camiseta amassada, e parecia cansado, tão cansado que ela não pôde evitar a preocupação na voz. “Está tudo bem?”

Ele suspirou, chegou mais perto dela e ela pôde observar as profundas olheiras embaixo dos olhos. Esqueceu toda a tristeza que sentiu nos últimos dias, esqueceu até a raiva que tinha se convencido a cultivar. Algo tinha acontecido.

“Violeta, me perdoe. Sei que fui embora sem avisar, e vi que você me mandou mensagens, mas não consegui responder, não estava com cabeça, me perdoe…”, ele parecia desnorteado, olhava para ela sem vê-la, como se os olhos não estivessem focando. 

“Não importa, Eugênio, não importa. O que aconteceu?”, ela perguntou, agarrando o braço dele.

Ele respirou fundo antes de responder. “Eu perdi um grande amigo. Meu melhor amigo, na verdade. Um irmão”

“Eugênio”, sussurrou ela, sem entender.

“Sexta, à tarde. Recebi uma ligação que um amigo de infância faleceu em um acidente de carro. Ele mora, morava, em São Paulo com a esposa. Corri para lá e estava até agora ajudando a família. Você não vai acreditar na quantidade de burocracia que existe quando uma pessoa morre. O enterro foi ontem pela manhã, e eu até queria ficar mais um tempo lá, mas não consegui. Precisava me afastar um pouco. Precisava voltar. Cheguei agora e o porteiro me disse que você estava aqui em cima”.

Um arrepio percorreu o corpo dela ao saber que ele tinha vindo vê-la assim que chegou. “Eugênio, eu sinto muito. Não sei o que dizer. Sinto muito”, disse ela, e o abraçou.

Ele imediatamente envolveu a cintura dela com os dois braços, escondendo o rosto em seu pescoço. Ela nunca havia estado tão perto dele assim, e não pôde resistir enterrar uma das mãos no cabelo dele, consolando-o, enquanto a outra mão acariciava-o nas costas.

Ficaram assim por alguns longos segundos e ele soltou um suspiro quando se desvencilhou.

“Por que você não falou nada?”, perguntou ela, “Eu poderia…” não completou a frase. Poderia o que? Poderia ter largado tudo para ir com ele nesse momento tão delicado? Teria ido, disso ela não tinha dúvidas. Se ele pedisse, ela largaria tudo. Mas ele nunca pediria, não tinham esse tipo de relação. “Eu poderia ter ajudado”

“Não quis lhe incomodar”

“Eugênio, você não incomoda. Nunca”, ela pegou a mão dele nas suas e trouxe até o seu peito, como um gesto de acolhimento. “Você pode contar comigo, Eugênio. Para o que precisar”

Os olhos dele, agora focados inteiramente nela, encheram de água e ela quis abraçá-lo novamente. Ele trouxe uma das mãos dela até seus lábios e a beijou delicadamente. Violeta teve certeza que ele percebeu o corpo dela estremecer com o contato. “Obrigado, Violeta. Obrigado de verdade”, sorriu ele. 

Se despediram pouco depois - ele tinha uma reunião importante no trabalho e não poderia se atrasar, ainda ia passar em casa para tomar banho. Estava cansado e triste, mas Violeta sabia que a melhor distração no momento seria o trabalho. Desceram o elevador juntos e, ao chegar no andar nele, Eugênio se despediu confirmando a presença na piscina na manhã seguinte, para retornar à rotina deles.

Violeta passou o dia pensando nele, preocupada. No final da manhã, pensou em mandar uma mensagem perguntando como ele estava, se precisava de algo, mas não quis atrapalhar. No entanto, minutos depois, como se soubesse que ela estava querendo falar com ele, Eugênio mandou uma mensagem.

- [Em reunião a manhã toda, saí agora. Conversar com você me fez bem. Obrigado, Violeta. Como está seu dia?]

Ela abriu um sorriso bobo com a mensagem e respondeu na mesma hora.

- [Fico feliz em saber. Por aqui está tudo certo, só aquela obra do vizinho de cima que não acaba nunca! Estou quase desistindo de trabalhar por hoje]

- [Ah, as alegrias e os sofrimentos do home office. Pelo menos aí não tem ninguém lhe enchendo a paciência, aqui tenho que lidar com tanta gente que fico até zonzo]

- [A única pessoa que tem me enchido a paciência ultimamente é você, Eugênio]

- [E você não imagina a alegria que isso me traz, Violeta]

Trocaram mais algumas mensagens até ele precisar entrar em uma outra reunião. Violeta largou o celular feliz, com o coração quentinho, tão diferente da Violeta do último final de semana. 

E, bem, agora não tinha para onde correr: estava completamente apaixonada por Eugênio. Tinha plena certeza de que isso não ia dar em nada, mas ia pelo menos se divertir.

x

Ao chegar em casa, mais tarde do que o normal, Eugênio estava exausto, mas feliz. Ter visto Violeta de manhã cedo e trocado algumas mensagens com ela ao longo do dia tinham feito milagres no humor e disposição dele. 

Mais feliz ainda ficou ao perceber que tinha um embrulho - que só poderia ser um livro - o esperando na porta do apartamento.

Eugênio, dizia o bilhete, 

Comprei aquele de Agatha Christie que comentamos para continuarmos nosso pequeno clube do livro, mas acho que talvez este aqui seja mais apropriado para o momento. 

Espero que goste.

O bilhete não estava assinado, mas só podia ter vindo de uma pessoa. Eugênio entrou em casa já rasgando a embalagem - era a poesia completa de Sophia de Mello Breyner Andresen, poeta portuguesa que Violeta amava e que ele, certa vez, tinha comentado que queria ler. Ficou tocado com a lembrança. 

O livro estava marcado com um post-it em uma das páginas - certamente Violeta queria que ele desse especial atenção para aquele poema em particular:

Se tanto me dói que as coisas passem

É porque cada instante em mim foi vivo

Na luta por um bem definitivo

Em que as coisas de amor se eternizassem

x

Após deixar o livro na porta de Eugênio, já no final da tarde, Violeta recebeu uma ligação de Heloísa pedindo ajuda para pegar Olivia na escola. Violeta aproveitou a oportunidade para levar a afilhada para um lanche e colocarem a conversa em dia. Já no caminho de casa, checou o celular e estranhou não ter nenhuma mensagem de Eugênio agradecendo o presente - já tinha passado da hora dele voltar para casa. Será que ainda estava no trabalho? 

Sua dúvida foi solucionada assim que saiu do elevador no andar de casa - Eugênio estava batendo na porta do seu apartamento.

“Não tem ninguém em casa”, disse ela, assustando-o.

“Violeta!”, ele disse, sorrindo ao vê-la. Ela não pôde evitar sorrir também. “Passei só para agradecer seu presente. Foi muito delicado. Obrigado”

“De nada. Você tinha comentado que nunca tinha lido nada dela, aí pensei…”, ela não completou a frase porque ele tinha chegado perto demais para que ela pudesse raciocinar.

“Sim”, sussurrou, e Violeta corou ao perceber que o olhar dele estava fixado em seus lábios, “e gostei do poema que você marcou”

“É um dos meus preferidos”, a respiração dela estava pesada, como se estivesse correndo uma maratona. Eugênio chegou ainda mais perto, se é que isso era possível, e uma das mãos dele tocou seu rosto. Violeta sabia o que estava acontecendo, mas não conseguia reagir. “Se tanto me dói que as coisas passem…”, sussurrou ela.

“É porque cada instante em mim foi vivo”, completou ele, segundos antes de puxá-la pelos cabelos para beijá-la.

Todo o corpo de Violeta se acendeu em um instante, como num passe de mágica - mas não era mágica, era Eugênio com os lábios grudados nos seus, a língua lutando com a sua, as mãos acariciando o seu rosto e seus cabelos. Ela nunca tinha se sentido assim, era um misto de cuidado e desejo, de carinho e tesão. Puxou Eugênio para mais perto, enroscando os braços no pescoço e aproveitando todas as sensações que ele estava lhe causando. Não queria que aquilo terminasse nunca, queria que ele lhe jogasse contra a parede e grudasse ainda mais o corpo contra o seu; queria que ele esquecesse onde estavam (no corredor, com vizinhos e câmeras por todos os lados) e colocasse a mão por debaixo da sua saia, arrancasse sua blusa, alguma coisa, qualquer coisa, ela só precisava de mais. 

Um barulho no apartamento vizinho os assustou e eles pularam, interrompendo o beijo. Os dois se olharam, ofegantes, e antes que Violeta pudesse comentar sobre a boca de Eugênio suja de batom vermelho, ele disse:

“Preciso ir”

E sumiu pela porta aberta do elevador, deixando para trás uma Violeta sem entender o que tinha acabado de acontecer.

 


Notas Finais


Não me matem, por favor


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