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História Keep moving slow - Desejo te fazer minha


Escrita por: FairyGodmother

Notas do Autor


Olá pessoinhas dorminhocas...

Sei que está meio tarde... Mas antes tarde do que nunca né, hehe

Aproveitem e até as notas finais.

Capítulo 13 - Desejo te fazer minha


 

"We are drowning in information but starved for knowledge." - John Naisbitt

 

Havia poucas estrelas naquela noite, mas a lua já se fazia presente há muito tempo. Com sua forma crescente quase no centro do grande oceano negro, as duas figuras mascaradas já estavam chegando ao destino.

O clube ainda estava vazio, faltava cerca de uma hora para o público realmente começar a chegar, mas como esperado de Chat, o Rei é sempre o primeiro a chegar para abrir as portas do seu amado “palácio”.

O lugar ficava completamente diferente quando as luzes brancas iluminavam o local, dava para reparar que o galpão era realmente muito grande. Durante as noites ele parecia minúsculo devido à quantidade de pessoas.

Estava tudo silencioso. A não ser por duas pessoas conversando próximas ao placo. Ladybug e Chat Noir se aproximavam das duas figuras, um homem e uma mulher. O gato suspirou.

- Boa noite Plagg, Tikki. – Cumprimentou o Gato.

- Como vai Chat? – O Homem estendeu a mão em um aperto.

A joaninha nunca havia visto os dois antes, eram muito velhos para serem frequentadores do clube, além do mais, não estavam mascarados. Mas Chat parecia os conhecer muito bem.

- E você é? – O homem a olhou.

- Eu... Eu...

- Essa é Ladybug. – Apresentou a garota. – My Lady, esse são Plagg e Tikki, os donos do Miraculous. – O loiro explicou e ela arregalou um pouco os olhos.

Eles não se pareciam nada com donos de uma boate. Ainda mais uma que abrigava adolescentes de madrugada.

- Não aprendeu nada não é? Não é assim que se apresenta uma pessoa, moleque. – O homem suspirou e lhe puxou uma orelha da toca, mas um sorriso divertido se mantinha nos lábios. – Sou Pablo Gyase Genoom, muito prazer. – O homem estendeu a mão em cumprimento, a joaninha retribuiu. – Essa é minha esposa, Teodora Kasika. – Indicou a mulher atrás de si, que sorriu para a azulada.

- O prazer é meu. – Ela estava um pouco envergonhada não podia negar. – Mas, por que Tikki e Plagg? – Ela se referia ao modo como Chat os chamou.

- Eram nossos apelidos de quando aprontávamos pelas ruas. – Tikki respondeu com um sorrisinho. – Nós participávamos de muitas batalhas de dança quando éramos mais novos.

- São dançarinos então? – A mestiça estava curiosa.

- Eu não diria isso. – A mulher sorriu. – Era só diversão na época. Mas hoje cuidamos disso aqui, para que vocês possam se divertir assim como a gente fazia, não é querido?

- É sim. – Sorriu para a esposa. – Só que um pouco mais de segurança.

Os dois pareciam ter saído de uma revista, sério. Pablo, ou Plagg como Chat havia apresentado, era um homem alto, pele escura, cabelos negros penteados perfeitamente para trás; mas o que chocava eram os olhos verdes, eles se destacavam de uma forma impressionante. Tikki parecia uma boneca, grandes olhos azuis, cabelos vermelhos, até sua pele parecia meio avermelhada. Mas acho que aquilo deveria ser efeito do sol mesmo. Ela era tão fofa que sentia vontade de apertá-la.

Riu com esse pensamento.

- Bom, precisamos conversar um pouco, então... – Plagg pendeu a cabeça em direção a sala escondida pelo palco.

- Claro, claro... – O loiro concordou e depois virou-se para a mestiça. – Fique a vontade está bem. Eu já volto, prometo. – Ela somente concordou com a cabeça e viu os três se dirigindo a sala.

Pronta fechada, ela ficou em silêncio encarando aquele cômodo enorme.

Passaram-se alguns longos minutos até que saíssem da sala. Os três estavam com expressões sérias, o loiro parecia cansado aos olhos da azulada. O assunto parecia ter sido importante.

Importante o suficiente para tirar o sorriso alegre dos lábios do gato.

O casal deu um último aperto de mão ao garoto e se afastaram em direção a saída, passando pela joaninha.

- Foi um prazer te conhecer, Ladybug – Sorriu a mulher.

- O prazer foi meu. – Respondeu e os dois desapareceram degraus a cima.

Chat estava sentado à beirada do palco, os dedos das mãos laçados uns nos outros, os pés pendurados e a cabeça baixa, com os olhos mirados no chão. A joaninha se aproximava dele, seus passos eram silenciosos. Com um pequeno impulso, se juntou a ele, sentando-se a beira do palco. O loiro entortou a cabeça em sua direção, mas não falou nada.

- Problemas no paraíso? – A voz dela era baixa.

- Alguns... – Suspirou o loiro. Às vezes ele chagava a pensar se realmente servia para aquele cargo. Balançou a cabeça afastando os pensamentos. – Mas não é nada que eu não consiga resolver. – Sorriu.

Era um sorriso forçado, ela sabia.

- Se eu puder ajudar...

- Não se preocupe, Bugaboo. – Pulou do palco para o chão. – Eu sou Chat Noir, consigo resolver qualquer coisa. – Riu.

- Exceto não falar de si mesmo na terceira pessoa. – A azulada riu junto.

- Não tenho culpa se Chat Noir é irresistível, simpático, incrível...

- E modesto. – Levantou uma sobrancelha, mas o sorriso firme.

- O melhor! – Agora sim ele sorria de verdade. Ele colocou ambas as mãos ao redor da cintura desnuda dela, e a ajudou a descer. – Está quase na hora de abrir, melhor começar a ajeitar as coisas.

Afastou-se dela indo até uma caixa de energia. Desceu alguns interruptores e subiu outros. As luzes brancas se foram, dando lugar às coloridas, a cabine do DJ começou a funcionar em uma função aleatória.

O gato subiu ao palco e passou a conferir os equipamentos. Tudo certo.

- Espero que não esteja enferrujada. – Falou o loiro de cima do palco.

- É sério isso? – Arqueou a sobrancelha. – Você me coloca nessas furadas e ainda vem tirar sarro...

- Só estou avisando. Seu oponente é um veterano...

- Bom saber. – Respondeu irônica. E o garoto voltou para junto dela.

- Você vai se sair bem. Eu sei disso. – Colocou ambas as mãos ao redor do rosto dela.

Adorava encarar aqueles lindos olhos azuis. Sentia-se ser sugado para o fundo do oceano que os compunha. Eles eram como o mar. Tinha dias calmos, em que estava em um azul claro, como se refletisse o céu. Havia dias de ressaca, aonde tornavam-se escurecidos e enfurecidos, assim como existiam aqueles dias em que pareciam que te engoliriam vivo.

Amava isso nela.

Amava ela.

Simplesmente amava. Ponto.

Aproximava o rosto do dela, observando ela respirar lentamente pelos lábios entre abertos. Lábios aqueles levemente avermelhados, cheios e pequenos. Queria sentir a maciez, a textura e o gosto dela novamente. Tão viciantes quando qualquer droga, só que para ele, eram ainda melhores.

Enfiaria os dedos pelos fios azulados, puxaria os cabelos da nuca enquanto desfrutava do doce sabor da boca da joaninha, grudaria o abdômen desnudo dela ao seu, lhe exploraria a boca com a língua, deixaria seu gosto marcado nela, seu cheiro, sua lembrança. Ela era sua. Seria sua, por que mesmo que ela não soubesse, mesmo que não quisesse, ele já era dela.

Sua senhora. Sua Lady. Sua Princesa.

Seu coração. Ar.

Liberdade.

 

Entretanto... Havia males que existiam para o bem.

Amigos que vinham para o bem.

“Para o bem o cacete”.

Existiam amigos, muito filhos da puta, que só serviam para foder o momento dos outros.

- E aí Chat, cara. – Gritou um rapaz da porta.

- Chegou cedo, Bulleur. – A voz era seca e o olhar beirava ao de um psicopata.

- Pois é cara, eu estava de bobeira em casa e resolvi vir para cá mais cedo. – O moreno se aproximava, finalmente notando a mestiça. – E ai LB... Não sabia que vinha para cá hoje.

- Então... Eu meio que não vinha. Mas aparentemente existem forças do além que pensam o contrário. – Olhou em direção ao loiro, que ainda estava emburrado.

- Imagino quais sejam essas forçar. – Os amigos riram.

 

 

Em pouco tempo o subterrâneo já estava em capacidade máxima. Pessoas pulavam, dançavam, conversavam, ou ao menos tentavam. A joaninha encontrou a amiga pouco tempo depois, e a mesma estava tão surpresa quanto o moreno por encontrá-la ali.

Ficou mais surpresa ainda em saber da boca da azulada, que Chat havia inscrito a mesma em um duelo naquela noite. A mestiça ainda estava em recuperação.

A avermelhada queria trucidar aquele gato vira-lata.

Fumaça começou a se espalhar pelo chão, inundando a pista de dança, dificultando a passagem da luz. O volume da música baixou e em pé no palco, se encontrava Chat Noir com um microfone na mão e um sorriso coringa nos lábios.

- Boa Noite, Paris! – Gritou e a “plateia” gritou de volta. – Espero que todos estejam ansiosos para a batalha da noite. Por que eu estou. – Sorriu de canto e piscou, o que causou alguns gritinhos histéricos em alguma garotas.

A joaninha somente revirou os olhos.

“Exibido”. Pensou ela.

- Quero que todos abram espaço. E vamos às regras. – As pessoas abriram uma roda no meio da pista e Chat saltou do palco indo em direção ao centro, onde uma luz se fez acima dele. - As regras são claras e simples: Saiu do ritmo, parou de dançar ou demorou de mais para responder...

- FORA! – O público gritou. Marinette acompanhava tudo ao lado da avermelhada.

“Não acredito que vou fazer isso. Acabo com a raça desse gato depois que isso terminar”. Pensou a joaninha.

- Muito bem. Tudo certo aí? – Sorriu o gato e virou-se para a cabine do Dj onde se encontrava Bulleur. Ele só confirmou com um sinal positivo. – Então vamos aos nossos competidores... Do lado direito, com 1,85 de altura, pesando 80Kg. – As pessoas começaram a rir da narração inspirada em lutas. – Dark Cupid.

O público assobiava e aplaudia o garoto que se dirigia para o lado do loiro. A azulada não podia negar que ficou um pouco assustada, o rapaz parecia uma muralha. Estava coberto com um agasalho vermelho com um coração partido no centro, boné, que deixava uma mecha loira escapar, apesar de o restante ser obviamente moreno. A máscara que ele usava era incomum, cobria metade do rosto, como em o fantasma da ópera.

- Do outro lado, com um pouco mais que um metro e meio, vestida de vermelho e dona do meu coração... Ladybug. – A garota não se mexeu. Ele basicamente se declarou para ela no meio de todo o clube.

O coração falhou e as pernas travaram.

Como aquele gato idiota tinha coragem de fazer aquilo na frente de todos. Tingiu-se de vermelho até as orelhas.

As cantadas e charmes que ele fazia para ela eram óbvios, já estava se acostumando com aquilo. Com ele se aproximando, brincando, flertando, tentando beija-la.

Mas o que ele fez agora subiu um degrau no nível de tudo...

- Vai logo LB. – Wi-Fi a sacodiu pelos ombros. – Se ele vier te buscar vai ser pior. – Riu do estado em que se encontrava a amiga.

A mestiça respirou fundo e se encaminhou para junto dos dois garotos. Ela pressionava as mãos com força com punho tentando conter o tremor, mantinha a expressão neutra o máximo que conseguia. O coração estava disparado e as pernas bambas.

“Por favor, não me deixem na mão agora”. Pensava ela.

- Se os dois já estiverem preparados... Vamos começar. – Chat Noir subiu novamente no palco, encarou a joaninha que o olhou de volta, ele sorriu e moveu os lábios.

Boa sorte. Uma benção muda.

O loiro fez um sinal de confirmação para Bulleur que soltou a música.

- Primeiro as damas... – Dark Cupid fez uma reverencia brevê e se afastou alguns centímetros do centro.

A música era agitada, com intervalos entre os grupos de batidas, o nevoeiro no chão era denso, o que deu uma ideia a joaninha.

Ela nunca tinha participado de nada como aquilo, como um duelo. Sempre foram apresentações ou recitais de ballet. Mas quando tinha tempo livre, ela gostava de ver filmes sobre dança e afins, ver como tudo era animado, ela ficava extasiada ao final de cada coreografia.

Ela mesma começava a dançar. Saltitava pela sala de casa.

Seus pais achavam graça.

Chutou o ar, fazendo a nevoa subir até a altura do joelho. O garoto deu um passo para trás e ela chutou novamente. A cada movimento, mais fumaça subia, até que ela já conseguisse espalha-la com as mãos. Movimentava os braços e mão de modo com que a neblina atingisse o garoto a sua frente. Fazia questão de movimentar o quadril a cada tempo da música.

O garoto mantinha os braços cruzados esperando o momento ideal para interromper. Quando sentiu uma brecha por parte da azulada, fez seus pés deslizarem pelo chão enquanto mantinha os braços esticados, com se surfasse na pista, abrindo caminho pela fumaça.

Ladybug deu um passo para trás, surpresa com a intromissão do rapaz. Então era assim que as coisas realmente funcionavam. Tinha que deixa-lo sem ação para que perdesse.

“Está bem, vamos lá”. Sorriu com o pensamento.

Os movimentos dele eram brutos, jogava-se no chão e fazia saltos. As pessoas aplaudiam. Gostavam de ver os corpos se esforçando ao máximo.

Aguardou a próxima batida e entrou novamente no meio da pista. Esticou a perna até acima da cabeça e a manteve estendida a abraçando com um braço. Estava reta, não bambeava.

Assobios eram escutados.

Desceu a perna lentamente, movimentava os braços sobre a cabeça e depois os jogando para trás, acompanhava a música movimentando a cintura. Sua barriga estava exposta, então dava para ver perfeitamente seu corpo ondulando e as curvas se acentuando.

Ela o encarava como forma de provocação. Mas só isso não bastava, tinha que fazer algo que fizesse o público a aplaudir.

Como em seus ensaios de ballet, passou a dar pequenos saltos ao redor do rapaz. Um salto e um giro. A perna se mantinha esticada e o movimento era agiu. A cada nova descida e impulso sua perna recebia a carga. Os músculos não estavam preparados para receber aquele tipo de coisa. Não mais.

Em um último salto, sentiu sua perna fisgar, mas ela não parou. A careta de dor foi perceptível.

Dark Cupid voltou para pista assim que a viu bambear, deslizava os pés em movimentos circulares, os braços faziam movimentos para cima conforme a batida da música acelerava. Deu um mortal para trás e parou com os joelhos levemente abaixados e olhou para a joaninha, esperando a deixa dela.

Mas ela não foi.

Sua perna fora forçada de mais para um só dia.

Ela demorou de mais para responder.

Uma luz vermelha espalhou-se pelo palco. Acabou. As pessoas gritavam e aplaudiam, e o garoto sorria. Dark Cupid se aproximou nela e esticou a mão com o punho fechado, ela sorriu e devolveu o cumprimento.

- Você foi muito bem, LB. – Sorriu para ela. – Espero que me peça uma revanche.

Os dois riram.

- O que acharam, pessoal? – Era Chat novamente. Assobios e gritos animados eram ouvidos. – É isso aí. Agora vamos aproveitar a noite. – Entrou o microfone para Bulleur na cabine e desceu do palco a procura da sua Ladybug.

Ela estava em um canto junto à avermelhada. A joaninha tinha um braço apoiado ao redor dos ombros da amiga, não conseguia colocar seu pé direito no chão sem que doesse.

O gato correu até elas preocupado.

- O que aconteceu? – Olhava para apreensivo para a joaninha.

- Forcei demais o meu pé. – Olhou para baixo. O tornozelo já estava inchando.

- Vamos para a minha sala, pegamos um pouco de gelo e colocamos aí. – Colocou-se do outro lado da mestiça, pegando seu braço livre e passando pelo próprio pescoço.

- Wi-Fi, pegue gelo no bar e encontre a gente na sala, por favor. – A avermelhada concordou com a cabeça e saiu às pressas.

Ele a fazia apoiar todo seu peso sobre ele. Sentia-se culpado agora. Queria que ela competisse para mostrar que ela era capaz, que era talentosa, poderia encantar a quem quisesse. Mas no final acabou fazendo com que ela se machucasse.

Destrancou a porta e os dois entram, acendeu as luzes e a colocou sentada em um dos sofás. Procurou arrastar a mesinha de centro para que ela colocasse o pé em cima. Pegou uma almofada, colocou sobre a mesa e com cuidado a ajudou a colocar o pé sobre o objeto.

Sem demorar muito, Lady Wi-Fi voltou com uma toalha de mesa e um pequeno balde com gelo. Embrulhou algumas pedras sobre o tecido e colocou a trouxa com cuidado sobre o tornozelo da joaninha.

Essa fez uma careta assim que o pano encostou-se em seu corpo.

- Dói? – Os olhos verdes passavam aflitos dos olhos dela para o pé e o contrário.

- Incomoda um pouco. Foi mais por causa do frio. – Sorriu para ele.

- Vai ficar tudo bem? – Agora era a avermelhada que preguntava. A garota se mantinha agachada ao lado a mestiça.

- Vai sim. Não é primeira vez que preciso de uma bolsa de gelo. – Sorriu tentando acalmar a amiga. – Eu vou ficar bem, sim. Pode voltar, vá se divertir.

- Com você assim? – Apontou para o pé da garota.

- Só inchou um pouco. Não é como se eu fosse perder o pé. – Riu do próprio comentário. A mestiça admitia, havia extravasado.

Ela sabia que não podia ficar forçando o pé a receber impactos, ainda mais tantos seguidos, mas fez mesmo assim.

- Eu não vou deixar você aqui sozinha.

- Eu fico. – O loiro interrompeu olhando para a avermelhada.

- Mas...

- Eu sou o Rei, não sou? – Sorriu fraco. – Não quero ninguém falando que deixei meus súditos infelizes. Vá.

A avermelhada olhou para os dois que lhe direcionavam sorrisos gentis e suspirou.

- Está bem. Mas eu volto aqui a cada hora está bem. – Encarou a amiga seriamente.

- Pode voltar a cada cinco minutos se isso te deixar feliz.

A avermelhada saiu fechando a porta e deixando a joaninha e gato sozinhos. O silêncio se fazia na sala. A música era abafada pelas paredes, deixando os dois isolados de todo o resto.

Marinette estava com a cabeça pendendo nas costas do sofá, mirava o teto, mas seus olhos estavam fechados. O loiro estava sentado no chão ao lado dela, a cabeça encostada em um dos joelhos enquanto a outra perna se mantinha estendia por de baixo da mesa.

Ele sentia-se péssimo, não conseguia seque olhá-la. "Deve estar me odiando".

Desculpa por te machucar. Por ser egoísta. Te querer só para mim.

Só... Desculpa My lady.

- Desculpa – A voz era baixa e embargada. Ela se quer teria escutado se não fosse o silêncio na sala. Ela levantou a cabeça e abriu os olhos, encontrando o garoto de cabeça baixa sentado ao chão.

- Não foi sua culpa. – A voz dela era tão baixa quanto.

Ele levantou a cabeça e procurou pelo rosto dela, o que encontrou foi o mar calmo de uma tarde de domingo em seus olhos. Ela em compensação, encontrou os olhos verdes e brilhantes do garoto, mas eles não brilhavam como costumava ver, estavam úmidos. Lágrimas contidas se depositavam aos montes nas extremidades dos olhos do loiro.

- Como não? Eu te coloquei nessa e agora você se machucou de novo. – os lábios inferiores eram parcialmente presos pelos dentes do garoto. Ele fazia como uma criança que queria segurar o choro.

- Chat... – O coração dela estava apertado, nunca imaginou que o veria daquela maneira. Tão frágil. Ela suspirou e lhe estendeu a mão. – Venha cá.

Mesmo que relutante, ele aceitou e sentou-se ao lado dela, que logo tratou de encostar a cabeça no ombro do rapaz.

- Não foi sua culpa. – As mãos dos dois mantinham-se unida e ela esfregava o polegar sobre o dorso da mão dele. – Eu sei quais são os meus limites, e hoje eu me forcei além do que devia. Sabia que não podia ficar saltando daquela maneira, mas mesmo assim eu fiz. – Desencostou a cabeça para encara-lo. – Então a culpa não é sua, está bem...

Aquilo não era uma pergunta. Ela só estava esclarecendo a ele.

- Mas e seu pé... – Ele olhava para o pé da garota sobre o amontoado de pano e gelo parcialmente derretido.

- Está melhor. – Voltou a encostar-se no ombro do gato. Sua perna estava amortecida pelo gelo. Já não sentia mais nada.

Ficaram em silêncio novamente, mas dessa vez já não era tão incomodo. As mãos dadas, ela acariciando a do gato com carinho. Ele encostou a cabeça sob a dela. Ficaram simplesmente assim por um tempo. Desfrutando da presença um do outro, enquanto a única coisa que se escutava era a respiração de ambos.

O gelo derretia de pressa. O gato soltou-se dela por um momento para trocar a toalha e colocar mais pedras de gelo sobre o pé da azulada. Mas o membro já estava praticamente roxo de frio.

- Acho que chega de gelo pra você. – Sorriu para ela.

- Acho que sim. – Ela riu vendo a situação do próprio pé.

- Vamos estender sua perna no sofá, acho que vai ficar mais confortável. – Ele tirou o pé da almofada e o colocou no sofá. O que fez a garota ocupar três terços do móvel. Chat se sentou na ponta que restou, deixando que ela voltasse a encostar-se nele.

Ele bocejou.

- Cansado?

- Um pouco, mas acho que já estou acostumado... E você?

- Um pouco... – A voz era arrastada.

- Quer que eu saia? Assim você pode deitar um pouco. – Sugeriu já se preparando para levanta.

- Não... Fique... Você está... Quentinho. – O rosto estava levemente corado. Ele sorriu e ajeitou-se melhor no sofá, colocando o corpo todo no móvel, de modo que cada perna ficasse de um lado da garota e as costas dela em seu peito.

Os dois bocejaram.

E riram.

- Deixa só eu me ajeitar. Está desconfortável assim. – Ela tentava virar um pouco, suas costas incomodavam um pouco. O loiro acabou escorregando um pouco no sofá, ficando quase deitado. Ela virou-se totalmente e caiu sobre ele.

- Se queria dormir abraçadinho era só ter me avisado. – Brincou com a joaninha, mas o sorriso era mantido. Passou os braços ao redor dela.

- Idiota, você sabe que não era isso. – Ela levantou um pouco o rosto, apoiando as mãos sobre o peito dele para enxerga-lo melhor.

- É, eu sei. – Ele ergueu o rosto, aproximando do dela. Levou uma mão ao rosto ela, depositando delicadamente sobre a bochecha enquanto escorria os dedos dobre ele, sujando-o de tinta.

Ela fechou os olhos com o toque leve e os narizes se tocaram, um suspiro saiu pelos lábios avermelhados.

Ele terminou com o espaço.

O toque era raso, um simples esbarrar de bocas. Ele afastou-se poucos milímetros. Ela passou a língua sobre os lábios.

Ele voltou para perto. Pressionou a boca seca contra os lábios úmidos da garota. Era delicado, um beijo breve e leve. Ela suspirou novamente e os lábios mantiveram-se entreabertos.

Beijou-a novamente. Assim como ela, manteve os próprios lábios entreabertos, movimentando-os devagar. As mãos dela continuavam apoiadas no peito dele, sentindo sob os dedos o coração acelerado. Ele passou a mão para entre os cabelos dela, deixando se perder pela imensidão e macies dos fios azulados.

Virou a cabeça levemente, movimentando a boca contra a dela mais uma vez. Sem presa. Simplesmente aproveitando o gosto doce e a textura macia que ela tinha. Procurou a língua dela com calma, se deixando envolver por ela.

Se perdendo.

Se afogando no oceano de prazeres que existia dentro dela. Aproveitando cada centímetro da boca. Marcando seu gosto, seu cheiro. Desejando que ela fosse sua com todas as forças.

Separaram-se devagar, um fio quase transparente ainda ligava suas bocas, ainda as mantendo conectadas.

Não falaram nada. Ela deitou sobre o peito dele e ficou escutando as batidas do coração, deixando seu se sincronizar. Respirando fundo enquanto os acalmava. As mãos dela se mantiveram em seu dorso, e as dele ao redor dela, a cobrindo... Protegendo.

Os olhos pesavam.

E depois disso nada mais importava.


Notas Finais


Eu estou simplesmente apaixonada pela música do capitulo de hoje.
Acho que nunca combinou tanto.

Ánders - I Wish (You Were Mine) - https://www.youtube.com/watch?v=2rVZSzTAb44

O que acharam desse momento final fofo?
Eu estava escrevendo enquanto escutava a música, e meio que tocou meu coração profundamente!

Enfim, sei que ta tarde (soninho e amanhã é dia de trabalhar).

Ainda estou pensando em como vai ser a cena da Mari descobrindo a identidade do Chat, já tenho uma ideia meio pronta, mas não sei como vocês vão reagir. Se vão achar bobo e afins.
Mas bom... Vou seguir meu coração (vai que ela acerta dessa vez né?) Hahaha.

Ahh antes que eu antes esqueça... O que acharam da breve aparição da Tikki e do Plagg.
(Sim vai ser Pablo e se reclamar vai ser Paolo também!)
HAHAHAHAHA.


Chega de tagarelar...

Me digam o que acharam e afins, vocês já sabem como funcionam né, haha


XO




(Revisado)


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