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História Keep Close - Capítulo VIII


Escrita por: MimizCherry

Capítulo 8 - Capítulo VIII


Senti um arrepio percorrer a espinha como uma sensação de aviso de que algo estaria errado. Estava acompanhando alguns humanos que estavam fechando negócios no Bulgari Hotel London quando a sensação tomou conta de mim. Voltando para a floresta as presas, pude perceber uma energia estranha perto da casa e, logo que entrei, notei que Susan estava encolhida na cama, tremendo e fraca.

Depois que Diaval retornou ao trono, Susan pôde finalmente parar para descansar. Tinha se desgastado demais cobrindo os afazeres do trono e não se alimentava devidamente. Para aguentar grandes repuxos era necessário estar bem. Ficar bem. Susan era tão forte quanto qualquer líder que servia a Diaval, mas sua negligência a tornou fraca. Talvez, assim como Adrian havia dito, o nosso rei estivesse a testando. Talvez ele soubesse.

Fazia algum tempo que vinha notando uma diferença em sua energia e em seu comportamento. Mal estava comendo e o pouco que entrava, logo saia. Sua fraqueza e sua falta de vontade de comer acabaram fazendo com que eu recorresse a pegar algumas poucas almas puras e cozinhasse suas comidas mundanas favoritas para que ela pudesse se recuperar o mais rápido possível, mas nada parecia surtir efeito.

Susan não queria que recorrêssemos aos superiores. Queria resolver aquilo sozinha e ao seu modo, mas quanto mais o tempo passava, menos ela consumia. Os breves momentos de alívio vinham quando ela acordava com vontades incontroláveis de comer algo diferenciado que, mesmo de madrugada, eu me dispunha a preparar. Pelo menos isso ficava em seu estômago. Vez ou outra ela arriscava vagar por entre Annabel’s e o The Connaught para encontrar presas fáceis e de almas valiosas.

 

 

- NÃO! ANTHONY!!!!!

O ar faltou. Aquele ciclo vicioso recomeçava. Era assim toda vez que me enfraquecia. Parecia que as memórias humanas insistiam em me assombrar arduamente. O coração batia fortemente, o pulmão pedia por ar, o corpo tensionava, a pele se recobria de suor. As lágrimas surgiam automaticamente, sentia a neve cair, o vento cortar a pele e a dor residir. O sangue, o fogo. Morte. Adrenalina.

- Susan? Está tudo bem? – Era Snake com uma badeja em mãos e uma expressão bem apreensiva. Tinha uma pequena tigela, algumas torradas e um pote com uma dose de almas para tentar me reerguer.

- Sim. O pesadelo de sempre. – Respiro fundo e sinto o estômago embrulhar enquanto tento me sentar na cama.

- Eu trouxe um pouco de sopa. Imagino que seja mais fácil de engolir. Armazenei algumas almas também... não são tão puras quanto desejamos nem tão saborosas, mas é o suficiente para te manter até que se recupere.

- Estou enjoada, Snake... não quero comer.

- Nem que seja um pouco, por favor. Eu insisto.

- Pare de se preocupar comigo... eu não vou morrer. – Sorrio e recordo de mais uma parte do passado. Eu não teria como morrer de qualquer forma. – É só uma fase ruim.

Ele não me deu ouvidos. Se aproximando da cama, Snake se sentou ao meu lado e foi me dando de pouco em pouco a sopa com muito cuidado e zelo. Acabei comendo toda sopa, mas não demorou muito para que ela saísse por onde entrou. Ele, por sua vez, não se deu por vencido e continuou ali comigo me auxiliando por toda casa para que eu não ficasse muito tempo parada. Eu sabia que estava fraca demais, mas não poderia ficar atrapalhando sua vida. Uma hora, de um jeito ou de outro, eu iria melhorar.

Snake me dava banho, ajudava com as roupas e sempre me alimentava. A minha situação estava de mal a pior e eu não tinha mais forças para me reerguer sozinha. Havia me desgastado ao cuidar do trono e só me dei conta quando Diaval retornou. Meu corpo já não estava o mesmo e recuperar séculos de força e habilidade não seria fácil ou simples.

Algumas horas depois escutei seu celular tocar e o vi agitado caminhando de um lado para o outro do corredor. Sua feição não era das melhores e provavelmente algo de ruim havia acontecido. Ele tinha muitos em mãos e talvez algum deles tenha enfiado os pés pelas mãos. Homens. Antes de vir ao meu quarto, ainda o escutei falar com mais alguém, porém estava cansada de mais para me esforçar e escutar com quem estava falando.

- Um dos concorrentes daquele homem que faço a guarda acabou de ter as ações valorizadas. O mercado é uma loucura. Eu... sinto muito. Não é nada que eu não possa resolver rapidamente. – Ele suspira demonstrando seu desapontamento. – Chamei Adrian para cuidar de você até que eu volte.

- Snake...

- Não diga nada. Eu já venho. Tente comer as almas. – Ele deixa a bandeja em cima do criado-mudo ao lado da cama. – Você precisa ficar forte.

Snake beijou o topo da minha cabeça e aguardou pacientemente até que Adrian chegasse. Ele definitivamente não queria correr o risco de me deixar sozinha e estava colocando seu acordo em risco por minha causa. Realmente eu havia feito a escolha certa em relação a ele e isso me fazia pensar no valor da amizade e da lealdade. Talvez fosse essa a resposta para o fim de tudo. Talvez essa fosse a solução.

 

[...]



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