"Absence sharpens love, presence strengthens it." - Thomas Fuller
Convencer seus pais de a deixarem viajar sozinha foi um grande desafio. Eles estavam com saudades da filha, e com razão, não a viam a meses. A azulada também sentia falta dele, muita falta, mas prometeu que iria para casa logo em seguida.
Então eles concordaram.
Depois que todas as apresentações acabaram, as garotas arrumaram suas bolsas e foram para a casa da Alya. A mãe da avermelhada a recebeu muito bem. A senhora Césaire, gostava muito da amizade que existia entre a sua filha e a mestiça.
Os pais de Alya concordaram facilmente com a viagem. Conheciam Nino e a família dele, então não viram motivos para não deixar. Julgavam que a filha já era responsável para tomar conta de si mesma, então acreditaram que não haveriam problemas.
As duas amigas estavam no quarto de Alya arrumando nas bolsas tudo o que precisariam, até que a azulada se deu conta de um pequeno detalhe.
- Alya, eu não tenho roupa de banho...
- Como assim não tem?
- Bom, eu tenho. Mas eu deixei em casa. – Esclareceu.
- E como é que você não me trás esse tipo de coisa? – Arqueou a sobrancelha.
- Eu vim para Paris para estudar, não para ficar de folga. – Deu de ombros. – Não imaginei que fosse precisar.
- Assim você me quebra mesmo. – Balançou a cabeça. – Bem, podemos ir ao shopping hoje ainda e comprarmos alguma coisa não é?
- Vai ser o jeito. – Suspirou. Teria que gastar o dinheiro que estava guardando.
Seus pais sempre lhe enviavam dinheiro, achando que a filha poderia precisar de alguma coisa na capital. Não que estivessem errados, havia dias que precisava comprar roupas novas, como meias e peças intimas. Mas a garota não ficava gastando sem pensar, sabia que seus pais se esforçavam muito para conseguir aquele dinheiro.
- Eu falei com o Nino e ele me avisou que o Gorila vai nos levar e buscar de Étretat.
Uma comunidade pequena formada por casas antigas, grandes colinas e penhascos de pedras brancas, a cidade litorânea de Étretat fica a 210 km de Paris. É um município pequeno, mas muito elegante. As praias, que pareciam ter sido retiradas de livros, eram cercadas por grandes penhascos, o mar era calmo e o calor do verão deixava tudo ainda mais receptível.
- Gorila? – Marinette perguntou confusa. Um animal?
- Gorila é o apelido carinhoso do motorista do Adrien. Quando você o ver, vai entender o que eu estou falando...
Depois de arrumarem as bolsas e saírem para comprar as roupas que faltavam para a mestiça, as duas foram deitar e esperar pelo dia seguinte, quando encontraria os meninos pela manhã e partiriam para uma semana de férias na praia.
Nino também não teve dificuldades em conseguir a permissão para usar a casa de praia. Seus pais estavam viajando para fora dos país, o que significava que o garoto passaria as férias sozinho de qualquer maneira.
Para variar...
Alya praticamente pulava em cima da azulada na manhã seguinte, de tamanha era a sua animação. O sol mal havia se colocado no céu e a avermelhada já estava a todo vapor. Marinette tentava dormir mais um pouco, mas a avermelhada a estava pressionando o tempo todo, tornando a tarefa um pouco complicada.
- Ok Alya, você ganhou. Estou levantando. – Suspirou frustrada. Seu sonho estava tão bom. Realmente não queria levantar naquela hora.
- Vamos logo então. O café já está na mesa e ainda temos que levar as bolsas lá para baixo. – Alya saiu do quarto de hospedes, deixando a mestiça sozinha.
Bom, agora já estava desperta. Levantou da cama macia e colocou-se de pé. Trocou de roupa, colocando peças frescas; um shorts, uma camiseta simples e um casaco leve por cima, para aplacar a brisa fresca da manhã.
Fechou a bolsa e a levou consigo quando desceu para o andar de baixo, deixando a bagagem no hall de entrada junto com a de Alya e seguindo para cozinha, aonde encontrou a avermelhada tomando uma xicara de café.
- Finalmente... Achei que teria que te arrastar.
- Quanto exagero. – Marinette sentou-se ao lado da amiga, servindo-se em seguida. – Onde estão seus pais?
- Minha mãe está no jardim de trás cuidando as plantas dela. – Apontou para a janela nos fundos da cozinha. – Meu pai saiu para uma reunião importante agora de manhã.
Marinette somente concordou com a cabeça e continuou a tomar seu café.
- Os meninos falaram alguma coisa sobre horário? – Perguntou enquanto comia uma fatia de bolo.
- Você não perguntou para o Adrien?
- Eu meio que... Não tenho o celular dele... – Respondeu envergonhada.
- Como é que você não tem o número do celular do SEU namorado? – Alya questionou indignada.
- As coisas aconteceram meio rápido. Além do mais estudamos no mesmo lugar... Não tinha essa necessidade antes...
- Falou bem... Antes! – Balançou a cabeça negativamente. – Só você mesmo... Mas respondendo a sua pergunta: Nino me avisou que assim que o Gorila passar para o buscar, ele mandaria uma mensagem para a gente avisando que estariam vindo.
E parecia que era só falar do sujeito que ele aparecia. O celular de Alya tocou, recebendo uma mensagem do namorado, avisando que em menos de dez minutos estariam passando lá para buscá-las.
Não se passou muito tempo e logo a campainha da casa da avermelhada tocou, anunciando a chegada dos dois garotos. Alya foi alegremente atender a porta.
- Prontas? – Nino perguntou assim que a porta foi aberta.
- Com certeza. – Alya sorriu e deu um selinho no namorado como cumprimento, o deixando adentrar na casa logo em seguida, com Adrien logo atrás de si.
O loiro deixou os amigos para trás e foi até a sala de estar, onde encontrou a mestiça sentada tranquilamente no sofá. Com passos silenciosos se aproximou da garota, que estava de costas para si e colocou as mãos sobre os olhos dela.
- Advinha? – Falou próximo ao ouvido dela e sorriu.
- Que difícil... – A garota mordeu o lábio, fazendo uma expressão de falsa duvida, entrando na brincadeira do loiro. Mas não se aguentou e riu. – Chegou rápido gatinho.
- Eu não queria te deixar esperando. – Sorriu e tirou as mãos do rosto dela, dando a volta no sofá e sentando-se ao lado da mestiça. Virou-se para ela e inclinou o corpo lhe procurando os lábios em um beijo.
As mãos dela estavam ao redor do rosto dele, o acariciando calmamente, enquanto os braços dele estavam ao redor do corpo dela, estando um apoiado sobre o braço do sofá, evitando que seu peso ficasse sobre a azulada.
- Vamos para com essa “falta de vergonha” ai... – Alya surgiu na sala com Nino em seus calcanhares, obrigando o casal a se separar.
- Como se vocês fossem um exemplo de castidade... – Adrien comentou irônico.
- Pelo menos eu me lembro de trancar a porta. – Os dois se olharam em desafio.
- Gente, vamos para com isso... Nem começamos a viagem e vocês já estão querendo se matar. – Nino interviu. Não queria o melhor amigo e a namorada discutindo. Ao menos não àquela hora da manhã.
- Meninos, que bom que chegaram. – A senhora Césaire apareceu na sala, indo cumprimentar os dois rapazes. – A quanto tempo não vejo vocês... – Olhava para eles, observando o quanto mudaram naquele ano.
- Realmente já faz tempo... – Nino coçou a nuca em sinal de vergonha.
- Faz tempo que não encontro seus pais também...
- Eles têm viajado bastante ultimamente.
- E você Adrien... – A mulher olhou para o loiro. – Qual a sua desculpa?
- Ensaios? – A resposta saiu mais como uma pergunta. E os quatro riram. Quando eram mais novos, os três amigos praticamente moravam na casa uns dos outros. Basicamente cresceram unidos, enfrentando a maior parte da pré-adolescência juntos.
- Bom, se já estiverem prontas, podemos ir... – Adrien levantou do sofá e estendeu a mão para a azulada, que a aceitou, se colocando de pé ao lado do loiro, com as mãos atadas e os dedos entrelaçados.
- Eu espero que vocês se comportem... – A senhora Césaire olhou séria para todos os quatro.
- Não se preocupe mãe, nós vamos ficar bem... Ninguém vai morrer de fome aqui. – Alya balançava a mão em descaso.
- Vou se mais clara... Não estou afim de ser avó ainda, está bem. – Complementou com naturalidade. Nino empalideceu com aquelas palavras.
- C-como? – A avermelhada engasgou.
- Ao contrário do que você pensa, eu não sou tão velha assim... Eu percebi que vocês dois estão juntos, e sei o que acontece quando se gosta de alguém. Então só estou pedindo que tenham cuidado, usem camisinha...
- Mãe, por favor... – Alya já havia mudado de cor mais vezes do que um camaleão, tamanha era a sua vergonha.
- O que foi? – A mulher questionou confusa. – Vocês sabe como se coloca uma camisinha, não é?
- MÃE! – A garota gritou.
- Está bem, já entendi. É para eu ficar quieta. – A mulher respondeu e a avermelhada conseguiu respirar um pouco mais tranquila. Adrien e Marinette só observavam toda situação com um certo constrangimento, até que a mulher também olhou para ele e lhes apontou o dedo. – Vocês dois também, estamos entendidos? Não quero ter que dar noticia nenhuma para os pais de ninguém...
- Sim senhora. – Os dois responderam juntos.
Assim que todos os discursos de cuidados foram proferidos e as bagagem colocadas no porta-malas, os quatro partiram em viajem. A mestiça conheceu Gorila. E ficou surpresa em como um apelido pudesse se encaixar tão bem em uma pessoa. Ele era um homem alto, largo, de expressão séria e extremamente quito. Como um gorila. Chegava a ser assustador.
Os quatro amigos chegaram ao município de Étratet próximo a hora do almoço, isso após duas horas e meia de viajem. Passaram a maior parte do caminho em silêncio ou dormindo. A aura que parecia emanar do motorista colocava medo em qualquer possibilidade que tivessem de se iniciar um conversa.
Mas quando finalmente chegaram, puderam respirar aliviados.
Marinette estava encantada com a cidade. Enquanto passavam de carro pelas ruas estreitas, a garota admirava as casas de estilo antigo, as pequenas praças bem cuidadas, os nichos de restaurantes e lanchonetes. Era uma cidade saída dos filmes antigos. Como se tivessem voltados para os anos dourados do Rockabilly.
O motorista estacionou em frente a um sobrado pequeno, de estrutura antiga e paredes de tijolos. Nino e Adrien se apressaram a sair do carro, sendo copiados pelas garotas. Com uma chave em mão, o moreno passou pelos amigos, indo em direção a porta. Girando a chave a abrindo.
Gorila entrou na frente, colocando as quatro bagagens no meio da sala e se virando para o loiro.
- Está tudo certo aqui. – O loiro o olhou. – Tem certeza que não quer descansar um pouco antes de voltar? – O homem simplesmente negou com a cabeça e voltou para o carro, dando a partida e indo embora. Voltaria somente dali uma semana para busca-los novamente.
- Pois bem... Vamos entrando? – Nino chamou a atenção de todos, que rapidamente o seguiram para dentro da casa.
O lugar era pequeno e simples, mas extremamente confortável. Apesar de aparentar ser uma casa antiga por fora, tudo em seu interior era bem atual. O lugar atenderia perfeitamente as necessidades dos quatro enquanto estivessem ali.
- Esse lugar é uma graça. – Marinette comentou enquanto circulava pela sala, analisando o espaço.
- Era a casa da minha vó. – O moreno esclareceu. – Meu pai sempre gostou muito daqui, então mesmo quando minha avó foi morar na cidade, ele decidiu manter a casa. Só fizemos alguns upgrades. – Deu de ombros.
- Bom gente, no momento eu sou super a favor de sairmos para comer alguma coisa. – Adrien falou enquanto passava a mão circularmente sobre o estomago.
- Concordo com você cara. – Nino sentia seu estomago borbulhar. – Vamos deixar as bolsas lá em cima e depois vamos comer. Tem uma lanchonete muito boa aqui por perto aliás.
Com as bagagens em mãos, os quatro subiram a escada estreita em fila, chegando a um pequeno corredor no final, com três portas dispostas em paralelo. Dois quartos e um banheiro.
- Vamos tirar no palitinho para ver quem fica com a suíte? – O moreno perguntou.
- Se vocês prometerem escolher a parede certa dessa vez, ela é toda de vocês. – O loiro levantou as mãos para cima.
- Vai ficar com isso na cabeça até quando? – Nino perguntou indignado.
- Até o dia que eu não tiver mais pesadelos... – Tremeu o corpo, forçando um arrepio. Nino simplesmente suspirou e entrou na última porta do corredor, com Alya logo atrás de si.
Marinette e Adrien entraram na primeira porta. Era um cômodo pequeno, a cama de casal ocupava praticamente todo o local. Havia uma luminária em um dos cantos, uma janela com visão para a rua e uma cômoda.
De modo geral, era um lugar aconchegante.
A azulada colocou a bolsa sobre a cômoda, enquanto Adrien já se encontrava completamente jogado cobre a cama, com braços e pernas espalhados pelos lençóis verdes claros.
- Que cama maravilhosa... – Exclamou satisfeito. A azulada se aproximou dele e sentou-se ao seu lado. O loiro a olhou e a puxou para deitar junto a si. Ficando os dois deitados na cama, rindo.
- Tem uma cidade maravilhosa lá fora e você gostou da cama, é sério isso? – A mestiça ria.
- O que eu posso fazer... Se sou bom de cama. – A pesar de não ser proposital, a frase foi ouvida com certa conotação pela garota. Após o silêncio da azulada, o loiro se deu conta do que havia falado e caiu na gargalhada ao notar o constrangimento da mestiça. – Você é terrível.
- EU?
- Sim você. – Apoiou a cabeça sobre a mão e o cotovelo sobre a cama, buscando enxergar melhor a garota. – O que foi que você pensou?
- N-nada de m-mais... – Suas bochechas queimavam.
- Sei... Vou fingir que acredito. – Sorriu e aproximou o rosto do dela. Os cabelos da azulada estavam espalhados pela cama, um braço sobre o estomago e o outro jogado sobre o lençol.
Adrien virou-se na cama, se colocando em cima dela com um braço de cada lado de sua cabeça. Desceu o corpo, colando ao dela e buscou o contato de seus lábios macios e avermelhados.
O toque era macio e delicado. Os braços se mantinham retos, evitando que o peso de seu corpo recaísse sobre ela. A azulada buscou um contado mais profundo e passou os braços ao redor do pescoço do loiro, o puxando para perto. Gostava de tê-lo assim, com o corpo próximo ao seu, lhe causando arrepios e arrancando suspiros entre os beijos.
- Vocês podiam ao menos fechar a porta... – O casal se separou e olhou em direção a porta aberta. Encontrando Alya e Nino encostados no batente da porta.
- Obrigado pelo aviso. Vou me lembrar disso na próxima vez. – Adrien reclamou e girou seu corpo pela cama, saindo de cima da azulada.
- Vamos almoçar... Mas se vocês preferirem ficar ai... – Alya comentou já se distanciando do local.
- Já e-estamos indo. – Marinette levantou-se da cama rapidamente.
Seguindo os amigos, os quatro deixaram a casa, indo em direção a uma lanchonete próxima. Caminhavam de mãos dadas pelas ruas, cada qual com o seu par, conversando animadamente, aproveitando o sol e a brisa quente do verão.
Olhando para o horizonte, Marinette conseguia enxergar a orla da praia, onde pessoas caminhavam e conversavam animadamente, assim como eles. Aquelas férias seriam maravilhosas. Ela sentia isso.
A casa da família de Nino ficava próxima ao centro da cidade. Não que lugar fosse muito grande, mas o acesso era rápido, e o mar se encontrava a poucos minutos de caminhada.
Marinette estava ansiosa para ir para a praia.
Por sempre ter morado em uma cidadezinha no centro da França. Foram pouquíssimas às vezes em que a garota teve o prazer de ver o mar. E poder estar naquele lugar agora, junto a seus amigos e a pessoa a qual era apaixonada, tornava o momento mágico.
- É logo ali em frente. – Nino apontou para um estabelecimento situado em um prédio antigo de três andares. Haviam mesas na varanda e na rua, cobertas por guarda-sol, dando um ar de casualidade no local.
Adentraram no estabelecimento e seguiram para uma das mesas próximas a janela. Logo uma atendente simpática apareceu e anotou seus pedidos. Estavam todos muito animados para aquelas férias.
- Estou louca para ir para a praia. – Marinette comentou animada.
- Bem que podíamos ir dar uma volta na orla depois que terminamos aqui. – Alya comentou. Os dois rapazes concordaram.
- Você parece uma criança Mari. Suas pernas não param de tremer. – Adrien notou o entusiasmo da garota.
- É que faz tempo que não venho a praia. Estou animada só isso. – Sorriu para o namorado.
- Vamos passar tanto tempo lá, que você vai acabar enjoando no final da semana. – Alya riu.
- Duvido muito disso.
Os quatro almoçaram tranquilamente em meio a conversas e risada. Depois das contas pagas e todos estarem satisfeitos, saíram em direção à orla.
O contraste entre o céu azul, o mar claro e o sol forte marcavam a mente da mestiça. Aquele, de longe, era o lugar mais lindo que já esteve na vida.
A praia era cercada por grandes colinas brancas, cobertas pela grama escura ao seu final. A brisa do mar lhe enchia os pulmões com um cheiro delicioso, o frescor lhe acariciava o rosto e o sol esquecia-lhe a pele.
- O que achou daqui? – Adrien perguntou próximo ao ouvido da garota.
- Esse lugar é maravilhoso. – Sorriu encantada com a vista; não notando que o loiro a observava admirando o sorriso doce e o vento bagunçando seus cabelos. Na opinião dele, nunca a vira tão adorável. Queria ver aquela expressão em sua face todos os dias.
Queria a fazer feliz a cada dia.
Continuaram a caminhar de mãos dadas, deixando que aquele cenário eternizar o momento em suas memórias.
A tarde já estava na metade. Infelizmente não havia muito que se fazer naquele primeiro dia. Mas aproveitaram ao máximo que podiam. Planejando o que fariam nos dias que seguiriam.
Eles tomaram sorvete, caminharam pela cidade, conhecendo as praças e parques. Voltaram para a casa no final da tarde, já cansados de tanto andarem.
Os quatro se jogaram no sofá assim que pisaram para dentro do sobrado. Todos exaustos.
- Não é por nada não... Mas eu me recuso a cozinhar... Vamos tirar na sorte. – Nino reclamou.
- Eu cozinho. – Marinette se ofereceu. – Mas você é que vai lavar a louça.
- Eu te ajudo. – Adrien se ofereceu.
Os dois levantaram e foram em direção a cozinha.
Os armários e geladeira estavam estocados com comidas. Suspiraram aliviados. Estavam cansados de mais para irem ao mercado aquela hora.
- Nino os armários estão cheios. – Adrien gritou da cozinha, enquanto buscava pela pasta de macarrão nos armários.
- Meu pai mandou alguém fazer as comprar. – Esclareceu.
Marinette pegou uma panela grande a encheu de água a colocando no fogão sobre o fogo.
- Posso colocar o macarrão?
- Ainda não. A água nem esquentou...
- E quando eu coloco? – Olhava a panela com água fria.
- Você já cozinhou antes? – Marinette o olhou, mantendo o corpo encostado na pia.
- Talvez...
-Talvez?
- Ok, não... – Admitiu envergonhado. A azulada riu e se aproximou dele.
- Então hoje você vai aprender a fazer uma macarronada... – Sorriu para ele.
A água ferveu e a azulada foi instruindo o loiro em seus afazeres. Cortaram os temperos e finalizaram o molho, o colocando sobre o macarrão já cozinho em uma travessa.
Adrien sentia-se particularmente orgulhoso de si mesmo. Marinette se divertia ao ver a face de contentamento do garoto. Ele ficava feliz com coisas tão simples, e isso a encantava.
Após o jantar e a louça estar limpa, os quatro se digeriram cansados para os quartos. O sono atingia seus corpos com força.
Marinette fora tomar um banho primeiro, deixando a água morna relaxar seu corpo. Quando voltou para o quarto, encontrou Adrien sentado na beirada da cama, sem camisa e com uma toalha ao redor dos ombros. Ele sorriu para ela, assim que a viu entrar no quarto.
- Eu já volto. – Ele levantou-se e foi rapidamente para o banheiro. Deixando a azulada sozinha no quarto.
Ela estava absorvendo o que acabara de ver. A pele clara e lisa. Os ombros largos, braços firmes e relaxados, o abdômen modelado por pequenos gomos discretos. Ele não era musculoso, mas era definido, devido aos treinos e ensaios.
Sabia como o corpo dele era graças ao uniforme. Mas vê-lo desnudo era uma situação completamente diferente. Acendia algo em seu interior, uma curiosidade que nunca havia notado em si mesma antes.
Com os cabelos soltos, deitou-se na cama, espalhando os fios escuros pelo travesseio claro.
Poucos minutos depois, Adrien retornou para o quarto, vestindo somente uma calça de malha fina.
A garota estava com a cabeça voltada para a janela. Fitando a iluminação que vinha da rua. Assimilando e guardando as cores na memória.
O loiro se deitou atrás dela e passou um braço ao redor da sua cintura, assustando a garota que estava distraída.
- Pensando em que? – Ele sorriu e a virou para si. A garota estava completamente corada. Não estava acostumada com aquilo. A dormir junto a um homem. Por que aquele momento, tudo o que ele não parecia era um garoto. O modo como a apertava e trazia para si, tão calorosamente, buscando protege-la.
Se tornando um ponto seguro para ela.
- Em nada para falar a verdade. – A voz dos dois era baixa, quase como um sussurro. Não precisavam de muito para serem ouvidos.
- Quero que essa seja a melhor semana da sua vida. – Ele sorriu e encostou o nariz no dela, como um beijo de esquimó.
- Pretencioso você... – Ela riu.
- O que posso fazer se é um dos meus charmes. – Sorriu com olhos fechados e a beijou, buscando o doce de seus lábios.
Os corpos, antes deitados em paralelo sobre a cama, agora estavam um sobre o outro. O corpo do loiro praticamente cobrindo o dela. As mão buscavam afoitas por um contato maior. Lhe apertavam a cintura sobre o tecido da regata de forma possessiva. Os lábios eram prensados com força, as línguas se buscavam com euforia.
As mãos dela estavam espalmadas sobre o peitoral desnudo. Tilintava os dedos sobre a barriga, deixando apele do loiro arrepiada com os toques dela.
O ar já lhes faltava, e o garoto desceu os beijos para o pescoço, o chupando com força, passando a língua, pouco ligando se deixariam marcas. A mão escorreu ao redor da silhueta dela, indo ao encontro das pernas desnudas. Gostava de sentir a macies da pele dela sobre suas mãos.
Os suspiros que saiam pelos lábios da azulada se tornavam cada vez mais altos e ininterruptos. O coração batia ligeiro em seu peito, a respiração estava falha, a mente nebulosa e o corpo a mercê das caricias do loiro.
Adrien descia os beijos em direção ao colo da mestiça. A mão que até o momento se mantinha na cintura dela, lhe subia o corpo, passando o umbigo, o estomago, pairando sobre o seio coberto pelo tecido do pijama e o sutiã.
O peito lhe foi apertado e um gemido escapou pelos lábios inchados e avermelhados. Sentia seu corpo em extasse, tomado pela adrenalina.
Os dedos ligeiros do loiro se enroscaram nas alças da regata que ela usava, e as foi baixando lentamente, deixando o tecido lhe escorrer pelo corpo, mostrando para ele o sutiã delicado que protegia os seios da garota.
Ele queria um contado mais profundo. Queria sentir a pele dela junto a sua.
Voltou a tomar os lábios da garota em um beijo feros, buscando os lábios com sofreguidão. Uma das mãos adentrou pela regata dela, buscando o toque da sua mão contra a pele macia do abdômen dela.
A outra mão, que antes a apertava a coxa, lhes subiu o contorno do corpo, indo em direção ao ombro, baixando a outra alça do pijama.
Voltou a descer com os beijos, a deixando respirar novamente.
Ela sabia aonde aquilo poderia parar, mas sua mente se encontrava completamente dopada pelas sensações. Seu corpo reagia como nunca havia acontecido antes.
Os beijos voltaram para o colo da mestiça, e em um puxão, ele desceu o sutiã o suficiente para que os seios dela ficassem desprotegidos. Levou uma dão mão ao seio desnudo e o apertou levemente. Resultando em um gemido alto saindo dos lábios da azulada.
Ele suspirou pesado. A voz dela lhe incendiava o corpo.
A baixo de si, seu membro já ganhava vida. Sentia-se espremido pelo tecido da cueca. A situação era extremamente incomoda, queria muito se aliviar daquilo, livrar-se daquelas peças de roupa.
Ela se movia inquieta, uma das pernas entre as sua, a coxa lhe roçando o membro, fazendo com que gemidos ficassem presos na garganta.
Passava o dedo indicador delicadamente sobre o irisado mamilo da garota. Desceu a cabeça e lhe capturou o outro com os lábios. O gemido que saiu pelos lábios dela foi alto e extremamente audível.
- Ah A-Adrien. – As mão dela foram de encontro aos fios loiros. A sensação da boca dele contra uma parte tão sensível deixava seu corpo em chamas. Mexia as pernas inquieta, buscando aliviar a sensação incomoda no meio das pernas e que lhe pressionava o ventre.
Ele levantou a cabeça por um momento, encarando a face rosada da mestiça, os olhos semi-abertos a boca levemente aberta, por onde ela respirava com dificuldades.
Desceu uma das mãos pelo corpo dala, apertando cada pedaço de pele que encostava-se em seus dedos, parando próximo ao cós do shots que ela usava. Ameaçou o descer ao colocar a mão parcialmente para dentro do tecido.
Marinette se assustou com o contado mais intimo, os dedos dele próximos sua calcinha. Não estava pronta para aquilo ainda. O medo lhe atingiu o coração. Fazendo com que ela freia-se qualquer movimento. Alcançou a mão dele e a segurou, o impedindo de continuar.
O loiro olhou para cima confuso, e viu no olhar dela o que os dois estavam fazendo. O desejo era latente, principalmente da parte dele, mas encontrou nos olhos dela, vestígios de medo e receio. Ele não queria que ela se sentisse assim. Não queria que seus toques lhe deixassem com medo, insegura ou qualquer outro sentimento ruim.
Afastou-se dela, voltando a deixar no seu lado da cama, deixando com que ela ajeitasse as roupas.
As respirações estavam descompassadas. Nenhum deles sabia o que falar. A atração entre eles era clara. Sempre foi.
Mas na prática as coisas funcionavam de modo diferente.
Adrien virou a cabeça para o lado e encontrou a azulada com os olhos fechados, cabelos bagunçados, o peito subindo rápido, respirando pela boca.
- Desculpa... Acho que eu fui rápido de mais. – Ele falou baixo. Marinette abriu os olhos e virou a cabeça para encara-lo. O olhar do loiro demonstrava preocupação.
-Eu só... Estou um p-pouco surpresa. – Virou o corpo, ficando deitada de lado.
- Você nunca fez isso antes não é? – Virou-se também, ficando de frente para ela.
- ...
Nada ela respondeu. E o loiro sorriu.
- Sem pressa. Eu espero você... Sempre vou. – Sorriu e passou a mão delicadamente sobre o rosto dela.
Marinette lhe segurou a mão, e eles ficaram assim... Quietos, apreciando o olhar um do outro, se deixando perder um no outro.
Até que o sono se apossasse de seus corpos.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.