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História Kagome e Inuyasha - Pertencentes um ao outro - Capítulo VIII - Recomeço


Escrita por: Pifranco

Notas do Autor


Resolvi sair um pouco do tema central para falar o que eu imaginei que aconteceu com outros personagens, espero que gostem. :)

Capítulo 8 - Capítulo VIII - Recomeço


Fanfic / Fanfiction Kagome e Inuyasha - Pertencentes um ao outro - Capítulo VIII - Recomeço

Simplesmente recomeçar... soa tão fácil. Mas na prática, o desafio é bem maior.

O retorno a pequena aldeia foi tranquilo, Miroku e Sango iam juntos mais a frente, de mão dadas, rindo e fazendo gracejos um ao outro. A exterminadora fugia vez ou outra de um beijo roubado com um sorriso travesso. O monge a distraia e conseguia alcançar seu objetivo, quando tinha a sorte de driblar os reflexos da esposa. Logo atrás seguiam em silêncio Kagome e Inuyasha, ambos sentiam uma pontada de inveja do casal de amigos logo adiante. Estavam tão felizes, sorrido e aproveitando a companhia um do outro. O hanyou caminhava ao lado de Kagome, olhava vez ou outra em sua direção, mas não estava sendo correspondido. Apossou-se da coragem necessária, e num impulso segurou a mão da jovem. Ela ficou um pouco surpresa, mas aceitou a tentativa de comunicação silenciosa. Seguiram juntos de mãos dadas por uma pequena estrada, agora já cruzando os olhares e deixando escapar sorrisos de vez em quando. Já haviam compartilhado a maior intimidade entre um casal, mas não tinham o hábito de sair dessa maneira, como se assumissem um relacionamento. Certa vez fizeram isso, mas já se faziam muitos anos. Foi na era de Kagome quando foram juntos ao mercado.

Era um tanto irônico, que um guerreiro como ele, que matou diversos inimigos e enfrentou inúmeros perigos, se sentisse tímido e constrangido em situações tão simples. Era mais fácil sacar a espada e detonar com tudo. Tinha tanta solidão, cresceu sozinho sem os carinhos da mãe e a proteção do pai. Rejeitado pelo irmão mais velho herdeiro de Inu Taisho, o poderoso príncipe Sesshoumaru. Considerado uma aberração para os humanos e inferior para os youkais. Aquela jovem sacerdotisa que compartilhava a estrada com ele, era tudo o que lhe restava. Por isso desesperava tanto a ideia de perdê-la ou tê-la tomada de si.

- No que está pensando? – Kagome perguntou com um sorriso suave.

Eu pensava em você.

- Eu... em nada. -  disse apenas.

- Hum, esse é o seu normal não é? – Provocou rindo da expressão dele.

- Muito engraçado! – Respondeu aborrecido.

- Vamos descansar um pouco, por favor. – Ela pediu, nitidamente cansada.

- Está bem. Ei Sango, Miroku! – os chamou em seguida. – Vamos descansar.

O casal se aproximou deles sentando no chão e entrelaçando os dedos, trocando olhares no mínimo “amorosos”.

- Estão com saudade de casa? – Kagome iniciou a conversa.

- Muita. Quero minha rotina de volta, apesar de gostar de viver aventuras. – respondeu a exterminadora.

- E vamos concordar que dormir em casa é bem mais agradável do que acampar. – completou o monge.

A noite começou a cair, a temperatura diminuiu levemente. Fizeram uma fogueira e se prepararam para dormir. Miroku e Sango se aninharam a Kirara, Kagome deitou em seu saco de dormir que trouxera de seu tempo. O meio-youkai fechou os olhos sentado no chão e recostado em uma pedra, a postura era serena, mas era só aparência. Em sua mente um turbilhão de pensamentos. 

 

 

.....

- Ei Kouga, para onde estamos indo? – Ginta questionou enquanto parava se apoiando nas pernas, recolhendo o ar para os pulmões.

- Ainda não perceberam? Estamos indo para o Norte. – Respondeu pensativo.

- Mas nossa casa fica a oeste! – Manifestou-se Hagaku.

- Eu sei. Vamos falar com Shouro. – concluiu o Príncipe.

- Mas falar o que? – Perguntaram os dois acompanhantes de Kouga em um uníssono.

- Cumprir uma promessa.

Kouga correu deixando os dois para trás. Eles não entendiam o porquê de estarem seguindo ao norte, nem que promessa o jovem príncipe teria feito.

Anoiteceu e eles acharam melhor passarem a noite em um lugar seguro. Pescaram alguns peixes em um riacho e se hidrataram. Após fazerem uma fogueira assaram os pescados e se alimentaram. Ginta e Hagaku logo dormiram, estavam exaustos. Via-se de longe que eram dois bobos, mas tinham bom coração e realmente gostavam muito do youkai lobo que era seu líder.

Kouga permaneceu acordado admirando a lua. Pensava em sua decisão, de como isso o afetaria de agora em diante. Sentia-se preparado há muito tempo, mas tinha a esperança de que as coisas saíssem como havia planejado. Não adiantaria mais protelar, Kagome já havia se decidido por dividir a vida com àquele sarnento. Fazer o que? Se ela não queria não tinha como obrigá-la. Agiu como o nobre que era e não tinha vergonha, admitiu ter sido rejeitado com a cabeça erguida e agora já estava na hora de seguir em frente e recomeçar.

Logo pela manhã seguiram viagem e não demorou muito para chegarem aos domínios do Grande Shouro, o velho youkai lobo que liderava aquele território. Foram cercados por lobos cinzentos que rosnavam em advertência. Kouga dirigiu-se a eles sem se alterar.

- Avisem a Shouro Shi, que O príncipe Kouga está aqui e deseja vê-lo imediatamente. -  Disse de maneira altiva.

Após um curto espaço de tempo os lobos cinzentos se afastaram da entrada e conduziram Kouga e seus acompanhantes para o local onde o grande youkai-lobo daquele território estava.

- A que devo a honra desta visita inesperada? – A voz veio de um enorme lobo cinza, sentado na mais alta pedra de uma caverna.

- Watashi no omo (meu senhor) Shouro! -  Respondeu Kouga com uma reverência. – Eu vim para cumprir uma promessa, isso se o senhor me permitir tamanho privilégio.

- Uma promessa? – o velho youkai pareceu um pouco confuso.

- Quero tomar Ayame como esposa.

Ginta e Hagaku arregalaram os olhos, tamanha era a surpresa com a declaração de seu príncipe. Não esperavam por isso.

- Meu jovem, já não possuía uma noiva? – questionou o mais velho. – Pelo menos foi o que a minha neta disse quando voltou da viagem que fez a sua procura.

- Eu cometi um erro... éramos muito diferentes. Peço perdão pelo desconforto que devo ter causado. Se não for muito tarde, eu gostaria de ter Ayame como esposa.

- Isso muito me agrada, minha neta herdeira do meu território casada com um príncipe. Você seria meu sucessor, mas... essa decisão já não cabe mais a mim. – respondeu o sábio youkai lobo. – Ayame foi ao seu encontro por ordens minhas, e voltou de sua missão muito magoada. Não posso força-la a nada.

- Entendo. – Kouga respondeu, sabendo que o velho youkai ainda não tinha terminado de transmitir sua mensagem.

- Mas no alto da montanha está Ayame, se você conseguir chegar até lá e convencê-la, saiba que terão a minha benção.

- Eu agradeço Watashi no omo! -  Disse o jovem youkai lobo, retirando-se sendo seguido por Ginta e Hagaku.

 

.....

 

Os youkais lobo ergueram as cabeças para contemplar a gigantesca montanha a qual teriam que enfrentar. Podiam perceber a forte energia que emanava, não era maligna mas causava certo desconforto. Não seria fácil alcançá-la.

A grande montanha sagrada era protegida pelos espíritos ancestrais dos youkais-lobo da Tribo do Norte. Havia a necessidade de merecer entrar naquele solo sagrado, da mesma forma que foi para alcançar o Goraishi. Não fazia ideia de quais desafios teria que enfrentar para chegar ao topo e ainda assim corria o risco de ser rejeitado pelo coração magoado de Ayame. Mas Kouga já estava preparado e tinha consciência de que isso não o mataria.

- Vocês fiquem aqui. – Ordenou aos dois.

- Mas Kouga você vai subir nisso sozinho? – Ginta perguntava enquanto apontava a montanha com notável pavor em seus olhos.

- Sim, vocês só atrapalham. E se alguma coisa terrível acontecer, vocês tem o dever de contar a história. – Respondeu enquanto sorria.

- Não brinque com isso Kouga! – Hagaku falava entre lágrimas.

-Parem já com isso, vocês duvidam que eu seja capaz?

- Não! Só estamos preocupados com você.

- Não fiquem, eu já volto.

Os dois youkais-lobo ficaram observando-o subir a montanha e sumir entre a espessa neblina.

O ar tornava-se cada vez mais pesado a medida que o jovem youkai-lobo avançava em sua escalada. As pedras eram pontiagudas e escorregadias, cobertas por musgo. Pensou em como deve ter sido para Ayame viver grande parte de sua vida, desde a infância aliás, nesse lugar tão perigoso e solitário. Uma pontada de culpa o invadia. Ele lembrava da promessa feita há muito tempo, mas seus sentimentos por Kagome o levaram a mentir dizendo que não sabia de tal compromisso. Lembrava do rosto infantil coberto por terra e lágrimas, dentro de um tronco de árvore, tentando sobreviver aos repugnantes youkais celestinos e de como ela sorriu ao vê-lo chegar a salvando do cativeiro em que seria seu túmulo. Por um momento saiu de seus pensamentos e pôde perceber que por mais que subisse, mais longe ficava o topo da montanha. Alguma magia o mantinha longe.

- Você não devia estar aqui. – Em um estrondo como de um trovão, foram proferidas as palavras de advertência.

Kouga olhou em volta mas não via nada, sabia que se tratava de um teste.

- Eu preciso subir!!! – Respondeu decidido olhando em volta e ficando atento, sabia que logo se iniciaria um batalha.

- Você não é digno de estar aqui. – Novamente a voz grave soou aos ouvidos do jovem youkai.

- Eu sou um príncipe e não existe outro mais digno que eu! – respondeu decidido.

Entre a neblina surgia uma presença monstruosa. Era um canídeo gigantesco, enormes patas com garras pontiagudas, em sua enorme cabeça três olhos vermelhos cheios de fúria e em sua boca viam-se dentes que escorriam um liquido corrosivo.

 Realmente seria complicado sair dali com vida. O youkai olhou em volta buscando um lugar seguro para se movimentar em uma batalha, que aconteceria de qualquer maneira sem poder ser evitada. Não teve muito tempo para pensar, sendo atacado pelas enormes garras que vinham em sua direção, ele conseguiu se desviar mas acabou escorregando nas pedras pontiagudas e por consequência acabou se ferindo. Um enorme corte em seu ombro esquerdo fez o seu sangue escorrer pela extensão do braço, em seguida na palma da mão e pingava sentido ao solo. A figura animalesca o encarava com profunda fúria e Kouga podia se ver refletido nos três olhos do seu adversário. Lembrou-se que possuía em seu corpo o Goraishi, as garras poderosas deixadas pelos seus ancestrais. Concentrou-se fazendo com que as enormes garras de metal surgissem em sua mão direita. Em um rápido movimento lançou-as contra seu oponente, mas elas não lhe causaram danos deixando o jovem youkai confuso. Estava ferido, sua única defesa não funcionava e ainda por cima estava localizado em uma montanha mágica perdido em neblina. Baixou a cabeça.

- Sou indigno. – Reconheceu com pesar.

- Solte-se.

- O que? – O jovem lobo perguntou sem saber de onde a voz feminina vinha.

- Solte-se.

- Eu vou cair!!!!

- Não tenha medo, pode vir.

Kouga olhou para baixo e não via nada além de neblina, tão forte que podia ser cortada com uma espada. Achou estar alucinando pela perda de sangue.

- Deixe de ser teimoso e solte de uma vez. – Ordenou a voz aborrecida.

Sem entender Kouga fechou os olhos e tentava reunir coragem para saltar, mas como teria certeza dessa decisão? Podia estar tendo uma ilusão, ainda mais com a ousadia da voz que lhe ordenara soltar da pedra. Cairia para a morte se estivesse sonhando.

- Você é bem teimoso mesmo, não mudou nada. – Surgiu ao seu lado Ayame tocando em seu braço. Ela não se segurava e estava ao seu lado, mas ele não entendia como.

Aos poucos pode ver a neblina dissipando, estava no topo da montanha e de pé. Piscou algumas vezes e teve a certeza de que realmente estava alucinando, só não sabia desde quando.

Quando voltou a si por completo, conseguiu observar melhor sua “salvadora”. Ayame ainda mais linda e estava mais velha também, o que dava um charme especial a garota. A pele muito alva em contraste com os cabelos vermelhos como o entardecer, os olhos verdes que pareciam lanternas de tão brilhantes. Como tinha crescido.

- Parece que você está preso ainda. – Dizia enquanto soltava a mão do youkai de uma espécie de cipó, dando algumas risadas da situação dele.

- Ayame, fui indigno de chegar aqui sozinho. – Disse decepcionado.

- Eu sei. –A jovem respondeu placidamente.

- Você sabe? – Ficou surpreso com a resposta recebida.

- Todos são. Somente meu avô e eu conseguimos chegar aqui sem ajuda, por isso ele me treinou desde muito cedo. Eu devo dar sequência às tradições desta tribo. – concluiu seriamente.

- E quanto a fera que lutou comigo? – Perguntava intrigado.

- Não existe. Somente em sua imaginação. Você deve ter pensado em algo parecido enquanto subia e a montanha deu vida ao seu devaneio. Precisa fortalecer seu espírito jovem príncipe, armas terrenas não tem valia alguma nas mãos de guerreiros de alma fraca. – Ela dizia referindo-se à Goraishi.

- Mas a Goraishi é protegida pelos youkais ancestrais, não entendo ela ser terrena. Faz parte de mim e me foi dada por ser considerado digno de usá-la. – Argumentava em sua defesa.

- Sim mas você está fraco, caso contrário teria saído da ilusão criada pela sua própria mente. – Ela dizia isso olhando para as garras da mão como se as admirasse. – Você e eu podemos falar horas sobre isso, continuarei a dizer que está fraco e estarei sempre certa.

Kouga abriu a boca para contestar, mas Ayame fez um sinal negativo com a cabeça antes que ele começasse a falar. Não adiantaria ela estava irredutível. Era indigno e pronto não tinha acordo. Teve que aceitar, estava no território dela e devia a ela pelo menos um agradecimento.

- Está bem. – respondeu sem muita convicção.

Ela olhou em sua direção para responde-lo quando viu o ferimento em seu ombro. Sentia o cheiro de sangue, mas estava distraída discutindo sobre a dignidade, acabou esquecendo.

- Vamos cuidar desse pequeno arranhão. – Falava tentando parecer o mais calma possível. O corte era horrível, o sangue havia secado em volta e conforme ele se movia vertia sangue por baixo da camada de coágulo.

- Ah isso? Não precisa se preo... – Interrompeu a fala quando olhou para o ombro ficando chocado, não era um arranhão, era um corte profundo e precisava de cuidados urgentemente antes que infeccionasse. Todo o braço estava sujo de sangue, e até mesmo entre os dedos da mão o tinha. Não sentia nada até o momento que fora lembrado do ferimento. Chegava a ser irônico, começou a latejar e arder.

Com a dor aumentando e a grande perda de sangue o jovem príncipe nem percebeu que estava desmaiando e simplesmente caiu sobre os joelhos vendo mais nada a sua frente.

 

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado e espero a impressão de vocês quanto a esse capitulo.
Beijo anjos!


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