Ficaram confusos e não quiseram pensar nisso mais, pelo menos não naquele momento. Um gemido abafado de dor, de quem tentava se afastar em oculto, chamou a atenção. Sesshoumaru havia levantado e saído furtivamente, estava morrendo. O sangue negro escorrendo pelas suas vestes era uma imagem grotesca, ele estava mais pálido que o normal, mas o orgulho permanecia intacto. Preferia se afastar para morrer longe deles e não despertar pena, mas a Miko teve a oportunidade de pagar-lhe o favor, aproximando-se aos poucos e fazendo um sinal para que os demais não a seguissem.
O fez apoiar-se em seu ombro, o ajudando a entrar na clareira próxima ao regato, mais distante dos outros com o som de uma cachoeira, para abafar os ruídos de dor que ele fazia. Ajudou-o a sentar na margem da lagoa, que formava pequenas ondinhas em consequência da queda d’água. Ela o auxiliou em conseguir alívio tirando sua armadura, e juntando os cabelos prateados para trás do corpo, desamarrando a faixa amarela em que estavam as espadas, e abrindo a yukata branca com ornamentos vermelhos em seguida. Levou a mão à boca, o ferimento estava repleto de miasma e areia, e o sangue não parava de jorrar, e para choque da sacerdotisa, o punhal ainda estava cravado no abdômen do youkai até o cabo. Como ele ainda estava vivo era um mistério. Ele respirava pesadamente, o rosto muito mais pálido e abatido, os lábios finos contraídos de dor.
Ela tocou com a ponta dos dedos o cabo do punhal, e ele gemeu revirando os olhos, fazendo um sinal negativo com a cabeça.
- Deixe que este Sesshoumaru morra com dignidade. – Falou pausadamente, muito fraco.
- Não, eu vou tirar isso e curá-lo. – Ela levou outra vez as mãos ao ferimento, mas ele a afastou novamente empurrando a mão dela com dificuldade, encarando-a frio com os orbes dourados, que estavam se apagando conforme passava o tempo. – Está morrendo...
- Deixe que aconteça. – Ele fechou os olhos, encostando a cabeça em uma pedra, a respiração diminuindo e a pele ficando negra em volta da ferida.
Kagome viu-se em desespero, como faria para convencê-lo a deixá-la o salvar? Tinha que distrai-lo de alguma maneira, e sem pensar mais tomou o rosto dele entre as mãos, e com isso ele abriu os olhos confuso. Eles ficaram assim por um tempo até ela encostar os lábios nos dele, que imediatamente fechou os olhos e abriu a boca. Ela o correspondeu no beijo sem língua, levando ambas as mãos até o punhal e inserindo os dedos dentro do corte, tirando-o de uma vez.
- AAAAAA! – O grito dele ecoou pela clareira, e ele a fitava com o olhos estreitados respirando pesadamente, furioso por ter sido enganado.
- Achou que eu estava me despedindo? – Ela disse o encarando. – Não vou deixa-lo morrer seu dramático de uma figa. – Ele abriu a boca ofendido, mas ela o interrompeu antes que falasse. – Fique calado! – Ele arregalou os olhos. – Sim, não me atrapalhe mais.
Dito isso ela levou as mãos ao ferimento e o purificou, levou muito tempo, o miasma o tinha envenenado demais, e apesar de conseguir livrá-lo da areia impura que o impedia de curar-se, ainda tinha uma perfuração profunda e levaria mais de um dia para que se curasse completamente, necessitaria de cuidados.
- Vamos Sesshoumaru. – Ela disse fechando a yukata dele, que continuava com os olhos fechados, apenas respirando fundo. – Venha, precisa sair daqui. – Pegou uma mão dele e se pôs a puxar sem sucesso.
- Este Sesshoumaru não vai a lugar algum com você, sua insolente. – Respondeu fulminando-a com os olhos.
- Ah que lindo! – Ela colocou as mãos na cintura. – Então eu não vou sair daqui, e se resolver sair voando eu vou com você, agarrada no seu pé! – Gritou sentando ao lado dele, cruzando os braços e ficando emburrada.
Ele a olhou com o canto do olho, segurou o riso que veio à sua garganta, já tinha conseguido irritá-la e isso era engraçado, na opinião dele pelo menos.
- Faça como quiser. – Falou por fim, deixando-a mais aborrecida ainda.
- Como você é teimoso, chato, e irritante! – Ela levantou-se chateada. Mas ele a segurou pelo pulso, com um meio sorriso divertido nos lábios, então ela entendeu o humor negro dele. – Ora, seu youkai sem vergonha. – O ajudou a levantar.
- Vamos humana desprezível. - Disse apoiando-se nos ombros dela, que ria com o jeito dele falar, as palavras eram duras mas ele não falava sério, estava brincando mas do jeito dele. – O inseto aguentará o peso deste Sesshoumaru?
- O quê? – Ela ergueu a cabeça, vendo-o rir de forma anasalada, sem mostrar os dentes apenas com uma fina curva nos lábios. – Mas bem que você queria dar umas voltas com o inseto...
- Irrelevante. – Sorriram um para o outro, e voltaram sérios até onde os outros estavam.
Ao chegar com o Lorde em seu ombro, Inuyasha a olhou nos olhos por um tempo, depois se aproximou oferecendo seu apoio, e para surpresa e todos, o Lorde aceitou. Depois Doragon veio ampará-lo também, e todos seguiram para a moradia de Kouga e Ayame, mas Inuyasha conseguiu ver com o canto dos olhos, Kento e Tsunade de mãos dadas, soltando um rosnado baixo.
O jovem youkai-lobo soltou-se da menina, mas ainda lançou lhe um sorriso charmoso e uma piscada com um olho, o que a deixou enrubescida.
Sesshoumaru foi depositado em uma cama, depois Doragon o ajudou a banhar-se, onde ficaram conversando por um tempo.
- O que houve entre você e Satori? – O Lorde perguntou assim que Doragon o vestiu.
- Satori? Por que não a chama de hahaue? – O youkai-dragão franziu o cenho perante o olhar gélido do Lorde, mas não se intimidou, apenas compreendeu ao mais jovem. – Não houve nada.
- Este Sesshoumaru não acredita nisso.
- Eu sei, mas não estou inclinado a falar sobre isso.
- Por quê?
- Você é igual ao seu Chichiue, pelos deuses... – Doragon sorriu nostálgico. – Eu nutri muito carinho por ela.
- Carinho? – O Lorde fez uma expressão de incrédulo.
- Vou falar de um jeito ilustrativo. – O youkai-dragão falou parado à porta. – Sentia por Satori, o mesmo carinho que vossa alteza sente por Kagome. – Proferiu as palavras saindo do quarto, e deixando Sesshoumaru sozinho.
- Sentia? – Sussurrou fechando os olhos, e recostando a cabeça nos travesseiros.
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Inuyasha estava sentado debaixo de uma árvore, com Kagome e Tsunade entre suas pernas. Elas eram tão lindas e perfeitas, o que seria do futuro delas sem a proteção dele, como hanyou não sabia o que fazer para garantir sempre o bem estar de sua família. Elas riam e ficavam o beijando e o abraçando, dizendo o quanto o amavam e como estavam felizes em tê-lo. Quando ele virou merecedor de tanta felicidade? Ele não o sabia, mas lembrava de como foi difícil estarem juntos novamente, sua tsuma prenha com um sorriso genuíno, sua musume linda e doce, tranquila e sem nenhum arranhão, novamente em seus braços sob seus cuidados.
Aproximaram-se deles Ayame e Kouga, com seu musuko Kento. O que deixava ao hanyou incomodado por si só, mal estava com sua filhote nos braços, e já vinha um macho jovem cheio de hormônios querer tomá-la como esposa! E o pior que fora a própria boca do hanyou que proferiu o união dos jovens. Passou a mão na testa pressentindo o assunto desagradável que seria tratado.
- Cara de Cachorro! – Kouga disse, aproximando-se e sentando na posição de lótus, todos na grama, seguido por Kento. Ayame sentou sobre os joelhos. – Precisamos tratar de um assunto urgente.
- Fale Lobo fedido. – Olhou para a Miko, que franzia o cenho.
- Está na hora de acertarmos o assunto, quanto à união dos nossos filhotes. – O youkai-lobo falou sério, olhando ao hanyou dentro dos olhos.
- Não acha que é meio cedo para tanto? – O hanyou ficou inquieto.
- Sua musume é uma jovem formosa, igual a mãe dela... Ai! – Ayame o beliscou no braço. – Logo terá muitos pretendentes e para própria proteção dela, seria ideal já deixarmos a união prevista.
Inuyasha e Kagome trocaram um olhar, e ficaram em silêncio por um tempo, até a Miko assentir com a cabeça com um sorriso nos lábios, ali o hanyou já se apercebeu dobrado até a quinta geração. Acabou por assentir também, pegando a mão da Miko, e olhando para o casal à sua frente.
- Concordamos com o anuncio do noivado, porém, tenho uma condição. – Inuyasha começou.
- Qual sua condição? – Ayame perguntou, com um sorriso discreto nos lábios.
- Minha musume deverá estar com 20 anos contados. – Falou carregando a voz de autoridade, e foi a vez de Ayame e Kouga trocarem um olhar, e assentirem sorrindo.
- Concordo, ela deve estar realmente madura. – A youkai ruiva falou, abraçando Kagome, e deixando algumas lágrimas escaparem de seus olhos verdes.
Kento abriu um sorriso maravilhoso, “a la” Kouga carregado de charme e magnetismo, enquanto a jovem hanyou sorria ruborizada. Até lá passariam 8 anos, a jovem Tsunade casará com 20 anos e Kento com 24, para a partir disso iniciarem sua caminhada pela eternidade.
- Então vamos preparar um jantar de noivado! – Ayame disse juntando as mãos animada.
- Hai. – Kagome sorriu, pensando em como sua filha ficaria linda, num kimono bordado.
- Podemos ver isso depois, por enquanto voltaremos para nossas terras, e nos comunicaremos por mensagens. – O hanyou disse levantando-se e pegando Tsunade pela mão, os olhares de Kento o estavam incomodando profundamente. Em seguida pegou a mão de Kagome, e com um menear de cabeça, saiu dali levando suas princesas.
O hanyou as conduziu para o quarto que dividia com Kagome, durante a estadia nas Terras do Norte, saiu e voltou logo em seguida com muitas guloseimas e um jarro de suco, queria ficar a sós com elas nem que fosse isolado, colocou as coisas sobre a mesa redonda que ficava no canto do cômodo, trancando a porta antes de se aproximar delas.
- Agora eu quero a atenção das fêmeas da minha vida, só pra mim! – Aproximou-se delas, recebendo um abraço na cintura de sua filha, e um beijo na bochecha de sua tsuma.
- Hum... está carente de nós? – A Miko perguntou o abraçando também.
- Ele sempre vai ter saudade de nós hahaue. – A jovem hanyou foi até a mesa, pegando carne e comendo com pão.
Logo a Miko também sentou-se à mesa junto com o hanyou, e eles conseguiram realizar uma refeição e paz, mas ainda assim ele não estava satisfeito, puxou-as para a cama, Inuyasha e Kagome dormiram com Tsunade no meio deles, ficaram abraçados quietinhos e se olhando intensamente até adormecerem.
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Amanheceram com Sango e Miroku os chamando para o desjejum, o hanyou ficou com pena de Tsunade, que dormia como um anjo no leito, protegida entre os braços da mãe. Levantou-se da cama indo atender à porta, abrindo-a minimamente.
- Ohayou. – A exterminadora disse, com Miroku abraçado à suas costas.
- Ohayou. – Ele sussurrou de volta. – Vou ficar na cama mais um pouco, as meninas estão dormindo e estou com pena de acordá-las agora.
- Está bem. – O monge respondeu com um sorriso. – Aproveite então, até depois. Estaremos lá fora.
- Hai. – Fechou a porta novamente, voltando a trancá-la.
Ao retornar aos lençóis encontrou o sorriso sonolento de Kagome, que aos olhos do hanyou estava deslumbrante, ela erguia os braços para ele a ajudar a levantar, e ele o fez com cuidado para não acordar a filhote, que dormia pesadamente.
- Vem aqui. – Ela sussurrou o puxando pela mão até o quarto de banho.
Fizeram a higiene matinal, e quando o hanyou ia voltar para o quarto, a Miko o segurou. Ele virou a cabeça para encará-la e sorriu ao contemplar o olhar matreiro dela, que abria o Kimono mas sem tira-lo totalmente. Ele a abraçou por trás beijando-a no pescoço, enquanto ela soltava risadinhas e volta e meia olhava para a filha adormecida na cama, logo ele também estava parcialmente despido fazendo-a se apoiar em uma pia, inclinando o corpo para frente sutilmente, mordendo o lábio inferior para não gemer, com o prazer que foi penetrá-la, porém, ela não conseguiu conter o gemido baixo. Ficaram parados por um tempo, olhando novamente para o quarto temerosos por acordar a filha, ela ia se afastar mas ele começou a se mexer, fazendo-a derreter em seus braços, tapando a boca com uma mão e apoiando-se com a outra.
- Não achou que eu ia parar, não é? – Sussurrou ao ouvido dela, que arrepiou-se inteira. Virando o rosto para ele, com a face toda rubra de excitação.
- Claro que não... – Sorriu de um jeito sedutor, deixando-o mais ensandecido por ela.
Ela o afastou do corpo enquanto ele a olhava meio confuso, virando-se de frente para ele e o fazendo se ajoelhar, ele sorriu quando entendeu o comando. Não poupou caricias entre as coxas macias, erguendo os olhos e ficando satisfeito em vê-la de olhos fechados, com as zigomas vermelhas, mordendo os lábios para não gritar perante as caricias em sua feminilidade. Ele ficou extasiado em vê-la chegar ao clímax tão rapidamente, levantando-se e inserindo-se no interior dela novamente, e a cada investida o contato visual era mantido, ela nitidamente entregue e aturdida.
- Você sabe que eu amo mais que tudo não sabe? – Ele murmurou baixo, próximo ao ouvido dela, que apenas assentia. Virou a cabeça olhando para a cama, onde a filha continuava adormecida, voltou a olhar para a Miko, intensificando os movimentos, abafando o próprio gemido de prazer nos lábios dela, derramando-se em seu interior. Encostaram as testas, respiravam pesadamente por um tempo.
Ele se retirou dela se afastado indo ao Ofurô. Tsunade se mexeu na cama, e a Miko fechou o kimono aproximando-se da jovem hanyou, que sorriu para mãe entre um bocejo e outro.
- Ohayou hahaue... – Disse manhosa se espreguiçando. Ela sentou na cama e franziu o cenho, sentia que o cheiro do pai estava muito forte na pele da mãe, e percebeu outras essências que sua pouca idade não permitiu identificar.
- Ohayou meu amor... o que foi? – Beijou a testa da filha.
- Nada... Onde está Chichiue?
- Foi tomar um banho.
- Por quê?
A Miko limpou a garganta e pensou em um milhão de coisas para responder, mas depois falaria disso, sua filha só sentia falta do pai.
- Hahaue? – Ela chamou a atenção da mãe. – Por que quem é casado dorme na mesma cama?
- Ora meu amor, isso é tão difícil de explicar...
- O que é difícil de explicar? – O hanyou voltava para o quarto, vestido e pressionando os cabelos com a toalha.
- Por que quem é casado dorme na mesma cama. – A jovem repetiu.
- Porque se amam. – Ele sentou ao lado dela, tocando ao nariz pequenino com a ponta do dedo.
- Se é assim, por que o Oji San Sesshoumaru não dorme com vocês?
- Querida de onde tirou isso? – A Miko enrubesceu sem saber o que fazer, se atendia à filha curiosa ou se atendia ao marido enciumado.
- Ouvi a hahaue do Kento, cochichar para o Kouga-Sama que Oji San amava a senhora, então se ele a ama deveria estar aqui. – Ela disse com lógica, eles estavam ocultando informações, e ela tinha 12 anos. Apesar de ser mais madura que o natural e grande também, ainda era muito inocente.
- Não pode meu amor... – A Miko coçou a sobrancelha, ciente do olhar de Inuyasha sobre si. – Eu explico depois porque não pode, agora eu vou tomar um banho. – Levantou-se da cama, correndo até o banheiro para banhar-se.
- O Senhor sabe explicar Chichiue? – A hanyou olhou para o pai com expectativa, e o mesmo negou com a cabeça, levantando-se da cama e saindo quarto, mas não sem antes jogar um beijo para a filha sentada na cama.
O hanyou saiu do quarto suspirando aliviado, sua menina estava crescendo e já tinha um monte de perguntas constrangedoras, que ele só obteve as respostas na prática, por isso não tinha condições de explicar de forma educativa. Sabia que logo a conversa sobre isso surgiria, afinal ela já era uma mocinha e tinha um casamento prometido. Agradecia secretamente por Kagome ser a responsável por orientar sua filha, porque ele realmente não tinha condições.
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Doragon bateu à porta do quarto de Sesshoumaru, entrando após ouvir o assentimento. O viu sentado na beirada da cama já de banho tomado e vestido, a ferida estava quase fechada e o Dai-Youkai conseguia locomover-se tranquilamente.
- Este Sesshoumaru retornará aos seus domínios. – Falou tranquilamente, seu tom gélido habitual de falar.
- Pena, achei que nos acompanharia ao Leste. – O youkai-dragão sentou-se em uma poltrona, de frente para o Inu-Youkai.
- Por que você não acompanha a Este Sesshoumaru?
- Gomennasai. – Ficou surpreso.
- Você ouviu bem.
- Posso saber o motivo?
- Você já sabe. – O Lorde respondeu tranquilamente, erguendo-se da cama e caminhando tranquilamente, deixando ao youkai-dragão sozinho.
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- Ai! – Miroku protestou ao levar um tapa de Sango.
- Isso pra você aprender a conter seus impulsos sexuais, monge safado! – A exterminadora disse, depois de levar outro beliscão nas nádegas.
- Mas é um pervertido mesmo! – Shippou falou se aproximando deles. – Preciso conversar com o casal. – sorriu de forma travessa.
- Diga. – Miroku falou passando a mão na face vermelha.
- Tenho que buscar meus amigos raposa, que passarão um período conosco. – Disse meio distraído, sorrindo antes de sair.
- Não era isso o que ele queria falar. – Sango falou estreitando os olhos. – Tenho a impressão que o assunto dele era Naomi.
- O que? Minha musume? Raposa safada, filho da mãe!
- Ei, menos. Bem menos, Miroku. – Ela disse séria. – Mais pervertido que você, é impossível existir no mundo. – Virou as costas deixando-o sozinho.
- Não vou suportar marmanjos pedindo às minhas filhas para terem filhos deles! – Murmurou para as paredes. – Oh Buda... estou pagando meus pecados!
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Passados num primeiro momento dois dias, Sesshoumaru e Doragon partiram para o Oeste, enquanto o restante do grupo, após outro período de dois dias retornou às Terras do Leste. Ao chegarem em seus domínios, foram recebidos por Rin e Kohaku, que estavam tristonhos pelo delicado estado de saúde de Kaede, que estava com a idade avançada e por isso a cada dia mais debilitada.
Inuyasha ficou com Tsunade, enquanto Sango e Kagome foram ter com a velha senhora, que encontrava-se adormecida no leito. Ela vivia em uma das casas que circundava o castelo, com mais conforto e próximo à eles, da mesma forma viviam Sango e Miroku com as filhas, e Rin com Kohaku. Shippou possuía também uma casa, mas como viajava muito a mesma sempre ficava vazia, essas casas que ficavam nas redondezas do castelo principal, eram as melhores, porém, nos domínios do casal Higurashi Thaishou o povo vivia em fartura e abundancia, mesmo nas vilas menores e mais afastadas.
- Ohayou Vovó. – Kagome sorriu assim que velha senhora abriu os olhos.
- Ohayou Kaede querida. – A exterminadora depositou um beijo na testa da mais velha.
- Minhas crianças. – Ela sorriu fraca, porém feliz.
As jovens a ajudaram a se levantar e a se lavar, também a acompanharam amorosamente em passos lentos, até chegarem ao salão de refeições, servindo o simples chá de hortelã com biscoitos folhados, que eram tão apreciados pela Miko anciã.
- Kéh! Olha a velhota aí! – O hanyou falou assim que ela levou a xícara à boca.
- Chichiue, “tadinha” da Kaede-Sama... – Tsunade não se acostumava com o jeito do pai tratar a velha senhora.
- Ora minha querida, seu Chichiue é um idiota desde quando eu tinha os dois olhos, e era mais jovem que você. – Olhou para ele recriminando-o, igual se faz com uma criança impertinente. – É muita idiotice para se amadurecer, “tadinho” dele.... – E sorriu o deixando irritado.
- Kéh! – Cruzou os braços bufando aborrecido.
- Nisso eu concordo, o Inuyasha sempre foi muito burro... AI! – Shippou foi interrompido, um pão foi jogado em sua cabeça. – Eu sou um adulto agora! TEREI MINHA VINGANÇA!
O hanyou deu de ombros, mostrando a Tessaiga em sua bainha e ignorando aos protestos do youkai-raposa, como se ele ainda fosse aquele filhotinho com calda e patinhas.
- Faz lembrar dos velhos tempos... – Miroku falou olhando para o teto, como se tentasse lembrar de alguma coisa. – Ah, claro! – Deu um tapa no traseiro de Sango. – Agora está perfeito!
- Ainda não! – Sango falou esbofeteando-o no rosto.
- Mas mulher, por que faz isso? Sou teu Shujin! – O monge explodiu alisando a face avermelhada.
- Oh meu amorzinho, era pra matar a saudade dos velhos tempos. – Sorriu dissimulada.
- Só falta uma coisa para ser perfeito... – Kaede disse levantando-se, o que fez Kagome se sobressaltar e manifestar-se.
- Vovó, Senta. – Falou para que a senhora repousasse no assento, mas o comando foi obedecido pelo colar no pescoço do hanyou, que teve a face pressionada ao chão.
- Maldição! – Resmungou, levantando-se lentamente.
- Agora sim está perfeito, como nos velhos tempos. – Kaede falou satisfeita, arrancando risos de todos, até mesmo do hanyou ranzinza.
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Rin estava com Kohaku em casa, tomaram o desjejum na casa principal, e depois retornaram à própria moradia, ela estava abatida mas feliz. Sango e Miroku voltaram para casa e as meninas poderiam ficar com eles também, elas já estavam com 15 anos e era cansativo ficar de olho nelas, eram bonitas e já despertavam o interesse dos rapazes da região.
- Kohaku. – Ela o chamou sentindo-se zonza. – Ajude-me a deita por favor. – Ela disse isso tombando o rosto para o lado e vomitando, ele a amparou rapidamente segurando sua cabeça, enquanto ela regurgitava.
- Meu amor, você está doente?
- Eu não sei. – Limpou a boca, em seguida ele a ergueu nos braços, levando-a até o futon. – Por favor, chame Kagome-Sama para ela me examinar.
- Hai.
Ele depositou um beijo na testa dela, antes de procurar pela Miko limpou o chão da cozinha. Foi com certa pressa até o castelo do casal Thaishou, entrando e pedindo por sua senhora. Sentou em uma das cadeiras de mogno do salão, balançando os pés vez ou outra, na tentativa de driblar a ansiedade. Amava Rin perdidamente, sempre gostara dela desde a mais tenra infância, quando ela era apenas uma garotinha se escondendo atrás de Sesshoumaru, e ele um escravo de Naraku. Balançou a cabeça com força, não gostava dessas recordações, eram muito dolorosas, se não fosse por sua esposa já teria ido embora do vilarejo, mas sua vida mudou pra muito melhor, e ele se permitia dizer ser e sentir-se feliz.
- Olá Kohaku. – A Miko entrou no salão trajando suas roupas simples de sacerdotisa, com a beleza e juventude tão intocada, que até mesmo ele que cresceu ao lado dela a admirou em sua beleza, a leve saliência em seu ventre anunciava sua gravidez.
- Kagome-Sama. – Fez uma reverência respeitosa. – Preciso de sua ajuda, Rin está sentindo-se mal e pediu que a senhora fosse a ver.
- Meu Kami! É muito grave?
- Ela anda muito abatida e sonolenta, com enjoos, tonturas.
- Oh! – Ela sorriu largamente. – Eu tenho um palpite, mas preciso vê-la para ter certeza.
Seguiram juntos até a graciosa moradia do jovem casal, que era bem próxima a vivenda da Miko. Entraram e a Miko foi diretamente ao quarto, sentando sobre os joelhos ao lado da jovem de cabelos castanhos e olhos amendoados, que estava deitada no futon bastante abatida.
- Rin? – Chamou-a carinhosamente, tocando lhe o rosto.
- Kagome-Sama. – A jovem sorriu tentando levantar, mas a Miko a impediu.
- Fique deitada Rin, deixe-me examiná-la. – Estendeu os braços com as palmas viradas para baixo, passando-as por cima da jovem, parando no ventre dela e abrindo um sorriso, que acompanhou algumas lágrimas.
- O que aconteceu Kagome-Sama? A senhora está chorando... – Kohaku sentou-se sobre os calcanhares, segurando uma mão da jovem deitada entre as suas.
- Rin e Kohaku. – Ela começou a falar emocionada. – Vocês estão esperando um bebê!
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