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História Keep on Trying - Trust Me


Escrita por: brubrehmer

Capítulo 4 - Trust Me


Fanfic / Fanfiction Keep on Trying - Trust Me

BOOTH POV

Só de vez em quando é que você encontra

alguém com uma presença

e eletricidade que combina

com a tua no ato

(De vez em quando - Charles Bukowski)

    Tive que carregar Brennan até o escritório da agente especial que fora designada para investigar o caso do corpo encontrado na escola. Quando digo carregar, uso a palavra em seu sentido literal. A garota estava completamente fora de si, tinha uma expressão em seu rosto que não lembrava de ter presenciado até o momento. Era como se sua alma tivesse saído de dentro dela e abandonado um corpo vazio para trás. Tentei insistir para que me deixassem entrar com ela na sala de interrogatório, mas não obtive sucesso. Também fui impedido de esperar por ali, aparentemente somente família tinha permissão para isso. Infelizmente, não era mais considerado parte daquela ali. Decidi voltar para minha casa, tomar um banho e então a esperar em frente a velha casa de Brennan. Eventualmente iria retornar para seu lar e eu estaria lá a aguardando. Apesar dela sempre tentar ser uma pessoa forte, sabia que iria precisar de mim para confortá-la. Entrei relutante em minha casa. Tudo estava silencioso. Em cima da bancada um bilhete do Pops.

Deixei comida na geladeira, qualquer coisa é só dar um grito.

Te amo, tampinha.

    Não pude deixar de sorrir. Sempre desejei que tivesse nascido filho dele e não daquele que era obrigado a chamar de pai. Subi as escadas e fui em direção ao quarto do velho bêbado, o mesmo continuava desmaiado em sua cama. Permaneceria daquela maneira até anoitecer, quando partiria para sua bebedeira novamente. Deite-me em minha cama. Jared não estava em casa. Fechei meus olhos por um instante e adormeci, estava mentalmente exausto.

x-x-x

(When I was your man - Bruno Mars)

    Me assentei nos degraus das escadas brancas de sua varanda. Demorou cerca de uma hora ainda até que Brennan chegou em casa.

- O que… - Sua voz falhou. - O que você está fazendo aqui?

- Falei que vinha para cá te esperar. - Respondi confuso. Recapitulei em minha mente o que acontecera pela manhã. Lembrava claramente de prometer estar ali para ampará-la assim que voltasse da conversa com o FBI.

- Eu não falei com você. - Então percebi que estava mais fora de si do que deduzi. Me senti um pouco idiota por ter tido a falsa esperança de que o assunto já estava resolvido. De que não precisaria dar minhas explicações, que agora só me soavam como desculpa por medo de um dia perdê-la. Esse era o momento para colocar todas as cartas na mesa. Tinha consciência de que meus motivos eram ridículos, só esperava que Bones tinha forças o suficiente dentro dela para me perdoar. Tudo que queria era poder voltar a fazer parte de sua vida.

- Nisso você tem razão. Mas eu falei com você. - Dei ênfase no eu.

- Não consigo lidar com isso agora. - Pude ver as lágrimas que se formavam em seus olhos. Sabia que enquanto ela conseguisse, seria teimosa demais para deixá-las cair. Tentou me ignorar passando por mim e indo em direção à porta para entrar na casa. Senti meu coração ficar mais apertado, não podia deixar que fosse embora sem antes me perdoar, simplesmente não conseguiria mais viver da forma que estava até então. Levantei-me e parei atrás dela. Parecia estar tão nervosa quanto eu, já que suas mãos tremiam o suficiente para que não conseguisse abrir a porta.

- Por favor, não se vá. - Implorei.

- Não se vá, Seeley? Não se vá? - Agora ela gritava comigo. E sabia que merecia todo aquele tratamento, por isso me calei. Tudo o que quisesse falar para mim, eu ouviria quieto. Fiz que sofresse demais nos últimos anos para sequer pedir para que pegasse leve comigo.

- Eu sinto sua falta. - As palavras fugiram de minha boca. - Me arrependo todos os dias de ter parado de falar com você, se me permitir explicar. - Agora quem me interrompeu foi ela. “Quieto Seeley, era pra você ficar quieto”, repeti mentalmente.

- Não. - E então as lágrimas venceram a guerra, começando a percorrer seu rosto. Meu coração se quebrou mais um pouco ao ver a cena. - Você não tem o direito de vir e fazer isso. Tem noção de quantas vezes chorei por sua causa? Quantas vezes precisei de seu apoio? E aonde você estava? Exatamente, sendo o garoto popular da escola. Eu fiquei do seu lado esse tempo todo. Você quebrou todas as suas promessas. Te amei mesmo assim, do mesmo jeito. Demorou muito para finalmente conseguir seguir em frente. Estou de luto, acabei de perder completamente as esperanças da minha mãe estar viva, então por favor, não desperdice meu tempo. - Suas palavras me bombardearam, fazendo com que agora algumas lágrimas se formassem em meus olhos. Não tive tempo de absorver tudo que falara, pois percebi que suas pernas fraquejavam e o peso do mundo que estava sentindo a derrubaria no chão pela segunda vez do dia. Dei um pulo a frente lhe segurando. Nossos rostos estavam perto o suficiente para sentir sua respiração próxima a minha boca. Sabia que ainda não confiava em mim, mas precisava começar por algum lugar.

- Sinto muito, Bones. De verdade. Se pudesse voltar no tempo, faria tudo de forma diferente. Mas não consigo, então só posso esperar que me perdoe.

- Você foi a pessoa que mais confiei em minha vida. Como se supera isso? - Parecia que falava mais isso para si mesma do que pra mim, mas respondi de qualquer maneira.

- Não se recupera. Mas a gente pode tentar começar do zero. Precisei te perder pra perceber que nada vale a pena o sacrifício de ficar longe de ti. - Agora quem não controlou as lágrimas fui eu. Nem lembrara quando fora a última vez que tinha chorado, mas estava derrubando todas as minhas barreiras para tê-la de volta. Mesmo que fosse somente como amiga. Devo ter falado algo correto, pois fez com que Brennan relaxasse os músculos e se entregasse ao momento também. Me abraçou com força e deixou sua dor escapar junto com seu choro. Me sentia mal por vê-la daquela maneira. Mas também senti uma paz invadir meu corpo, agora poderia estar lá por ela sempre que precisasse. Iria me esforçar para isso.

x-x-x

Ao adentrar minha casa, dessa vez quem foi surpreendido fui eu. Meu pai já havia se recuperado de sua bebedeira e fazia um café na cozinha. Conseguia sentir o sangue borbulhar em minhas veias e estava preparado para lhe falar umas boas verdades. Porém, assim que corri os olhos pela sala, avistei Hannah sentada em um dos sofás. Jared estava vendo televisão no local e fazia companhia para a moça.

- Sua namorada já está aqui há um bom tempo, mané. - Jared tinha em seu rosto o seu sorriso de sempre, aquele que todo garoto problemático mantém.

- Desculpa Hannah, não sabia que você vinha aqui. - Tentei soar sincero no pedido de desculpas, mas a loira continuou me encarando como se eu tivesse matado alguém ou algo do gênero. Não me respondeu. Fiz sinal com a cabeça para subirmos até o meu quarto, o que fez com que ela se levantasse e me acompanhasse.

- Juízo, garoto. - Gritou meu pai da cozinha assim que colocamos o pé no primeiro degrau da escada. Ignorei. Hannah fechou a porta atrás de nós com bastante força. Não me sentia confortável perto dela, pelo menos não como me sentia perto da Brennan.

- Estou esperando você se desculpar. E não é por ter me deixado horas plantada te esperando. Ou pelo seu celular estar desligado por algum motivo que não sei nem se quero saber.

- Você não me avisou que viria até aqui hoje. E pelo o que exatamente você espera que eu me desculpe? - Tentei ignorar o restante das acusações.

- Talvez por você ter saído correndo no meio de uma floresta para ir atrás da garota mais ridícula de toda a escola? Totalmente prejudicando nossa reputação de casal do ano? - Sua voz sempre fora irritante dessa maneira? - O baile está chegando, Seeley. Você não pode se dar ao luxo de fazer esse tipo de coisa. - Continuou.

- Olha, Hannah. - Lhe interrompi. - Sinceramente? Não estou me importando com isso no momento. Minha melhor amiga acabou de achar o corpo de sua mãe, que estava desaparecida há anos. Você deveria estar sendo uma boa namorada e se importando. Perguntando como foi essa experiência e não brigando comigo por causa de um baile estúpido. - O tom de minha voz aumentou devido a irritação.

- Sua melhor amiga? - Ela deu um passo para trás. - Como assim sua melhor amiga, Booth?

- Brennan é minha melhor amiga. E não vou me desculpar por ter ficado do seu lado quando mais precisou. Estou cansado, de todos essas futilidades. Cansado de ser algo que eu não sou.

- Meu amor… - Fez uma pausa enquanto se aproximava de mim e colocava as mãos em meu rosto. - Você está cansado. Não está falando coisa com coisa. Mas vai ficar tudo bem. O dano pode ser controlado, ainda dá tempo. - Se aproximou de mim depositando seus lábios suavemente nos meus.

- Não. - Sussurrei em meio ao beijo que a loira me dava, o interrompendo. Tirei suas mãos do meu rosto. - Não quero que o dano seja controlado. Só quero parar de sentir o vazio que se encontra em meu peito. E você não é a pessoa que faz isso. Ou toda a popularidade que conquistei durante os anos naquela escola. Sinto muito Hannah, acabou. - A garota desviou o olhar, consegui ver seus olhos se encherem de lágrimas, mas era orgulhosa e não as deixaria cair. Diferente de Brennan, que conseguia se entregar, mesmo que relutante, Hannah não se entregava em hipótese alguma. Sempre tinha que ser a superior, independentemente da situação.

- Ninguém termina comigo. - Sussurrou. Se retirando do local batendo os pés. Algo em mim me falava que iria pagar por aquilo. Me joguei na cama e respirei fundo. Desejei voltar para a casa de Bones e esquecer disso tudo, mas não poderia. Lhe confortei até que caiu no sono deitada no sofá. Assim que ouvi o carro do Max estacionando na garagem, corri para a porta dos fundos e fui embora. A última vez que falei com ele, me proibiu de chegar perto dela. Não discuti, pois tinha razão. Por isso preferi ir embora antes que me visse. E pelo mesmo motivo não podia voltar para lá agora. Por um instante imaginei o que estava fazendo. Se já estava um pouco melhor. Se achava que eu a tinha abandonado por ter fugido antes que acordasse, sabia que seria difícil conquistar sua confiança novamente. Mas estava disposto a esperar o tempo que fosse necessário. Caso seu pai estivesse perto, me entregaria com um telefonema. Decidi mandar uma mensagem de texto.

Espero que esteja se sentindo melhor, qualquer coisa que precisar é só me chamar que vou correndo.

Beijos,

Booth.

x-x-x

(Thinking of You - Katy Perry)

A loira esbelta corria a minha frente. Seus cabelos balançavam de um lado pro outro e tinha um sorriso estampado em seu rosto. “Você é muito devagar para ser capitão do time, garoto!” ela gritava em meio as gargalhadas. Tirando os reflexos da luz do luar, o local estava completamente escuro. As aulas já tinham acabado há horas, então também estava deserto. Me esforcei para correr mais rápido, a alcançando. Em um impulso, lhe peguei no colo e a girei. O que fez com que desse alguns gritos de brincadeira. Não pude deixar de lembrar  de quando era adolescente e fora Brennan que segurei em meus braços. Aquilo fora real e sincero, diferente do teatro que estava montando agora. Me sentia podre por dentro. Apesar de metida, Hannah não merecia ser feita de otária, porém era um mal necessário. Tentei afastar os pensamentos que me consumiam. Ficamos por um longo tempo nos olhando e então pronunciei as palavras que me assombraram por todos os anos seguintes.

- Você quer ser minha namorada? - Em resposta a loira me beijou. Deduzi ser um sim. Ouvi um barulho vindo dos fundos da escola, o que fez com que eu olhasse. Não poderia receber uma suspensão por estar a aquela hora na escola. Vi uma garota morena de cabelos nos ombros correndo, assim que virou seu rosto para olhar para trás, a reconheci. Era a Temperance. Meu coração palpitou em meu peito e não era por causa da líder de torcida que beijava meu pescoço. Droga. Não era para ela ter visto isso.

- Está tudo bem? - Hannah puxou meu rosto voltando minha atenção para ela.

- Claro. Tudo bem. - Sussurrei.



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