1. Spirit Fanfics >
  2. Just young >
  3. Amigos... Ou não.

História Just young - Amigos... Ou não.


Escrita por: CarryOnJu

Notas do Autor


Hi guys! Consegui atualizar!

Vamos aos avisos então:

1. “Rubytch”, junção de Ruby+Bitch. Eu vi isso em alguma fic, não me lembro qual, e aderi ahahaha!
2.Finalmente vou conseguir trabalhar com Sabriel! Yeah!
3.Pra quem gosta de Lisa, eu peço mil desculpas, ela vai parecer um objeto nas mãos do Dean. Entendam que é pra deixar bem claro quem ele é.

Eu estou bem feliz com os comentários de vocês! Obrigada mesmo, amo todos!

Em caso de erros ortográficos, por favor, avisem. Eu irei corrigir de imediato.

É isso, e até as notas finais.

Capítulo 5 - Amigos... Ou não.


Fanfic / Fanfiction Just young - Amigos... Ou não.

Castiel sonhou com ele todas as noites naquela semana. Os dias passaram-se sem pressa, quase como numa tortura. Ele se sentia confuso, zangado e talvez um pouco frustrado demais com toda a situação nos últimos dias.

Depois de tudo em seu quarto, daquilo que pareceu ser muito esclarecedor, Dean simplesmente virou outra pessoa. A verdade é que Cass não sabia se Dean havia mudado ou se sempre foi assim com todos. Mas ele fazia parte desse total? Em exatamente que posição ele estava na vida do Winchester mais velho?

Os dois não se falavam mais. Todas as vezes em que se encontravam Dean parecia distante e frio. Cass não podia entender, nem sabia se queria.

Será que ele tinha feito algo de errado? Não. Ele não fez nada. Naquele quarto tudo foi recíproco, os olhares, os toques, o desejo. Não, Castiel não carregaria a culpa de algo que não fazia ideia do que era, não desta vez. Ele não tem tempo pra esse tipo de coisa. E depois desse tempo sentindo-se invisível para Dean, ele decidiu que Dean seria invisível para ele também.

Se o loiro queria ignorar o que aconteceu e fingir que eles nunca ficaram de pau duro um pelo outro, então que ignore, que finja. Castiel estava exausto. Dean parecia porta sem sentimentos, e se é assim que ele quer ser, então não há nada que Cass possa fazer. Dean que lide com isso, sozinho.

-Filho!-a voz inconfundível de Hannah surgia no meio da multidão. Castiel mal pôde buscá-la com os olhos e um corpo o atingiu como um trem bala, abraçando-o tão desesperadamente que ele perdia a capacidade de respirar.

-M-mãe, você está me esmagando!-sua voz já começava a sumir tamanho o sufoco. Hannah o soltou e pôs suas mãos quentes no rosto daquele garoto que era, entre tudo no mundo, seu bem mais precioso.

-Eu senti tanto a sua falta, querido...-seus olhos estavam marejados, Hannah e seu extremo exagero constante para com tudo.

-Eu também mãe... Onde está o papai?-ele franziu o cenho, procurando por Jimmy na multidão.

-Uh...-os olhos claros da mais velha pareciam culpados.

-Mãe... O que você fez com o papai?

-Não se preocupe filho! Seu pai está bem, ele só teve que ficar em casa porque... Porque bem, eu estava preparando aquele cozido que você tanto gosta e aí houve um probleminha com o forno...-o menor revirou os olhos já imaginando o que acontecera.

-Mãe... Você incendiou nossa cozinha, de novo?

-O quê? Claro que não!

-Mãe...

-Só o fogão! E você sabe como essas coisas modernas são complicadas Castiel!-sua mãe parecia uma criança que acabara de fazer burrada, e bem, não fosse pela idade, Cass diria que era- Mas veja pelo lado bom, querido... Nós vamos comer fora! Já faz tempo que não fazemos isso não é?! Espero que eles estejam te alimentando direito neste lugar! Porque se não estiverem eu darei um jeito naquela diretora de nariz empinado!

-Eles me alimentam muito bem mamãe. Será que podemos ir pra casa?

-Oh, claro... Casa.-ela quase esquecera daquele pequeno detalhe.

O caminho de volta foi uma loucura. Cass foi no banco da frente ao lado de sua mãe e quase vomitou duas vezes. Ele se perguntava como ela tinha a capacidade de falar sem parar por tanto tempo, era um talento nato! 

No trânsito, Hannah gritava coisas como: “Olha por onde anda, seu filho da puta!” ou “Você comprou a carta, seu gordo?! Esse carro não foi feito para suportar seu peso!”. Castiel ficava espantado com as coisas que alguém tão religiosa como sua mãe podia falar. Mas não era nada que não estivesse acostumado. Foram anos de convívio com Hannah.

Ao chegarem ao tão aguardado destino, Cass teve vontade de pular e beijar o chão. Era tão bom estar em terra firme! Oh, sua casa. Ele sentiu tanta falta daquele lugar...

-Filho!- Jimmy saía da casa com roupas de serviço enquanto retirava das mãos luvas sujas daquilo que pareciam ser cinzas. É, Hannah não havia queimado só o fogão, Cass tinha certeza absoluta- Como vai, campeão?!-o abraço de seu pai era bem mais calmo que o de Hannah e meio desapegado. Como um abraço que você dá naquele seu colega hetero chatinho. Oh, é verdade, sua sexualidade. Castiel havia aceitado que não era heterossexual, finalmente.

-Eu estou bem, só um pouco enjoado...

-Sei bem o que é isso...-seu pai sorriu, seguido por Cass. Os dois encaravam Hannah numa piada interna.

-O quê foi?!-exclamou a mulher. Os dois escolheram o silêncio em sinal de rendição, eles tinham muito amor por sua vida.

...

-Bem vindo de volta Samuel.

-Benny, eu já disse, me chame de Sam. Somos amigos!-o jovem sorria para o velho mordomo.

-Certo, Sam... Acho que nunca vou me acostumar.

-Onde está o papai?

-O Sr.Winchester teve um imprevisto e precisou partir para uma reunião de última hora.

-Ah, eu já devia saber...-bufou- John está sempre ocupado demais pra ligar para seus filhos.

-Samuel...

-Tudo bem Benny. Eu vou subir. Um amigo meu vem pra cá hoje, diga que entre, okay?

-Sim senhor.

Escadas e escadas depois, e Sammy já estava jogado em sua cama. A solidão era tão perfeitamente normal para ele, que não lhe causava mais tanto efeito. Mas era inegável que se decepcionava por todas as vezes em que John demonstrava não ser nada mais que um homem de negócios.

Ele agradecia com todas as forças por poder distrair a cabeça hoje. Já que seu melhor amigo virá para algumas partidas de vídeo game e muita comida gordurosa(Deus queira que Bobby não descubra).

Era tão reconfortante ter alguém para contar, alguém que o entendesse. E este era Gabriel. Apesar de ser um ano mais velho, ele não deixava de ser o cara mais brincalhão e engraçado que Sam conhecera. Era impossível permanecer triste por muito tempo ao lado do baixinho. Conscientemente ou inconscientemente, ele fazia bem para Samuel, independente da situação.

E era bom, sabe? Ter alguém pra conversar, desabafar, dar risadas... E nunca desejar que isso acabe. Sam descobriu que é esse tipo de pessoa que ele sempre devia manter por perto, as que o faziam bem. Gabe era o campeão entre todas elas, sem sombra de dúvidas.

...

Tudo no restaurante foi um desastre. 

Primeiro, Castiel tropeçara no meio fio que ficava bem de frente para o local, levando Jimmy consigo. Ele ralou os malditos joelhos. 

Depois, Hannah arranjou uma confusão danada com uma moça que trabalhava lá, afirmando que havia feito as porcarias de reservas naquela manhã. 

E então, quando eles finalmente se sentaram, Jimmy derrubou uma das taças de vidro que estava na mesa, quebrando-a em cacos quase impossíveis de serem encontrados. Eles eram, com toda a certeza, uma família desastrada. Seriam capazes de explodir o planeta juntos, e sem intenção de fazê-lo.

A comida estava boa, Castiel escolhera uma bela macarronada ao molho branco, o prato principal da casa. Enquanto comia, respondia as milhares de perguntas de sua mãe sobre a escola e seus amigos. Castiel contara que tinha se enturmado mais rápido do que pensava, e que estava feliz por isso.

Contou sobre cada um de seus amigos meio loucos, e riu feito retardado quando Hannah fez o sinal da cruz depois de ouvir sobre Lúcifer. Ah, ele zombaria de seu amigo depois, e para o resto de sua vida.

Contou sobre seu novo apelido e uma pequena dose de mágoa o atingiu. 

Por que o Winchester tinha que ser tão frio? Qual era o problema com ele? Não era mais fácil dar uma desculpa esfarrapada dizendo que aquilo no quarto havia sido um erro terrível? Céus, Castiel entenderia! Mas não... O Winchester tinha que agir feito o pé no saco que era!

Já em casa. Cass desfrutava o máximo possível daquele lugar tão pessoal e aconchegante que era seu quarto. Ele estava exausto da escola. Sentia que mesmo tendo direito à nove horas de sono lá, ele não dormia como deveria. Possivelmente a culpa fosse do estudo tão puxado, aquilo o sugava.

Ou fosse inteiramente de seus sonhos. De onde ele despertava sem noção de tempo, suando frio e... Bem, ele acordava duro. Seu subconsciente estava jogando com ele, ferrando-o, enquanto ele tentava parecer indiferente em seu exterior.

Ele queria alguém pra conversar. Falar de Dean, do que aconteceu, do quanto distante estava... Queria poder botar tudo para fora. Gritar o quanto estava puto pela infantilidade do loiro, puto pela forma como ele lidava com as coisas, e puto com suas mudanças de humor. Tudo naquele garoto era absolutamente irritante!

E o pior de tudo, é que mesmo sendo o idiota que é, isso não mudava em nada os arrepios pela espinha de Castiel toda vez que o via. Dean era um desgraçado! Com seu sorriso meio embriagado, músculos perfeitamente distribuidos, e aqueles olhos... Ah! Castiel daria uma surra nele se não fosse pelo risco de machucar mais os próprios punhos que Dean em si.

Amanhã ele teria Gadreel para desabafar, é isso, seu melhor amigo. Gadreel sabia o que estava acontecendo meio que por cima, e Cass sabia que podia contar detalhe por detalhe para seu amigo, ele sempre o entenderia. Então era isto o que lhe restava.

...

O quarto de Samuel estava escuro e meio quente. O garoto estava estirado em sua cama desde que se jogara ali, apenas apreciando o silêncio e o cheiro agradável de seu edredom. 

De bruços e com seus olhos fechados, não notou quando uma linha de luz invadiu o quarto, sumindo logo depois. Alguns passos silenciosos foram dados para frente, alguém estava entrando cautelosamente.

O lado direito da cama afundou, e foi aí que Samuel abriu os olhos, tentando raciocinar quem é que estava ali, sentado ao seu lado, sem pronunciar uma palavra sequer.

Primeiro, pensou que pudesse ser seu pai, mas não, John não era o tipo de cara que velava o sono dos filhos. Depois, achou que fosse Dean, mas Dean provavelmente estaria fazendo desenhos em sua cara ou acordando-o com uma buzina muito próxima à orelha.

-Samantha...-a voz baixa e inconfundível soou como um sussurro, e na hora, ele soube de quem vinha.

-Gabe...-piscou algumas vezes- Desculpe, eu acho que cochilei...-a voz do mais novo automaticamente estava mais baixa, os dois sussurravam um para o outro.

-Você quer que eu saia? Eu posso voltar amanhã...-oh, Gabriel era sempre tão compreensível.

-Não... Fique. E-eu preciso que fique. Tudo bem?-a verdade estava escancarada, ele precisava de seu melhor amigo mais que tudo no mundo, Samuel estava frágil agora.

-Eu sempre fico, SammyBoy.-Samuel sorriu com aquilo, mesmo sabendo que Gabriel não o veria- O que aconteceu?

-O que sempre acontece...-o mais alto se sentia tão estupidamente magoado que queria socar a própria cara.

-Seu pai?-pois é, ele o conhecia como a palma de sua mão. Samuel suspirou pesado- Quer falar sobre isso...?

-Não agora... Você tem hora pra ir?-a pergunta saía sofrida, como quem implorasse para que a resposta fosse não.

-Posso dormir aqui se quiser...

-Obrigada...-havia sinceridade em sua voz, e gratidão, muita gratidão. Gabe passou a mão por suas costas como se dissesse que não era nada, que ele estava ali, sempre estaria.

...

Quando se tem 17 anos, nada realmente importa, não ainda. Você está no auge, pronto para qualquer coisa, qualquer luta. Mas e quando você é um adolescente completamente fodido? Psicologicamente e sentimentalmente?

Na fase adulta, aprendemos a nos adaptar às situações. Por uma máscara quando necessário. Na frente de sua família, amigos, de seu chefe, de seus filhos... Não ser você vira rotina, uma cansativa e depreciativa rotina. Uma que Dean adotara rápido demais.

Para seu pai, ele era o filho de ouro, aquele que carregaria consigo o legado de uma família. Erros eram inaceitáveis independentemente da causa. Sem choro, sem sentimentalismo, apenas trabalho, trabalho e trabalho.

Cuidar do Sam, cuidar da casa, cuidar de si, cuidar da empresa. Incansavelmente, sem parar pra respirar, sem fraquejar. Ser um homem. E homens não choram, homens não lamentam, homens não sentem. Homens são feitos de carne e osso, mas homens vivem como se fossem de ferro.

Encima daquela cama, tudo o quê via era o negro de sua alma dolorida. Aquilo que tapou seus ouvidos, seus olhos, sua razão. Ali em cima, nada mais importava. Ele estava frustrado e irritado. O toque carnal aliviava por hora, a dor interna.

Veio o desespero e então o alívio. Ele despencou sobre aquele corpo, recompondo-se aos poucos, tentando respirar novamente. Seus sentidos voltavam ao funcionamento, e logo a consciência também.

Era Lisa ali embaixo, o abraçando num toque absolutamente insuportável. Os dois não se amavam, os dois trepavam, eram conscientes disto então não, não era aceitável que agissem como se fosse algo além.

Ele saiu dela, sem rodeios, sem desculpas. Sabia o quê tinha que fazer. Um banho rápido e depois disto, partir. Nunca houveram razões para permanecer.

-Meus pais chegam em meia hora, caso queira ficar e comer com a gente...-a frase parecia uma facada nas costas dele. Não Lisa, ele não ficaria, não para você, e nem para ninguém.

-Tenho que estar em casa quando John chegar.-a resposta curta era a deixa para ir. Frio, distante... Um filho da mãe sem coração.

...

-Foi roubado!

-Continue repetindo isso até se convencer Samuel! Eu sempre venço!-o menor berrava, esfregando aquela verdade na cara do Winchester caçula.

-Foi pura sorte!-protestou.

-Blá, blá, blá, perdedor, blá, blá, blá...-caçoou com a língua para fora e uma voz ridiculamente estranha. Sam revirou os olhos e lhe atirou uma almofada bem no meio da testa.

-Vou fazer alguma coisa pra comer...-declarou, não querendo falar sobre seu fracasso para com videogames. Então sem muita espera, ele já estava caminhando para fora do quarto. Alguém o seguiu.

-Eu também vou!

-Gabe... Sem ofensas...-ele parou de andar para fitar o menor- Mas você não vai cozinhar.-riu. O menor pôs a mão sobre o peito e abriu a boca indignado.

-Você me magoou Winchester...-por mais que Gabe tentasse, a voz não saía triste, mais parecia uma piada. Ele queria rir.

O problema era que quando Gabriel Shurley queria alguma coisa, ele conseguia. Sam já havia aceitado este fato. Logo, eles já estavam dentro da cozinha americana, os dois. Gabe balançava as pernas ao ar, sentado no balcão, como uma criança de cinco anos. Enquanto Sam andava para lá e para cá, pegando tudo o quê podia para jogar seu colesterol para além das fronteiras.

-Vai me contar por quê me chamou aqui?-Sam franziu a testa para aquela pergunta. Desde quando precisavam de motivos para ver um ao outro?

-Eu acho que não entendi a pergunta...

-Qual é SammyBoy...-os olhos do menor se reviraram- Seu irmão está com a líder de torcida dele. Por que você não está com a sua?-o moreno engoliu seco. Ninguém sabia o que estava rolando, ele não permitiu que soubessem... Mas qual é, era Gabriel ali, por quanto tempo ele poderia esconder algo assim?

-Nós demos um tempo...-bufou. Sam parecia chateado, ao contrário do amigo que tentava conter o sorriso, sem sucesso- Por que todo mundo parece meio feliz com isso?

-Desculpe Samantha, mas você sabe, ninguém suporta a Rubytch.

-Ei!-chamou a atenção do menor. Aquele apelido era ofensivo, e querendo ou não, Ruby e ele tinham história juntos.

-Foi mal!-ergueu os braços em rendição-Mas me conta então, qual foi o motivo?

-Bem...-ele pegou as tigelas de vidro do armário- Eu contei pra ela sobre o quê quero fazer depois de terminar a escola.-colocou-as no balcão.

-...E? Vai logo Samuel, desembucha!-suplicou. Shurley não era fã de nada que o fizesse esperar.

-E ela surtou.-o Winchester jogou os salgadinhos nas tigelas e foi para a geladeira- Eu realmente não quero falar sobre isso Gabriel.

-Certo. Mas se quer um conselho, Samuel Campbell Winchester...-Gabe se levantou, levando as tigelas consigo- Mantenha distância de tudo o que te afasta da sua felicidade.-jogou ao ar, saindo do cômodo para encontrar o quarto novamente.

Sammy ficou ali, parado por um tempo, refletindo sobre tudo. Era tanta pressão. De seu pai, da elite, de Ruby... E lá estava Gabriel. Torcendo para sua felicidade mesmo tendo conhecimento da loucura de seus sonhos. Lá estava Gabriel, seu melhor amigo. E o único que permanecia.

Ele sorriu.

...

A água do chuveiro corria ralo abaixo. O vapor subia junto ao aroma inebriante da pele recém lavada de Castiel. Já se passaram alguns minutos desde que estava ali, parado, encarando a figura na frente de seu espelho...

Ele correu suas mãos com carinho pelas partes antes tocadas por Dean, fechando os olhos para reviver aquela sensação, com saudades, e um pouco de tristeza. Foi tudo tão... Tão diferente, novo, bom... 

Um garoto, um garoto o tocou. E ele amou cada segundo... Amou a forma como suas barreiras foram ao chão, amou sentir-se vivo, amou sentir-se desejado. O toque, o cheiro da pele de Dean, seu jeito meio bruto, sua voz rouca... Tudo tão atraente. Ele era atraído para Dean como um marinheiro para o mar. Mas não haviam embarcações, e nenhum lugar para fugir. Era ele, no meio do oceano, sozinho, perdido, preso. Era perigoso e delicioso.

Afastando-se aos poucos do espelho, pôde mirar-se dos pés à cabeça. Por quê diabos era tão inseguro? Qual era o problema que tinha com seu próprio corpo? Por que ele não se sentia o suficiente para nada, e nem ninguém? Dean o desejou, exatamente do jeito que era... E ele não foi o primeiro.

Porra, será que todos podiam ver sua beleza, sem que ele mesmo tivesse essa capacidade? Desde quando era tão frágil?! Ele estava na ponta do abismo novamente, prestes a cair, despencar para aquilo que tanto temia... 

Seus braços se encolheram e ele abraçou a si mesmo, forte o suficiente para que o toque aliviasse a vontade de berrar para o espelho. Merda, lá estava o Castiel medroso de novo.

Respirando fundo, ele caminhou para o chuveiro e o desligou. Não podia pensar demais, não podia encher-se de coisas ruins. O mundo não pararia só porquê ele se sentia fraco para continuar andando. Não. Recompôs-se. Há muito para ser feito ainda. 

...

-Olá Benny!

-Olá Dean.-sorriu pequeno para o menor. Dean parecia relaxado e despreocupado. Como o garoto magrelo e loiro que Benny criou.

-Onde está meu irmão?

-Suponho que em seu quarto. O Sr.Shurley está com ele.

-Gabriel está aqui? Pensei que eles só se vissem nos domingos...-franziu o cenho- E o papai?

-O Sr.Winchester teve um imprevisto e precisou partir para uma reunião de última hora.-explicou pela segunda vez naquele dia. Dean balançou a cabeça em concordância e correu escadas acima. Grande coisa que seu pai não estava em casa... Ele nunca estava.

-Se estiverem transando me avisem!-gritou para a porta fechada do irmão. Que se abriu logo depois. Havia um Winchester fazendo uso da sua bitch face ali.

-O quê você quer?

-Ei, me trate com mais respeito. Sou o irmão mais velho!-fingiu estar ofendido.

-Dean...

-Certo, certo. Eu preciso falar com o Gabe.

-Com o Gabe?-o maior franziu o cenho.

-Comigo?-um anão surgiu ao lado de Sam, com a mesma expressão de confusão.

-Isso, com você. Mas é rápido. Só preciso de um número que provavelmente você tenha.-as duas estátuas em sua frente ficaram ainda mais confusas- Preciso devolver umas coisas pro Castiel e não tenho o celular dele.-explicou impaciente.

-Castiel?-Sam e Gabe perguntaram em uníssuo.

-Isso, Castiel, será que eu estou falando grego?!-revirou os olhos verdes e respirou fundo- Você tem ou não?-seu bom humor estava se esvaindo.

-Uh... Tenho. Mas não sei se ele...

-Castiel é meu amigo também Gabriel.-cortou. Sam e Gabe novamente franziram o cenho, era impossível que ficassem mais confusos.

-Certo.-o menor puxou um celular do bolso e deu na mão do Winchester mais velho, para que o mesmo copiasse o número na tela. Ele o fez.

-Valeu.-jogou o aparelho para o dono- E por favor, tentem não fazer barulho quando estiverem...-gesticulou com as mãos, fazendo com que os garotos em sua frente arregalassem os olhos- Vocês sabem, meu quarto é ao lado.-piscou, saindo rápido, antes que uma rajada de xingamentos o atingisse.

O quarto de Dean era um reflexo de sua personalidade. Nada de muita cor, ou muito destaque. Tudo devidamente posto em seu lugar. As cores sólidas seguiam padrões entre preto, branco, cinza e um pouco de azul. Na bancada haviam retratos de sua família, as poucas fotos que não foram destruídas no incêndio.

Ele conseguiu o que queria, mais uma vez. Era só usar de sua boa lábia ou arrogância e lá estava. Talvez era daí que vinha a influência boa que seu pai tinha para com ele, em questão de negócios. Um bom empresário consegue o que quer só com o poder do diálogo. Oh, Dean era um dominante desta arte, e de muitas outras...

Sem exaltações ele começou a digitar, pacientemente. Cada palavra já havia sido planejada, ele era um cara calculista, planejou tudo enquanto estava dentro de Lisa. Oh é, ele estava pensando no garoto novo enquanto transava com sua namorada. Que se dane se isso parece errado. Ele quis dar umas palmadas naquele traseiro desde que viu o menino cair na frente no primeiro dia de aula. Tão indefeso, tão frágil, tão delicioso... Ah, ele o foderia até que não aguentasse mais.

Aquele toque, céus, o quê aconteceu naquele quarto não saía de sua cabeça de forma alguma! Castiel estava tão quente, tão provocante... Ele sentia que podia explodir naquele instante, tudo girava rápido demais. Mas será que Castiel ficaria depois de saber de tudo? Ele aceitaria transar com Dean sabendo o quê o loiro tinha em mente? Depois de saber o quão doente e controlador era? Dean duvidava disto. Mas quando se tratava de Castiel, não era com a cabeça de cima que ele pensava...

...

'Ainda tô com seus discos. Posso ir aí e te devolver hoje, se quiser...'

Puta merda.

Aquilo só podia vir de uma pessoa. Mas não fazia sentido... Quer dizer, quem te ignora a semana toda e te manda uma mensagem como se nada tivesse acontecido? Ah, Dean Winchester, é claro.

Castiel estava inerte. Minutos se passaram e tudo o quê ele fazia era encarar as letras em sua frente. Como Dean conseguira seu número? Isso importa? Ele estava fazendo de novo, agindo como alguém que tem sérios problemas de personalidade. Castiel estava ficando exausto disto.

'Por que não fez isso na escola?!'

Apertou em enviar e um incômodo se apossou da parte de trás de sua orelha. Aquilo significava uma coisa: ele estava com raiva. Mas não era mais que merecido? Por Deus, quem Dean achava que era para jogar assim? Espera, aquilo era um jogo?

'Eu posso levar aí ou não?'

VÁ PRO INFERNO!

'Não vai dar, vou sair com meus pais.'

Mentira.

'Amanhã então?'

'Vou sair com um amigo.'

'Amigo?'

Castiel sorriu.

'Sim, vamos ficar fora o dia todo.'

'Não tem nenhum horário pra que eu possa levar? Quem é seu amigo?'

O moreno franziu o cenho e bufou alto.

'O dia todo... Desculpe. ;)'

Minutos depois e nada foi respondido. Será que Dean tinha levado aquilo como um desfecho de conversa? Ou será que ele... Oh, não seria possível. Nem no inferno, nem na terra, alguém como Dean Winchester teria ciúmes de alguém como Castiel Novak, isso nunca aconteceria, definitivamente. Olhe só pra ele, quem diabos sentiria ciúmes de alguém assim?

Cass balançou a cabeça para afastar os pensamentos redundantes e largou o celular na cômoda. Que se dane Dean Winchester, ele precisava de mais uma soneca. Só agora percebeu o quão realmente cansativos estavam sendo seus dias. Ele poderia dormir por um dia todo e ainda se sentiria indisposto.

Sua visão ia embaçando-se aos poucos, e depois tudo foi escuro, por um tempo. Logo, lá estavam todas aquelas imagens... Uma toalha indo ao chão, o sufoco, o toque, o arrepio, o tesão, a luxúria, os gemidos, o orgasmo... Metendo incansavelmente, de novo, de novo e de novo, forte, grosso, grande. A última coisa que pôde ouvir foi aquela voz gritando seu nome, para então um corpo despencar sobre si. Aquele líquido o preenchendo... O sentimento insano de pertencer a alguém carnalmentente era tão... Ah!

Ele acordou num pulo. Seu peito subia e descia freneticamente, o suor encharcava seu rosto pálido. Aconteceu de novo. O mesmo sonho molhado de todas as noites... Maldito seja Dean Winchester!

'Mudança de planos, não vou mais sair com meus pais. Quer passar aqui, tipo agora?'

E neste momento, Castiel sabia, sabia que estava ferrado. Ao enviar ele fechou os olhos com força e suspirou. Ele estava caindo mais uma vez no papo furado dele... Mas como resistiria? Céus, como poderia dizer não quando seu corpo gritava por aquilo? Que Deus o ajude, ele estava sucumbindo ao pecado que era Dean Campbell Winchester.


Notas Finais


Quinto capítulo enviado, espero que estejam gostando! Sou muito insegura então nunca acho que está bom o suficiente Zzzzz

Amo vocês, comentem e me façam feliz, bye!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...